quarta-feira, 29 de julho de 2015

DITADURA




DOCUMENTOS SECRETOS LIBERADOS PELOS EUA REVELAM INFORMAÇÕES SOBRE DESAPARECIDOS POLÍTICOS


POR  · 21 DE JULHO DE 2015

Um  conjunto  de  documentos  secretos  dos  anos  70

agora  liberados  à  consulta  confirma  que  o  governo

dos  Estados  Unidos  recebeu,  antes  de  se  tornarem

claras  para  os  familiares,  informações  privilegiadas

sobre  o  destino  de  pelo  menos  três  desaparecidos

Rubens  Paiva, Stuart  Edgard  Angel  Jones   e

Virgílio  Gomes  da  Silva.

Sobre  o  ex­deputado  Rubens  Paiva,  um  telegrama  diplomático  confidencial  de fevereiro  de  1971,  cujo  sigilo  foi  afastado  somente  em  maio  passado,  afirma:

“Paiva  morreu  durante  interrogatório  ou  de  um  de  ataque  cardíaco  ou  de outras  causas”.

 Outro  telegrama  datado  de  30  de  setembro  de  1969  e  liberado  em  6  de  maio passado  confirma  a  prisão,  por  equipes  da  Oban  (Operação  Bandeirante),  do militante  da  esquerda  armada  Virgílio  Gomes  da  Silva,  mas  ressalta  que  o nome  dele  não  foi  divulgado  no  comunicado  à  imprensa,  e  que  “possivelmente

a  polícia  vai  não  dar  conhecimento  público  de  que  ele  foi  preso”.  Virgílio morreu  de  tortura  horas  depois  da  prisão,  segundo  testemunhas,  mas  a  versão   oficial  na  época  foi  que  ele  permanecia  foragido.

Um  telegrama  de  agosto  de  1971  confirma  que  o  cônsul  dos  EUA  James

Reardon  recebeu  da  polícia  brasileira  que  um  cidadão  chamado  “Stuart  Edgar   Angel  Gomes”  havia  sido  preso  pela  polícia,  mas  acabara  “escapando”.

“Advogado  e  família  estão  muito  interessados,  na  verdade  desesperados,  para descobrir  a  fonte  da  informação  de  Reardon”,  diz  o  telegrama.



TELEGRAMA
Confidencial
De: Amconsul São Paulo
Para: RUEHC/SECRETARIA DE ESTADO DOS ESTADOS UNIDOS WASHDC
INFO RUESUZ/EMBAIXADA AMERICANA BRASILIA 592
RUESUA/EMBAIXADA AMERICANA RIO DE JANEIRO 2407
RUESEI/CONSULADO AMERICANO  RECIFE 67
BT
C O N F I D E N C I A L SAO PAULO 966

Assunto: Prisão policial de terroristas

Ref: São Paulo 944

  1. Polícia de operação Bandeirante (nome da força de tarefa especial composta de militares e oficiais do DOP para lutar contra subversão) parece estar fechando em parte do grupo terrorista Marighella em São Paulo. Usando informações obtidas apartir de detenções anteriores (ver ref.) A polícia prendeu Virgilio Gomes da Silva, Francisco Gomes da Silva e o reporte do Jornal da Noite, Antonio Carlos Fon dia 29 de setembro. Foram também presos o irmão de Fon, Tom Fon Filho, sua esposa Zerilda, filha Celia, e uma prostituta japonesa cujo nome não é mencionada nos jornais.
  2. Bombas, dinamite e mapas indicam que bombas seriam explodidas nas instalações do exército, governo e polícia foram achados do apartamento de Fon.
  3.   O comunicado da emprensa em relação a essas prisões não mencionaram o nome de Virgilio; possivelmente pois a policia não reconhece abertamente que ele foi preso. GP-4

terça-feira, 28 de julho de 2015

ASTRONOMIA



ESPAÇO

Chuva de “estrelas cadentes” poderá ser vista do hemisfério sul nesta terça-feira



