quinta-feira, 26 de setembro de 2013

VESTIBULAR UNIOESTE 2014





MESTRADO EM GEOGRAFIA



Inscrição começa em novembro


Os interessados em participar da seleção para o Programa de Pós-Graduação, nível Mestrado, em Geografia, com área de concentração em “Espaço de Fronteira: Território e Ambiente”, ofertado pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Campus de Marechal Cândido Rondon, poderão realizar as inscrições dos dias 4 a 29 de novembro.  
O processo de seleção é composto por quatro etapas: envolvendo a análise do projeto de pesquisa, de caráter classificatório e eliminatório, prova escrita de conhecimentos específicos, de caráter classificatório e eliminatório, que será realizada no dia 11 de dezembro pela manhã, prova de proficiência em Língua Estrangeira (inglês, espanhol ou francês), que será realizada no dia 12 de dezembro, e análise do currículo Lattes e entrevista (arguição) sobre o projeto de pesquisa, no dia 13 de dezembro. A classificação final do processo seletivo será divulgada no dia 17 do mesmo mês.
Serão ofertadas seis vagas para a linha de pesquisa Dinâmica Territorial e Conflitos Sociais em Espaço de Fronteira e seis vagas para a linha de pesquisa Dinâmica e Gestão Ambiental em Zona Subtropical, totalizando 12 vagas.
A inscrição é gratuita e deve ser feita na Secretaria do Programa de Pós-Graduação em Geografia, do Campus de Marechal Cândido Rondon, das 8 horas às 11h30 e das 14 às 17 horas. O edital sobre a seleção está disponível no site http://www.unioeste.br/pos/geografiamcr. Mais informações pelo e-mail mestradogeografia.mcrondon@gmail.com e rondon.pos.geografia@unioeste.br ou telefone 3284-7914.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

MOBILIDADE URBANA





Dia da Bicicleta em Marechal Rondon 


Motoristas e motociclistas estão convidados a deixar o seu carro ou moto em casa e usar a bicicleta como meio de transporte



Foto: Roges Freitag


Dentro da programação da Semana Nacional do Trânsito comemorada de 21 a 28 de setembro, a Secretaria Especial de Coordenação de Programas em Segurança e Trânsito de Marechal Cândido Rondon, programou para esta sexta-feira, dia 20, o “Dia da Bicicleta”.
Nesta data todos os motoristas e motociclistas estão convidados a deixar o seu carro ou moto em casa e usar a bicicleta como meio de transporte para o deslocamento ao trabalho e outros compromissos.
A ação terá o acompanhamento da equipe de trânsito da 2ª Companhia da Polícia Militar e da Secretaria de Segurança e Trânsito. A ideia é que as pessoas retomem o hábito de usar a bicicleta como meio de transporte, diminuindo o fluxo de veículos e motos, deixando o trânsito menos congestionado e mais seguro e ao mesmo tempo preservando o meio ambiente com uma menor emissão de gases tóxicos na atmosfera.

Volta ao passado

O secretário de Segurança e Trânsito, Jossoé Hahn Pinto, reforça a importância da programação do Dia da Bicicleta, e lembra que quem participar poderá também ganhar brindes ao longo do dia. “Esperamos que a adesão a este dia sem carros seja grande e que as pessoas relembrem como é bom usar um veículo menos perigoso, mais agradável e nada poluente como a bicicleta”, observa.
De acordo com Jossoé Hann Pinto, existe uma grande expectativa entre os organizadores quanto à promoção e, segundo ele, o exemplo deverá vir dos servidores da prefeitura que estão sendo convidados a aderir a ideia. Segundo o secretário esta é uma experiência que poderá despertar nas pessoas o interesse na volta da bicicleta como principal meio de transporte na cidade, como já aconteceu em outras épocas. Ele lembra que grandes cidades estão trabalhando nesta questão e que os resultados tem se apresentado muito positivos.

