segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

CONCERTO NO LAGO MUNICIPAL

 

Lago municipal de Marechal Cândido Rondon recebe concerto no dia 04 de fevereiro

Apresentação musical contará com a participação de instrumentos como piano, violino, saxofone, bateria e baixo



A Secretaria de Cultura da prefeitura de Marechal Cândido Rondon abre as apresentações culturais no ano de 2023 com uma uma belíssima formação de artistas no lago municipal, no dia 04 de fevereiro, às 18h. O evento é denominado de “Lago in Concert”, e contará com a presença dos artistas Norberto Krüger (piano), FaroL (bateria), Ederzinho (baixo), Juli Hort (violino) e Willian Zastrow (saxofone).

Pede-se que todos que forem apreciar a boa música, levem cadeiras para melhor se acomodar. A entrada ao evento é gratuita.

Fonte: https://marechalcandidorondon.atende.net/cidadao/noticia/lago-municipal-de-marechal-candido-rondon-recebe-concerto-no-dia-04-de-fevereiro




BRASIL

 Censo em xeque gera crise pública no IBGE

Censo 2022: polêmica já mobiliza vários ex-presidentes do IBGE

A comunidade estatística e geográfica brasileira vive uma semana de grande polêmica, depois que o ex-presidente do IBGE e hoje pesquisador associado do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), Roberto Olinto, classificou o Censo de 2022 de uma “tragédia absoluta”. Em entrevista à Folha de S. Paulo publicada na segunda-feira (23), ele criticou a contagem preliminar da população divulgada e recomendou uma revisão da pesquisa sem descartar a possibilidade de refazer tudo, o que significaria jogar no lixo R$ 2,3 bilhões do orçamento.

A Agência Geocracia ouviu técnicos e especialistas ligados ao IBGE a respeito da polêmica. Apurou que as críticas de Olinto ao Censo caíram como uma bomba na casa, mas elas não são novas. Em outubro, comentando à Geocracia a decisão de prorrogar a coleta até dezembro (transformando um período normal de dois meses de coleta censitária em cinco meses), ele já demonstrava receio pela qualidade dos dados.

Na entrevista à Folha, Olinto usou um tom mais contundente: “Eu sinto vergonha disso”, disparou, acrescentando que o Censo “foi feito cheio de erros e gerando desconfiança […]. Imputaram dados para quase 20% da população. Imputar dado é você dizer: eu não tenho dados para 20% da população e vou usar um processo que normalmente se usa para 2%”, afirma.

Na opinião do ex-presidente, os dados preliminares são “coisas absolutamente inexplicáveis. No Rio de Janeiro, os municípios da região metropolitana, todos caíram de população em relação a 2010. No Rio Grande do Sul, um número enorme de municípios judicializou, porque não sabe se o Censo está certo ou errado. Eu acho que está errado”.

Para complicar, horas antes da publicação da entrevista, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) e determinou que a distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) deste ano tenha como patamar mínimo os coeficientes de distribuição utilizados no exercício de 2018. A decisão, que ainda será avaliada pelo pleno do STF, suspende norma do Tribunal de Contas da União (TCU) de dezembro último que determinava para fins de cálculo do FPM a utilização dos dados populacionais preliminares do Censo Demográfico de 2022, cuja coleta, quase sete meses depois, ainda não está concluída.



A repercussão das declarações de Olinto e da decisão do STF foi grande, com uma nota oficial do IBGE defendendo a qualidade dos dados coletados e com posicionamentos de outros ex-presidentes do Instituto. A começar por Eduardo Rios Neto, que comandou o Censo 2022 e deixou o cargo no início deste mês. Em carta à Folha, nesta quarta-feira (25), ele defendeu o trabalho do Censo e disse que visitou “pessoalmente a presidente do STF, ministra Rosa Weber, para entregar uma carta que explicava as razões para a não conclusão do Censo”.