  • Moradores do Brasil e dos outros países no hemisfério sul tem um belo espetáculo no céu neste fim de julho. É a chuva de meteoros Delta Aquarídeas, que está em atividade desde o dia 18 deste mês e deve continuar até 18 de agosto.
O melhor momento para observá-la, no entanto, será na madrugada desta terça-feira (28) para quarta (29), segundo astrônomos. É quando entra em seu pico de atividade, tornando mais fácil ver a olho nu as “estrelas cadentes”, como são popularmente conhecidos os riscos no céu deixados pelos meteoros.
Cientistas apontam que às 3 horas da manhã, quando a luminosidade da lua diminuirá, será o melhor momento para assistir ao espetáculo.
Se o céu estiver encoberto, uma boa opção é assistir a transmissão a rede de notícias fará um streaming da chuva em seu site, a partir da 22 horas..Segundo a “National Geographic”, apesar de não ser necessário usar telescópio ou binóculos para conferir o evento, é melhor procurar áreas longe dos centros urbanos, para que a luz de postes e prédios e a poluição não atrapalhem a vista.

Aquarídeas

A Nasa aponta que a origem desta chuva de estrelas ainda não é muito precisa. Os meteoros, que são pequenos corpos celestes, riscarão o céu a partir da posição onde fica a constelação de Aquário (daí o nome do evento astronômico).
Quando eles se deslocam no espaço e entram na atmosfera da Terra, queimando parcial ou totalmente, e é isso que forma seu risco luminoso.
Os cientistas destacam, no entanto, que não há o menor risco para a Terra durante esta movimentação.

Colaboração: Marcos Maranhão
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/chuva-de-estrelas-cadentes-podera-ser-vista-do-hemisferio-sul-nesta-terca-feira-d09urnbvduc6703jx50xco00t

CONCURSO DO IBAMA



Concurso público do IBAMA: 

Oferta de 680 vagas e inicial de R$ 7.675,45


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Em breve o  Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Concurso Ibama) contará com o reforço de 680 concursados. O órgão solicitou a autorização do Ministério do Planejamento para oferecer 500 oportunidades de analista ambiental e 180 de analista administrativo, funções de nível superior, com inicial de R$ 7.675,45, incluindo o auxílio-alimentação, de R$ 373.
Os cargos proporcionam estabilidade, conferida pelo regime estatutário de contratação, bem como a possibilidade de promover ações a favor da biodiversidade, literalmente como “fiscal da natureza”, em alusão ao cargo dos sonhos de muitos que buscam qualidade de vida. A solicitação do concurso é analisada no Ministério do Planejamento desde 25 de maio, e ainda passará pelas áreas técnicas da pasta, devendo fazer parte do Orçamento da União em 2016, o que não impede que as seleções sejam autorizadas ainda este ano.
