domingo, 18 de março de 2018

SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA



Com tinta e alegria, juventude indígena revitaliza área abandonada em São Gabriel da Cachoeira (AM)


Por 10 dias, jovens e voluntários de todas as idades se uniram ao grafiteiro Raiz para transformar o espaço público da cidade no Alto Rio Negro
Com muita música, dança, teatro e pintura, jovens e voluntários de todas as idades se uniram em um mutirão artístico entre os dias 28 de fevereiro e 09 de março. Com o grafiteiro manauara Raí Campos, o Raiz, jovens da cidade mais indígena do Brasil revitalizaram uma passagem entre a praia e a praça do Rodoviário em São Gabriel da Cachoeira, onde vinham ocorrendo episódios de violência. O que antes era assustador e maltratado foi substituído por pinturas retratando a vasta cultura dos 23 povos indígenas do Alto rio Negro.

“Nesse evento vimos que conseguimos reunir todo tipo de gente e essa união foi a parte mais legal dessa transformação”, completa o jovem.
A mobilização contou também com o apoio do ICMBio, do Exército brasileiro e da produtora Usina da Imaginação, que gentilmente realizou imagens com drone do local revitalizado. Para escutar os boletins informativos realizados pela Rede de Comunicadores Indígenas do rio Negro, basta acessar aqui.

Desafio de ser mais sustentável

São Gabriel da Cachoeira, assim como outras cidades do Brasil, sofre com o crescimento desordenado. A expansão da área urbana está aumentando e beirando as fronteiras com as terras indígenas demarcadas que rodeiam a cidade. Com isso vários problemas se intensificam, como a alta incidência de doenças como malária e a crescente violência urbana. Considerado o município com a maior extensão de áreas protegidas da União, São Gabriel não tem saneamento básico, tem pouca iluminação pública e raros espaços de lazer para crianças e jovens.
Com aproximadamente 45 mil habitantes - cerca de 25 mil na área urbana - a cidade sofre com constantes cortes de água, de energia (que é gerada por uma termelétrica que consome 23 mil litros de diesel por dia) e má gestão do lixo, que é descartado em vários terrenos da cidade e no lixão municipal, situado no bairro da Boa Esperança. Vale lembrar que São Gabriel da Cachoeira construiu de forma participativa e aprovou na Câmara de Vereadores, em 2006, um Plano Diretor, mas até hoje não foi implementado.
Assista ao vídeo:


Especial São Gabriel planeja seu futuro – série de seis reportagens
Imagens: 

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