Para Luiz Ugeda, CEO da Agência Geocracia, a crise em relação aos dados do Censo é muito prejudicial a um país que precisa urgentemente de dados confiáveis: “O grande valor dos órgãos estatísticos, hoje, é o de combater fake data (dados falsos). O desafio do Brasil, neste momento em que o Censo 2022 é questionado, é que faremos a mudança demográfica mais importante de nossa história, decorrente do rápido envelhecimento da população, praticamente no escuro, podendo gerar consequências severas sobre o sistema previdenciário e as necessidades municipais”.

FPM, uma ‘questão nevrálgica’

Os técnicos ouvidos pela Geocracia preferem ficar no anonimato, admitem um certo corporativismo na reação a Olinto, mas reconhecem que houve problemas no Censo: baixo orçamento, pandemia, falta de publicidade para facilitar portas abertas aos técnicos do IBGE, eleições, dificuldades para manter recenseadores durante a pesquisa e, além disso, a morte do então diretor de Informática e presidente da Comissão Operacional do Censo Demográfico David Wu Tai, em 2019: “Ele tinha uma enorme experiência na realização de censos e sua partida por conta da covid deixou um grande vazio na gestão da pesquisa”.

Eles não concordam, no entanto, com o termo “tragédia” e muito menos com a proposta de revisão e descarte dos dados. Defendem que “a maioria dos municípios concluiu bem a coleta, faltando apenas algumas áreas em cidades grandes, e a qualidade dos dados está boa”. E mencionam a Comissão Consultiva do Censo, que acredita haver qualidade estatística nos dados coletados para se fazer os ajustes necessários.

Outras fontes ressaltam que essas críticas e polêmicas sempre surgem no anúncio dos resultados do Censo por conta do cálculo do FPM, que envolve a distribuição de bilhões de reais aos municípios. “Fundo de Participação dos Municípios sempre foi uma questão nevrálgica, porque pega no ponto-chave de distribuição de dinheiro. Ninguém quer aparecer no Censo com menos habitantes e perder recursos”, diz um dos técnicos ouvidos.



Ex-presidente do IBGE entre 1994 e 1999, Simon Schwartzman concorda. Em artigo nesta quinta em O Globo, ele diz que a decisão do Supremo é uma tradição no Brasil. “Já tive esse problema 20 anos atrás. Essas discussões são muito politizadas”, afirma, defendendo uma avaliação técnica da pesquisa pela Comissão Consultiva do Censo: “Sei que o Censo está demorando, que há dificuldade de pagamento, de contratação, mas há a comissão que, em geral, é formada pelos principais demógrafos do país. Ela faz uma avaliação técnica, para que se chegue a um consenso de até onde os dados vão e quais as estimativas que têm de ser feitas”.

Seis presidentes desde o último Censo

Na mesma reportagem de O Globo, que também ouviu Sérgio Besserman (presidente entre 1999 e 2003), Wasmália Bivar, presidente do IBGE entre 2011 e 2016, concorda que o Censo 2022 teve problemas, até por perdas geracionais e pouca consulta a técnicos alijados do processo decisório: “Foram fazendo do jeito que achavam que deviam fazer. Isso foi uma falha bastante significativa. Agora, uma operação deste tamanho não se joga fora, não existe. Mesmo que tenha problemas, existem maneiras para trabalhar com os dados. Na pior das hipóteses, teremos uma amostra enorme que vai trazer resultados para o Brasil”, afirmou.

Mas o que chama a atenção no caso do IBGE é, primeiro, a rotatividade do cargo de presidente do órgão. Desde 2010, quando se realizou o último Censo, o Instituto teve seis presidentes (Eduardo Nunes, 2003-11; Wasmália, 2011-16; Paulo Rabelo de Castro, 2016-17; Roberto Olinto, 2017-18; Suzana Guerra, 2019-21, e Eduardo Rios Neto, 2021-23), uma média de um a cada dois anos, e se prepara para empossar o sétimo, que deve ser nomeado em breve pela ministra Simone Tebet. E, segundo, a quantidade de ex-presidentes dispostos a opinar publicamente sobre os problemas e desafios da casa — um sinal, para alguns, do enfraquecimento cada vez maior do Instituto. “Há décadas, todo mundo interfere no IBGE, e essa questão da Geografia sempre foi problemática, com conflitos envolvendo outros órgãos”, afirma uma técnica aposentada do Instituto, chamando a atenção para o contínuo esvaziamento político da figura do presidente do órgão.

