segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

CARNAVAL 2018



Sociedade

Carnaval 2018


"Não sou escravo de nenhum senhor": Tuiuti desfila contra retrocesso






Escola de samba faz críticas à Reforma Trabalhista e a perda de direitos sociais dos trabalhadores no governo Temer

Último carro da escola faz crítica ao presidente Michel Temer e à Reforma Trabalhista


Quarta escola a cruzar a Sapucaí no primeiro dia de desfile do grupo especial no Rio de Janeiro, a Paraíso do Tuiuti investiu em um tom político, carregado de críticas sociais. Com o enredo, “Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?”, dos compositores Claudio Russo, Moacyr Luz, Dona Zezé, Jurandir e Aníbal, a escola recontou a história da escravidão no Brasil, nos 130 anos da Lei Áurea, propondo uma reflexão sobre a exploração do trabalho humano.
Ao som do refrão “Meu Deus! Meu Deus!, se eu chorar não leve a mal, pela luz do candeeiro, liberte o cativeiro social”, a escola surpreendeu já na comissão de frente, chamada “O Grito da Liberdade”. Os passistas representaram escravos negros amordaçados, com grilhões nos pulsos e corpos ensanguentados de tanto apanhar do senhor do engenho, também negro.
Com 29 alas, a escola explorou o tema das mais diversas formas, representando o trabalho escravo rural, o tráfico de escravos, o trabalho informal e relembrando a publicação do primeiro jornal da imprensa negra no Brasil, “o Mulato”, em 1833.
Também não faltou um olhar contemporâneo ao tema, que buscou mostrar a perda de direitos sociais no atual cenário político. Na ala “Manifestoches”, a Tuiuti ironizou os manifestantes que pediram o impeachment da presidenta Dilma. Os passistas vieram à avenida segurando panelas e envoltos em patos que faziam menção à campanha da Fiesp “Não vou pagar o pato”. As mãos que pendiam sobre as cabeças de cada um, os colocavam como manipulados.
Na ala “Os Guerreiros da CLT”, a escola explorou a sobrecarga dos trabalhadores. Os passistas vieram segurando carteiras de trabalho e artefatos em vários de seus braços.
O último carro da escola representou um novo navio negreiro com a ala dominante se impondo sobre os trabalhadores. Destaque para a representação de um vampiro neoliberalista que trajava uma faixa presidencial, com clara alusão à figura de Michel Temer que, com o apoio do Congresso, colocou em prática a Reforma Trabalhista e perda de direitos dos trabalhadores.
Ala "Guerreiros da CLT" fez uma crítica à reforma trabalhista promovida no ano passado Imagem: Bruna Prado/UOL... - Veja mais em https://carnaval.uol.com.br/2018/noticias/redacao/2018/02/12/para-superar-acidente-de-2017-tuiuti-leva-paneleiros-e-temer-para-sapucai.htm?cmpid

Ponto alto da passagem da escola, o carro Neo-Tumbeiro foi bem recebido pela arquibancada e bastante comentado durante o desfile, a não ser pelos comentaristas da Globo que, entre risos incômodos, se limitaram a chamar o destaque de vampirão e ignorar a crítica feita ao governo Temer.
Sem problemas de ordem técnica, a escola encerrou “o melhor Carnaval de sua história”, como afirmou o presidente Renato Thor à reportagem do jornal O Globo. A escola falou em superação após o acidente com um carro alegórico durante o desfile de 2017, que causou a morte de uma componente.
O desfile foi bastante comentado e elogiado nas redes sociais. A escola chegou a ser trending topics no Twitter e não faltaram posts criticando o silêncio da Globo e comemorando o desfile “histórico”.
Além disso, com 80% dos votos em uma enquete no portal UOL, a escola de samba é apontada como a melhor escola de 2018.  Os posts sobre o desfile dominam as redes sociais desde a madrugada desta segunda-feira 12, quando os carros e os personagens entraram na avenida da Sapucaí.
Ainda no Rio, uma multidão tomou o aeroporto Santos Dumont gritando em peso "Fora, Temer", rejeitado por mais de 90% dos brasileiros. O grupo de foliões também não perdoou o prefeito da capital, Marcelo Crivella (PRB), que viajou para a Europa no Carnaval.
No Carnaval mais politizado da história, há ainda bloquinhos pedindo a volta de Lula, bonecos homenageando o ex-presidente e faixas contrárias à prisão. Em uma ponte próxima à Rocinha, por exemplo, uma faixa enorme traz os dizeres: "STF, se prender Lula o morro vai descer".  
Fontes: 
https://www.cartacapital.com.br/sociedade/nao-sou-escravo-de-nenhum-senhor-tuiuti-desfila-contra-retrocesso - por Ana Luiza Basilio — publicado 12/02/2018 11h55, última modificação 12/02/2018 13h04
https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/341769/Carnaval-do-Fora-Temer-bomba-no-mundo-inteiro.htm
https://www.facebook.com/MidiaNINJA/photos/pcb.1078054485686029/1078054442352700/?type=3&theater

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