quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

POLÍTICA



Frente Brasil Popular: em defesa da democracia e por uma nova política econômica

Igor Corrêa Pereira*

A eleição presidencial de 2014 ainda não acabou, conforme pode notar o mais desatento brasileiro. Prolongada pela ira golpista de um setor da direita, a batalha eleitoreira esconde-se sob o disfarce de uma cruzada ética, querendo repetir a triste investida golpista que provocou o suicídio de Getúlio e acabou por desencadear o golpe civil-militar em 1964.

Primeiro ato da Frente Brasil Popular em Porto Alegre. Foto: Guilherme Santos/Sul21
Primeiro ato da Frente Brasil Popular em Porto Alegre. Foto: Guilherme Santos/Sul21

Não há espaço para ilusão. A eventual interrupção do mandato de Dilma traria abalos nucleares para a jovem democracia do país, e suas ondas impactariam as estruturas das experiências progressistas e de esquerda da América Latina e em todas as partes do globo que fazem algum tipo de resistência ao imperialismo dos Estados Unidos, potência de um capitalismo em crise. A batalha em curso hoje no nosso país movimenta placas tectônicas na geopolítica mundial.
Esse é o contexto de surgimento da nova Frente Brasil Popular. Diferente daquela Frente que lançou o operário Lula candidato presidente em 1989, esta não é eleitoral, mas programática. Reivindica e defende o programa vitorioso nas urnas em outubro de 2014. Por isso mesmo, seu lema é de defesa da democracia, contra o golpe e por uma nova política econômica.
É uma frente que se propõe a agir simultaneamente porque entende que o principal adversário a ser derrotado se movimenta com muita complexidade e em vários espaços. Se o que une a direita hoje é derrubar Dilma para impor um programa de retrocessos de toda ordem, de nosso lado deve haver unidade para, simultaneamente, defender o mandato de Dilma e reunir forças em torno de um programa comprometido com mudanças estruturais. Dentre essas mudanças, a alteração da política econômica é fundamental.
Neste sentido, rechaçar o ajuste fiscal não basta. Embora o ajuste fiscal seja um erro evidente que deve ser combatido, as dificuldades da economia brasileira têm raízes mais profundas. Combinam, de um lado, causas externas (crise internacional,  queda no preço do petróleo e das commodities, etc..), e por outro, vulnerabilidades internas estruturais.
O Brasil precisa investir na industrialização com tecnologia de ponta, e isso implica combater o capital rentista que drena nossas riquezas. É preciso romper com um pacto institucional vigente desde a implantação do Plano Real em favor do crescimento produtivo e da valorização dos trabalhadores.
Neste sentido, já estamos arregaçando as mangas e colocando a Frente em ação. Todos são convidados a participar. Em todos os atos que temos participado e construído, levantamos bem alto as bandeiras defesa da democracia, contra o golpismo, defesa dos direitos dos trabalhadores e contra os ajustes neoliberais na política econômica, e em defesa das reformas estruturais e da Petrobras.

*Integrante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e da Comissão organizadora local da Frente Brasil Popular no RS.

Fonte: http://jornalismob.com/2015/12/28/frente-brasil-popular-em-defesa-da-democracia-e-por-uma-nova-politica-economica/

Nenhum comentário: