sábado, 19 de agosto de 2017

DESENVOLVIMENTO HUMANO E EDUCAÇÃO*


Como a escola acaba com a criatividade

e com o raciocínio próprio




"A conformidade e a submissão podem ter sido os objetivos sociais e econômicos dos arquitetos do modelo escolar compulsório criado no século XIX, feito para funcionar de cima para baixo."




Em 2006, o educador e autor de livros Ken Robinson proferiu uma palestra para a TED intitulada "Será que as escolas matam a criatividade?". Com mais de 45 milhões de visualizações, esta continua sendo a palestra mais visualizada da história da TED.

A premissa de Robinson é simples: nosso atual sistema educacional acaba com a criatividade e a curiosidade naturais dos jovens ao forçá-los a se configurar dentro de um molde acadêmico unidimensional. Esse molde pode funcionar bem para alguns — principalmente, como diz ele, para aqueles que querem se tornar professores universitários.

Porém, para a maioria de nós, nossas paixões e habilidades inatas são, na melhor das hipóteses, ignoradas. Na pior, são prontamente destruídas pelo sistema educacional moderno.

Em sua palestra na TED, Robinson conclui:

Creio que nossa única esperança para o futuro é a adoção de uma nova concepção de ecologia humana, uma em que começamos a reconstituir nossa concepção da riqueza da capacidade humana. Nosso sistema educacional explorou nossas mentes como exploramos a terra: em busca de um recurso específico. E, para o futuro, isso não serve. Temos de repensar os princípios fundamentais em que baseamos a educação de nossas crianças.

Educação pela força

Robinson estava apenas ecoando as preocupações de vários educadores que acreditam que o atual modelo de escola compulsória solapa a vibrante criatividade das crianças e as obriga a suprimir seus instintos auto-educativos.

Em seu livro Livre para Aprender, o doutor Peter Gray, professor de psicologia do Boston College, mostra que todas as crianças adoram aprender e avidamente exploram o mundo ao seu redor com grande entusiasmo e dedicação. Mas tudo isso acaba quando entram na escola.

Em suas pesquisas sobre crianças que não entraram no sistema de educação em massa e foram para formas alternativas de educação, o doutor Gray descobriu que a curiosidade humana e o comprometimento para com o aprendizado se manteve até muito além do início da infância.

Em seu artigo "A escola é uma prisão e está destruindo nossas crianças", ele diz:

Esta incrível vontade de aprender e esta enorme capacidade de aprendizado não são desligadas quando a criança faz 5 ou 6 anos de idade. Nós é que as desligamos por meio de nosso coercitivo sistema de educação compulsória. A maior e mais duradoura lição trazida pelo nosso sistema escolar é que aprender é algo maçante, que deve ser evitado ao máximo possível.

Mas esta observação do doutor Gray não é nenhuma novidade. Décadas atrás, o conhecido educador e defensor do ensino doméstico (homeschooling) John Holt escreveu em seu livro — hoje best-seller
Como as Crianças Aprendem:

Queremos acreditar que estamos enviando nossas crianças para a escola para que elas aprendam a pensar. Mas o que realmente estamos fazendo é ensinando-as a pensar de maneira errada. Pior: estamos ensinando-as a abandonar uma maneira natural e poderosa de pensar e a adotar um método que não funciona para elas e o qual nós mesmos raramente usamos.

Ainda pior do que tudo isso: nós tentamos convencê-las de que, ao menos dentro da escola, ou mesmo em qualquer situação em que palavras, símbolos ou pensamento abstrato estejam envolvidos, elas simplesmente não podem pensar. Devem apenas repetir.

Por meio deste processo de educação compulsória e massificada, a curiosidade infantil e o impulso natural pelo aprendizado são continuamente substituídos por um sistema de controle social que ensina às crianças que seus interesses e observações não mais importam.

Ainda segundo o doutor Gray:

Em nome da educação, estamos cada vez mais roubando das crianças o tempo e a liberdade de que necessitam para se educarem por conta própria por meio de seus próprios métodos. Criamos um arranjo educacional no qual as crianças devem suprimir seus instintos naturais — os quais as estimulam a estar no controle do próprio aprendizado — para, em vez disso, simplesmente seguirem automaticamente métodos e caminhos criados para elas por adultos, e os quais não levam a lugar nenhum.

Criamos um sistema educacional que está literalmente enlouquecendo jovens e tornando-os incapazes de desenvolver a autoconfiança e as habilidades necessárias para as responsabilidades da vida adulta.

Sobre isso, pesquisas convincentes mostram que, quando se permite que as crianças aprendam naturalmente, sem instruções coercitivas vindas de cima para baixo, o aprendizado é mais profundo e muito mais criativo do que quando as crianças são passivamente ensinadas. A professora Alison Gopnik, da Universidade de Berkeley, Califórnia, descobriu em seus estudos com crianças de quatro anos de idade, bem como em estudos similares feitos pelo MIT, que o aprendizado direcionado a si próprio — em oposição à instrução coerciva — elevam a criatividade, a capacidade de pensar e a própria qualidade do aprendizado.

As pesquisas de Gopnik envolveram crianças novas aprendendo a como manipular um brinquedo específico, o qual emitiria determinados sons ou exibiria determinadas figuras em uma certa sequência.

Ela descobriu que, quando as crianças eram diretamente ensinadas a como usar o brinquedo, elas conseguiam replicar os resultados e rapidamente chegavam à "resposta certa" por conta própria ao apenas imitar o que a professora demonstrava. Porém, quando, em vez disso, as crianças tinham a liberdade de aprender sem qualquer instrução direta — brincar livremente com o brinquedo, explorar livremente suas características, e descobrir seus recursos por conta própria —, elas conseguiam chegar à "resposta certa" mais rapidamente (em menos etapas) do que as crianças ensinadas.

Estas crianças que fizeram o "aprendizado direcionado a si próprio" também descobriram outras partes e características do brinquedo que podiam fazer coisas interessantes — as quais as crianças ensinadas não descobriram.

Gopnik resumiu essa pesquisa em um artigo para a revista Slate dizendo:

A instrução direta talvez possa ajudar as crianças a aprender fatos e habilidades específicas. Mas e quanto à curiosidade e à criatividade — capacidades estas que, no longo prazo, são ainda mais importantes para o aprendizado?

Ao passo que aprender com um professor pode ajudar as crianças a obter uma resposta específica mais rapidamente, tal método também faz com que elas sejam menos propensas a descobrir informações novas sobre um problema e a criar novas e inesperadas soluções.

Aprendendo, e não doutrinando

A conformidade e a submissão podem ter sido os objetivos sociais e econômicos dos arquitetos do modelo escolar compulsório criado no século XIX, feito para funcionar de cima para baixo. Mas a economia do século XXI exige criatividade e adaptação. Hoje, acima de tudo, é necessário um modelo voltado para o aprendizado, que privilegie a capacidade de raciocínio próprio e a criatividade, e não um modelo de ensino compulsório voltado para escola.

Como disse o antigo CEO da Google, Eric Schmidt, "a cada dois dias criamos o mesmo volume de informações que foi criado desde o surgimento da humanidade até 2003".

É impossível acreditar que um modelo arcaico de ensino forçado pode se adaptar às exigências de uma nova economia saturada de informações e cada vez mais voltada para a tecnologia, a qual requer agilidade, inventividade, colaboração e um contínuo compartilhamento de conhecimento. Um modelo educacional verdadeiramente transformador para o século XXI é aquele que cultiva e estimula, e não esmaga e abole, a criatividade humana.

