terça-feira, 1 de novembro de 2022

NOTA CONJUNTA PSOL/PT/PDT

 

NOTA CONJUNTA

 PSOL/PT/PDT

As direções dos partidos acima mencionados que, em Marechal Cândido Rondon, compuseram a coligação de apoio ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva eleito, ontem, presidente da República vêm, à público, se manifestar sobre os trágicos fatos ocorridos em nosso município ao longo da noite do dia 30/10 para o dia 31/10/2022, e no decorrer deste.

Nosso país, nos últimos 04 anos, vivenciou uma política oficial de estimulo à divisão interna e à proliferação do ódio. Ao mesmo tempo que famílias eram divididas e amizades desfeitas, as instituições da República eram atacadas pelo mandatário maior e por diversos dos seus apoiadores. Em nível local, este discurso capturou a subjetividade de grande parte da população de nosso município.

Marechal Cândido Rondon não escapou da sanha violenta, com notáveis e irrefutáveis crimes de violência e vandalismo, que tomou conta do país desde a noite de domingo, 30 de outubro, depois da confirmação do TSE do resultado das Eleições presidenciais dando a vitória ao candidato do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva.

O que a população de Marechal Cândido Rondon assistiu acontecer ontem e hoje, dia 31, em nossa cidade, é reflexo deste processo. Vimos depredação de veículos, agressões físicas, até mesmo, tentativa de linchamento. Ações motivadas por um discurso que alimentou o ódio social nos últimos quatro anos e que, infelizmente, foi reproduzido por algumas das autoridades locais em diversas ocasiões.

É preciso que as autoridades rondonenses, o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e, também, a imprensa local, se pronunciem sobre os fatos ocorridos, condenando veemente os mesmos e que àqueles que agiram de forma a executar e, incentivar, as agressões e depredações e os demais atos criminosos sejam responsabilizados.

É preciso, também, que se inicie – urgentemente – em nosso município, um movimento que busque reatar, minimamente, o pacto social. Não é possível, em uma sociedade civilizada, em uma República Democrática, que as autoridades mantenham um discurso – e ações – de forma a estimular a sociedade à cisão.

Nosso município é conhecido por ter uma população trabalhadora e hospitaleira, infelizmente, os fatos vivenciados ontem, onde um setor radicalizado – e minoritário – da população agiu de forma a agredir quem pensa diferente e impedir que a Democracia fosse celebrada, manchou o nome de nossa cidade.

Neste sentido, as direções do PT, PSOL e PDT, vêm à público repudiar o ocorrido, exigir a apuração criteriosa dos fatos e a punição dos envolvidos, e lembrar as autoridades dos três poderes e a imprensa de que a radicalização extrema do discurso político junto à sociedade, só faz rasgar o tecido social e, no fim, nos torna, a todos  nós, vítimas em potencial neste processo.

 

Assinam esta nota conjunta:

Direção Municipal do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL/MCR)

Direção Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT/MCR)

Direção Municipal do Partido Democrático Trabalhista (PDT/MCR)

 

Marechal Cândido Rondon – 31/10/2022




sábado, 15 de outubro de 2022

FENAJ - CARTA ABERTA AOS JORNALISTAS BRASILEIROS

 





Carta aberta às/aos jornalistas e ao povo brasileiro

Eleger Lula para resgatar a democracia e os direitos da classe trabalhadora

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), entidade máxima de representação da categoria no país, dirige-se novamente às/aos jornalistas e à sociedade, conclamando cada uma e cada um a abraçar em definitivo a justiça social, a soberania nacional, os direitos da classe trabalhadora, as liberdades de expressão e de imprensa e a democracia.

Em 76 anos de atuação, nunca nos furtamos de desempenhar nosso papel para além da representação classista. Na ditadura civil-militar, enquanto organizações de classe e empresas jornalísticas capitulavam à lógica autoritária, nos empenhamos em libertar e garantir a vida de jornalistas e de cidadãos brasileiros.

Assim como fomos uma das primeiras entidades de classe a denunciar o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, em 2016, dois anos depois, já anunciávamos que o ovo da serpente neofascista era chocado entre nós.

Sempre questionamos o governo Bolsonaro e tudo o que ele representa: autoritarismo, necropolítica, fisiologismo, corrupção, relações umbilicais com milícias, ultraliberalismo econômico e desmonte de políticas de justiça social. Os nossos valores sempre foram opostos.

