terça-feira, 3 de novembro de 2009


Pesquisadores da Unioeste e da Emater avaliam rendimentos da aveia em diferentes manejos de corte

A cultura da aveia é uma alternativa técnica e economicamente viável de cultivo no período de outono/inverno/primavera, especialmente no Centro-Sul do Brasil. São múltiplas as suas possibilidades de uso. Além da produção de grãos de elevado valor nutricional, formação de pastagens, de forma isolada ou consorciada com outras forrageiras, produção de forragem conservada como feno e silagem, a cultura pode ser utilizada ainda como cobertura verde/morta para proteção e melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, proporcionando sustentabilidade ao sistema de plantio direto.
No Brasil, a cultura da aveia cresceu continuamente nos últimos 30 anos, o que o alçou o país à condição de maior produtor da América Latina, sendo que a maior parte do cultivo é destinada para forragem em detrimento da produção de grãos. Estima-se que apenas no Sul do Brasil há mais de 3,5 milhões de hectares, cultivados principalmente com aveia-preta, que é largamente usada no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, sendo que no Paraná é usada também como forragem para pastejo dos animais.
Todavia, segundo os pesquisadores Antonio Carlos Torres da Costa (Unioeste) e José Valdir Demétrio (Emater - Santa Helena), uma visão mais abrangente e moderna da propriedade agrícola vem abrindo a possibilidade para que cereais de inverno como a aveia, com período vegetativo mais longo, possam fornecer aos animais forragem verde no período mais crítico de carência alimentar e ainda produzirem palhada e excrementos deixados pelos animais no solo, dentro do sistema de integração lavoura-pecuária.
Contudo, o manejo inadequado da aveia, com elevado aproveitamento de forragem, em áreas de integração lavoura-pecuária pode ocasionar problemas para as culturas seguintes, como soja e milho, por fornecer pouca palhada para a proteção do solo no verão, propiciando a infestação de plantas daninhas e aumentando a dependência do controle químico nas culturas sucessoras em relação a sistemas que utilizam aveia apenas como cobertura do solo no inverno.
Neste sentido, o objetivo do trabalho desenvolvido pelos pesquisadores do Programa de Pós Graduação em Agronomia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus de Marechal Cândido Rondon, foi de avaliar o efeito do manejo de cortes da parte aérea da planta na produção de biomassa. A pesquisa do mestrando José Valdir Demétrio, orientada pelo professor doutor Antonio Carlos Torres da Costa, analisou cinco genótipos de aveia no sistema de integração lavoura-pecuária, tendo sido realizada no distrito de São Clemente, município de Santa Helena.
Na busca de um manejo mais adequado e que resulte num melhor aproveitamento da cultura no sistema de integração lavoura-pecuária, os pesquisadores adotaram um sistema de manejo de cortes considerando o desenvolvimento das plantas e o número de dias entre a emergência e o florescimento. Segundo os pesquisadores, a aveia-preta comum foi a que apresentou maior precocidade no ciclo e uma menor produção na resposta ao manejo.
Ao avaliar as características dos genótipos de aveia quanto ao ciclo vegetativo, rendimento de forragem e rendimento de palhada para cobertura do solo, os pesquisadores concluíram que os genótipos de ciclo mais longo alcançam alta produção de forragem sem comprometer a posterior produção de palhada para a cobertura do solo, mesmo após três cortes no período vegetativo, evidenciando assim sua alta aptidão para o sistema de integração lavoura-pecuária.
Os pesquisadores observaram ainda que, quando submetida ao manejo de apenas um ou dois cortes no período vegetativo, são mais suscetíveis ao acamamento, principalmente quando as condições de clima e solo são favoráveis à cultura.

Legendas: A imagem acima mostra estágios da cultura nos diferentes níveis de corte


Texto: Ana Maria de Carvalho: 45 8408-7880
Fotos: Divulgação
Contato com os pesquisadores para entrevistas:
Antonio Carlos Torres da Costa (45) 9116-9603
José Valdir Demétrio (45) 3268-2020 ou com o
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