quinta-feira, 20 de junho de 2019

MEIO AMBIENTE




Derreteu, num dia, 40% da área superficial da Gronelândia


Mundo





Em apenas um dia, 40 por cento da área superficial da Gronelândia derreteu, com uma perda recorde de 2 mil milhões de toneladas de gelo. Uma foto partilhada por um climatólogo tornou-se viral, ao expor o fenómeno abrupto de degelo.


A foto foi captada por Steffen Olsen, do Centro para o Oceano e o Gelo, do Instituto Meteorológico Dinamarquês, no dia 13 de junho.

O investigador deparou-se com uma imagem aterradora: grande parte do gelo tinha derretido e os cães de trenó estavam a caminhar sobre água. O manto de gelo tinha apenas 1,2 metros de espessura.
 
A imagem rapidamente se tornou viral. Ao partilhar a imagem no Twitter, Olsen alertou para a necessidade de uma "previsão mais apurada no Ártico" dado a existência destes "eventos extremos, neste caso a inundação pelo início abrupto do derretimento da superfície".
Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos Estados Unidos revelou que mais de 40 por cento da área superficial da Gronelândia derreteu na passada quinta-feira – aproximadamente 712 mil quilómetros da superfície – o que representa uma perda de 2 mil milhões de toneladas de gelo

O ocorrido é altamente invulgar para o mês de junho, dado que a maioria do degelo se dá normalmente em julho. Tal pode indicar que, este ano, a Gronelândia obtenha novos recordes de gelo derretido. 

Jason Box, um climatólogo no Serviço Geológico da Dinamarca e da Gronelândia previu que 2019 seria "o maior ano de degelo para a Gronelândia". E relembrou que, este ano, já se verificou um degelo anormal em abril, o que significa que a época de degelo "está a acontecer três semanas mais cedo do que a média, e mais cedo do que o recorde de degelo do ano de 2012". 
Sequência de grandes épocas de degelo

Na quarta-feira, a meteorologia previu temperaturas invulgarmente elevadas em algumas zonas da Gronelândia: 17,3 graus. Impulsionadas pelo ar mais quente que se deslocava do sul, o aumento foi sentido na Gronelândia e no resto do Ártico.

As temperaturas no mês de maio subiram aproximadamente sete grausrelativamente à média calculada de entre 1981 e 2010. Por sua vez, levaram a um recuo do gelo, com a segunda menor extensão de gelo dos últimos 40 anos.

Períodos de degelo significativo não são tão invulgares – ocorreram em 2007, 2010 e 2012. O sucedido "é comparável a alguns picos que vimos em junho de 2012", disse Thomas Mote, investigador na Universidade da Geórgia, à CNN. Em 2012, aproximadamente 97 por cento da camada de gelo derreteu, a primeira vez na História.

"Temos assistido a uma sequência de grandes épocas de degelo, a começar em 2007, que seria inédito anteriormente. Não vimos nada assim antes do final dos anos 1990", acrescentou.

Tal significa que as épocas de degelos estão a tornar-se cada vez mais comuns, podendo contribuir para a subida do nível das águas. "A Gronelândia tem contribuído de forma crescente para a subida do nível do mar a nível global nas últimas duas décadas", disse Mote.

A nível local, o degelo acarreta também consequências, uma vez que a população local depende do gelo para caçar, pescar e circular. 



terça-feira, 18 de junho de 2019

CONHECIMENTO INDÍGENA




Primeiro Centro de Medicina Indígena é inaugurado em Manaus




Oferecer os conhecimentos do Bahsese, palavra que, na língua tukano, significa “benzimento”, a indígenas e não-indígenas que enfrentem problemas de saúde na região de Manaus. Esse é o objetivo do Barserikowi’i, o primeiro Centro de Medicina Indígena da Amazônia, inaugurado na semana passada.