 Fonte: ACS/PM/MCR/PR/BR

DIA DA BICICLETA







quarta-feira, 11 de setembro de 2013

CONCENTRAÇÃO DE TERRA




 

Relatório: 1% dos proprietários detêm 46% da terra


O Relatório sobre os Crimes do Latifúndio, elaborado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, Centro de Direitos Humanos Evandro Lins e Silva e Instituto Carioca de Criminologia, informou que menos de 50 mil proprietários rurais possuem áreas superiores a mil hectares, controlando 50% das terras cadastradas. Cerca de 1% dos proprietários rurais detêm em torno de 46% de todas as terras. Dos aproximadamente 400 milhões de hectares titulados como propriedade privada, apenas 60 milhões de hectares são utilizados como lavoura. O restante das terras estão ociosas ou sub-utilizadas. Segundo dados do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), há cerca de 100 milhões de hectares de terras ociosas e cerca de 4,8 milhões de famílias sem-terra no Brasil.
Ainda conforme o Incra, entre 1992 e 1998, a área ocupada pelos imóveis maiores de dois mil hectares foi ampliada em 56 milhões de hectares, quase quatro vezes mais do que os 14,3 milhões de hectares desapropriados em sete anos de governo FHC.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os pequenos agricultores são responsáveis pela grande maioria da produção de alimentos e pela geração de empregos no campo.
Veja alguns dos pontos do relatório:
Divisão dos estabelecimentos agrícolas:

  • 4,3 milhões com áreas inferiores a 100 hectares (Ha);
  • 470 mil com áreas de 100 Ha a menos de mil Ha;
  • 47 mil com áreas de mil Ha a menos de 10 mil Ha;
  • 2,2 mil com áreas a partir de 10 mil Ha; e o restante sem declaração.


    Nível de produção:
  • propriedades inferiores a 100 Ha respondem por 47% do valor total da produção agropecuária;
  • propriedades de 100 Ha a menos de mil Ha produzem 32% desse valor;
  • propriedades entre 1.000 Ha e 10 mil Ha respondem por 17% do valor total;
  • as propriedades acima de 10 mil Ha participam com 4% do valor total.

    Mão-de-obra:
  • propriedades com menos de 10 Ha absorvem 40,7% da mão-de-obra;
  • os de 100 Ha a mil Ha empregam 39,9% da mão-de-obra;
  • os com mais de mil Ha absorvem 4,2% da mão-de-obra.
  • segunda-feira, 2 de setembro de 2013

