Um tema bastante procurado e debatido no Jardim do Mundo
e reconhecidamente um ótimo assunto para uma segunda-feira de manhã, o
estilo de vida contemporâneo tem sido cada vez mais rediscutido e
reconsiderado em favor de uma vida mais saudável e sustentável, mas
existem pessoas que casaram de esperar e mostram isso em uma mudança
radical de ambiente.![Captura de Tela 2014-04-14 às 14.39.54](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_s6vBxl9EMDw0Zjl6cRmzjqx-9GD5zt-wjP88VPPn4sBF-gu47jIIMte0Nqh0G1NKMg03ZgZWM9Vq3xFcd1pI5oeBAnFj6pJLf3ga1QnpknzjOXUOsxsW8FMOdaKUOa-KVgsHHOXa0CF23C1kRCNr_hUtbL5e9B_VV2B6wFpit2wO3nH3EZpR80ow=s0-d)
Por 3 anos, o fotógrafo russo Danila Tkachenko registrou
a vida de pessoas que decidiram viver longe do restante da civilização
ao migrar para locais inabitados do interior da Rússia e da Ucrânia.
Longe de ser somente mais um passeio a trabalho, a viagem proporcionou
ao fotógrafo uma incrível experiência ao conhecer pessoas que decidiram
viver em completa solidão, morando em casas no meio da floresta.
“Você pode descrever suas condições de vida?
Danila: Você pode
ver que tipo de personalidade a pessoa tem só de olhar para a sua
casa. Há aqueles que constroem palácios inteiros usando materiais
disponíveis na floresta. Algumas cavernas ocas, outros constroem cercas e
até pontes. O trabalho é uma parte muito importante de suas vidas.”
Para encontrar estas pessoas, Danila
teve de fazer uma pequisa profunda, já que esses nômades deixavam poucas
pistas de seu paradeiro. Ao consultar prefeituras, jornais locais e
fazendeiros das regiões, o fotógrafo conseguiu alcançá-los e mostrar o
seu interessante estilo de vida através de um ensaio fotográfico.
“O que eles comem?
Danila: Algumas
pessoas caçam, outros cultivar seu próprio alimento. Comem bagas e
cogumelos. Se você conhece a floresta bem o suficiente, ela vai te dar
muita comida. Mas eles também têm a opção de viajar para as aldeias
vizinhas para fazer trocas com os habitantes.”
Neste
ensaio, o fotógrafo também registrou suas casas. Confeccionadas com
barro, palha, dentro de cavernas ou com madeira da floresta, todas foram
construídas com as próprias mãos e são agora a residências destas
pessoas que vivem imersas em meio a natureza.
Em entrevista para a revista Vocativ, o russo contou um pouco sobre como teve a ideia de fotografar os eremitas.
“Meu pai viveu na floresta como um
eremita por cerca de três anos, mas depois voltou à viver na cidade. Eu
estava interessado em ver como uma pessoa escolhe cortar relações com o
mundo exterior para tentar se aproximar mais de si mesmo. É uma questão
de olhar para a sua identidade real. Quando conheci essas pessoas, eu
estava interessado em ver como eles se comparam a mim como um morador da
cidade. Cerca de cinco anos atrás, estava caminhando pelas montanhas de
Altai , quando me perdi e tive que passar cerca de um mês sozinho. Foi
uma experiência muito difícil e importante para mim, e é por isso que
decidi explorá-la ainda mais.”
O projeto resultou em um prêmio no concurso World Press Photo de 2014.
“São essas as pessoas mais felizes do que aquelas que vivem na cidade?
A felicidade é algo muito
pessoal. Mas eles parecem viver em harmonia consigo mesmos e com o mundo
ao seu redor. Eles são muito parecidos com crianças. Se eles estão
tristes ou felizes, eles vão compartilhar isso com você, porque eles não
têm o habito de usar máscaras sociais que as pessoas que vivem em um
ambiente civilizado usam. Eles não têm padrões sociais para seguir e são pessoas muito sinceras e abertas.”
Fonte:
Entrevista: Vocativ
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