Chegamos em 2022 com 33 milhões de pessoas sem comida em casa e com a vergonhosa volta do país ao Mapa da Fome. O Brasil ficou com o posto de terceira nação em número de mortos pela pandemia de covid-19.

Nos últimos quatro anos, políticas públicas e sistemas de monitoramento foram interrompidos, orçamentos reduzidos, espaços de participação popular inviabilizados ou eliminados. Hoje temos menos transparência e cada vez menos confiança no governo.

Houve incentivo à liberação de armas e à militarização de espaços civis. Consequentemente, a violência cresceu, especialmente contra meninas e mulheres, jovens negros, quilombolas, povos originários e população LGBTQIA+.

Os sucessivos ataques do governo federal aos direitos humanos e a instituições, como o judiciário (incluindo o STF) e a imprensa, compõem o cenário de regressão às liberdades de expressão e de imprensa. O presidente segue disseminando informações fraudulentas, limitando e bloqueando o acesso a dados oficiais e violando a Lei de Acesso à Informação.

Nesse cenário, destacamos os ataques diretos aos jornalistas e a veículos de mídia, com a constante tentativa de descredibilização da imprensa. Desde 2019, os jornalistas são agredidos principalmente pelo chefe de Estado no Brasil. Os números de nosso Relatório anual deixam clara esta situação: passamos de 135 agressões, em 2018, para 430 em 2021!

Com Bolsonaro no governo, há três vezes mais agressões a jornalistas do que havia antes. É mais do que uma por dia! Desde que chegou à Presidência, ele é o principal agressor: em 2021, Bolsonaro realizou 147 agressões a jornalistas, 34% do total nacional. Adicionando as pessoas do seu entorno, incluindo seus filhos, gestores públicos federais e seus apoiadores, o bolsonarismo responde por 70% dos casos de violência registrados contra a categoria no ano passado.

Soma-se à institucionalização da violência contra a categoria os ataques aos direitos conquistados, por meio das Medidas Provisórias 905/2019 (que propunha acabar com o registro profissional) e 1045/2021 (que buscava flexibilizar nossa jornada especial de trabalho) – ambas derrotadas pela mobilização da FENAJ de seus 31 Sindicatos filiados.

Não podemos esquecer o desmonte da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) por meio do aparelhamento do atual governo federal, da censura e da perseguição a dirigentes sindicais.

Precisamos dar um basta a este governo que opera por meio do ódio e da mentira. E é por isso que defendemos, neste segundo turno das eleições presidenciais, o voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a única candidatura que tem compromisso com os direitos e as conquistas civilizatórias.

A esperança vai vencer o medo, a violência e o ódio.

O Jornalismo vai vencer a desinformação e a mentira.

A democracia vai vencer o autoritarismo.

Brasília, 14 de outubro de 2022

Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Alagoas – Sindjornal

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amapá

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas – SJPAM

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia – Sinjorba

Sindicato dos  Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará – Sindjorce

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal – SJPDF

Sindicato dos Jornalistas Profissionais na Região da Grande Dourados – Sinjorgran

Sindicato dos Jornalistas Profissionais  do Espírito Santo – SindijorES

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Goiás

Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora – SJPJF

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Mato Grosso

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Mato Grosso do Sul

Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro – SJPMRJ

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Paraíba – SindjorPB

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná – Sindijor Norte PR

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Pará – Sinjorpa

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná  – SindijorPR

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Pernambuco – Sinjope

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte – Sindjorn

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul – Sindjors

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Rondônia

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Roraima – Sinjoper

Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Santa Catarina – SJSC

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo – SJSP

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Sergipe – SindijorSE

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Tocantins – Sindjorto

terça-feira, 27 de setembro de 2022


 

DESMATAMENTO NO BRASIL

 

Recorde de desmatamento em terras indígenas tem a ver com desmonte de órgãos de fiscalização



De acordo com Pedro Luiz Côrtes, isso dá brechas para que grileiros e comerciantes de madeira ilegal explorem ao máximo esses territórios



Publicado: 23/09/2022

Arte: Simone Gomes





Levantamento feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) revelou que, nos oito primeiros meses do ano, uma área equivalente a quase sete vezes o município do Rio de Janeiro foi desmatada. O período observado, e que compreende os meses de janeiro a agosto deste ano, revelou que o porcentual foi o maior em 15 anos. 