Fonte: http://www.mises.org.br

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* Título editado

Veja mais em: https://www.ted.com/talks/ken_robinson_says_schools_kill_creativity/transcript?language=pt-br

Fontes: http://www.aguasdepontal.com/2017/08/como-escola-acaba-com-criatividade-e.html?spref=fb
https://www.ted.com/talks/ken_robinson_says_schools_kill_creativity/transcript?language=pt-br


quinta-feira, 10 de agosto de 2017

MEDICINA SOCIAL*



Estudantes de Medicina da UNILA realizam atendimento ginecológico em detentas do Centro de Reintegração Social de Foz


O objetivo da atividade é atender todas as detentas
Um dos principais objetivos do curso de Medicina da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) é utilizar metodologias e estratégias educacionais que promovam os estudantes como sujeitos ativos de suas aprendizagens. Exemplo disso é a atividade que acontece nesta semana, quando um grupo de estudantes realiza atendimento ginecológico em detentas do Centro de Reintegração Social Feminino de Foz do Iguaçu (Cresf). A ação faz parte da disciplina de Ginecologia, ministrada pela professora Wilma Campos Arze.

Durante os dois dias de atividade, serão realizadas consultas ginecológicas, além de exames preventivos de câncer de colo de útero, testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites e encaminhamentos para mamografias, caso seja necessário.“Fizemos contato com a administração da cadeia pública e com a Secretaria Municipal de Saúde para que fosse viabilizado o desenvolvimento desse trabalho, que contará com a participação de cerca de 40 alunos atuando em forma de revezamento. Nosso objetivo é atender todas as 160 detentas”, explica a professora Wilma. “Colocar os estudantes em contato com os diferentes cenários é muito importante para que percebam a realidade dos mais diversos tipos de atendimentos, e não só os que acontecem dentro do consultório”, completa a docente.

De acordo com o coordenador do curso de Medicina da UNILA, professor Luis Fernando Zarpelon, a ideia é realizar atividades como esta de forma rotineira. “A população carcerária tem muita demanda e pouca estrutura assistencial pensada especificamente para ela. Trazer os alunos para realizar atendimento neste espaço, reconhecendo os pacientes como seres humanos, independente de sua condição, é uma tarefa importante”. Zarpelon salienta ainda que o curso de Medicina realiza ações em praticamente todas as unidades de saúde da cidade, desenvolve projetos em parceria com associações de moradores, entre outras atividades.

“É uma parceria muito importante principalmente porque o trabalho é focado na prevenção, e o que a gente mais precisa é saúde preventiva. Além disso, a realização do atendimento no local evita uma das principais dificuldades desse trabalho, que é o transporte das detentas para outra unidade. Projetos em conjunto entre UNILA e Prefeitura são fundamentais porque ampliam trabalhos que hoje ainda são limitados”, afirma a secretária de Saúde de Foz do Iguaçu, Inês Weizmann dos Santos.

Além da importância da atividade prática para sua formação, o estudante brasileiro Diego Campaneruti destaca o impacto social da ação realizada no Centro de Reintegração. “É uma população negligenciada que não tem acesso à saúde preventiva e que, muitas vezes, só descobre algum problema quando a situação já é muita aguda, resultando em casos de urgência ou emergência. Por isso é tão importante esse trabalho preventivo e de diagnóstico”. A acadêmica paraguaia Liz Galeano reforça que esse tipo de atividade prática é imprescindível para a atual fase do curso, conhecida como pré-internato. “Estamos tendo um contato direto com pacientes e não apenas com o objetivo de tratar doenças, mas visando à prevenção e à promoção em saúde”.

Alexandre Rodrigues, vice-diretor do Cresf, explica que esse trabalho realizado pelo curso de Medicina da UNILA supre uma carência da unidade. “Essas parcerias são de extrema importância porque atendem a algo que não temos hoje, que são profissionais voltados para a área de saúde dentro do Centro de Reintegração”.

