Compartilhando saberes
Agricultor rondonense vai expor sua experiência com
agroecologia em Havana
A família Hedel: Janete, Jonas, Luis e Vanda, no jardim da propriedade. Vinte anos de descobertas e de harmonia com a natureza. |
Adepta da produção agroecológica desde 1997, a família
Hedel, que já recebeu a visita de renomados defensores da agroecologia, como a
agrônoma Ana Maria Primavesi e Luis Carlos Pinheiro Machado (pai e filho), vai
compartilhar sua experiência de produção agroecológica, vivida na Linha
Periquito, interior de Marechal Cândido Rondon, com pesquisadores,
profissionais, professores e acadêmicos europeus e americanos em 2015.
O agricultor Luis Hedel e sua caminhada rumo ao objetivo
de uma propriedade sustentável, uma produção limpa, sem agrotóxicos e nenhuma
agressão, só acréscimo ao solo degradado por mais de um quarto de século pela
monocultura, é o tema do trabalho aceito para ser apresentado no XV Encontro de
Geógrafos da América Latina, em abril próximo, na Universidade de Havana,
capital de Cuba.
Inscrito na temática Espaços Rurais, Agricultura e
Soberania Alimentar, o trabalho, denominado Valorizando a Vida: a propriedade
dos Hedel em Marechal Cândido Rondon – Um estudo de caso, tem como autores,
além do próprio agricultor, que deverá explanar sua experiência, o professor Wilson
João Zonin, doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural, coordenador do
curso de Agronomia da Unioeste, campus de Marechal Cândido Rondon; a
zootecnista e mestre em Agrossistemas, Elisa Koefender; o arquiteto e urbanista
Cesar Roberto Scheffler e a jornalista e acadêmica de Geografia, Ana Maria de
Carvalho.
A conversão das propriedades rurais do sistema
convencional para o modelo agroecológico, sustentável, de respeito ao solo e
aos demais seres vivos que habitam o mesmo espaço, tem sido objeto de estudos e
reflexões por parte de pesquisadores e profissionais de todo o mundo, ligados
às ciências agrárias e sociais. Ao reproduzir sua história num evento acadêmico
internacional, Hedel vai expor a luta da agricultura familiar brasileira diante
de uma realidade de dependência das grandes indústrias químicas, assim como de
máquinas e implementos nem sempre adequados à pequena propriedade, cujas
características principais são a área reduzida, produção semi artesanal e mão
de obra familiar.
Em
termos teóricos, o trabalho aprovado traçará um histórico que tem início em
1954, quando Günter Valter Hedel, aos 16 anos, adquiriu uma colônia de terras
na localidade. Passa pelo período de mecanização e monocultura e evidencia o
ponto de ruptura, em 1996, e seus estágios subsequentes de conversão/transição
para o modelo agroecológico. Segundo os pesquisadores, avaliará também as
condições em que o processo ocorreu, suas circunstâncias favoráveis e
desfavoráveis, e seus parceiros, como os orgãos de fomento à agroecologia que
atuam na região e diversos incentivadores.
Jonas Samuel e os morangos orgânicos |
Sistema de tratamento de efluentes domésticos, implantado recentemente na propriedade: consciência ambiental |
Sementes de milho branco |
Guardião de sementes crioulas: sobrevivência |
Livros, impressos e sementes: patrimônio |
Sementes de feijão |
Fotos: Ana Maria de Carvalho e Cesar Roberto Scheffler
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