“Toda essa crise evidencia algo cada vez mais claro. É urgente que o IBGE recupere o status de autarquia perdido em 1967, tenha seu próprio orçamento e seja elevado ao status de agência de geoinformação, até para cumprir o que reza o artigo 21, inciso XV, da Constituição, que confere ao Estado a competência para organizar e manter, em âmbito nacional, os serviços oficiais de geografia, geologia e cartografia. Isso está por ser regulamentado há mais de 30 anos, as geotecnologias estão revolucionando o mundo e o Brasil está ficando para trás”, diz Luiz Ugeda, CEO da Agência Geocracia.

Fonte: https://geocracia.com/censo-em-xeque-gera-crise-publica-no-ibge/

Leia também: 


domingo, 29 de janeiro de 2023

TRAGÉDIA

 

Yanomamis: mais seis indígenas morrem por desnutrição e malária em Roraima

Entre as vítimas, estão uma mulher de 33 anos, uma criança e uma liderança da comunidade Surucucu

Brasil de Fato|Recife(PE) |
 

https://www.brasildefato.com.br/2023/01/28/yanomamis-mais-seis-indigenas-morrem-por-desnutricao-e-malaria-em-roraima?fbclid=IwAR0pVn7t9zoef4IAN1vhQSv88DDe1v9zA6fv88nrvJ3y4L2hpGoeXStXPxk

sábado, 28 de janeiro de 2023

TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL

 


Oito pessoas são resgatadas de trabalho escravo em Marechal Cândido Rondon

Trabalhadores paraguaios foram encontrados em duas pedreiras diferentes


*

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

AMAZÔNIA x ARQUEOLOGIA BOTÂNICA

 


Amazônia: indígenas viveram na floresta por 5 mil anos sem destruir bioma, mostra estudo



  • Victoria Gill
  • Repórter de Ciências da BBC News

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

CONFERÊNCIA DE CULTURA

 



Conferência Municipal de Cultura acontece hoje em Marechal Rondon

25 de Janeiro de 2023 às 07:45




O Conselho Municipal de Políticas Culturais de Marechal Cândido Rondon e a prefeitura, através da Secretaria de Cultura, promovem hoje, dia 25, a 4ª Conferência Municipal de Cultura, no pavilhão alemão, no parque de exposições.

O evento iniciará às 19h, com credenciamento. A abertura solene está marcada para as 19h30, seguida da leitura e aprovação do regimento interno da conferência.

Às 20h30 acontecerá uma palestra virtual com André Avelino da Silva, da Secretaria de Cultura do Paraná, que falará sobre o desenvolvimento de projetos artísticos e culturais. Na sequência, acontecerão as mesas temáticas, onde seis eixos temáticos serão abordados: artes cênicas, artes plásticas, artesanato, música/literatura, patrimônio cultural e políticas culturais. Os temas serão amplamente discutidos e os resultados irão compor o Plano Municipal de Cultura. Por isso, pede-se que os agentes culturais ligados a estes eixos participem da programação, dando sugestões e propostas. A última pauta da programação é a discussão, apresentação e aprovação do novo Plano Municipal de Cultura.


“Convocamos os artistas e pessoas ligadas à cultura para participar do evento. Na ocasião, será elaborado o novo Plano Municipal de Cultura, que irá nortear o setor cultural do município para os próximos 10 anos. É uma oportunidade muito importante para dar sugestões e apresentar propostas”, salientou o secretário de Cultura, Junior Paulinho Niszczak.

A ficha de inscrição para o evento pode ser preenchida antecipadamente, através do endereço eletrônico: https://forms.gle/wvRgvRw7vcsaCk6YA.