Portanto, quem tem afinidade com a área ambiental deve logo iniciar os estudos, podendo mesmo basear-se no conteúdo do concurso anterior, feito em 2012. Na ocasião, 108 vagas foram oferecidas para analista ambiental, 61 para analista administrativo e 300 para técnico administrativo. As áreas de analista ambiental foram licenciamento ambiental, monitoramento, regulação, controle, fiscalização e auditoria ambiental; e gestão, proteção e controle da qualidade ambiental. As vagas foram para o Rio de Janeiro e Brasília. Já para os cargos da área administrativa, as oportunidades foram distribuídas por 18 estados, além da capital federal.
Como a disputa promete ser acirrada, a boa notícia é que, segundo levantamento das entidades que representam os servidores do Ibama, 51,6% dos funcionários estão aptos a se aposentar este ano, o que indica que mais aprovados nos concursos possam ser convocados, além da oferta inicial. A informação foi dada na reunião da nova presidente do Ibama, Marilene Ramos, com a Asibama, o Sindsep, Condisef e Ascema Nacional, em maio. No encontro foi sinalizada de forma positiva a lotação de profissionais para a área de Tecnologia da Informação, que conta predominantemente com temporários. Foi confirmado ainda que 686 cargos estão vagos, e ainda que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) havia pedido 1.400 vagas ao Ministério do Planejamento para técnicos e analistas, a fim de suprir carências no Ibama.
Últimos concursos
Quem concorreu às 108 vagas de analista ambiental, em 2012, enfrentou cinco horas de provas objetiva e discursiva, feitas pelo Cespe/UnB. Graduados em qualquer formação optaram pelas chances do Rio de Janeiro ou Distrito Federal. As avaliações tiveram 50 questões de conhecimentos básicos (Língua Portuguesa, Atualidades, Ética no serviço público, Noções de Direitos Constitucional e Administrativo e Legislação do Meio Ambiente) e 70 de conhecimentos específicos. Nesse caso, as disciplinas foram de acordo com os temas escolhidos: 1 – Licenciamento ambiental, 2 – Monitoramento, Regulação, Controle, Fiscalização e Auditoria ambiental, 3 – Gestão, Proteção e Controle da Qualidade Ambiental. Na prova discursiva, foram cobradas uma dissertação de até 30 linhas e duas questões práticas, em até 10 linhas.
Já para as 61 vagas de analista administrativo, em 2013, os candidatos tiveram quatro horas e meia para concluírem o mesmo número de questões, e somente uma dissertação. Nos conhecimentos básicos, foram cobradas Língua Portuguesa, Informática, Matemática, Raciocínio Lógico, Atualidades e Noções de Direito Constitucional; na específica, foram Noções de Direito Administrativo, Legislação do setor de Maio Ambiente, Administração Geral e Pública, Administração Orçamentária, Financeira e Orçamento Público, Gestão de Pessoas, Ética no Serviço Público, e Administração de Recursos Materiais.
Detalhes:
  • Banca organizadora: A definir
  • Cargos: Analista ambiental; Analista administrativo
  • Escolaridade: Nível superior
  • Número de vagas: 680
  • Remuneração: R$ 7.675,45
  • Situação: Previsto
  • Previsão de publicação do edital: 2015/2016
Fonte: http://jornaldehoje.com.br/concurso-publico-ibama-oferta-de-680-vagas-e-inicial-de-r-7-67545/