Idealizado por João Paulo Barreto, doutorando em Antropologia pela Universidade Federal do Amazonas e membro da etnia tukano, o centro será comandado inicialmente por Manoel Lima, da etnia tuyuka, e Ovídio Barreto, também da etnia Tukano. Os dois são Kumuã com décadas de experiência.
Os Kumuã são especialistas indígenas do Alto Rio Negro, que desde o nascimento recebem o poder de cura e de tratamento e passam por rigorosa formação da infância até a juventude. Segundo João Paulo, a ideia não é que os doentes abandonem os possíveis tratamentos alopatas da medicina ocidental, mas que tenham a possibilidade de alternativa.


Conforme ele falou à Agência Brasil, o tratamento é apoiado no Bahsese e nas plantas medicinais. “O modelo é acionado dentro de um elemento, que pode ser água, tabaco, cigarro ou urtiga, no qual o Kumu, ou benzedor, aciona os princípios curativos contidos nos vegetais. Quando ele faz isso, ele não está rezando, mas evocando esses princípios para curar doenças. Por isso, ele tem que dominar o conhecimento de animais e vegetais”, explicou.
Cada consulta no centro será feita mediante cobrança de R$10, e o valor do tratamento dependerá do diagnóstico. Eles podem levar dias, semanas ou até um ano. Além dos atendimentos médicos, o centro também será usado para a realização de cursos e oficinais, que vão da gastronomia à astrologia, além da venda de peças de artesanato de várias etnias.

Fonte: https://www.hypeness.com.br/2017/06/primeiro-centro-de-medicina-indigena-e-inaugurado-em-manaus/?utm_source=social&fbclid=IwAR1MMkbxPX6ee95E34stOY9HlmH0jJ4ap60ZZfM_qAQdVKD7it5NPKrRpU4


BRASIL E O MEIO AMBIENTE


Amazônia: garimpos jogam 'uma Brumadinho' a cada 20 meses no Tapajós

Foto: Carta Capital

Já faz alguns anos que a Amazônia passa por mais uma corrida do ouro, só que desta vez “moderna”, como dizem os locais pró-garimpo. Não pelas preocupações socioambientais crescentes, mas pelo uso de máquinas que substituem parte daquele formigueiro de gente que víamos no passado por um formigueiro mecanizado. São os chamados “PCs”, retroescavadeiras hidráulicas que avançam de forma insana e avassaladora abrindo crateras sobre a floresta.
O artigo é de Caetano Scannavino, Empreendedor social, morador da Amazônia e coordenador do Projeto Saúde e Alegria, publicado por CartaCapital, 05-06-2019.
No mais, os garimpos continuam como nos tempos do Velho Oeste, mercuriais e febris por ouro, com governos coniventes, leis próprias, sempre em nome do desenvolvimento como única alternativa para sobrevivência econômica, pouco importando se estão em áreas proibidas como terras indígenas (TIs) ou unidades de conservação (UCs).
Só no território Yanomami são mais de 10 mil garimpeiros cavando a floresta, assoreando rios, contaminando águas, corrompendo indígenas, chamando violência, prostituição, armas e drogas.
Já na bacia do Tapajós, vindos dos garimpos ilegais dentro das Flonas (Florestas Nacionais) e Terras Munduruku, são despejados por ano mais de 7 milhões de toneladas de sedimentos – o equivalente a um Brumadinho a cada 20 meses.
mercúrio é um desses rejeitos. Ele é metilado no fundo dos rios, quando então pode ser dissolvido nas células dos peixes que vão alimentar as pessoas. Segundo o Dr. Erik Jennings, médico neurologista que atua no Tapajós, existem vários estudos que apontam níveis mercuriais bastante altos nos índios Munduruku (medidos através do cabelo).
“Disso não temos mais dúvidas. O que falta agora são os estudos clínicos, examinando bem a parte neurológica das pessoas, para se ver a consequência que eles já estão tendo. A intoxicação mercurial atinge o sistema nervoso deixando as pessoas sem concentração, reduz a memória, a coordenação, causa déficit de inteligência e tremores incontroláveis. E as crianças geradas por mães contaminadas também terão consequências devastadoras em seus cérebros. Então, temos um grave problema social aí. Sem plena capacidade cognitiva, o mercúrio tira das pessoas a capacidade de competir e sobreviver numa sociedade de forma justa.”
Se já estava ruim nos governos anteriores, tende a piorar ainda mais com um presidente que quer liberar o garimpo em terras indígenas. A tática é deixar os índios à mercê dos garimpeiros ilegais, sem as devidas medidas protetivas ao mesmo tempo que fecham as torneiras dos serviços assistenciais, colapsando a atenção básica, a segurança alimentar… Sem opções, alguns indígenas acabam induzidos a buscar apoio junto aos próprios garimpeiros, estabelecendo acordos e/ou se envolvendo diretamente nas atividades extrativas. Com isso, pressionam para dividi-los, abrindo as portas para a entrada de novos invasores. É perverso.
Até agora, pouco se ouviu sobre políticas que diversifiquem as cadeias produtivas, reduzam a dependência do ouro e incentivem a transição para economia da floresta em pé. Ao invés de premiar a garimpagem legal coibindo as ilegalidades para que as boas práticas predominem, o governo quer acabar com elas legalizando-as. O discurso presidencial é pelo alívio da fiscalização e multas por crimes ambientais – isso no país onde já reina a impunidade com menos de 5% delas quitadas.
E assim será enquanto continuarmos com a visão estreita de progresso e desenvolvimento, literalmente entregando o ouro, se contentando com pouco quando se poderia ganhar muito mais, em todos os sentidos.
cultura econômica que se criou é de país vira-lata, com alguns poucos se apropriando da riqueza que é de todos, cometendo crimes ambientais em cascata, lucrando sem pagar impostos, inclusive quebrando quem quer fazer a coisa certa, sufocados pela concorrência desleal. E ainda deixam a conta do estrago para o Estado, ou seja, para você pagar.

