segunda-feira, 15 de agosto de 2016

FIDEL CASTRO




FIDEL CASTRO, 90 ANOS: UM GUERRILHEIRO DO TEMPO, UM ETERNO CAMINHANTE


Ricardo Haesbaert*
 Para discorrer sobre a vida de Fidel Castro, é necessário dizer que o mesmo é fruto do legado de muitos revolucionários que o precederam. Assim, temos Simon Bolívar (1783-1830), venezuelano, o primeiro a apoiar e a lutar, na prática, pela descolonização das Américas; Carlos Manuel de Céspedes (1819-1874) e Antonio Maceo (1845-1896), líderes do Exército Libertador Cubano; José Martí (1853-1895), Apóstolo da revolução, que criou o Partido Revolucionário Cubano e lutou pela 2ª Independência para sair das amarras do Império Espanhol, morto em combate aos 42 anos; Júlio Antonio Mella (1903-1929), um dos fundadores da Federação Estudantil Universitária de Cuba e da Universidade Popular José Martí, assassinado no México aos 26 anos de idade. Apesar de ter nascido em família abastada, Fidel carrega a indignação dos cubanos que lutaram contra a sanguinolenta dominação e exploração espanhola e, logo após, estadunidense.
Advogado, aos 26 anos participa do assalto ao quartel de Moncada, em Santiago de Cuba, em 1953, onde, frustrada a operação, é preso junto com seu irmão Raul e demais companheiros do Movimento que, mais tarde, vem a ser denominado 26 de Julho. Em seu julgamento, passando de acusado para acusador, profere a célebre frase “Me condenem, não importa, a História me absolverá”. Nesse discurso, Fidel explica detalhadamente o projeto político, econômico e social do processo que encabeçaria anos depois. E isso confirmou-se, pois tornou-se um dos líderes revolucionários mais importantes da história.
Exila-se no México, conhece Ernesto Che Guevara, e retorna a Cuba com mais 81 revolucionários, com o barco Granma, desembarcando no dia 2 de dezembro de 1955. Após ataques do exército do ditador Fulgêncio Batista, no ano de 1957, sobrevivem apenas 12 homens. Por meio da guerra de guerrilhas nas montanhas de Sierra Maestra, preparam a revolução, que sairia vitoriosa 25 meses depois.
Comandou a derrota dos mercenários do imperialismo, financiados pelo governo estadunidense, na famosa batalha de Playa Girón, em abril de 1961. Foi considerado por Nelson Mandela um dos responsáveis pela derrota do apartheid sul-africano.
No ano de 2006, acometido de uma doença, afasta-se do poder, mas, através das suas reflexões, não deixa de iluminar os processos de libertação e emancipação dos que foi tomada a região. Fidel e o heroico povo cubano resistiram aos ataques de 15 administrações do império estadunidense, mesmo com o bloqueio político e econômico imperando até os dias de hoje.
A revolução cubana permitiu, por meio do comando de Fidel Castro, conhecer o conceito de solidariedade internacional e o que é constituir uma nação soberana e independente, respeitada no cenário internacional, mediadora de conflitos (exemplo recente, o da Colômbia com as Farc), com inegáveis conquistas sociais nos campos da educação, saúde, esporte e solidariedade internacional. A revolução cubana ficará para a História como o acontecimento mais relevante da história da América Latina do século XX, e Fidel ficará como símbolo da dignidade nacional, sempre estando ao lado dos oprimidos e dando apoio a todos os povos que lutaram por sua emancipação.
*Vice-presidente da Associação Cultural José Martí – RS.

Fonte: http://jornalismob.com/2016/08/13/fidel-castro-90-anos-um-guerrilheiro-do-tempo-um-eterno-caminhante/

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