Título e texto editado

Fonte: Assessoria de Imprensa UNILA

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

LEI DETURPADA




DRAMA DE CLASSE

Uso distorcido da lei separa mães pobres e usuárias de crack dos filhos


Segundo defensor público de São Paulo, ao invés de proteger, ECA tem sido aplicado para retirar a guarda de bebês de mulheres em situação de vulnerabilidade 


por Luciano Velleda para a RBA publicado 05/08/2017 16h12
São Paulo – A interpretação equivocada do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) tem sido responsável pelo alto índice de bebês afastados das mães e colocados para adoção ou com a guarda entregue para algum parente. É o que afirma Peter Gabriel Molinari, defensor público do Núcleo da Infância de São Paulo. De acordo com o ECA, a maternidade deve avisar a vara da infância quando houver a suspeita ou confirmação de maus tratos. Na prática, entretanto, a lei tem sido deturpada e usada em situações nas quais a equipe da maternidade acredita que é preciso uma intervenção para proteger a criança, principalmente nos casos em que a mãe é usuária de droga e em situação de rua.
“Existe isso definitivamente. Grande parte das varas da infância de São Paulo têm muitos casos enviados diretamente das maternidades, é uma prática recorrente”, confirma Peter Gabriel. “Maus tratos são situações de violência física ou psicológica e não qualquer situação em que a equipe da maternidade entenda que uma criança está em situação de risco. Essa é a grande questão da qual nasce essa prática. É uma interpretação cada vez mais larga a partir desse dispositivo do ECA e que passou a gerar o entendimento de que toda situação em que a equipe entenda que é preciso uma intervenção para suposta proteção da criança, eles acabam enviando para a vara da infância”, afirma o defensor público, para quem essa é uma prática sistematizada, que pode ser “institucional” mesmo não existindo uma norma definindo-a como tal.
Segundo a juíza Cristina Ribeiro Leite, responsável pela Vara da Infância e Juventude que atua no centro da capital paulista, 90% dos bebês colocados para adoção na região central de São Paulo são filhos de mães dependentes de crack e em situação de rua.
Peter Gabriel destaca que o uso de drogas é um fenômeno complexo, com diversos padrões de uso, desde eventual e recreativo até casos graves, com forte dependência. “O que não é certo é afirmar que todo uso de drogas pode gerar uma inaptidão à maternidade”, afirma, lembrando que essa opinião é corroborada pelo Conselho Estadual de Psicologia. “Essa interpretação errada pode levar a violação da criança em conviver com sua família de origem. Dizer que uma mulher que vive em situação de rua ou faz uso de drogas não tem condições de assumir os cuidados da criança, é retirar a sua autonomia e negar direitos sexuais e reprodutivos.”
A situação é tão grave e corriqueira que, em 2015, o Ministério da Saúde editou uma norma técnica orientando maternidades a parar com a prática. O objetivo foi reforçar a necessidade de acionar a rede de proteção, fortalecer a convivência da criança com a mãe e não praticar a conduta de afastamento compulsório.
De acordo com o defensor público do Núcleo da Infância, o ECA prevê a aplicação de medidas nos casos em que se verifica que a criança está sob ameaça ou situação de violação de direitos. O problema, explica, é considerar o que é essa violação. Para ele, o uso de drogas é transversal a diversos outros direitos, como a questão da moradia, por exemplo, cuja falta pode levar à situação de rua. Peter Gabriel salienta que o ECA não determina o alerta à vara da infância em qualquer situação de risco, pelo contrário, a lei orienta que os casos sejam tratados no âmbito do Sistema de Garantia de Direitos. Entre as medidas que podem ser adotadas pelo conselheiro tutelar estão encaminhamentos para tratamento de saúde, programas de transferência de renda e de moradia.
“Se existe uma situação de risco, não é a vara da infância que deve prioritariamente ser comunicada, mas sim o conselho tutelar e o sistema de garantia de direitos, a rede de proteção. É lógico que a maternidade não vai fechar os olhos quando uma situação de vulnerabilidade se apresenta, mas ela pode se articular para fortalecer aquela família e evitar que haja o rompimento, que deve ser sempre a última medida”, argumenta.

