terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Aumenta em 23% os casos de trabalho escravo no campo, aponta CPT



Por Vivian Fernandes, da RadioAgência NP

   Nos primeiros sete meses de 2011 foram registrados 218 casos de conflitos trabalhistas no campo brasileiro - grande parte relativa a trabalho escravo -, envolvendo 3.882 pessoas. O número representa um aumento de 23% em relação ao ano anterior. Os dados foram divulgados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) em relatório parcial referente a 2011.

   Segundo a entidade, “a região Centro-Oeste concentrou o maior número de trabalhadores submetidos a condições de trabalho escravo, quase 50%, 1.914 pessoas, do total”.

   Outro dado alarmante é o de ameaças de morte, que cresceu 107%. Este ano foram 172 pessoas ameaçadas, para 83 do ano passado. No entanto, o saldo de assassinatos de trabalhadores diminuiu cerca de 17%. Até novembro de 2011 foram 23 mortes, enquanto em 2010 foram 30 casos.

   Mesmo que em número menor, os assassinatos deste ano tiveram grande repercussão na sociedade. Alguns dos casos emblemáticos foram o do casal de extrativistas Maria do Espírito Santo e José Claudio Ribeiro da Silva, no Pará, além da liderança indígena do Mato Grosso do Sul, cacique Nísio Gomes.

   Apesar do crescimento em algumas situações, o total de conflitos no campo deste ano diminui 12% em relação ao ano anterior. Foram 686 casos em 2011, para 777 em 2010. Este dado refere-se ao conjunto de conflitos por terra, água e trabalhistas.
 
Posted: 21 Dec 2011 07:52 AM PST
Fonte: http://www.radioagencianp.com.br/10470-aumenta-em-23-por-cento-os-casos-de-trabalho-escravo-no-campo-aponta-cpt

Números do plebiscito pelos 10% do PIB pra educação já se aproximam dos 400 mil votos




   A maior da parte da apuração do plebiscito do 10% do PIB já para a Educação Pública já está concluída e estamos próximos de 400 mil votos.

   A reunião do Comitê Nacional, no dia 17, votou por unanimidade a vitória da campanha.

   O substitutivo que trata do PNE (Plano Nacional de Educação) não foi votado neste dia 20. Está programado para ser decidido na Câmara Federal, a partir do dia 8 de fevereiro.

   Por este motivo foi adiada a entrega do resultado, listas e atas do plebiscito para esta data.

   Portanto, é necessário que todos centralizem os seus resultados. Ainda restam votos que não foram apurados e os resultados enviados para a Coordenação. Precisamos ampliar os números deste plebiscito. 
 
 Posted: 21 Dec 2011 07:45 AM PST
Fonte: http://www.brasil.agenciapulsar.org/nota.php?id=8435

Governo institucionaliza a criminalização das comunitárias



Por Agência Pulsar

Esta é a avaliação da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc- Brasil). Ao estudar a portaria 462, Dioclécio Luz, conselheiro da entidade, avalia que a nova norma sustenta ações de repressão às emissoras.

   Assinada recentemente pelo Ministério das Comunicações, a norma estabelece procedimentos para outorga de rádios comunitárias. Dioclécio avalia que os aspectos técnicos e políticos da portaria revelam a intenção do governo de segregar o segmento.

   O estudo realizado por Dioclécio mostra que a realidade das emissoras piora. O pesquisador explica que a norma aprofunda pontos ruins da Lei 9612, de 1998. Sobre o apoio cultural, não bem definido na Lei, a recente norma diz que os patrocinadores podem apenas ser citados na programação, proibindo anúncios ou promoções.

   Segundo Dioclécio, este detalhe prejudica ainda mais a captação de recursos, que deve ter como único objetivo a sustentabilidade das emissoras, já que as comunitárias não visam o lucro. A norma também obriga que os apoiadores financeiros pertençam ao raio de alcance das rádios.

   Com isso, Dioclécio destaca que a portaria consolida a ilegalidade do decreto 2615, também de 1998. Ao estabelecer o limite de alcance das rádios a apenas um quilômetro, o decreto vai além do que a Lei indica. O pesquisador explica que isso o caracteriza como inconstitucional.

   Neste contexto, a Amarc defende que o conceito de comunidade seja ampliado. Mais que as limitações físicas, a entidade ressalta que aspectos culturais, sociais e políticos dos grupos que compõem as comunitárias devem ser levados em conta em uma legislação que garanta o direito à comunicação.

   Antes da portaria 462 ser publicada, o texto foi submetido à consulta pública. Dioclécio afirma que a Amarc apresentou diversas sugestões, mas nenhuma delas foi acatada pelo governo da presidenta Dilma Rousseff.
 
Posted: 21 Dec 2011 10:50 AM PST
Fonte: http://agencianota.blogspot.com/

Definição de filhos / JOSÉ SARAMAGO



"Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo ! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo".

José Saramago

sábado, 24 de dezembro de 2011

Programa de Pós-Graduação em Agronomia do campus da Unioeste de MCRondon completa 10 anos




O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Agronomia – PPGA, do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, completou uma década de existência neste ano de 2011. Implantado em 2001, oferece os Cursos de Mestrado e, desde 2009, também Doutorado para profissionais das Ciências Agrárias e afins, através de estudos avançados e de atividades de pesquisa relacionadas às áreas multidisciplinares do conhecimento da Produção Vegetal, destacando-se as linhas de pesquisa de Manejo de Culturas, Sistemas de Produção Sustentáveis e Fitossanidade e Controle Alternativo.
 Segundo o seu coordenador, professor Dr. Vandeir Francisco Guimarães, em nível de Mestrado o curso tem excelente procura por candidatos e termina sua primeira década contando com a defesa de cerca de 150 dissertações. Já a primeira defesa de tese do curso de doutorado está agendada para o mês de fevereiro de 2012.
De acordo com ele, o programa atualmente conta com 42 alunos matriculados no Mestrado e 34 no Doutorado, dentre eles 26 bolsistas da CAPES, um bolsista do CNPq e um da Fundação Araucária no Mestrado e 15 bolsistas da CAPES e 2 da Fundação Araucária no curso de Doutorado.
Com um quadro docente de 16 professores permanentes e sete colaboradores, o curso se destaca no país, apresentando conceito 4 na avaliação da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e um corpo docente altamente qualificado.
O PPGA visa o aprofundamento de conceitos, ao conhecimento de métodos e técnicas da pesquisa científica e tecnológica e a formação de recursos humanos para o exercício de atividades de ensino e de pesquisa, de forma a contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico do país e Região Oeste do Paraná, e com isto, ganha destaque pela sua qualidade, assegura o professor coordenador.