O Simex, rede desenvolvida pelo Imazon, que conta com entidades como o Imaflora, Idesan, ICV e o próprio Imazon, também apontou que a região de extração de madeira ilegal nos territórios indígenas do Pará aumentou 11 vezes, em um período de 12 meses. A região explorada aumentou de 158 hectares para 1.720 hectares, equivalente a uma taxa de quase 1.000%. 

O desmonte significativo dos órgãos de controle e fiscalização, como o Ministério do Meio Ambiente, Ibama e ICMbio, é um dos pontos-chave que o professor Pedro Luiz Côrtes relaciona ao crescimento de áreas desmatadas no País. Ele também adiciona à discussão a questão envolvendo “a fiscalização muito tênue, que vem sendo cada vez mais reduzida” com as eleições deste ano diante da possibilidade de troca no governo federal. 

Isso dá brechas para que grileiros e comerciantes de madeira ilegal explorem ao máximo esses territórios, que é “combinado com a insistência em manter o mesmo modelo econômico, tendo o desmatamento como base”, explica Côrtes.  E mesmo que, em contrapartida, esses locais representem um potencial de exploração do turismo amazônico, além da produção de fármacos e produtos químicos a partir da flora, o que não gera benefícios no âmbito da geração de empregos, melhorias sociais, além de impactar a fauna e a flora amazônica. 

Como os números repercutem

Côrtes também salienta que a prática não possui nenhum tipo de índice de desenvolvimento econômico atrelado à atividade, já que o problema em questão repercute na comercialização de itens agrícolas brasileiros no mundo. Ele ressalta o caso do Parlamento europeu, que aprovou um projeto de lei que visa à proibição de produtos procedentes de áreas de desmatamento, o que põe o Brasil em uma situação delicada ambiental e economicamente falando, segundo ele: “Os prejuízos já estão sendo observados, e nós teremos ainda prejuízos maiores se seguirmos nessa toada”, adiciona. 



Para Côrtes, é necessário então recompor as estruturas de fiscalização, bem como os órgãos responsáveis por essas áreas. Isso pode ficar custoso para a União, uma vez que demanda recursos e vontade política.


Fonte: https://jornal.usp.br/atualidades/recorde-de-desmatamento-em-terras-indigenas-tem-a-ver-com-desmonte-de-orgaos-de-fiscalizacao/


segunda-feira, 26 de setembro de 2022

MILTON SANTOS - OS DEFICIENTES CÍVICOS

 

Os deficientes cívicos 

 Milton Santos*


Em tempos de globalização, a discussão sobre os objetivos da educação é fundamental para a definição do modelo de país em que viverão as próximas gerações.



Em cada sociedade, a educação deve ser concebida para atender, ao mesmo tempo, ao interesse social e ao interesse dos indivíduos. É da combinação desses interesses que emergem os seus princípios fundamentais e são estes que devem nortear a elaboração dos conteúdos do ensino, as práticas pedagógicas e a relação da escola com a comunidade e com o mundo.

O interesse social se inspira no papel que a educação deve jogar na manutenção da identidade nacional, na idéia de sucessão das gerações e de continuidade da nação, na vontade de progresso e na preservação da cultura. O interesse individual se revela pela parte que é devida à educação na construção da pessoa, em sua inserção afetiva e intelectual, na sua promoção pelo trabalho, levando o indivíduo a uma realização plena e a um enriquecimento permanente. Juntos, o interesse social e o interesse individual da educação devem também constituir a garantia de que a dinâmica social não será excludente.

Em todos os casos a sociedade será sempre tomada como um referente, e, como ela é sempre um processo e está sempre mudando, o contexto histórico acaba por ser determinante dos conteúdos da educação e da ênfase a atribuir aos seus diversos aspectos, mesmo se os princípios fundamentais permanecem intocados ao longo do tempo. Foi dessa forma que se deu a evolução da idéia e da prática da educação durante os últimos séculos, paralelamente à busca de formas de convivência civilizada, alicerçadas em uma solidariedade social cada vez mais sofisticada.

As modalidades sucessivas da democracia como regime político, social e econômico levaram, no após guerra, à social-democracia. A história da civilização se confundiria com a busca, sempre renovada, e o encontro das formas práticas de atingir aqueles mencionados princípios fundamentais da educação, sempre a partir de uma visão filosófica e abrangente do mundo.

