quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

AGROECOLOGIA





Compartilhando saberes


Agricultor rondonense vai expor sua experiência com agroecologia em Havana

A família Hedel: Janete, Jonas, Luis e Vanda, no jardim da propriedade. Vinte anos de descobertas e de harmonia com a natureza.


Adepta da produção agroecológica desde 1997, a família Hedel, que já recebeu a visita de renomados defensores da agroecologia, como a agrônoma Ana Maria Primavesi e Luis Carlos Pinheiro Machado (pai e filho), vai compartilhar sua experiência de produção agroecológica, vivida na Linha Periquito, interior de Marechal Cândido Rondon, com pesquisadores, profissionais, professores e acadêmicos europeus e americanos em 2015.
O agricultor Luis Hedel e sua caminhada rumo ao objetivo de uma propriedade sustentável, uma produção limpa, sem agrotóxicos e nenhuma agressão, só acréscimo ao solo degradado por mais de um quarto de século pela monocultura, é o tema do trabalho aceito para ser apresentado no XV Encontro de Geógrafos da América Latina, em abril próximo, na Universidade de Havana, capital de Cuba. 

Inscrito na temática Espaços Rurais, Agricultura e Soberania Alimentar, o trabalho, denominado Valorizando a Vida: a propriedade dos Hedel em Marechal Cândido Rondon – Um estudo de caso, tem como autores, além do próprio agricultor, que deverá explanar sua experiência, o professor Wilson João Zonin, doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural, coordenador do curso de Agronomia da Unioeste, campus de Marechal Cândido Rondon; a zootecnista e mestre em Agrossistemas, Elisa Koefender; o arquiteto e urbanista Cesar Roberto Scheffler e a jornalista e acadêmica de Geografia, Ana Maria de Carvalho. 

A conversão das propriedades rurais do sistema convencional para o modelo agroecológico, sustentável, de respeito ao solo e aos demais seres vivos que habitam o mesmo espaço, tem sido objeto de estudos e reflexões por parte de pesquisadores e profissionais de todo o mundo, ligados às ciências agrárias e sociais. Ao reproduzir sua história num evento acadêmico internacional, Hedel vai expor a luta da agricultura familiar brasileira diante de uma realidade de dependência das grandes indústrias químicas, assim como de máquinas e implementos nem sempre adequados à pequena propriedade, cujas características principais são a área reduzida, produção semi artesanal e mão de obra familiar. 

Em termos teóricos, o trabalho aprovado traçará um histórico que tem início em 1954, quando Günter Valter Hedel, aos 16 anos, adquiriu uma colônia de terras na localidade. Passa pelo período de mecanização e monocultura e evidencia o ponto de ruptura, em 1996, e seus estágios subsequentes de conversão/transição para o modelo agroecológico. Segundo os pesquisadores, avaliará também as condições em que o processo ocorreu, suas circunstâncias favoráveis e desfavoráveis, e seus parceiros, como os orgãos de fomento à agroecologia que atuam na região e diversos incentivadores.


Jonas Samuel e os morangos orgânicos


Sistema de tratamento de efluentes domésticos, implantado recentemente na propriedade: consciência ambiental


Sementes de milho branco


Guardião de sementes crioulas: sobrevivência

Livros, impressos e sementes: patrimônio


Sementes de feijão



Fotos: Ana Maria de Carvalho e Cesar Roberto Scheffler

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