  










Professor doutor Vandeir Francisco Guimarães, coordenador do PPGA do campus da Unioeste de Marechal Cândido Rondon

Feliz Natal !

                          Fonte: http://blogamigosdocaminho.blogspot.com/2011_12_01_archive.html
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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Festas de Natal e o ano novo incluem gastos curiosos para órgãos federais





Por Vivian Fernandes, da RadioAgência NP

   Devido às festividades de Natal e ao ano novo, órgãos federais acabam realizando gastos diferenciados. Entres eles está a produção de 3,3 mil calendários, por R$ 12,7 mil, pela Presidência da República. Além disso, foi investido quase R$ 1,2 milhão em bilhetes de passagem área nacional para servidores, autoridades e colaboradores dos diversos órgãos da Presidência.

   Já o Senado Federal incluiu em seus gastos a contratação de um regente de coral e sete músicos, no valor total de R$ 11 mil. A intenção era fazer um belo espetáculo na missa e outros eventos de Natal do Congresso. A mesma Casa investiu em novos computadores, com o custo de R$ 11,2 mil, e em 20 mil sacolas de papel reciclado, no valor de R$ 22,4 mil.

   Na lista de compras desta semana da Câmara dos Deputados, estão 100 distintivos de metal dourado e couro para o Departamento de Polícia Legislativa da Câmara, no total de R$ 5,5 mil.

   Os gastos desse final de ano do Tribunal Superior do Trabalho (TST) também são curiosos. Foram despendidos cerca de R$ 29 mil para  1 mil unidades de apoio para os pés.
 
Posted: 19 Dec 2011 06:53 AM PST
Fonte: http://agencianota.blogspot.com/

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

POESIA/VINICIUS DE MORAES


A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.

A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,
o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.

O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,
o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.


Charlie Brown



Fonte: http://www.facebook.com/DepositoDeTirinhas

Reunião de centralização final do plebiscito será neste sábado (17)




Por Luiz Araujo, em CSP-Conlutas

A reunião de centralização dos votos do plebiscito 10% do PIB para a Educação Pública já será neste sábado (17/12). Por isso é necessário que todos os comitês regionais, entidades e quem recolheu votos computem os resultados imediatamente.

   O relator da Comissão do PNE (Plano Nacional de Educação) deputado Ângelo Vanhoni agendou para o próximo dia 20 a votação do relatório sobre o tema. Após essa votação na comissão a votação será realizada direitamente no Senado.

   Precisamos ter o resultado do plebiscito até lá, porque uma comissão de entidades entregará o resultado da votação à Comissão do PNE.
   A imprensa noticiou que de acordo com a proposta do relator Vanhoni haverá um aumento para 8% com os gastos em educação. Isto até 2020. Ainda assim, a afirmação é mentirosa porque este percentual leva em consideração gastos que não deveriam ser computados.

Leia abaixo o artigo de Luiz Araújo sobre o tema:

A farsa

   Ontem foi a leitura do relatório do deputado Ângelo Vanhoni sobre o Plano Nacional de Educação. O texto já estava disponível desde segunda-feira.
   Tem muita coisa pra discutir e vou fazê-lo nos próximos dias, mas adianto comentários sobre o tema mais importante e mais polêmico, ou seja, sobre a redação na META 20.
   O Projeto enviado pelo governo trouxe a seguinte redação:
   Meta 20 - Ampliar progressivamente o investimento público em educação até atingir, no mínimo, o patamar de 7% do produto interno bruto do país.
   A sociedade civil provou por a + b que é impossível executar um PNE que enfrente a falta de acesso, melhore a qualidade e estabeleça um padrão mínimo de qualidade com este percentual. Em 2009 o investimento público estava em torno de 5%. Por isso, com apoio de inúmeros parlamentares foi apresentada uma proposta de que em 2020 o Brasil aplicaria pelo menos 10% do PIB na educação pública.
   Durante todo o Mês de outubro e novembro o deputado Ângelo Vanhoni ensaiou apresentar o seu relatório com um percentual intermediário. No início de novembro chegou a vazar para a imprensa quer seu relatório viria com 8,29% e, finalmente, depois de infindáveis negociações com a área econômica do governo, o deputado apresentaria o percentual de 8%.
   Na semana passada presenciei vários parlamentares que apoiam 10% já se conformando com este percentual menor, fazendo um discurso de que “foi o máximo que conseguimos”, ou “melhor 8% do que um veto presidencial” e outras pérolas do tipo.
   O texto  que circulou de forma não oficial era o seguinte:
   Meta 20: Ampliar o investimento público direto em educação de forma a atingir, no mínimo, o patamar de sete por cento do Produto Interno Bruto do País, no quinto ano de vigência deste plano, e oito inteiros e três décimos por cento, ao final do decênio.
   Porém, para surpresa e indignação geral dos que lutam por uma educação de qualidade, este não foi o texto que aparece no relatório. Abaixo a versão oficial protocolada:
   Meta 20: Ampliar o investimento público total em educação de forma a atingir, no mínimo, o patamar de oito por cento do Produto Interno Bruto do País, ao final do decênio.
   Não é apenas uma leve mudança de palavras. É uma tentativa de ludibriar deputados e a sociedade civil. O “investimento público total em educação”, segundo o site do INEP, “compreende como Investimento Público Total em Educação os valores despendidos nas seguintes Naturezas de Despesas: Pessoal Ativo e seus Encargos Sociais, Ajuda Financeira aos Estudantes (bolsas de estudos e financiamento estudantil), Despesas com Pesquisa e Desenvolvimento, Transferências ao Setor Privado, outras Despesas Correntes e de Capital, ea estimativa para o complemento da aposentadoria futura do pessoal que está na ativa (Essa estimativa foi calculada em 20% dos gastos com o Pessoal Ativo)”.
   Em 2009 o  “investimento público direto em educação” foi de 5%, sendo 0,98% feitos pela União, 2,04% pelos estados e 1,94% pelos municípios. Este tem sido o referencial de todo o debate de elevação do investimento no PNE. É este dado que está inscrito na Nota Técnica do MEC, nos discursos do Ministro Haddad e nas análises da sociedade civil.
   Em 2009 o “investimento público total em educação” foi de 5,7% do PIB, sendo 1,2% executados pela União, 2,4% pelos estados e 2,2% pelos municípios.
   O que o relator negociou com o governo federal é um acordo indecoroso e mentiroso. Ele não está propondo elevação do percentual de 7% para 8%. Pelo contrário, ele está propondo, na melhor das hipóteses, manter a proposta original do governo (7% ao final da década).
   É revoltante assistir esta tentativa de ludibriar a opinião pública.
   Com a palavra os senhores deputados e senhoras deputadas membros da Comissão Especial.