segunda-feira, 27 de julho de 2015

A MENINA QUE DOA LIVROS



Quer uma boa leitura de graça? 

Basta procurar Giovanna Pampolin no Minhocão



giovanna-livros
Domingo sim, domingo não, ela expõe as obras. E aceita encomendas via Facebook.

Perdido num lugar distante de tudo, um homem se abriga na casa de uma família simpática e diferente. Essa gente tem um hábito esquisito: sair todas as noites para buscar o dia. Quando passa de novo por ali, o homem leva um presente que muda a rotina daquelas pessoas...”
Na infância, o fotógrafo Paulo Pampolin adorava esta história de Edy Lima, “A gente que ia buscar o dia”, contada pela mãe. O livro se perdeu, mas Pampolin guardou a fábula na cabeça e, a seu modo, passou a recontá-la para embalar os sonhos da filha Giovanna, hoje com 9 anos. Tal era a conexão entre pai e filha que Patrícia, atual mulher de Pampolin e madastra de Gigi, decidiu procurar um exemplar da obra nos sebos de São Paulo. Lima repousa atualmente nas estantes da família e é um dos raros livros aos quais a menina se apega. Os demais ela faz questão de compartilhar, depois de lidos, obviamente, com quem quiser. Quase todos os domingos ela e o pai oferecem literatura de graça aos pedestres do Minhocão, região central da capital paulista. 
A ideia de doar livros começou há pouco mais de seis meses. Dona de uma biblioteca invejável para a idade, Gigi se perguntou: por que não compartilhar com outros leitores? Encontro-a em uma manhã fria e cinzenta de inverno. O termômetro marca 13 graus, mas não a desanima. A menina empurra um carrinho repleto de obras de sua coleção rumo a um ponto do elevado, fechado aos carros no domingo. Entre artistas, ourives, ciclistas e turistas, ela monta sua pequena banca de exposição de tomos gratuitos.
Diante do empenho da filha, Pampolin criou no Facebook a página “A menina que doa livros”. Pela rede social, avisa quando estará ao lado de Gigi no Minhocão (as doações acontecem nos fins de semana que a menina passa com o pai), elenca os títulos disponíveis e aceita pedidos de encomendas. Giovanna lê todos os comentários, mas, por motivos de segurança, deixa as respostas a cargo do pai. “Em uma tarde, a página passou de 30 curtidas (seguidores) para mais de mil. Com isso comecei a juntar meus livros para doar também”, diz o fotógrafo.
Os adultos são a maioria dos frequentadores e também os mais desconfiados. Já perguntaram se havia câmeras escondidas ou se era pegadinha. Chegam tímidos, mas no fim sempre escolhem um título. Vários se comprometem a trazer seus livros para doar, embora poucos o façam de verdade.
O movimento varia e depende muito do clima. Nesse domingo frio e cinzento, Gigi doou apenas 5 dos 41 livros à disposição. Em dias mais ensolarados, relata a menina, não sobra nenhum exemplar. Eros, o cão da família, também é um bom garoto-propaganda. Quando ele vai junto, a visita aumenta. “O pessoal chega para brincar com ele e acaba pegando um livro”, conta a garota, ciente da empatia causada pelo animal.
Há quem peça para tirar fotos com a menina. Outros querem uma dedicatória no título escolhido, caso de Eliana Raposo, que passeava com o marido e aproveitou para dar uma olhada nas opções. Ela escolheu Trem-Bala, de Martha Medeiros, presente para a mãe. “Ela está querendo esse livro há tempos e encontrei aqui”, comemora Eliana. O marido, Wilson Rodrigues, até pensou em levar o poeta chileno Pablo Neruda, mas mudou de ideia e escolheu A Cidade dos Bichos, texto infantil de Arlette Piai. Dará a uma criança. Prova de que gentileza gera gentileza, como dizia o poeta carioca. 
Aos leitores Gigi e Pampolin só pedem um favor: a manutenção da corrente de doações. “O ideal é que o livro circule, não só troque de estante”, explica o fotógrafo. Para quem tem dificuldade em se livrar de seus livros (discos etc.), a menina aconselha: “Desapega”.
Pai e filha têm um tratoGigi ganha livros quando quer. Outro tipo de presente só em datas muito especiais (aniversário, Dia das Crianças e Natal). Depois de sorver cada página, a menina coloca o exemplar na lista de doações. É o que acaba de fazer com O Pequeno Príncipe, do francês Antoine de Saint-Exupéry, clássico preferido das aspirantes a miss. Encomenda, aliás, de um frequentador da página no Facebook.
Apesar de leitora voraz, Gigi não abre mão de um momento de prazer: a leitura noturna feita pelo pai antes de ela dormir. A voz a conecta com sua mais tenra infância. Só não valem histórias tristes. 

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/revista/859/a-menina-que-doa-livros.html

sábado, 25 de julho de 2015

MARECHAL RONDON 55 ANOS




APOIO:











                            


      




O CONSUMO DESENFREADO DE ÁGUA***



A caminho de uma Terra sem água? 

Guerra já começou


Em 2030, o déficit de água doce chegará a 40%; somente 1% do líquido está disponível ao consumo e nele reside a fonte de vida e o motor do mundo desenvolvido

Elianne Ros | Barcelona| Outras Palavras - 19/07/2015 - 13h34

Em 2030, a população mundial deverá ser de uns 8,5 bilhões de pessoas e, se a humanidade continuar a viver do mesmo modo, o déficit de água doce do planeta chegará a 40%, diz informe das Nações Unidas sobre os recursos hídricos divulgado em março em Nova Deli. Todo o nosso sistema vital e econômico gira em torno de um recurso natural limitado. Maximizá-lo e geri-lo de forma eficaz constitui o grande desafio do século XXI.
Cada vez que abrimos a torneira, acontece um pequeno milagre. Por trás deste gesto tão cotidiano há muito mais que um jorro de H2O (elemento composto de dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio) em estado líquido. A água é o sistema sanguíneo deste planeta; um ciclo natural sobre o qual a atividade humana exerce enorme pressão.
Wikicommons