Esse esforço, para o qual contribuíram filósofos, pedagogos e homens de Estado, acaba por erigir como pilares centrais do sistema educacional: o ensino universal (isto é, concebido para atingir a todas as pessoas), igualitário (como garantia de que a educação contribua a eliminar desigualdades), progressista (desencorajando preconceitos e assegurando uma visão de futuro).

Daí, os postulados indispensáveis de um ensino público, gratuito e leigo (esta última palavra sendo usada como sinônimo de ausência de visões particularistas e segmentadas do mundo) e, dessa forma, uma escola apta a formar concomitantemente cidadãos integrais e indivíduos fortes. Aliás, foram essas as bases da educação republicana, na França e em outros países europeus, baseada na noção de solidariedade social exercida coletivamente como um anteparo, social e juridicamente estabelecido, às tentações da barbárie.

A globalização, como agora se manifesta em todas as partes do planeta, funda-se em novos sistemas de referência, em que noções clássicas, como a democracia, a república, a cidadania, a individualidade forte, constituem matéria predileta do marketing político, mas, graças a um jogo de espelhos, apenas comparecem como retórica, enquanto são outros os valores da nova ética, fundada num discurso enganoso, mas avassalador.

Em tais circunstâncias, a idéia de emulação é compulsoriamente substituída pela prática da competitividade, o individualismo como regra de ação erige o egoísmo como comportamento quase obrigatório, e a lei do interesse sem contrapartida moral supõe como corolário a fratura social e o esquecimento da solidariedade.

O mundo do pragmatismo triunfante é o mesmo mundo do “salve-se quem puder”, do “vale-tudo”, justificados pela busca apressada de resultados cada vez mais autocentrados, por meio de caminhos sempre mais estreitos, levando ao amesquinhamento dos objetivos, por meio da pobreza das metas e da ausência de finalidades. O projeto educacional atualmente em marcha é tributário dessas lógicas perversas. Para isso, sem dúvida, contribuem: a combinação atual entre a violência do dinheiro e a violência da informação, associadas na produção de uma visão embaralhada do mundo; a perplexidade diante do presente e do futuro; um impulso para ações imediatas que dispensam a reflexão, essa cegueira radical que reforça as tendências à aceitação de uma existência instrumentalizada.

É nesse campo de forças e a partir dessa caldo de cultura que se originam as novas propostas para a educação, as quais poderíamos resumir dizendo que resultam da ruptura do equilíbrio, antes existente, entre uma formação para a vida plena, com a busca do saber filosófico, e uma formação para o trabalho, com a busca do saber prático.

Esse equilíbrio, agora rompido, constituía a garantia da renovação das possibilidades de existência de indivíduos fortes e de cidadãos íntegros, ao mesmo tempo em que se preparavam as pessoas para o mercado. Hoje, sob o pretexto de que é preciso formar os estudantes para obter um lugar num mercado de trabalho afunilado, o saber prático tende a ocupar todo o espaço da escola, enquanto o saber filosófico é considerado como residual ou mesmo desnecessário, uma prática que, a médio prazo, ameaça a democracia, a República, a cidadania e a individualidade. Corremos o risco de ver o ensino reduzido a um simples processo de treinamento, a uma instrumentalização das pessoas, a um aprendizado que se exaure precocemente ao sabor das mudanças rápidas e brutais das formas técnicas e organizacionais do trabalho exigidas por uma implacável competitividade.

Daí, a difusão acelerada de propostas que levam a uma profissionalização precoce, à fragmentação da formação e à educação oferecida segundo diferentes níveis de qualidade, situação em que a privatização do processo educativo pode constituir um modelo ideal para assegurar a anulação das conquistas sociais dos últimos séculos. A escola deixará de ser o lugar de formação de verdadeiros cidadãos e tornar-se-á um celeiro de deficientes cívicos.

É a própria realidade da globalização -tal como praticada atualmente- que está no centro desse debate, porque com ela se impuseram idéias sobre o que deve ser o destino dos povos, mediante definições ideológicas sobre o crescimento da economia, como a chamada competitividade entre os países. As propostas vigentes para a educação são uma consequência, justificando a decisão de adaptá-la para que se torne ainda mais instrumental à aceleração do processo globalitário. O debate deve ser retomado pela raiz, levando a educação a reassumir aqueles princípios fundamentais com que a civilização assegurou a sua evolução nos últimos séculos -os ideais de universalidade, igualdade e progresso-, de modo que ela possa contribuir para a construção de uma globalização mais humana, em vez de aceitarmos que a globalização perversa, tal como agora se verifica, comprometa o processo de formação das novas gerações.