Luiz Araujo – Professor, mestre em políticas públicas em educação pela UnB e doutorando na USP
 
Fonte:  http://agencianota.blogspot.com/

PROJETO INCLUSÃO SOCIAL COPAGRIL - De braços abertos para a diversidade





Na tarde da última quarta-feira (14/12), a Copagril realizou na sala de treinamentos da Unidade Industrial de Aves, a UIA, o “1º Encontro de Funcionários Portadores de Necessidades Especiais”.
O evento reuniu além de lideranças de vários setores e unidades da Copagril, também os 41 portadores de necessidades especiais que hoje compõem o quadro de funcionários da cooperativa.
Além de concluir a primeira fase do projeto “Inclusão Social Copagril - De braços abertos para a diversidade”, o evento também foi marcado pela homenagem prestada pela Copagril aos funcionários portadores de necessidades especiais, mostrando sua importância para a empresa e todos os seus colegas de trabalho.

PROJETO

O projeto “Inclusão Social Copagril - De braços aberto para a diversidade” está sendo realizado em parceria entre o setor de recursos humanos, assistência social e assessoria jurídica da Copagril, com a consultoria da psicopedagoga, especializada em atendimento educacional, Lucinéia Marchese, e tem o objetivo principal, capacitar os e promover a interação entre os funcionários. 
Além de promover treinamentos que visam capacitar os funcionários dos setores onde estão locados os portadores de necessidades especiais, para facilitar a comunicação e assim proporcionar melhor convivência, como é o exemplo do Curso de Libras, o projeto contempla várias outras etapas.

Uma das principais etapas contempla o acompanhamento dos PNE´s na sua rotina de trabalho, identificando possíveis dificuldades, buscando solucioná-las e assim melhorando a adaptação destes funcionários com o ambiente de trabalho e proporcionando melhor integração com seus colegas.
“O trabalho realizado pela Copagril não está somente buscando cumprir a lei, mas sim oportunizar aos portadores de necessidades especiais a conquista do seu espaço no mercado de trabalho e assim contribuir para a melhora da sua qualidade de vida”, comentou a consultora Lucinéia Marchese sobre o projeto.
Por sua vez, a psicóloga da Copagril, Stela Dalla Vecchia, coordenadora do projeto comenta, “em 2012 o projeto terá continuidade, sempre buscando novas ações com o objetivo de melhorar a adaptação dos PNE´s na Copagril e como consequência sua qualidade de vida. Com isso esperamos despertar maior interesse pelos portadores de necessidades especiais em fazer parte do quadro funcional da Copagril.”

OPORTUNIDADE

A Copagril informa que ainda possui vagas para portadores de necessidades especiais em diversos setores da cooperativa e que os interessados devem procurar o setor de Recursos Humanos com Stela – Fone (45) 3284-7639.

Texto: Comunicação Copagril Foto: Juviane Rodrigues Borgmann

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

POESIA/B. BRECHT



Nada É Impossível De Mudar


Desconfiai do mais trivial,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito
como coisa natural.
Pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural.
Nada deve parecer impossível de mudar.


Bertolt Brecht - poeta e dramaturgo alemão - 1898/1956

POESIA/VINICIUS DE MORAES




Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinícius de Moraes

Blogueiro que denunciou estupro envolvendo filho do diretor da RBS é encontrado morto



Posted: 14 Dec 2011 05:43 PM PST
Por Altamiro Borges, em Pragmatismo Político

Mosquito foi o blogueiro mais incisivo nas denúncias sobre o caso de estupro envolvendo o filho do dono da poderosa RBS, afiliada da TV Globo

A quem interessava a morte de Mosquito?
Comentário do Site Pragmatismo PolíticoA morte de Mosquito, que jamais se calou diante da operação abafa implementada por um grupo poderoso e pelos seus cúmplices, é um alívio para quem não estava nem um pouco acostumado a ter o calcanhar pisoteado. Agora já podem retomar tranquilamente a rotina. Caberá novamente às mídias alternativas fazer um pouco de barulho em meio ao silêncio conveniente; um silêncio que nem sequer esboça sinal de partida.

   O blogueiro Amilton Alexandre, o Mosquito, foi encontrado morto em seu apartamento, em Palhoça, Santa Catarina, na tarde de ontem (13). Segundo a polícia, tratou-se de "suicídio por enforcamento". A rápida conclusão, porém,não convenceu seus amigos e familiares, que exigem rigorosa apuração do caso.

   Com suas "tijoladas" na internet, Mosquito fez inúmeros inimigos. Nos últimos tempos, ele alertou que estava sendo ameaçado. Na semana retrasada, ele anunciou o fim da sua página: "O blog Tijoladas acabou para eu continuar vivo. Não é uma capitulação. Não mudei meu modo de pensar. Não mudei minhas convicções".

   Um amigo pessoal de Mosquito, que pediu para ter o seu anonimato por ora preservado, revelou a Pragmatismo Político suas importantes impressões sobre a misteriosa morte do blogueiro. As informações seguem caminho completamente contrário às versões oficiais. 

   "Quem conheceu Mosquito sabe que não se suicidaria", disse, enumerando as diversas razões que indicam a impossibilidade de suicídio. "Ele era alvo de várias ameaças de morte. Era defensor da sustentabilidade, modo de vida saudável, andava de bicicleta, trocava frutas e verduras do quintal com seus vizinhos. Era defensor da transparência e combatia os poderosos. Era pai de uma adolescente. Filho querido de uma mãe ainda viva por quem  tinha muito carinho. Um cidadão com esse perfil não se suicida. A porta da sua casa estava aberta. Sua casa é de esquina, de um lado os fundos, do outro, um terreno baldio. Foi encontrado com lençol enrolado no pescoço, quem se suicida de forma tão cruel, correndo risco de morte lenta e dolorosa? Sendo morador solitário, não seria mais fácil entupir-se de comprimidos?

   Mosquito ganhou fama nacional ao denunciar um caso de estupro em Florianópolis, envolvendo o filho de um diretor da poderosa RBS, afiliada da TV Globo. A mídia corporativa abafou o escândalo, só noticiado pela TV Record (assista o vídeo).

   A morte de Mosquito não pode ser abafada. O que se exige é que o caso, bastante estranho, seja apurado com rigor!
 
Via http://agencianota.blogspot.com/

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

artigo - Código Florestal a serviço do latifúndio e do agronegócio




Por Djoni Roos*


A cobertura vegetal brasileira vem desde muito tempo sendo destruída. Desde a invasão
portuguesa no século XVI que as riquezas naturais do país são exploradas e as florestas arrasadas. Fato que se acelerou com a forma de ocupação territorial estabelecida, ou seja, grandes propriedades com a permissão para a exploração sem limites da cobertura vegetal, aliás, com incentivos para a destruição do ambiente.