Barragem Guarapiranga e Rio Pinheiros, em São Paulo: crescimento das periferias está ligado a aumento do estresse hídrico
“A quantidade de água doce na Terra hoje é praticamente a mesma que na época em que César conduzia o império romano. Mas nos últimos 2000 anos, a população pulou de 200 milhões para cerca de 7,2 bilhões, e a economia mundial cresceu ainda mais rapidamente (desde 1960, o PIB aumentou a média de 3,5% anual). A conjunção da demanda de alimentos, energia, bens de consumo e água para este grande empreendimento humano requereu um grande controle sobre a água”, resume Sandra Postel, diretora da organização norte-americana Global Water Policy Project.
“Há muito pouca água no planeta azul”, constata Elias Fereres, catedrático da Universidade de Córdoba que exerceu numerosos cargos relacionados com a agricultura e a ecologia. Fereres refere-se a que, embora 70% da superfície da Terra esteja coberta de água, somente cerca de 1% é água doce, além daquela presa como gelo nas calotas polares e geleiras. Sobre esse 1% não apenas repousa nossa principal fonte de vida, mas também o motor do mundo desenvolvido. “A água tem tanto valor que não tem preço, e a chave do seu uso está em obter o máximo aproveitamento sem aumentar as desigualdades econômicas, sociais e ambientais”, sustenta o catedrático.
Onde residem essas desigualdades? “O avanço da população global e do crescimento econômico ocorrido nos anos cinquenta deve-se em grande parte à engenharia de água: barragens para reservatórios, canais para movê-la, bombas para extraí-la do subsolo. Desde 1950, o número de barragens passou de 5 mil a 50 mil. Construíram-se uma média de duas por dia durante meio século. Na maior parte do mundo, a água já não circula seguindo fisicamente o processo natural, mas de acordo com a vontade do homem”, sublinha Postel.
No século passado, essas infraestruturas permitiram cobrir as necessidades da agricultura – que consome 70% da água doce –, a indústria – representa 20% – e o uso doméstico – os 10% restantes – em grande parte do globo. Mas o aumento da demanda, devido em grande medida ao desenvolvimento dos países emergentes, está rompendo um equilíbrio que já é muito precário. “Prevê-se que em 2030 o mundo terá de confrontar-se com um déficit de 40% de água em uma situação climática em que tudo continua igual”, alerta o último informe da ONU sobre recursos hídricos.
Seu autor, Richard Connor, lamenta a “escassa importância” que os governos outorgam à água, espalhando a ideia de que se trata de um bem comum inesgotável. “É um serviço essencial para o crescimento, mas as pessoas não têm essa percepção. Ao invés disso, veem a energia como fator econômico de primeira ordem e inclusive geopolítico, para a segurança de um país, razão pela qual recebe muito mais apoio. Relegar a água na ação política é um erro que, no final, se paga caro e compromete o desenvolvimento”, argumenta.
Os acontecimentos deram razão àqueles cientistas que, como Postel, prenunciaram que “a água será para o século XXI o que o petróleo foi para o XX”. Se o chamado ouro negro é cobiçado – a ponto de provocar conflitos bélicos – isso se deve a que suas reservas são finitas e não estão nas mãos de todos. O mesmo sucede com a água doce, uma vez alcançado um volume de demanda superior à sua capacidade de regeneração, o que se define como estresse hídrico.
Flickr/ CC