    PLANAPO



    Enfim, Brasil começa a reconhecer agroecologia

    agro planapo

    O governo federal lançará em breve o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), depois de mais de um ano de discussão com dezenas de entidades da sociedade civil e representantes de 10 ministérios. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas disse que o plano será importante não só para a agricultura familiar, mas para todo o país. Os investimentos em 134 iniciativas envolvendo 14 metas dentro de quatro eixos principais – produção, uso e conservação de recursos naturais, conhecimento, comercialização e consumo. O secretário Valter Bianchini, da Agricultura Familiar do MDA disse em Botucatu recentemente que o Planapo contará com um volume importante de recursos, na ordem de R$7 bilhões, e contará com diretrizes definidas até 2015. A Política Nacional de Agroecologia foi definida pelo decreto 7.794 no ano passado.
    É um marco fundamental para o país, onde o agronegócio, por sua importância econômica, dita regras e condicionantes por todo lado. Recentemente um grupo de pesquisadores, dois deles ligados à Embrapa e um à Unicamp, lançaram as “Sete Teses do Mundo Rural”, uma cantilena que mais parece um panfleto da TFP – Tradição, Família e Propriedade –, de tão rançoso. Além do tradicional deslumbre da modernização da agricultura, que vive novos tempos, de inovação tecnológica acima de tudo, e consequente mudanças sociais, ditadas pela monetarização, o arrazoado decreta a falência das propriedades familiares, o fim da reforma agrária e define como quimérica e absurda a proposta de difundir as tecnologias chamadas alternativas.
    Reforma agrária já era
    “Em nenhum momento da história agrária os estabelecimentos rurais de menor porte econômico estiveram tão próximos da fronteira da marginalização… 2/3 dos estabelecimentos, quase três milhões de unidades, se apropriam de magros 3,3% da renda bruta do setor.” Esse é um dos trechos mais brilhantes das teses. Mas tem outro ainda mais revelador: “a história não terminou, mas o passado vai se apagando, desaparecem as teses sobre o campesinato, desaparecem alguns termos do passado, entre os quais a reforma agrária. O tema da reforma agrária perdeu sua relevância e a insistência, e correspondente alocação de recursos, em ações estatais nesse campo não encontra nenhuma justificativa razoável”.
    É uma beleza. O Censo do IBGE, de 2006, o primeiro que coletou dados sobre a agricultura familiar no Brasil, aponta um número superior a 12 milhões de pessoas vivendo em mais de quatro milhões de estabelecimentos rurais, ocupando uma área de 80 milhões de hectares. Certamente estão todos condenados, na visão desses pesquisadores, especializados no “mundo rural”. Que na verdade é um mundinho de uma elite no país, muito poderosa, que movimenta bilhões de reais por ano – somente na exportação de carne foram quase seis bilhões de dólares em 2012. A soja envolve mais de 30 bilhões de dólares. É um mundo financiado por tradings internacionais, conhecidas pelas letras ABCD – de ADM, Bunge, Cargill e Louis Dreyfus.
    Falência de milhões
    Vamos dizer que esse é o capitalismo na versão rural. Mas daí a decretar a liquidação da agricultura familiar que abastece o mercado interno e envolve milhões de pessoas já é um pouco acima da cota do razoável. Porém, é sintomático. Porque as Sete Teses foram lançadas justamente na hora que o governo federal lançará o Planapo. No momento em que os sojicultores comemoram 10 anos de implantação da inovação da Monsanto no mundo, e que depois de vencida a validade da patente, lança a segunda semente. Inclusive o próprio ministro da Agricultura brasileiro foi à China numa comitiva do agronegócio argumentar a favor da tecnologia da múlti. E ao mesmo tempo, a mesma Monsanto desistiu de produzir semente transgênica na União Europeia, seguindo a BASF, que já havia transferido seu centro de pesquisa da Alemanha para os Estados Unidos, concentrando seus negócios nas duas Américas.
    Uma faceta do agronegócio todo mundo conhece – a produção intensiva – só é viável pela aplicação de fertilizantes químicos e de agrotóxicos. O que a Monsanto, Basf e Syngenta produziram nos últimos tempos foi uma semente frankenstein, onde o próprio veneno faz parte da planta. Porque as corporações vendem o veneno também. Por outro lado, se os resíduos de agrotóxicos causam doenças, principalmente vários tipos de câncer, as mesmas empresas produzem remédios para tratar as doenças. É um ciclo virtuoso. E nada se descobre sobre a influência dos transgênicos na saúde humana porque ninguém pesquisa, muito pelo contrário, as corporações boicotam qualquer iniciativa nesse sentido.
    Princípio e não receita
    Por isso, elas temem tanto a agroecologia, que muito mais do que uma técnica de plantio saudável, envolve princípios éticos, que valorizam a vida em primeiro lugar, tanto nossa, como das outras espécies, integradas ao ambiente natural. Por isso, os pesquisadores ligados ao agronegócio, e eles são maioria, tentam sempre desmerecer ou desmoralizar os princípios ecológicos. Não são produtivos, não são eficientes, não rendem economicamente. O que já virou uma falácia, quando se sabe que os negócios orgânicos no mundo giram em mais de US$50 bilhões, sendo que os principais consumidores são americanos e europeus. E o orgânico, nesse caso, é o certificado, com selo, exige auditorias, custos extras e um mercado elitizado e de exportação.