Fonte: https://marechalcandidorondon.atende.net/cidadao/noticia/conferencia-municipal-de-cultura-acontece-hoje-em-marechal-rondon

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

UMA AGRESSÃO POR DIA

 


Brasil registra uma agressão a jornalista por dia em 2022

Apesar da queda no total de casos, Relatório da FENAJ aponta aumento dos ataques diretos aos profissionais da notícia, como hostilizações e agressões físicas



O ano de 2022 foi marcado, no Brasil, pelas eleições gerais e pela violência política, que atingiu autoridades, políticos, militantes dos movimentos sindical e social e pessoas que, em comum, tinham o fato de serem defensores da democracia e das instituições democráticas. Os jornalistas brasileiros foram, igualmente, vítimas do ódio político, mas tiveram de continuar enfrentando também a violência dirigida à categoria em razão do exercício profissional.




Assim, o número de agressões a jornalistas e a veículos de comunicação manteve-se em níveis elevados, apesar da queda registrada em comparação com o ano anterior. Foram 376 casos, 54 casos a menos que os 430 registrados em 2021, ano recorde, desde o início da série histórica dos levantamentos feitos pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ).

Apesar da queda de 12,53% em relação ao ano anterior, o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2022 traz uma constatação: as agressões diretas a jornalistas tiveram crescimento em todas as regiões do país, com jornalistas sendo atacados cotidianamente. “Houve uma agressão por dia a jornalista no país no ano passado”, afirma a presidenta da FENAJ, Samira de Castro, destacando que, em muitos casos, mais de um profissional foi agredido.

Houve crescimento de 133,33% nas ocorrências de Ameaças/hostilizações/intimidações, que foi a segunda categoria com maior número de ocorrências em 2022, com 77 casos. Já as Agressões físicas aumentaram 88,46%, passando de 26 para 49 no ano passado. Cabe destacar, ainda, o brutal assassinato do jornalista britânico Dom Phillips, numa emboscada, junto com o indigenista Bruno Pereira, em Atalaia do Norte (AM).

Os números completos do levantamento da FENAJ serão divulgados na próxima quarta-feira (25/01), a partir das 15h, na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. Em seguida, haverá entrevista coletiva.

Fonte: FENAJ

domingo, 22 de janeiro de 2023

MEIO AMBIENTE - ROCHAS DE PLÁSTICO

 

Pesquisadora da UFPR descobre rochas de plástico no Brasil

O estudo é o primeiro que se refere a um afloramento de rochas de plástico

Afloramento das rochas compostas por plástico (Foto: Fernanda Avelar)

Rochas formadas por plástico. A descoberta na Ilha da Trindade, no Espírito Santo, foi da doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Geologia da Universidade Federal Paraná (UFPR), Fernanda Avelar Santos. A pesquisadora, que faz parte do projeto de estudos costeiros da universidade, estava na ilha fazendo um mapeamento de riscos geológicos. E durante o trabalho de campo se deparou com um conglomerado de rocha formado por plástico de rede de pesca.

O estudo é o primeiro do mundo a nível global no que se refere a um afloramento de rochas de plástico. A descoberta da pesquisadora da UFPR tem 12 metros quadrados de extensão. Outros achados encontrados no Havaí, Ilha da Madeira e Costas da Inglaterra e Japão são de amostras menores. Mas todos os estudos apontam para o impacto humano e de resíduos que influenciam diretamente em processos antes essencialmente naturais.

Amostra de plastiglomerado (Foto: Fernanda Avelar)


O local onde as rochas formadas por plástico foram encontradas é uma ilha vulcânica localizada a 1.140 quilômetros de Vitória, no Espírito Santo. A Ilha da Trindade é um Patrimônio Natural da União, administrado pela Marinha do Brasil. Além de ser um habitat natural de aves marinhas, na região são encontradas espécies endêmicas de peixes, conjuntos de recifes e tartarugas marinhas, entre elas a tartaruga-verde.




Apesar de ainda não ser possível mensurar os impactos dessa descoberta para a fauna e flora, a publicação vai contribuir para análises mais aprofundadas e possibilitar ações com o intuito de reduzir os efeitos negativos dessa interferência do homem no ciclo biológico do planeta.

O artigo foi publicado no periódico Marine Pollution Bulletin, da plataforma Elsevier. Além de pesquisadores da Universidade Federal do Paraná, a pesquisa contou com a contribuição de cientistas de outras instituições brasileiras. 