Não havia, portanto, nenhuma legislação no país que prescrevesse os cuidados necessários com os recursos naturais. Somente em 1930 foi elaborado o primeiro Código Florestal Brasileiro através do Decreto nº 23.793, de 23-01-1934. Em 1965 o texto do Código foi reformulado (Lei Federal 4.771) visando controlar minimamente o desmatamento, que, aliás, foi incentivado pelo próprio Estado através de projetos de
colonização na Amazônia. Apesar de datar da década de 1960 o Código Florestal vigora até os dias atuais e se constitui num dos principais pilares da legislação ambiental brasileira.
O Código Florestal brasileiro, promulgado em 1965, considera em seu texto que as florestas e demais coberturas vegetais são bens de interesse comum a todos os habitantes do país. Implementou ainda, as figuras da Reserva Legal (RL) e da
Área de Preservação Permanente (APP). Portanto, o Código Florestal colocava em pauta a defesa de ampla área de cobertura vegetal nativa e designava ao Estado o papel de fiscalizar e garantir o cumprimento da legislação.

Entretanto, na maioria dos casos, a legislação ambiental brasileira não foi cumprida. Milhares de hectares de florestas e demais coberturas vegetais foram destruídas, depois de 1965, inclusive aquelas áreas previstas pelo Código Florestal como de preservação permanente. Ou seja, o desrespeito à legislação foi o que imperou, os crimes ambientais cometidos foram sob a conivência do Estado brasileiro, que incumbido da fiscalização e proteção ambiental prevista pelo Código, não o fez, ou melhor, estimulou por meio de políticas diversas o desmatamento, inclusive daquelas áreas protegidas por lei.

Desde 2008 existe uma discussão no Congresso Nacional para alteração do atual Código Florestal. A discussão sobre a mudança no Código se intensificou no ano passado devido à pressão da bancada ruralista (políticos ligados aos setores latifundiários e do agronegócio) e com a apresentação do texto substitutivo proposto pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB). O substitutivo proposto representa perdas ambientais e sociais, propiciando o aumento do desmatamento de forma generalizada em todos os biomas.

A alteração proposta trata-se de um retrocesso do que mais progressista se conseguiu até hoje em termos de preservação ambiental no Brasil.

Dentre as principais e mais perigosas questões propostas pelo substitutivo estão:

A ANISTIA IRRESTRITA AO DESMATAMENTO ILEGAL OCORRIDO ATÉ 2008;
Esta medida estabelece a legalização do crime ambiental no Brasil. Quem desmatou áreas protegidas por lei, transgrediu a regra e, portanto, precisa responder por estes atos. A atual proposta trata de beneficiar os desmatadores ao invés de fazer com que respondam pelos crimes ambientais cometidos.

Como pano de fundo essa proposição visa encobrir os atuais desmatamentos acometidos de forma irregular em nosso país, beneficiando grandes proprietários fundiários que desmataram imensas áreas, principalmente na Amazônia e no Cerrado.

ELIMINAÇÃO DA RESERVA LEGAL PARA PROPRIEDADES DE ATÉ 4 MÓDULOS RURAIS INCLUSIVE NA AMAZÔNIA;

Essa isenção em áreas da Amazônia significa a devastação total de propriedades com até 400 hectares, já que nessa região o módulo rural equivale a 100 hectares. Além disso, a eliminação da obrigatoriedade da reserva legal traz consequências drásticas não somente para a região compreendida pela floresta amazônica. É preciso compreender que as reservas legais se constituem como importantes remanescentes da fauna e da flora, possuindo papel de extrema importância na preservação da biodiversidade.
Neste ponto, reiteramos outro equívoco do texto substitutivo do Código que estabelece que a compensação da Reserva Legal possa ser feita fora da bacia hidrográfica. Salientamos que cada bacia hidrográfica possui suas particularidades em termos de biota, acarretando numa alta heterogeneidade das formações vegetais dentro de cada bioma. Por isso, as compensações devem ser feitas nas micro-bacias, ou no máximo nas bacias hidrográficas, levando sempre em consideração as particularidades e diversidade de cada uma.

Ainda sobre a Reserva Legal, outras implicações que a proposta substitutiva traz são: Substituição da Reserva Legal por espécies exóticas, ou seja, a supressão da vegetação nativa destas áreas poderá ser utilizada para a expansão da monocultura de eucaliptos e pinus, o que acarretará prejuízos irreversíveis a biodiversidade e atenderá apenas aos interesses de setores do latifúndio/agronegócio.
Além disso, a proposta inclui as APPs (matas ciliares, encostas, topos de morro) como partes da Reserva Legal, fato que causará drástica diminuição no tamanho dos já tão pequenos fragmentos de reserva. Outro fator referente à Reserva Legal que visa claramente beneficiar grileiros e latifundiários é a diminuição da mesma na Amazônia Legal, de 80% para 50%. Na realidade, esta medida visa encobrir os atuais crimes de desmatamento que vem ocorrendo na Amazônia, devido a expansão da agropecuária (pecuária, soja e cana-de-açúcar, principalmente), legalizando tais transgressões ambientais. Ainda, se aprovada, esta proposta acarretará na destruição de grande parte da floresta Amazônica, causando impactos irreversíveis ao bioma, além de aumentar a emissão de gases poluentes na atmosfera como o CO2.

TRANSFERÊNCIA DA REGULAMENTAÇÃO PARA O NÍVEL ESTATAL;
Esta é uma atitude de alto grau de desconhecimento sobre os biomas brasileiros. Os biomas não respeitam delimitações político-administrativas, assim como os Estados, por isso é impossível pensar em leis estaduais distintas capazes de garantir a preservação ambiental, residindo aí a necessidade de se ter um controle a nível federal. No entanto, esta resolução visa criar uma flexibilização nas leis ambientais, pois, o controle a nível estatal possibilitaria que em determinados Estados onde a bancada ruralista possui
mais força nas Assembléias Legislativas, a diminuição dos entraves para a destruição ambiental.

DIMINUIÇÃO DA ÁREA DAS APPS;
O texto substitutivo apresenta outros agravantes ainda com relação às Áreas de Preservação Permanentes, que são formações vegetais situadas ao longo de rios, cursos de água, nascentes, topos de morros, montanhas, serras, encostas com declividade superior a 45º, entre outras. O texto em discussão propõe uma diminuição destas áreas. Rios e córregos, que pelo atual Código devem ter no mínimo 30
metros de largura da mata ciliar de cada lado da sua margem, passariam segundo a nova proposição, a necessária preservação de apenas 15 metros.