O olhar da Justiça

Segundo Peter Gabriel, “praticamente 100% das crianças” que estão nos centros de acolhidas da Prefeitura de São Paulo, afastadas da mãe, vêm de famílias pobres. “Isso significa que uma família rica não faz uso de drogas?” Para ele, o dado estatístico evidencia que o contexto socioeconômico “passa despercebido” ou é colocado numa “outra roupagem” que autoriza o afastamento da criança da família.
Na opinião do defensor público, um agravante da situação é o fato de o Código Civil permitir o rompimento dos laços entre mãe e criança quando houver “a prática de atos contrários à moral e aos bons costumes”. A legislação, segundo ele, dá margem a interpretações diversas, discriminatórias e subjetivas.
“Algumas dessas decisões esbarram nisso. Você afasta uma criança dizendo que a mãe não tem condições de cuidar porque usa drogas, mas muitas vezes não se repara que essa mãe é privada de condições básicas para prover o cuidado”, afirma Peter Gabriel. Para ele, mesmo quando uma mãe nessa situação é atendida na rede pública de saúde e de assistência social, os encaminhamentos exigem que ela se torne um tipo de família esperada pela sociedade.
“Isso leva à culpabilização excessiva da pessoa, como se dependesse apenas dela sair de uma situação de pobreza e miséria que causa a negligência. São esses pontos que muitas vezes, pela própria sistemática do poder Judiciário, acabam não sendo bem trabalhados. Se coloca um peso grande para que a família ou a mãe se torne abstinente num determinado prazo, sem que se proporcione um efetivo acesso dessa mãe a políticas públicas”, observa. É preciso, avalia Gabriel, encarar a questão das drogas longe de um tabu culturalmente constituído na sociedade. Diversos estudos identificam que mesmo uma mulher que ainda faça uso de drogas, tem capacidade para cuidar do seu filho, muitas vezes ela só precisa de apoio.

Reforço positivo

Citando o neurocientista americano Carl Hart, referência internacional no tema das drogas, o defensor público destaca os estudos realizados por esse professor de Psicologia e Psiquiatria da Universidade de Columbia, entre eles o conceito de “reforço positivo” – a importância de a pessoa com uso problemático de drogas ter algo que lhe dê força e estímulo para melhorar de vida. No caso das mulheres, propõe Carl Hart, nenhum reforço pode ser mais positivo do que a maternidade.
“Então o que acontece é que se tira a possibilidade de fortalecimento dessa família e da mulher, a partir do cuidado com o próprio filho e do que aquilo simboliza pra ela. Ao invés de receber o reforço positivo, ela recebe o reforço negativo, algo que aprofunda o drama”, explica.
Na prática, ele sustenta que o Estado não está capacitado para atender esse perfil de mulher em situação tão complexa, com profissionais despreparados para acolher e entender seus dramas e conflitos. E essas mães acabam não tendo confiança no Estado e se afastando dos serviços públicos.
Para tornar o problema mais complexo, o defensor público salienta que o ECA proíbe a separação de filho e mãe exclusivamente devido a carência de recursos materiais da família, ao mesmo tempo em que permite em caso de negligência.
“Muitas vezes o que se coloca como negligência nada mais é do que a falta de recursos materiais, mas que são colocados com essa roupagem de negligência”, argumenta Peter Gabriel, consciente da tarefa de resistência exercida pela Defensoria Pública nos tribunais da cidade.

Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/131/uso-distorcido-da-lei-e-responsavel-por-separar-maes-pobres-e-usuarias-de-crack-dos-filhos
Colaboração: Rafhael Fumagali



domingo, 6 de agosto de 2017

BIOARQUITETURA



Ele ensina o mundo a construir casas usando apenas técnicas naturais. Confira o que o pai da bioarquitetura tem a nos dizer!


"Está na hora de pensar no planeta todo como um único ser vivo."