O panorama da contaminação por mercúrio no Tapajós (Fonte: CartaCapital)
Toda essa ilegalidade acontece a vista de todos, Ibama, ICMBio, Funai, PF… E até de quem aqui me lê, se assim desejar, bastando uma visita ao Google Maps.
ouro continua falando mais alto do que a fiscalização e a punição. Anos e anos de exploração tornaram os municípios dourados reféns de uma economia movida por práticas predatórias e pela “livre negociação armada”, onde o garimpo elege e governa, em todas as esferas.
Projetos de mineração estão sendo liberados dentro de UCs pela ANM (Agência Nacional de Mineração) em conluio com as Secretarias Municipais de Meio Ambiente. Além de proibidos, não contam com estudos sérios de impacto e os devidos processos de licenciamento ambiental. Só nas Flonas de Itaituba 1 e 2, região do Tapajós que se sobrepõe às terras Munduruku, há 11 lavras já para exploração (mais 166 requerimentos) e 20 autorizações para pesquisa (mais 30 pedidos) – apenas em 2015, para Itaituba 2, a ANM concedeu 6 autorizações para garimpos de diamante e ouro.
“Para cada quilo legal, 10 saem ilegais”, disse Eugenio Viana, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia de Itaituba/PA, em reportagem para a Agência Pública.
Questionar isso não é ser contra o desenvolvimento, mas contra esse modelo que compromete tudo e todos para favorecer só alguns. Se fosse bom, depois de tanto ouro extraído, municípios áureos como Itaituba ou Jacareacanga já deveriam ter asfalto 100%, rede de esgotos, água tratada, energia estável, internet banda larga, escolas e hospitais de primeira.
Só que não, por exemplo, dentre os nossos 5,5 mil municípios, Itaituba está no andar de baixo, ocupando o 4377º lugar no ranking IFDM, enquanto Jacareacanga é o 7º pior e menos desenvolvido do país (IFDM – Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal).
Isso não é legal…


sábado, 1 de junho de 2019

MEIO AMBIENTE



Adubo humano para plantas é autorizado pela primeira vez nos EUA

Washington se torna o primeiro Estado que aprova a transformação de cadáveres em fertilizantes. A lei entrará em vigor em 2020