O texto em discussão acrescenta ainda que topos de morros e encostas poderão ser utilizados para exploração florestal, entenda-se, expansão da silvicultura nestas áreas com o cultivo de monoculturas como o eucalipto. Estas áreas pelo atual Código estão protegidas de desmatamento e do cultivo irracional de espécies exóticas. As áreas de várzeas e pantanosas que pela atual legislação são resguardadas da devastação, ou seja, são áreas de preservação permanente. Pelo substitutivo proposto poderão ser
utilizadas para fins agropecuários.

Fica evidente a partir de alguns pontos aqui abordados, que a proposta de mudança do Código apresentada, trata-se de um retrocesso em termos de preservação ambiental no Brasil. O projeto de alteração proposto privilegia exclusivamente os desejos arcaicos dos latifundiários brasileiros em oposição à proteção ambiental. É preciso enfatizar ainda, que a mudança no Código Florestal Brasileiro vem sendo defendida pela bancada ruralista do congresso, exímios representantes dos interesses do latifúndio/agronegócio que se utilizam do pífio argumento de que o atual Código Florestal entrava o desenvolvimento do país.

Acontece que o agronegócio brasileiro é o maior destruidor das coberturas vegetais nativas do país. Estas áreas estão sendo substituídas por monoculturas de cana-de-açúcar, soja, eucalipto, pecuária, etc., acarretando em muitos casos processos de arenização e desertificação como já comprovado em algumas áreas. Ou seja, a expansão do latifúndio/agronegócio está intimamente ligada com a destruição dos
recursos naturais. Neste ponto que se encontra a pressão dos setores de proprietários fundiários representados pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e a sua “senhora motosserra” (senadora Kátia Abreu) e políticos comprometidos com o latifúndio/agronegócio para a alteração do atual Código Florestal.

É preciso esclarecer que não se trata de um embate entre ambientalistas e agricultores como defendem os representantes do latifúndio/agronegócio. O latifúndio/agronegócio busca criar um verdadeiro pânico em torno do Código Florestal dizendo que as leis ambientais visam inviabilizar qualquer forma de agricultura, principalmente a camponesa. Esta estratégia tem como finalidade cooptar os camponeses, afirmando que ambos (latifúndio/agronegócio e agricultura camponesa) estão do mesmo lado.

Além disso, a propaganda midiática elaborada e apresentada pelo latifúndio/agronegócio afirma que a proteção aos recursos naturais no Brasil é um entrave ao “desenvolvimento” do setor agrícola do país.

Acreditamos que não se trata de um embate entre agricultura e preservação ambiental, mas de um embate entre modelos agrícolas. Existe uma agricultura que é centrada na produção de gêneros alimentícios, que prima pela satisfação das necessidades familiares e que garante a conservação do ambiente: a agricultura camponesa. Há outra forma de exploração no campo, que privilegia o lucro, a acumulação de capital nas mãos de um pequeno grupo social através da produção de commodities para exportação ou simplesmente pela espoliação da renda da terra por serem proprietários fundiários: o agronegócio. Este modelo se sustenta na exaustão dos recursos naturais e sociais, através da destruição da natureza e utilização de trabalho análogo as condições de escravidão.

A agricultura camponesa vem a séculos mostrando que é possível ter uma produção agrícola em sintonia com a conservação da natureza. Aliás, os camponeses entendem que o equilíbrio e a preservação da natureza são essenciais para a garantia de uma boa produção que venha a suprir as demandas familiares. É preciso entender que se nos dias atuais existe algo preservado em termos ambientais, quem conservou foram as populações camponesas.

Já o agronegócio/latifúndio é quem mais tem degradado e destruído a flora e a fauna do país, não apenas pelo desmatamento, mas também pela intoxicação dos solos, das águas e do ar com aquilo que denominam “defensivos” agrícolas. Na verdade, trata-se de venenos altamente nocivos para o ambiente e para a população em geral. Tudo isso em virtude da acumulação sem limites de capital. Portanto, o latifúndio e o agronegócio são os verdadeiros devastadores e fazem de tudo para destroçar o Código Florestal e continuar a destruir sem piedade.

Por isso, acreditamos que não se trata de desconhecimento dos relatores da atual proposta de alteração do Código Florestal sobre as características das coberturas vegetais do país; trata-se de um embate entre projetos de desenvolvimento. O projeto da destruição e busca pelo lucro a todo custo que conta com presença massiva de seguidores no Planalto Central versus o da preservação e satisfação das necessidades básicas relegando um ambiente preservado para as gerações futuras, que infelizmente é pouco representado nas esferas políticas “oficiais”.

Vários segmentos da sociedade têm se manifestado sobre a reformulação do Código Florestal. Organizações, movimentos sociais, ONGs, associações, entidades, intelectuais, artistas, professores, geógrafos, biólogos, jornalistas, economistas, dentre outros tem dado sua contribuição ao debate e não raramente defendido que o substitutivo traz enormes prejuízos para o já degradado ambiente natural brasileiro.

Por fim, reafirma-se que o texto substitutivo atenta violentamente contra o ambiente natural do país, entrega as florestas e demais coberturas vegetais brasileiras (bens da sociedade pertencendo a todos e a cada cidadão brasileiro indistintamente), aos interesses vorazes dos grandes latifundiários e a expansão desenfreada do agronegócio sustentada por empresas transnacionais do setor agropecuário e agroquímico.

Para tanto, há a necessidade de a sociedade participar ativamente deste debate tão importante para o futuro do país, questionando: Por que no mundo inteiro se fala em preservação ambiental e no Brasil falamos em facilitação da destruição da natureza? É preciso compreender os interesses que estão ocultos no jogo político.
Disponível em: www.fct.unesp.br/nera

*Doutorando em Geografia pela UNESP/FCT - Presidente Prudente
Pesquisador do NERA e GEOLUTAS

10 de novembro de 2011

FONTE: http://www.mst.org.br/As-mudancas-no-Codigo-Florestal-a-servico-do-latifundio-e-do-agronegocio