Fonte: https://bandnewsfmcuritiba.com/pesquisadora-da-ufpr-descobre-rochas-de-plastico-no-brasil/?fbclid=IwAR0IcgYEjYzv5w7KH6zn_icgjxJE6tsDb_2r9Dzx-rFr-sJB0jtWpeT6jPY

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

RISCOS X INFRAESTRUTURA

Mapeamento de riscos, agenda urgente de infraestruturas críticas

Mapeamento de riscos de infraestruturas críticas – imagem: Alexandra Koch (Pixabay)



Roberto Rockmann*

A agenda de segurança de infraestruturas críticas deverá ganhar atenção prioritária nestas primeiras semanas do ano, com a instabilidade política e a queda de torres de transmissão em Rondônia e Paraná, e ameaças de bloqueios em refinarias no país.

Isso poderá fazer com que ganhe densidade o trabalho dos grupos técnicos criados por resolução do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) para a defesa nacional no fim de dezembro. Esses grupos não foram constituídos oficialmente após a resolução.



O assunto da segurança de infraestruturas críticas foi criado pelo GSI por ser transversal e envolver governos, agências reguladoras, concessionárias, empresas privadas e estatais.

A criação de grupos abrange as várias áreas de infraestrutura: energia elétrica, combustíveis, rodovias, saneamento, telecomunicações. Um incêndio criminoso em uma rodovia pode se estender por quilômetros e atingir torres de transmissão que a atravessam. Um ataque a uma operadora de telefonia pode ter impactos sobre o centro de controle de uma distribuidora.

De outro lado, o ganho de importância desse novo tema poderá atrasar a pesada agenda regulatória que o setor tem pela frente (ainda mais em um momento em que a capitalização da Eletrobras reduziu o movimento tradicional de empréstimo de funcionários da estatal para outros órgãos do governo federal), além de também trazer incertezas em relação ao trâmite de projetos considerados prioritários no Congresso e no Senado.

Mapeamento de riscos

“Esse é um assunto bastante complexo e se inicia com mapeamento de riscos, o que hoje o Brasil está muito atrasado em relação à Europa e aos Estados Unidos. Já se sente uma mobilização sobre o tema, que se torna mais relevante sob o contexto do 5G, que aumenta a quantidade de dados. Um lado bem vulnerável é o de transporte de combustíveis e cargas pelas rodovias, que respondem por 60% da distribuição de cargas no país”, diz um consultor que atua na área de infraestrutura.

O tema envolverá várias esferas. “O setor elétrico precisa detalhar melhor o tema, até a segurança das instalações estratégicas também depende das Forças Armadas. Sempre houve uma coordenação entre diferentes áreas do governo, o que precisará ser confirmado ou revisto. Até pouco tempo não se pensava que uma instalação estratégica pudesse ser objeto do ‘fogo amigo’, mas já não é assim”, diz o consultor Edvaldo Santana.

Uma incerteza que a instabilidade política e a mobilização para proteção de infraestruturas críticas traz é sobre a agenda do Legislativo, uma preocupação que começa a entrar em discussões reservadas de empresários. O Congresso retomará o trabalho em fevereiro, mas aí começam as dúvidas. “Haverá uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] sobre os atos terroristas? Isso tirará o foco da agenda econômica e de infraestrutura?”, questiona um executivo.

Apenas o setor elétrico tem uma pesada agenda neste ano: o encaminhamento do PL (Projeto de Lei) 2.703/2022, que estende os subsídios para a geração distribuída solar; o PL 414/2021, que trata da abertura do mercado livre de energia à baixa tensão; a renovação de concessões de distribuição, geração, transmissão; regulação da Lei 14.300, com a valoração da energia solar. Ainda há preocupação em relação à saúde financeira de concessionárias de distribuição. “Como ficará essa agenda? A pandemia atrasou discussões, os atos terroristas poderão ter o mesmo efeito”, aponta um outro empresário.

Roberto Rockmann é escritor e jornalista, co-autor do livro “Curto-Circuito: quando o Brasil quase ficou às escuras” e produtor do podcast quinzenal sobre o setor elétrico “Giro Energia”. Em 2018, organizou o livro de 20 anos do mercado livre de energia elétrica para a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) e tem outros livros e trabalhos premiados.