    No Brasil, onde se estima que 100 mil propriedades usem práticas ecológicas e de agricultura orgânica, existe o conceito de produto ecológico. Ele é produzido por um grupo de agricultores identificados, com técnicas conhecidas e discutidas com consumidores e entidades representativas da sociedade civil. A Rede Ecovida, no sul do país, é um exemplo. Tem mais de 300 organizações de agricultores familiares e de consumidores reunidas em 26 núcleos, envolvendo os três estados do Sul, e funciona desde 1998. A comercialização ocorre em feiras ecológicas. Que, hoje em dia, se disseminaram pelo Brasil. Em Pernambuco, por exemplo, são 52, 14 somente em Recife e região metropolitana. A maioria dos agricultores familiares é da Zona da Mata, mas as feiras estão presentes no sertão, no agreste e no São Francisco.
    Venda direta e mais barato
    A feira, do latim feria, dia de festa, é um evento que acompanha a humanidade desde os primórdios. No Brasil, o primeiro registro em São Paulo é de 1914. Na década passada eram 867 na capital paulista atendendo 900 mil pessoas. Não são todas ecológicas, mas muitos produtores vendem suas mercadorias diretamente aos consumidores, fugindo do esquema das redes de supermercados – as três maiores Walmart, Carrefour e agora Casino, ex-Pão de Açúcar. A feira tem preço melhor, produto melhor, é um espaço de convivência e de troca de experiências. Não está na estatística. Nem no controle das corporações. Muito da produção vendida nas feiras vem das centrais de abastecimento, as Ceasas, um sistema criado na época dos militares, e que na década de 1980 foi transferido aos estados e municípios. Um trabalho da CONAB sobre o volume de mercadoria que passa pelos 72 entrepostos do atacado no Brasil dá uma ideia do mercado interno – são 18 milhões de toneladas de frutas, verduras e legumes. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial, embora perca 30% do campo até a mesa do consumidor.
    A Associação das Centrais de Abastecimento encaminharam o Plano Nacional ao governo federal, com objetivo de melhorar a infraestrutura, fiscalizar os produtos, cuidar de embalagens, melhorar a sanidade, informar os produtores – são 22 mil cadastrados e 200 mil funcionários nos 72 entrepostos-, entre muitas outras coisas. Inclusive a criação de um índice geral de preços.
    “-Nenhum dos institutos de pesquisa reflete diretamente as oscilações nas centrais de abastecimento… esta carência de informação e acompanhamento faz com que a natural sazonalidade na comercialização deste tipo de produto adquira proporções grandiosas gerando assim grande desconforto e desinformação a toda a população”. Diz o documento do Plano Nacional de Abastecimento. O tomate está aí para não deixar dúvidas.
    Quanto vale o mercado interno de frutas, verduras e legumes, sem contar a produção vendida diretamente aos consumidores, e que não passa por centrais: R$21 bilhões, em 2011. Imagina se o Brasil fosse importar isso, ou seja, a balança agrícola é totalmente favorável, porque o mercado interno está abastecido. Com exceção do trigo – 50% importado – o resto é produção local. E, crescendo de 20 a 50% ao ano, a produção ecológica vai ganhando espaço. Um caminho traçado por centenas de organizações de agricultores e agricultoras familiares, por assentados e assentadas e por comunidades tradicionais quilombolas e indígenas. É o outro mundo rural, afinal, no campo não vivem apenas fazendeiros e sojicultores, muito pelo contrário, a maioria deles mora na cidade ou nas capitais do centro do país.
    Enquanto os porta-vozes do agronegócio vão difundindo a ideologia retrógrada da “inovação tecnológica”, propriedade de uma única empresa, que tinha por meta transformar as sementes do mundo em vários tipos de frankenstein, o povo da agroecologia e dos assentados se organiza. No início do mês aconteceu o III Encontro Internacional de Agroecologia da América Latina em Botucatu (SP), com mais de dois mil participantes. Na mesma época a 12ª Jornada de Agroecologia do MST ocorria em Maringá e Paiçandu, no Paraná, com mais de três mil participantes. Em Luziânia, a partir do dia 15 de agosto, 800 delegados de 18 estados da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar (FETRAF), se reuniram no III Congresso para discutir a diversidade da agricultura familiar, a organização produtiva, agroecologia, política para o semiárido e reforma agrária. No Brasil os assentamentos ocupam 43 milhões de hectares, a maior parte no norte e no nordeste.
    Para não deixar de falar em inovação tecnológica a última na área da pecuária de corte: os confinadores, que engordam boi em 90 dias, vão usar anabolizante, ou como dizem os modernos – promotor de crescimento. Coisa que os americanos fazem há muito tempo. Justamente o diferencial do Brasil era a carne produzida com capim. Trocaram por uma arroba a mais – de inchaço na verdade –, em troca poderão perder metade do mercado externo. Totalmente inovador.

    Por Najar Tubino, na Carta Maior
    Publicado em http://www.agroecologia.org.br/index.php/noticias/noticias-para-o-boletim/528-enfim-brasil-comeca-a-reconhecer-agroecologia. Acessado em 02/09/2013

    Links relacionados: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,brasil-rural-sai-a-terra-entra-a-inovacao-,1051512,0.html. http://gilvanmelo.blogspot.com.br/2013/05/sete-teses-sobre-o-mundo-rural.html