Trabalho escravo no campo cresceu 23% em 2011, diz CPT




  • No final de novembro, a Polícia Rodoviária Federal resgatou cinco trabalhadores rurais e uma criança de 13 anos em regime de trabalho semelhante ao escravo na cidade de Formosa (GO). Neste ano, foram registradas 218 denúncias à CPT e ao Ministério do Trabalho, contra 177 em 2010, o que representa um aumento de 23% No final de novembro, a Polícia Rodoviária Federal resgatou cinco trabalhadores rurais e uma criança de 13 anos em regime de trabalho semelhante ao escravo na cidade de Formosa (GO). Neste ano, foram registradas 218 denúncias à CPT e ao Ministério do Trabalho, contra 177 em 2010, o que representa um aumento de 23%
Levantamento parcial divulgado nesta segunda-feira (12) pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostra que as ocorrências de trabalho escravo no campo tiveram aumento significativo no período de janeiro a setembro de 2011, na comparação com igual período do ano passado.
Neste ano, foram registradas 218 denúncias à CPT e ao Ministério do Trabalho, contra 177 em 2010, o que representa um aumento de 23%. Para Antonio Canuto, secretário da coordenação nacional da CPT, os flagrantes cresceram devido ao aumento da fiscalização e à maior participação da sociedade, mas o número de trabalhadores vivendo em condições análogas à escravidão também cresceu.
“O sistema vai lançando mão de formas de trabalho arcaicas para obter cada vez mais lucro”, disse. Segundo ele, tais condições são encontradas com mais frequência no corte da cana-de-açúcar, na colheita de frutas como o tomate e na extração de madeira.
O número de pessoas resgatadas do trabalho escravo também passou de 3.854 em 2010 para 3.882 em 2011. De acordo com a CPT, a região Centro-Oeste concentrou quase 50% dos trabalhadores resgatados (1.914 do total), sendo 1.322 apenas em Mato Grosso do Sul. O maior crescimento, no entanto, foi verificado no Nordeste: a região, que registrou 19 ocorrências de trabalho escravo nos nove primeiros meses de 2010, foi responsável por 35 ocorrências no mesmo período de 2011 (aumento de 84%).

Crimes têm maior repercussão

De janeiro a setembro de 2011, 17 trabalhadores do campo foram assassinados no país, 32% a menos que o registrado em 2010 (25 mortes). Segundo a CPT, apesar da queda, os crimes ocorridos neste ano tiveram uma repercussão maior. “Os assassinatos tiveram uma ‘seleção’ de pessoas defensoras do meio ambiente”, disse Canuto.
O primeiro crime que teve grande repercussão foi o assassinato do casal extrativista Maria do Espírito Santo e José Claudio Ribeiro da Silva, no Pará, no dia 24 de maio. Três dias depois, o líder camponês Adelino Ramos, um dos sobreviventes do massacre de Corumbiara, foi morto em Rondônia. Em novembro, o cacique Nísio Gomes desapareceu da aldeia em que vivia na fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
De acordo com o levantamento da CPT, ao menos oito das 17 mortes estão diretamente relacionadas com a defesa do meio ambiente, e outras quatro se relacionam com comunidades (duas mortes de quilombolas e duas de indígenas).

Ameaças de morte

Segundo a análise da CPT, o número de pessoas ameaçadas de morte cresceu significativamente. Em 2010, houve registro de 83 pessoas ameaçadas, e em 2011 esse número saltou para 172 (aumento de 107%). Para a entidade, esse crescimento é reflexo das ações que se desenvolveram após os assassinatos de maio, quando foi entregue à Secretaria de Direitos Humanos a lista dos ameaçados de morte na última década, destacando que as ameaças haviam se concretizado em 42 casos.

Disputa por terra e água

Na contramão dos conflitos trabalhistas (trabalho escravo), que cresceram, as ocorrências de disputa por terra caíram de 535, em 2010, para 439, em 2011. Também houve redução nos conflitos por água (de 65 para 29).

Do UOL Notícias, em São Paulo  
Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/12/12/ocorrencia-de-trabalho-escravo-no-campo-cresceu-23-em-2011-diz-comissao-pastoral-da-terra.jhtm