Fonte: Agência iNFRA

https://geocracia.com/mapeamento-de-riscos-agenda-urgente-infraestrutura/

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

POVOS ORIGINÁRIOS

IA apoia descoberta de povos indígenas desconhecidos

Índios isolados na Amazônia (Acre) – imagem: Wikimedia Commons

Uma ferramenta que utiliza inteligência artificial (IA) pode ajudar destravar o processo de demarcação de terra de um povo indígena desconhecido no Mato Grosso e que, desde 1988, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) tenta confirmar a existência. Desenvolvida por Geovânio Katukina, chefe da CGIIRC (Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato) da Funai, o software é um projeto de mestrado em Sustentabilidade pela Universidade Federal de Brasília (UnB), ainda não tem nome, mas já identificou indícios de populações desconhecidas no Amazonas, Acre e Roraima.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Katukina diz que se inspirou no trabalho do pesquisador Robert Walker, da Universidade do Missouri (EUA). O programa é fundamentado em uma tecnologia capaz de rastrear as imagens de satélite e identificar na floresta as chamadas feições — características da mata visíveis do espaço, como tipos de vegetação ou clareiras.

Por meio de IA e usando um banco de dados como ponto de partida, o software “aprende” a identificar as feições típicas de uma ocupação indígena no meio da floresta, apontando tapiris (palhoças) ou capoeiras (roças). Além disso, consegue perceber padrões de movimentação de grupos que, periodicamente, mudam o local de moradia.Segundo Katukina, a intenção não é usar a ferramenta para confirmar a existência de um povo, mas servir de apoio às equipes de campo. Por outro lado, a técnica é de grande ajuda para evitar que os servidores entrem em contato direto com os índios durante trabalhos de exploração na mata — uma grande preocupação do movimento indígena.




“Nada vai substituir o trabalho de campo. Esse conhecimento de vários anos da floresta, dos indígenas, de ribeirinhos, para a detecção desses grupos, nenhuma máquina vai fazer. Mas vejo que é uma ferramenta que pode auxiliar esses trabalhos de campo, para que eles tenham mais efetividade”, diz Katukina.

IA ajuda a concluir busca de 30 anos

Usando essa ferramenta, no fim de dezembro, a Funai conseguiu descobrir sinais de um tapiri na área do Parque Juruena, no norte do Mato Grosso. A descoberta foi confirmada mais tarde por meio de um sobrevoo, com o avistamento de uma capoeira na mesma área onde o satélite identificou o tapiri.

O grupo indígena, jamais contatado, era procurado há mais de 30 anos pela Funai. “Esse é um registro muito antigo, tem mais de 30 anos que se faz atividade de localização para tentar encontrar esse grupo, e a gente conseguiu por meio do algoritmo encontrar o local onde eles provavelmente estão”, diz Katukina.

Ele explica que trabalhou por muito tempo com monitoramento de povos isolados e passou a perceber os padrões de ocupação, como os locais onde esses indígenas constroem as habitações. Alguns grupos têm uma dinâmica bem característica de deslocamento, de como ocupam a área e como fazem manejo. E foi por meio desses padrões que os algoritmos que leem as imagens de satélite foram desenvolvidos, segundo conta Katukina.

O desafio, agora, é concluir a fase de “informação em estudo”, etapa do processo para demarcação da nova terra indígena (TI), com o levantamento e monitoramento do território, o que dará uma noção do tamanho da TI e, mais tarde, fundamentará o trabalho de demarcação.

Segundo Katukuna, o próprio algoritmo pode ajudar nessa delimitação, fazendo o trabalho de trás para frente. Com a ajuda do banco de imagens de satélite e dos padrões de locomoção, o software pode projetar a área que o povo tem habitado nos últimos anos. Ele diz que a intenção é mesmo essa: a partir da localização, fazer o levantamento retrospectivo e perceber onde esses povos estiveram nas últimas décadas, por onde transitam, para se ter uma noção de qual área é deles por direito.

Fontes: Folha de S.Paulo

https://geocracia.com/ia-ajuda-a-identificar-povos-indigenas-desconhecidos/