*Originalmente publicado em ‘Folha de São Paulo/ Brasil 500’.

Saiba mais sobre Milton Santos:
Milton Santos – território e sociedade
Milton Santos (entrevista e textos)

*

Fonte: https://www.revistaprosaversoearte.com/os-deficientes-civicos-milton-santos/?fbclid=IwAR2d7EldN6P-OInXMNYWhOpA_thdbN30sVuR5z8wJ_886qjxphnXZCPKt5Y Acesso em 26092022

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

SUMIDOURO NO ATACAMA

 

Serviços geológicos chilenos investigam sumidouro no deserto de Atacama

5 de agosto de 2022


Twitter

Um enorme sumidouro que se abriu na cidade de Terra Amarilla, no deserto de Atacama, no Chile, foi a imagem da primeira semana de agosto. O fenômeno, que está intrigando geólogos e engenheiros de mineração chilenos, surgiu espontaneamente no último sábado em um terreno concedido à empresa canadense Lundin Mining para exploração subterrânea de cobre e tem um formato circular quase perfeito com 32 metros de diâmetro e 64 metros de profundidade.

Especialistas em geomecânica da Subdireção Nacional de Mineração do Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin) e da Direção Regional estão estudando o local para elaborar um laudo técnico. O Comitê de Operações de Emergência da Instituição foi acionado para coordenar as ações.

“Este evento não afetou pessoas, equipamentos ou instalações dentro e na superfície da mina. A empresa suspendeu as obras localizadas na vertical do sumidouro e cercou o perímetro para proteger a comunidade”, comentou David Montenegro, Diretor Nacional da Sernageomin.

Por sua vez, o Diretor Regional de Sernageomin no Atacama tem estado em constante coordenação com as autoridades locais, mantendo-as informadas de toda a situação.

Fontes: Sernageomin

https://geocracia.com/servicos-geologicos-investigam-sumidouro-atacama/


quinta-feira, 7 de julho de 2022

OS GRILEIROS E O CAR

 

Grileiros usam CAR para regularizar invasão de terras



De acordo com a reportagem, a maioria dos registros do CAR em conflito com a TI está suspensa por informar toda sua extensão dentro da área demarcada. Mas existem cadastros com apenas parte da área conflitante com a terra indígena e que estão registrados como “pendentes” de avaliação.

“O que acontece no Vale do Javari é a ponta do iceberg”, diz ao Valor Paulo Moutinho, pesquisador sênior do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Segundo o pesquisador, esses casos mostram que grileiros vêm usando o CAR para legitimar a invasão de terras. “Com esse recurso [do CAR], eles levantam dinheiro com terceiros, às vezes até em banco, para ocupar terras públicas”, diz.

O maior problema do CAR, segundo críticos, é que o preenchimento das informações se dá de forma autodeclaratória – é o proprietário que insere os dados –, apesar de o sistema ser gerido pelo governo federal. Já a análise e checagem dos dados informados, a cargo dos governos estaduais, anda muito lentamente. Ao longo de dez anos, 6,5 milhões de imóveis rurais foram declarados no CAR, mas pouco mais de 28 mil foram analisados, o que é menos de 0,5% do total.

Reportagem do jornal Valor, publicada recentemente, mostra na prática uma denúncia que já vem preocupando autoridades, ambientalistas e até ameaçando o agronegócio: o uso do Cadastro Ambiental Rural (CAR) por grileiros para legitimar terras invadidas. A matéria foca na região da terra indígena (TI) do Vale do Javari (AM), próximo do local onde foram mortos o o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista britânico Dom Philips, há cerca de um mês, mas o problema estaria generalizado.

Só naquela região, que compreende os municípios de Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Jutaí e São Paulo de Olivença, existem, pelo menos, 14 mil hectares de propriedades com CAR registrados dentro da TI. Os dados são do próprio Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar).