Opinião - Um sistema viciado e uma mídia sustentada


Notícias são divulgadas como folhas ao vento, não permitindo que a totalidade das pessoas consiga entender realmente o que está acontecendo, daí uma alienação na qual quase ninguém consegue antever o que pode estar por vir. Para agravar o quadro, a mídia carioca se encarrega de divulgar um cenário de acordo com os interesses de quem a sustenta. Vivemos sob uma realidade virtual que tem prazo de validade e se nada for feito a colisão com os fatos será brutal. Neste artigo tento organizar e analisar tais incongruências de uma forma que todos possam refletir e abrir os olhos.
O Brasil, que será em breve a sexta economia mundial, segue sua escalada em relação ao que há de pior em desigualdade social. Somos o 9º pior país do mundo, atrás de Paraguai e Lesoto. Isto não acontece por acaso. A “suposta” corrupção desenfreada provocada pela associação de partidos políticos e empresários para assaltar os cofres públicos consome entre 1,38 a 2,3% do PIB, de R$ 50 a 84,5 bilhões anuais, segundo estudos, influenciando decisivamente a redução de investimentos na economia (empregos e infraestrutura), além de provocar impactos negativos na saúde e na educação, exatamente pontos que compõem o Índice de Desenvolvimento Humano. Tornando o país mais caro para produzir (impostos), menos atraente para investimentos (insegurança jurídica, violência e juros altos), mantendo a Formação Bruta de Capital Fixo em um patamar baixo.
Para sairmos deste caos, bastaria uma solução simples: a transparência total das contas públicas, que incrivelmente já é legislada, mas não funciona por falta de participação ativa da sociedade.
Mídia carioca decreta que “agora vai”
Com toda a corrupção que está a nossa volta, fica fácil de entender porque mesmo gastando mais em segurança do que muitos países ricos não conseguimos reduzir as taxas de violência e nem garantir direitos. Somos o sexto colocado no ranking mundial da violência, com índice de 21,9 assassinatos/cem mil pessoas. O Rio de Janeiro, mesmo com todas as notórias manipulações, está com um índice de 27,6. Ou seja, observa-se um gasto com segurança pública que ao invés de diminuir a violência, inacreditavelmente, só a aumenta. Será que não tem alguma coisa errada? Não é possível que ela continue aumentando a cada ano que passa.
Segundo especialistas, metade do crescimento da renda de uma pessoa vem de sua educação e o analfabetismo, no Brasil, alcança o índice de 9,6% da população com 15 anos ou mais (13,9 milhões de pessoas), sendo que no Nordeste alcança-se a marca de 32,9% na área rural. Em educação, estamos atrás de “potências” como Zimbábue (8%), Guiné Equatorial (7%) e Panamá (6%). O problema é político e “supostamente” envolve feudos como, por exemplo, o do Maranhão. Como se pode gastar impunemente três vezes mais com presos do que com educação? Na Inglaterra se discute o contrário, como diminuir o número de presos com políticas públicas, porque o detento não traz retorno, só custo. A coisa está tão feia que em São Paulo querem proibir a tradicional figura do carona na motocicleta.
O Rio, caixa de ressonância do Brasil, não pode ser o 2º maior PIB e ostentar simultaneamente os piores índices da federação em todos os setores, por ser refém de políticas públicas que mudam de acordo com o governante da vez, que impõe sua marca pessoal de gestão e apadrinhamentos, produzindo uma descontinuidade administrativa que nos levou à falência total dos serviços públicos e privados. Não podemos, por exemplo, “supostamente” deixar um hospital ruir para dar as obras de recuperação a um patrocinador de campanha do prefeito, sem licitação, como se faz hoje impunemente. Mesmo com a mídia carioca decretando que o momento atual do Rio é único e que “agora vai”, sem dizer para onde, já que não há visão de futuro porque acintosamente não existe planejamento que o demonstre ou sequer metas críveis.
Que pacificação é essa?
Se olharmos para trás veremos que estamos legitimando um feudo político com o que há de pior, que vem sendo passado de pai para filho há mais de 20 anos, ou seja, estamos diante de um “agente público” que fará de tudo para que a situação piore cada vez mais porque só assim eles perpetuarão suas negociatas.
Não bastasse tudo isso, a mídia ainda cria heróis falaciosamente, como a Globo faz com o secretário Beltrame e o mito das UPPs, que todos sabemos ser a terceira tentativa seguida de ocupar o vazio deixado pelo poder público em mais de meio século de incúria administrativa. Embora os resultados iniciais sejam positivos, sabemos que é rigorosamente impossível de ser implantada e mantida em todo o Rio, porque a relação custo/benefício não fecha, porque gastos sociais são a fundo perdido, pois não dão retorno financeiro. Esta aberração sustentada pela mídia através de estatísticas duvidosas divulgadas com alarde é desmistificada quando sai qualquer pesquisa, mesmo chapa branca.
Descobriu-se agora que, novidade, a miséria é o maior empecilho para os jovens de favelas com UPP, já que mais de 55% disse que interromperam os estudos por necessidade, gravidez ou desânimo com o colégio (falta total de perspectiva de sair da escola e ter um emprego digno com futuro garantido), sendo que 26% não estudam e nem trabalham. Descobriram famílias de 4 pessoas que sobrevivem com menos de mil reais por mês e querem “inventar” projetos sociais que resolvam isso com verba do BID, R$ 90 milhões mais contrapartida de R$ 35 milhões do governo estadual.
Claro que já criaram um sorvedouro para este dinheiro chamado Comitê Executivo de Políticas Sociais para Áreas Pacificadas, mesmo com o pífio desempenho das atuais políticas que até agora não conseguiram fazer com que os moradores de um mesmo morro “pacificado” há mais de um ano cruzem uma rua que demarca o Borel do da Formiga, nem para visitar os parentes porque cada lado é território de uma facção inimiga. Que pacificação é essa que não funciona e que mídia é essa que esconde os fatos? Pacificar os lugares vitrines interiorizando a violência é como atrasar uma bomba relógio, que irá explodir a qualquer hora.
Problemas notórios
Não dá para entender o porquê de insistir tanto em programas sociais que jamais vão produzir empregos que tragam dignidade ao morador do Rio. Alguém em sã consciência consegue explicar por que não se faz um planejamento de curto, médio e longo prazos como, obrigatoriamente, tem que ser feito numa situação como essa, já que o Rio chegou ao fundo do poço, após mais de meio século de incúria administrativa? Por que, desrespeitosamente, não se fala em revitalizar uma economia que a cada ano regride mais, comprovadamente, como todos os índices evidenciam? E, tão importante quanto, por que a mídia carioca não mostra que apenas lugares que tiveram planejamentos de curto, médio e longo prazos obtiveram êxito total?
Por mais assistencialismo que a UPP ofereça, ela nunca vai dar ao morador dignidade, que é o que ele quer. Uma coisa que só vem com independência financeira, ou seja, empregos de qualidade. Vai, sim, propiciar a eleição de políticos ligados a essa prática asquerosamente corrupta, que se renova indefinidamente.
Com as UPPs assistencialistas, estamos assistindo uma repetição vergonhosa do Minustah que a ONU implementou no Haiti, que diminui a violência mas não produz emprego nem renda, e observe que lá já se vão mais de sete anos e bilhões de dólares em gastos. Agora planejam uma retirada vergonhosa, que vai deixar a população entregue à própria sorte. O prazo de validade das UPPs é 2016 e a crise advirá quando, de uma só vez, forem encerrados abruptamente os investimentos bilionários e a obras da especulação imobiliária, que já “avisou” que irá construir “30 anos em 5” porque depois o mercado estará saturado.
Como gastaremos bilhões de dólares para produzir os maiores eventos do mundo sabendo que haverá uma conta a ser coberta, temos que produzir meios para pagá-la no pós-2016. Mostrar os problemas é fácil porque, mesmo escondidos pela mídia, eles são fatos notórios. Difícil mesmo é apontar uma solução lógica e que atraia a todos.
Processo maquiavélico
É absurdo haver um projeto que foi “aprovado” pelos secretários de desenvolvimento estaduais e municipais, que pode ser bancado pela Petrobrás e outras empresas interessadas que jamais irão querer ficar de fora de um rolo compressor que irá gerar, comprovadamente, milhões de novos empregos de qualidade, aumento da arrecadação em bilhões de dólares, unindo toda a sociedade em um planejamento de curto, médio e longo prazos que revitalizará toda a infraestrutura do Rio, possibilitando um universo de obras que desenvolverão qualidade de vida e um crescimento ordenado imobiliário, levando verdadeiro desenvolvimento às UPPs, favelas, subúrbios e periferia, fato que transformará o Rio na vanguarda mundial do setor turístico de negócios e lazer e que, uma vez bem administrado, se eternizará, junto com toda a nossa beleza natural.
A indústria do turismo movimenta todos os setores simultaneamente, fazendo com que cultura, indústria criativa, tecnologia de informação, logística, entre outros diversos segmentos, criem um ambiente propício à proliferação de centenas de milhares de micros e pequenas empresas, para atender inicialmente 25 milhões de visitantes de qualidade, atraindo o setor de serviços internacional, que é disputado mundialmente à tapa, por um conceito de qualidade de vida transparente que jamais será alcançado em lugar concorrente nenhum, tamanho o potencial que o conceito desfraldado no Rio oferecerá.
O que os políticos mais temem é que os substituamos, que tiremos deles esse poder delegado que os mantêm, num mecanismo controlado de eleições entre opções viciadas nos limites do sistema e legitimadas por uma mídia sustentada. Já passou o tempo que isso acontecia porque não sabíamos o que fazer. Ideias que nos dão uma visão de futuro no qual todos se sentirão inseridos de verdade existem; com aumento sólido da renda per capita, redistribuindo a renda com justiça e proporcionando ganhos em todos os sentidos na nossa qualidade de vida. Mas se depender dessa classe política empresarial que está no poder e do que, vergonhosamente, a mídia carioca vem fazendo (ou deixando de fazer), nunca sairemos desta situação. Político hoje não se elege por ideias ou ideais, e sim, por compactuar com apoiadores feudais, num processo maquiavélico de perpetuação do poder a qualquer preço. É esse o futuro que queremos?
***
Por José Paulo Grasso em 06/12/2011 na edição 671
[José Paulo Grasso é engenheiro e coordenador do Acorda Rio]
Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_um_sistema_viciado_e_uma_midia_sustentada


