Uso de agrotóxicos e impactos socioambientais são temas de encontros na Unioeste
A
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) sedia a realização
do 1º Colóquio sobre o uso dos agrotóxicos e impactos socioambientais, a
ser promovido no próximo dia 15 no Campus de Marechal Cândido Rondon e
no dia 16 no Campus de Cascavel. O evento, que prevê a realização de
palestras e debates, é aberto à comunidade, mas têm como público-alvo
produtores rurais, profissionais da saúde, movimentos sociais,
professores, estudantes universitários e professores e alunos da Rede
Estadual de Ensino.
De acordo com os organizadores do evento, diversas
projeções realizadas pelo Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento (Mapa), demonstram que a cultura de milho e soja, foi
responsável pelo uso de 55% do volume total de herbicidas, inseticidas,
fungicidas, acaricidas e outros (adjuvantes, surfactantes e reguladores)
em 2010.
Informações como estas, observam, servem de alerta
para as regiões com grande produção de soja e milho como o Oeste do
Paraná. No ano de 2010, 23,8% da produção de soja e 24,6% da produção de
milho de todo o Paraná foi produzido pela região, conforme dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Certamente há
impactos pela utilização de agrotóxicos no Oeste Paranaense, assunto que
carece de maior investigação, acentuando a importância do debate
proposto pelo colóquio, afirmam.
Produção alternativa
Para os representantes das entidades que organizam
o evento, a utilização intensiva de agrotóxicos se refere às
implicações de um projeto de agricultura baseada no monocultivo de commodities,
e que não tem por objetivo real a produção de alimentos saudáveis.
Neste processo agroquímico dependente há efeitos negativos constatados
em pesquisas, como intoxicações agudas em seres humanos e contaminação
no ambiente (ar, água, solos, entre outros).
Por isso, explicam os organizadores, um dos
objetivos do evento será apontar a existência de modelos alternativos de
produção agropecuária, como atualmente os referenciais da agricultura
camponesa e agroecológica. Nessa perspectiva, a discussão sobre uso dos
agrotóxicos e impactos socioambientais poderá estimular a sociedade a
criar caminhos alternativos na produção de alimentos saudáveis, a partir
do fortalecimento agricultura camponesa.
Por fim, o I Colóquio busca também, estimular a
organização e mobilização da sociedade civil pela causa do meio ambiente
e produção de alimentos saudáveis na região Oeste do Paraná. Também
procura fortalecer a Campanha Nacional Permanente Contra o Uso de
Agrotóxicos, bem como contribuir para futuras iniciativas de pesquisas
sobre o tema.
Programação
No Campus rondonense da Unioeste, as atividades
começam às 8 horas deste dia 15, com a participação do procurador de
Justiça do Ministério Público e coordenador do Centro de Apoio
Operacional às Promotorias do Meio Ambiente, Saint-Clair Honorato
Santos, que fala sobre “A ação do Ministério Público frente às questões
socioambientais provocadas pelo uso de agrotóxicos”, no Campus
rondonense da Unioeste.
No período da tarde, a partir das 14 horas, haverá
apresentação e debate sobre o documentário “O Veneno esta na Mesa”,
produzido pelo cineasta Silvio Tendler, que denúncia os problemas do uso
dos agrotóxicos (tanto no processo produtivo, como no consumo) e
apresenta a possibilidade real da produção de alimentos saudáveis por
meio da agroecologia. A meta, é que além de assistirem o documentário,
os participantes façam o debate sobre o mesmo e apresentem suas
experiências pessoais.
Depois, com início às 19h30, o professor doutor
Wanderlei Antonio Pignati, da Universidade Federal do Mato Groso (UFMT)
abordará o tema “O Uso de Agrotóxicos e as Implicações na Saúde Humana”.
No dia 16, no Campus de Cascavel, também haverá palestra com o
professor doutor Wanderlei Antonio Pignati, intitulada “Implicações do
uso dos agrotóxicos para a saúde humana e para o ambiente”. Essa
palestra ocorrerá no auditório do Campus a partir das 8h30.
As entidades organizadoras do 1º Colóquio são: o
Laboratório de Geografia das Lutas no Campo e na Cidade (Geolutas), a
Associação dos Geógrafos Brasileiros – Seção local de Marechal Cândido
Rondon, Programa de Pós-Graduação em Geografia da Unioeste (PPGG),
Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (Capa), Rede de
Agroecologia-Ecovida Núcleo Oeste, Associação Regional em Defesa da
Ecocidadania e Cidade Sustentável (Ardecs), Associação dos Portadores de
Lesões Por Esforços Repetitivos (AP-LER), Centro Acadêmico de Direito
XVIII de Novembro e Centro Acadêmico de Geografia “Chico Mendes”. Além
das entidades citadas, em Cascavel o evento conta com a organização do
Programa de Pós-Graduação em Biociências e Saúde (nível Mestrado) e do
Grupo de Pesquisa em Políticas Sociais (GPPS).
Mais informações podem ser obtidas nos seguintes e-mails e telefones: em Marechal Cândido Rondon: coloquioagrotoxicos@gmail.com e (45) 3284-7870, e em Cascavel: biosaude.unioeste@gmail.com e (45) 3220-3132.
fONTE: Enviado por ACS em qua, 10/04/2013 - 13:48
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