quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Primeiro do Brasil


Lançado em Marechal Cândido Rondon o primeiro Condomínio de Agroenergia do Brasil

Em solenidade realizada na manhã deste dia 12, nas dependências do Parque de Exposições de Marechal Cândido Rondon, foi lançada oficialmente a implantação do primeiro Condomínio Cooperativo de Agroenergia para a Agricultura Familiar do Oeste do Paraná. “Tudo tem que começar por algum lugar”, disse o prefeito rondonense Moacir Froehlich. “E é com orgulho Marechal Cândido Rondon tem a oportunidade de inaugurar um novo tempo na busca da sustentabilidade e da geração de energia limpa e renovável”.
O Condomínio está sendo implantado na localidade de Linha Ajuricaba, interior de Marechal Rondon, envolvendo nesta primeira iniciativa 41 agricultores familiares residentes na localidade. Depois de implantados os equipamentos, tubulação e geradores, eles produzirão com os dejetos das atividades pecuárias de suas propriedades, a energia necessária para suas atividades, comercializando o excedente para a Copel, que obteve a da ANEEL, a autorização para adquirir energia em pequenas quantidades.
Todas as autoridades presentes foram unânimes em destacar que a iniciativa tornará um grande problema ambiental, os dejetos das criações de gado leiteiro, suínos e frango da localidade, numa solução rentável para os pequenos produtores e que se implantada em todos os 50 municípios da região Oeste do Paraná, geraria cerca de R$ 600 milhões de receita.
Participaram da solenidade de lançamento do primeiro Condomínio Cooperativo de Agroenergia para a Agricultura Familiar do Brasil, além do prefeito do município, Moacir Froehlich, Jorge Samek, diretor brasileiro da Itaipu Binacional, idealizadora do projeto através do Observatório de Energias Renováveis para a América Latina e o Caribe – uma cooperação da UNIDO (Organização da Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial), Itaipu Binacional e Eletrobrás, Valter Biachini, Secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná, autora do projeto, e Rubens Ghilardi, diretor presidente da Copel, ambas parceiras no projeto, que conta ainda com a participação da Emater, Embrapa, IAPAR, Fundação Parque Tecnológico Itaipu e Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação.

Potencial instalado no Oeste do Paraná

Os cinqüenta municípios que compõem a região Oeste do Paraná contam com aproximadamente 25 mil pequenos produtores rurais. Estes, por sua vez, contam com um rebanho pecuário de 2 milhões de cabeças que, com seus dejetos adequadamente tratados, gerariam 1.730.000 toneladas de biogás por ano. Há potencial para se produzir 332 milhões de m³ de metano, equivalentes a 14 milhões de botijões de GLP de 13 quilos. São R$ 560 milhões ao preço de mercado atual (R$ 40,00) do botijão de gáz.
A venda da energia gerada, que poderia chegar a mais de R$ 55 milhões, além do aproveitamento dos dejetos como biofertilizantes, ricos em matéria orgânica, fósforo e potássio, aliadas aos créditos de carbono que o total tratamento dos dejetos garante, pode representar além de fonte de renda, o adequado manejo do meio na região, com a preservação do potencial hídrico para consumo e produção de energia. No caso dos investimentos no projeto pioneiro da Linha Ajuricaba, o valor dos mesmos ficará na casa dos R$ 2 milhões.

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