sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Fernando Pessoa*

Quando já nada nos resta
É que o mudo sol é bom.
O silêncio da floresta
É de muitos sons sem som.
Basta a brisa pra sorriso
Entardeces e quem esquece.
Dá nas folhas o impreciso,
É mais que o ramo
estremece.
Ter tido esperança fala
Como quem conta a cantar
Quando a floresta se cala
Fica a floresta a falar.


*1888/1935 - Poeta português

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