Congresso Brasileiro debate agroecologia e produção orgânica



A Agroecologia e a Produção Orgânica estarão na pauta das discussões do VII Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), de 12 a 16 de dezembro, em Fortaleza, no Ceará. A organização do evento aguarda mais de 4 mil congressistas para as palestras, debates, seminários e minicursos. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento vai participar dos debates do evento promovido pela Associação Brasileira de Agroecologia (ABA)

“É o maior fórum que temos pra discutir a Agroecologia pela visão acadêmica. É uma possibilidade enorme de conversar e ampliar a discussão com todo o setor”, afirma Rogério Dias, coordenador de Agroecologia do Ministério. Durante a programação do evento, representantes de vários ministérios vão debater as estratégias para a construção de uma política para envolver o setor público e privado. Além disso, será colocada em pauta a necessidade de se incluir a Agroecologia na grade das instituições de ensino.

Temas como “Sociedade e Segurança Alimentar: desafios para a Agroecologia”, “Políticas Públicas para a Agroecologia” e “Economia ecológica e ecologia política: contribuições para a Agroecologia” serão tratados nos paineis. Nesta segunda-feira (12), serão realizados 12 minicursos sobre agroecologia. Entre os assuntos das oficinas está o Sistema Agrossilvipastoril, também conhecido como Integração lavoura-pecuária-floresta, que busca alternar pastagem com agricultura e floresta em uma mesma área. Essa é uma das técnicas inclusas no Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC). O governo pretende aumentar a utilização do sistema em 4 milhões de hectares e evitar que entre 18 e 22 milhões de toneladas equivalentes de CO2 sejam liberadas.

Saiba mais

Produção Orgânica: Os alimentos orgânicos são produzidos baseados em princípios agroecológicos que contemplam o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais. Desde 1º de janeiro de 2011, todos os produtos comercializados como orgânicos são identificados pelo selo do Sistema Brasileiro de Conformidade Orgânica. O Ministério da Agricultura regulamenta e cadastra todos os produtores e já tem cerca de 15 mil agricultores de produção orgânica em seu banco de dados.

Em 2011 também foi registrado o primeiro produto fitossanitário para a agricultura orgânica, assinado pelo Ministério da Agricultura depois de uma análise em conjunto com os ministérios da Saúde e do Meio Ambiente. O Brasil deseja ser referência em produtos biológicos de controle de pragas e pretende montar uma delegação de especialistas para discutir o tema junto a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, sigla em inglês) no próximo ano.

12 de dezembro de 2011 - 16:50h
Autor: Mapa 
Fonte: http://www.sonoticias.com.br/agronoticias/mostra.php?id=48443

Do Sitio Coletivo/Lester Bangs


O maldito lugar de Lester Bangs

♪♪ Hangin' out with Lester Bangs you all/
And Phil Spector really has it all/
Uncle Floyd shows on the T.V./
Jack Nicholson, Clint Eastwood, 10cc/
But it's not my place. 
  
Entre os citados neste trecho da música It’s Not My Place (In The 9 To 5 World), do álbum Pleasant Dreams, lançado em 1981 pelo Ramones, está o jornalista californiano Lester Bangs, considerado para muitos o maior crítico de rock n’ roll de todos os tempos.

Na canção Bangs é de certa forma "enforcado" e citado a algumas "celebridades" como Jack Nicholson e Clint Eastwood. O curioso é que o jornalista abominava celebridades, os chamados VIP’s. O verso da canção do Ramones ainda diz: "este não é o meu lugar". Mas qual seria o lugar de Leslie Conway Bangs, vulgo 'Lester', que completaria 63 anos neste dia 13 de dezembro?

Lester teve uma curta, porém explosiva, passagem pela imprensa. Iniciou fazendo "frilas" para a Rolling Stone, oportunidade que apareceu quando a revista abriu espaço para leitores fazerem resenhas de bandas. Iniciou com uma crítica do álbum Kick Out The Jams (1969), do MC-5.  

Aberta a porta, ele começou a acompanhar bandas que mudaram o cenário do rock, como Black Sabbath e Led Zeppelin. Acabou demitido da Rolling Stone por ordem do editor da revista, pois – 'maldito' que era – se recusava a escrever sob as rédeas e as amarras editoriais.

Na revista Creem conseguiu ser 'mais' Lester Bangs, com seus textos e críticas "psicotrópicas" no estilo que ficou conhecido como "gonzo jornalismo", hoje imortalizado na figura do lendário Hunter Thompson.

Assim como Hunter – conhecido por muitos apenas pela interpretação de Johnny Depp em Fear and Loathing in Las Vegas (Medo e Delírio) – muitos tiveram o primeiro contato com Lester ao assistir o filme Almost Famous (Quase Famosos), onde o crítico musical é interpretado pelo ator Philip Seymour Hoffman.  Para quem não recorda, Lester é o conselheiro de William Miller (Patrick Fugit), o "foquinha" que consegue um frila na Rolling Stone para acompanhar a banda Stillwater.

Além de escrever sobre rock, Bangs fez rock. Foi músico, juntou-se a Mickey Leigh (irmão de Joey Ramone) na banda Birdland, na Nova Iorque dos anos 70. Ainda fez parte no Texas de uma banda de punk-rock chamada Delinquents, que chegou a gravar o álbum Jook Savages on the Brazos.

Lester morreu em 1982, então com 33 anos, em decorrência de uma overdose de medicamentos. Em textos na internet, já li de alguns fãs que o jornalista era uma mistura de Kerouac e Bukowski aplicada ao rock n’ roll. Sem dúvida, uma ótima interpretação deste "maldito" que não se prendia a rótulos e que incorporou como ninguém o espírito de sua época.

É curioso pensar qual seria o lugar de Lester Bangs neste mundo atual onde as rebeldias estão cada vez mais contidas e a futilidade é cada vez mais evidente no culto às personalidades, grande motivo da repulsa do jornalista maldito, como bem exposto neste trecho abaixo de uma entrevista a publicação News Blimp, em 1980. 

“Todas as pessoas que conheço estão completamente alienadas, de saco cheio, enojadas com tudo, e sei que boa parte daqueles que trabalham na mídia e nos impingem essas coisas está tão alienada quanto o público. O público compra só porque não lhe é oferecida outra coisa. E, pessoalmente, eu me pergunto quando as pessoas vão começar a dizer: "Não! Eu me recuso, não quero mais isso!”.
[Lester Bangs]