quinta-feira, 7 de julho de 2022

OS GRILEIROS E O CAR

 

Grileiros usam CAR para regularizar invasão de terras



De acordo com a reportagem, a maioria dos registros do CAR em conflito com a TI está suspensa por informar toda sua extensão dentro da área demarcada. Mas existem cadastros com apenas parte da área conflitante com a terra indígena e que estão registrados como “pendentes” de avaliação.

“O que acontece no Vale do Javari é a ponta do iceberg”, diz ao Valor Paulo Moutinho, pesquisador sênior do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Segundo o pesquisador, esses casos mostram que grileiros vêm usando o CAR para legitimar a invasão de terras. “Com esse recurso [do CAR], eles levantam dinheiro com terceiros, às vezes até em banco, para ocupar terras públicas”, diz.

O maior problema do CAR, segundo críticos, é que o preenchimento das informações se dá de forma autodeclaratória – é o proprietário que insere os dados –, apesar de o sistema ser gerido pelo governo federal. Já a análise e checagem dos dados informados, a cargo dos governos estaduais, anda muito lentamente. Ao longo de dez anos, 6,5 milhões de imóveis rurais foram declarados no CAR, mas pouco mais de 28 mil foram analisados, o que é menos de 0,5% do total.

Reportagem do jornal Valor, publicada recentemente, mostra na prática uma denúncia que já vem preocupando autoridades, ambientalistas e até ameaçando o agronegócio: o uso do Cadastro Ambiental Rural (CAR) por grileiros para legitimar terras invadidas. A matéria foca na região da terra indígena (TI) do Vale do Javari (AM), próximo do local onde foram mortos o o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista britânico Dom Philips, há cerca de um mês, mas o problema estaria generalizado.

Só naquela região, que compreende os municípios de Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Jutaí e São Paulo de Olivença, existem, pelo menos, 14 mil hectares de propriedades com CAR registrados dentro da TI. Os dados são do próprio Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar).

A advogada Juliana Batista, do Instituto Socioambiental (ISA), argumenta que a plataforma do CAR deveria impedir de antemão que alguém pudesse realizar um cadastro sobre terras indígenas. “Como os órgãos ambientais estão permitindo que se façam cadastros sobre áreas que deviam estar bloqueadas?”, questiona a advogada, acrescentando que quem registra propriedades sobre áreas demarcadas faz isso com a expectativa de revisão futura da demarcação das terras indígenas e de legalização da invasão de terras públicas. “Bolsonaro entrou prometendo reduzir terras indígenas. Isso pode ter gerado uma expectativa nas pessoas”, diz.

Segundo Moutinho, a atividade dos grileiros é uma “bomba relógio” de desmatamento para os próximos anos que pode prejudicar inclusive o agronegócio. “Vai furar o regador do país, porque quebra o fluxo de água que vem do Oceano para o continente, e os rios voadores deixam de voar”, diz Moutinho.


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Fontes: ValorG1.

https://geocracia.com/grileiros-usam-car-para-regularizar-invasao-terras/


BASE DE ALCÂNTARA

 

Virgin Orbit autorizada a operar na Base de Alcântara

Instalações do da Base de Alcântara, no Maranhão (imagem: Valter Campanato – Agência Brasil).


A Virgin Orbit, empresa aeroespacial do empresário britânico Richard Branson, anunciou na semana passada que foi autorizada a operar a partir do Centro de Lançamentos da Base de Alcântara, no Maranhão. O serviço será executado pela recém-constituída subsidiária brasileira da empresa, que vai trazer para o Brasil o LauncherOne, seu sistema de lançamento de foguetes baseado na utilização de um Boeing 747-400 adaptado e reutilizável, batizado de Cosmic Girl.

A expectativa é que a empresa faça, em 2023, o primeiro lançamento de classe orbital doméstico do Brasil. Até hoje, todos os lançamentos realizados na Base de Alcântara foram suborbitais.

Para Carlos Moura, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), a Virgin Orbit pode melhorar suas capacidades decolando do Espaçoporto de Alcântara: “Clima agradável, aeródromo maravilhoso, espaço aéreo livre e sistemas de rastreamento proficientes. Juntos, podemos fazer muito mais”, diz, classificando a Virgin como “um excelente provedor de transporte espacial, muito adequado para lançamentos rápidos e dedicados de pequenos satélites”.

Já o CEO da Virgin Orbit, Dan Hart, diz que a empresa está animada para dotar o Brasil de capacidade de lançamento orbital e, ao mesmo tempo, utilizar as vantagens da localização da Base de Alcântara. “Aproveitar as instalações existentes no Centro Espacial de Alcântara é importante para nós em nosso compromisso com a sustentabilidade”, diz Hart, acrescentando que o sistema móvel LauncherOne permite que a empresa trabalhe com uma série de inclinações orbitais a apenas dois graus ao sul do Equador (considerado ponto geográfico ideial para lançamentos espaciais) e sem a necessidade de nova infraestrutura permanente.

A empresa adianta que a subsidiária brasileira pretende trazer uma nova e importante capacidade para o país e valor econômico para a região de Alcântara. O sistema de lançamento da Virgin Orbit em Alcântara teria potencial para se tornar um dos únicos portos espaciais continentais no planeta capaz de atingir qualquer inclinação orbital.

Cosmic Girl, o 747-400 adaptado da Virgin, partiria da Base de Alcântara para um voo de centenas de quilômetros, antes de lançar seus foguetes (imagem: Virgin)

O modelo de lançamento da Virgin utilizará a Cosmic Girl para fazer voos de centenas de quilômetros antes de lançar o foguete diretamente acima do equador ou em outros locais ideais identificados em cada missão em especial.

Desde o 747 até o foguete e os dispositivos em terra, todos os equipamentos que a Virgin Orbit utiliza para fazer seus lançamentos são totalmente transportáveis. Isso dispensa o uso de qualquer instalação além da base aérea brasileira. Tudo pode ser transportado, executar o lançamento e ser transportado de volta a uma instalação da empresa.

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Fontes: Virgin Orbit

https://geocracia.com/virgin-orbit-autorizada-a-operar-base-de-alcantara/

sábado, 2 de julho de 2022

MULHERES CIENTISTAS X PANCS

 

Jovem cientista brasileira é premiada na França por pesquisas para popularizar consumo de plantas silvestres


  • Daniela Fernandes
  • De Paris para a BBC News Brasil