Katrina Spade, CEO da Recompose, empresa que pretende usar a compostagem como alternativa em vez de enterrar ou incinerar restos humanos. AP
Existe um método mais natural e ambientalmente respeitoso do que transformar cadáveres humanos em compostagem, em terra fértil, e fechar assim o ciclo da vida? O Estado de Washington, o primeiro a aprovar uma lei que regulamente esta prática, não tem nenhuma dúvida. Seu governador, Jay Inslee, assinou nesta terça-feira a nova norma que entrará em vigor em 1º de maio de 2020. Empresas autorizadas poderão se encarregar dessa "redução orgânica natural" que transforma um corpo, misturando-o a outros produtos, como aparas de madeira e palha, em dois carrinhos de mão de terra fértil em poucas semanas.
A ideia desta forma de decompor cadáveres como alternativa à cremação e aos enterros convencionais surgiu de Katrina Spade, que desenvolveu o método durante sua época de estudante, inspirando-se nas técnicas usadas pelos agricultores com seus rebanhos de gado. No site da empresa Recompose, que Spade fundou e gerencia, explica-se como serão introduzidos, sem embalsamar, em recipientes hexagonais reutilizáveis que, segundo uma imagem, se assemelham a um grande favo de mel. "Quando o processo estiver concluído, as famílias podem levar para casa parte da terra produzida e os jardins lembrarão que a vida está interconectada", explicam. Tudo isso com o maior respeito, porque estão conscientes de que para muitas pessoas "a morte é um evento espiritual transcendental".
A conversão de seres humanos em terras férteis minimiza o desperdício, evita a poluição das águas subterrâneas com fluidos, chorume e emissões de dióxido de carbono — o principal gás do efeito estufa — e de partículas, além de ocupar menos espaço. Considerando que 2,7 milhões de pessoas morrem nos Estados Unidos todos os anos, e a maioria acaba enterrada com um caixão ou queimada, o sistema, que ainda está dando seus primeiros passos, permitiria evitar mais de meio milhão de toneladas métricas de CO2 em 10 anos, de acordo com os cálculos de Spade, o que equivale à energia requerida por 54.000 domicílios em um ano.
O patrocinador da medida, o senador democrata Jamie Pedersen, disse à agência de notícias Efe que o método "faz sentido", especialmente nas áreas urbanas mais povoadas. E em um Estado como o seu, onde a cremação é a maneira preferida de dizer adeus aos mortos, o novo método reduzirá 1,4 tonelada métrica de carbono por pessoa. Além da compostagem humana, foi legalizada a hidrólise alcalina que dissolve os tecidos corporais com uma mistura de hidróxido de potássio e água, a altas temperaturas. Cerca de duas horas depois, só restam os ossos.
O debate está aberto em outras partes do mundo. Na Holanda, Mónica den Boer, deputada liberal, levou a discussão ao Parlamento no ano passado. Den Boer propôs a adoção da compostagem, da hidrólise e da criomação, método em que o corpo é congelado e imerso em nitrogênio líquido, e depois descongelado de forma que se cristaliza e permite sua pulverização.
Na Espanha são usados, por ora, os métodos tradicionais, com a incineração ganhando adeptos: em 2017, foi a opção escolhida em 38% das mortes e a estimativa é que chegará a 60% em 2025. Ainda assim, existem iniciativas para reduzir o impacto da morte no meio ambiente. Na Funermostra, a feira do setor que está sendo realizada em Valência, são oferecidas urnas de sal, "que se decompõem em cinco minutos ao cair ao mar", explicam na empresa Limbo. Ou uma de caroço de azeitona que pode servir de alimento para a árvore plantada onde se enterrar a urna. A Vendimar, mostra uma mortalha feita com amido de milho ou batata, sem derivados de petróleo. Os ecoféretros de madeira ecologicamente certificada, com estofamento de algodão e travesseiros de palha, menos poluentes se incinerados, são cada vez mais pedidos em um mundo em emergência climática.

Acesso em 05/2019

COMPORTAMENTO



Uma casa muito organizada e limpa é sinal de infelicidade! Afirma estudo psicológico!