A advogada Juliana Batista, do Instituto Socioambiental (ISA), argumenta que a plataforma do CAR deveria impedir de antemão que alguém pudesse realizar um cadastro sobre terras indígenas. “Como os órgãos ambientais estão permitindo que se façam cadastros sobre áreas que deviam estar bloqueadas?”, questiona a advogada, acrescentando que quem registra propriedades sobre áreas demarcadas faz isso com a expectativa de revisão futura da demarcação das terras indígenas e de legalização da invasão de terras públicas. “Bolsonaro entrou prometendo reduzir terras indígenas. Isso pode ter gerado uma expectativa nas pessoas”, diz.

Segundo Moutinho, a atividade dos grileiros é uma “bomba relógio” de desmatamento para os próximos anos que pode prejudicar inclusive o agronegócio. “Vai furar o regador do país, porque quebra o fluxo de água que vem do Oceano para o continente, e os rios voadores deixam de voar”, diz Moutinho.


Leia mais em: 

Fontes: ValorG1.

https://geocracia.com/grileiros-usam-car-para-regularizar-invasao-terras/


BASE DE ALCÂNTARA

 

Virgin Orbit autorizada a operar na Base de Alcântara

Instalações do da Base de Alcântara, no Maranhão (imagem: Valter Campanato – Agência Brasil).


A Virgin Orbit, empresa aeroespacial do empresário britânico Richard Branson, anunciou na semana passada que foi autorizada a operar a partir do Centro de Lançamentos da Base de Alcântara, no Maranhão. O serviço será executado pela recém-constituída subsidiária brasileira da empresa, que vai trazer para o Brasil o LauncherOne, seu sistema de lançamento de foguetes baseado na utilização de um Boeing 747-400 adaptado e reutilizável, batizado de Cosmic Girl.

A expectativa é que a empresa faça, em 2023, o primeiro lançamento de classe orbital doméstico do Brasil. Até hoje, todos os lançamentos realizados na Base de Alcântara foram suborbitais.

Para Carlos Moura, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), a Virgin Orbit pode melhorar suas capacidades decolando do Espaçoporto de Alcântara: “Clima agradável, aeródromo maravilhoso, espaço aéreo livre e sistemas de rastreamento proficientes. Juntos, podemos fazer muito mais”, diz, classificando a Virgin como “um excelente provedor de transporte espacial, muito adequado para lançamentos rápidos e dedicados de pequenos satélites”.

Já o CEO da Virgin Orbit, Dan Hart, diz que a empresa está animada para dotar o Brasil de capacidade de lançamento orbital e, ao mesmo tempo, utilizar as vantagens da localização da Base de Alcântara. “Aproveitar as instalações existentes no Centro Espacial de Alcântara é importante para nós em nosso compromisso com a sustentabilidade”, diz Hart, acrescentando que o sistema móvel LauncherOne permite que a empresa trabalhe com uma série de inclinações orbitais a apenas dois graus ao sul do Equador (considerado ponto geográfico ideial para lançamentos espaciais) e sem a necessidade de nova infraestrutura permanente.

A empresa adianta que a subsidiária brasileira pretende trazer uma nova e importante capacidade para o país e valor econômico para a região de Alcântara. O sistema de lançamento da Virgin Orbit em Alcântara teria potencial para se tornar um dos únicos portos espaciais continentais no planeta capaz de atingir qualquer inclinação orbital.

Cosmic Girl, o 747-400 adaptado da Virgin, partiria da Base de Alcântara para um voo de centenas de quilômetros, antes de lançar seus foguetes (imagem: Virgin)

O modelo de lançamento da Virgin utilizará a Cosmic Girl para fazer voos de centenas de quilômetros antes de lançar o foguete diretamente acima do equador ou em outros locais ideais identificados em cada missão em especial.

Desde o 747 até o foguete e os dispositivos em terra, todos os equipamentos que a Virgin Orbit utiliza para fazer seus lançamentos são totalmente transportáveis. Isso dispensa o uso de qualquer instalação além da base aérea brasileira. Tudo pode ser transportado, executar o lançamento e ser transportado de volta a uma instalação da empresa.

LEIA MAIS: 

Fontes: Virgin Orbit

https://geocracia.com/virgin-orbit-autorizada-a-operar-base-de-alcantara/

sábado, 2 de julho de 2022

MULHERES CIENTISTAS X PANCS

 

Jovem cientista brasileira é premiada na França por pesquisas para popularizar consumo de plantas silvestres


  • Daniela Fernandes
  • De Paris para a BBC News Brasil