Você já ouviu falar em bioarquitetura ou bioconstrução? Foi a partir de recursos locais (e naturais!) que nossa civilização começou a construir casas. Em busca de abrigo eficiente, encontramos, logo de primeira, o modelo mais ecológico e inteligente de fazer arquitetura. Na verdade é intuitivo, a construção faz parte de nossa genética. Mas por que esquecemos nossas raízes e pouco a pouco deixamos a bioarquitetura fazer parte do nosso passado?
Com a necessidade de otimização imposta pelo modelo moderno de sociedade, surgiu a padronização de praticamente tudo, inclusive das moradias. Isso explica os motivos pelos quais quase toda a população mundial mora em casas de alvenaria e paredes com ângulos retos. Parece até que perdemos a criatividade! Todo esse processo aconteceu para acelerar o “desenvolvimento”, “baratear” os custos e aproveitar tudo até o último milímetro. Mas será que vale a pena?
O setor civil se enquadrou tanto nesse modelo padrão que hoje em dia nem as faculdades de arquitetura e engenharia civil abordam a bioarquitetura – ou qualquer outra técnica semelhante. Se é assim, por que de uma hora para outra o tema bioconstrução voltou a ser debatido?
Chegamos em um momento de transição social. Se olharmos ao redor, é nítido o desequilíbrio ecológico e social no mundo todo. É chocante saber que hoje existem mais exilados climáticos do que de guerra. Não faz sentido usarmos recursos finitos e inúmeros químicos para a construção de algo que pode ser feito apenas com o que temos ao nosso redor. Não é preciso destruir uma montanha e armazenar um manancial para obter matéria-prima para construção. Não há necessidade de inúmeros caminhões indo pra lá e pra cá, carregando um monte de cimento. Basta observar e perceber o que a natureza nos oferece em abundância para fazer nosso próprio abrigo.
Está na hora de pensar no planeta todo como um único ser vivo. Tudo e todos estão intimamente interligados! O bater das asas de uma borboleta aqui, pode causar um furacão no Japão.
Esses questionamentos foram feitos pelo holandês Johan Van Legen, há mais de 30 anos. Guiado pela curiosidade, um dia ele foi a uma pequena comunidade ribeirinha a fim de estudar a arquitetura local. Estava instigado a descobrir como as pessoas sem o menor estudo formal em arquitetura desenvolviam construções tão complexas em cima da água, por exemplo.
Ele notou que as casas, apesar de estarem estabelecidas, eram frágeis e precisavam de pequenos ajustes técnicos para melhorar sua condição. Foi aí que ele introduziu as técnicas que havia aprendido na universidade, como a “mão francesa”, e teve a sacada de criar o livro Manual dos Arquitetos Descalços, que mais tarde serviria como uma espécie de guia para qualquer um disposto a construir sua própria casa. Hoje o livro é referência mundial no assunto, principalmente nos espaços onde as pessoas se preocupam com conforto e meio ambiente.
A bioarquitetura é uma alternativa mais inteligente para cocriarmos ambientes mais integrados com a natureza e com a realidade atual. Por isso conhecer e ouvir as palavras do professor de judô, que se tornou um dos mais importantes arquitetos da história, é tão importante. Fundador do TIBÁ RIO – Instituto de Tecnologia Intuitiva e BioArquitetura, ele é uma enciclopédia viva sobre o tema.

Interessado? Tivemos o prazer de conhecê-lo e fazer um milhão de perguntas. Olha só o que ele nos contou!





Fonte: http://thegreenestpost.bol.uol.com.br/o-que-o-pai-da-bioarquitetura-tem-nos-dizer/

PLÁSTICO





"Ambiente limpo não é o que mais se limpa e sim o que menos se suja !" 
Linda Ozaka




ONU: o #plástico está cobrindo e destruindo nosso planeta
O plástico é uma invenção maravilhosa porque dura bastante – e uma invenção terrível pelo mesmo motivo. Mais de 300 milhões de toneladas serão produzidas este ano. A maioria nunca é reciclada e permanece em nossa terra e nos nossos mares para sempre. Os detalhes nesse documentário: https://youtu.be/3dmZrzeg2e0
No início de junho de 2017, a ONU realizou a Conferência sobre os Oceanos com o objetivo de apoiar a implementação do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14: conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos, os mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável; saiba como foi e acompanhe o tema em http://nacoesunidas.org/tema/ods14 #SaveOurOcean #MaresLimpos


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=3dmZrzeg2e0&feature=youtu.be
Colaboração: https://www.facebook.com/groups/286035548075527/?ref=bookmarks