terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

PARA MELHORAR A VIDA DOS POVOS, CELAC PROPÕE FORTALECER UNIDADE LATINO-AMERICANA E CARIBENHA



 Por Alexandre Haubrich
Aconteceu nesta semana, no Equador, o IV Encontro da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac). O objetivo do encontro, que reuniu representantes de 33 países, é fortalecer a unidade entre os países para melhorar a vida de seus cidadãos, conforme apontou em seu discurso de abertura o presidente equatoriano Rafael Correa, que presidia a Celac e passou a presidência de forma provisória ao presidente da República Dominicana, Danilo Medina, que irá sediar o próximo encontro.
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Durante os debates entre os representantes dos países da região, foram discutidas medidas para avançar sobre cinco pontos levantados em uma reunião anterior, realizada em novembro: a redução da pobreza e das desigualdades, o fortalecimento da Educação, da Ciência, da Tecnologia e da Informação, o consenso sobre políticas relacionadas ao meio ambiente e contra as mudanças climáticas, a gestão de financiamento para o desenvolvimento enfatizando a infraestrutura e a conectividade, e o desenvolvimento e potencialização do bloco regional.
Diversos representantes nacionais destacaram que o sistema econômico mundial conduzido pelos países centrais do capitalismo está causando problema aos mais pobres. Nesse sentido, foi lembrada a importância de que a Celac desenvolva mecanismos que protejam os países-membros da ingerência do grande capital internacional. Por outro lado, países cujos governos se alinham com o neoliberalismo, como a Colômbia e a Argentina, defenderam medidas de “austeridade”, enquanto outros governantes ressaltaram a importância de ampliar os investimentos sociais. Ao contrário do presidente argentino, Maurício Macre, o mandatário colombiano participou do encontro.
O IV Encontro da Celac definiu-se pela formação de uma missão ao Haiti para dar suporte ao país em sua atual crise política, assim como reiterou seu respaldo à Argentina na disputa pelas Ilhas Malvinas. Os 33 países membros também assinaram declaração que defende a necessidade de proteção aos migrantes na América Latina e no Caribe. Foi ainda referendado o compromisso em consolidar e implementar o Plano de Segurança Alimentar, Nutrição e Erradicação da Fome 2025, que se baseia em quatro eixos: coordenar estratégias, oferecer acesso aos cidadãos a alimentos nutritivos, oferecer bem-estar nutricional aos grupos vulneráveis, e garantir a estabilidade da produção em casos de desastres naturais que podem ocorrer.
Entre as definições da Celac, a Comunidade também decidiu mais uma vez manifestar-se pelo fim do bloqueio econômico dos Estados Unidos a Cuba e pela devolução ao povo cubano do território onde os EUA mantém a base militar de Guantánamo. O Encontro ainda saudou a reaproximação política entre Washington e Havana, mas destacou que as medidas defendidas são necessárias para que esse processo possa consolidar-se.
O primeiro vice-presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, representou o governo da ilha. Além de agradecer a nova manifestação de solidariedade da Celac ao povo cubano,  Díaz-Canel manifestou apoio ao governo venezuelano frente às ações desestabilizadoras movidas pela oposição e exigiu a derrubada da ordem executiva aprovada no último ano pelo presidente estadunidense Barack Obama que qualificou a Venezuela como “ameaça” e estabeleceu sanções ao país. “Cuba acredita na cooperação, na solidariedade e na necessidade de ação coletiva, e temos na Celac os mecanismos para alcançar esses objetivos”, destacou.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, agradeceu a solidariedade dos povos latino-americanos e caribenhos frente às dificuldades políticas e econômicas que seu país tem enfrentado. Ele ainda defendeu que os países que fazem parte da Celac devem fundamentar suas relações com base em princípios de ajuda mútua e complementaridade: “nossa grande força é a unidade na diversidade”, afirmou.
A presidenta Dilma Rousseff (PT) representou o Brasil no Encontro, e, em seu discurso, defendeu a cooperação como forma de enfrentar os desafios econômicos e propôs atuação conjunta entre os países-membros para o combate ao Zika Vírus na região.
Com informações de TeleSur, Prensa Latina, Blog do Planalto, Cubadebate e Granma.

Fonte: http://jornalismob.com/2016/01/29/para-melhorar-a-vida-dos-povos-celac-propoe-fortalecer-unidade-latino-americana-e-caribenha/

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