Agricultura é responsável pelo consumo de 70% da água doce do mundo
Alexandra Taithe, responsável pela Fundação para a Investigação Estratégica e especialista na interação entre água e energia, traça um panorama inquietante. “Nos países do Sul e do Leste do Mediterrâneo”, adverte, “os poderes públicos optaram por soluções consistentes para aumentar a água disponível. Esta política, que recorreu tanto à dessalinização da água do mar como à exploração dos aqüíferos ou transferências massivas, tem um custo energético muito elevado.”
Segundo seus cálculos, em 2025 a demanda de eletricidade para abastecimento de água destes países representará cerca de 20% do total do que precisam os estados. Hoje, supostamente são 10%. A dessalinização, às vezes apresentada como uma panacéia para combater a escassez, é o sistema que mais energia devora. Nem todo o mundo pode permitir-se. A Arábia Saudita, o pais com maior capacidade de produção, gera 5,5 milhões de metros cúbicos por dia. Pois bem, para obter essa quantidade, consome o equivalente a 350 mil barris de petróleo diário.
Por sua vez, a fabricação de eletricidade e a extração de combustíveis fósseis precisam de grandes quantidades de água. Por exemplo, segundo Taithe, na França 60% do caudal dos rios destina-se ao processo de esfriamento das centrais térmicas e nucleares. É preciso dizer que a França é o segundo país em produção de energia atômica do mundo e que esta água – em princípio não contaminada – é devolvida às bacias e aos lagos… com alguns graus a mais, o que favorece a proliferação de algas e reduz a população de peixes. No ciclo de água, tudo está inter-relacionado. Qualquer manipulação da ordem natural tem efeitos colaterais.
A extração de gás das camadas mais profundas por meio da fraturação hidráulica, o fracking, ganha a taça. Graças a essa tecnologia, os Estados Unidos alavancaram sua economia e mudaram o equilíbrio geopolítico, posto que já não dependem do petróleo árabe. Mas, para perfurar cada um dos mais de 500 mil poços em atividade – muitos dos quais em zonas de estresse hídrico –, precisam de 75 a 180 milhões de litros de água, misturada com uns 36 quilos de produtos químicos, alguns dos quais cancerígenos.
Sacrificamos a água – e a saúde – no altar da economia. Em escala mundial, os dados sobre o aumento da demanda são estonteantes: no horizonte de 2050, enquanto a demanda de água doce crescerá 55%, a de eletricidade avançará 70%. E isso, tendo em conta que o acesso não é universal. Umas 800 milhões de pessoas vivem alijadas de fonte de água limpa e 1,3 bilhão carecem de conexão elétrica. Para Taithe, a crescente necessidade de energia para obter água supõe “um obstáculo de primeira ordem para o desenvolvimento de muitos países e um risco para sua segurança energética.”
Até que ponto a água pode levar a uma escalada bélica? Taithe recorda que para os povos esse recurso “é algo irracional” que historicamente tem originado tensões e continua sendo “centro de tensão diplomática”. A seu ver, os Estados têm mais interesse em cooperar – assinaram 250 tratados multinacionais –, mas outros especialistas preveem que “as guerras do futuro serão por água”. Para Connor, esse futuro já chegou. Ele sustenta que a grande seca na região da antiga Mesopotâmia entre 2006 e 2009, que provocou uma subida radical no preço do trigo, e, portanto, no da farinha e do pão, teve um papel chave na guerra da Síria. Como consequência da seca, 1,5 milhões de pessoas emigraram das zonas rurais para cidades já estavam submetidas a fortes pressões, quando começaram os protestos contra Bashar el Assad.
Connor observa a mesma relação de causa-efeito entre a seca, acompanhada de grandes incêndios, que assolou a Rússia em 2010 e as primaveras árabes. “A Rússia é o grande provedor de trigo dos países árabes, e como pode apenas exportar, o preço da farinha duplicou, o que gerou descontentamento social”, resume. Sem esse mal-estar, teriam as mobilizações pró-democracia recebido tanto apoio? Connor acredita que não.
Na margem sul do Mediterrâneo, os focos de tensão se multiplicam. A construção, na Etiópia, da grande barragem do Renascimento causou um confronto com o Egito, que se opõe à obra porque garante que afetará o fluxo do Nilo e agravará seus problemas de abastecimento.
Flickr/ Pablo Charlón

Rio Nilo na cidade de Aswan, no Egito
“Nos poucos lugares onde ainda se podem construir reservatórios, o impacto ecológico é demasiado negativo. É necessário pensar outras soluções”, opina Fereres. Na Índia e no nordeste da China os agricultores encontraram uma solução alternativa na extração de água do subsolo. Uma atividade subvencionada que levou o progresso a muitas regiões, mas não sem consequências. A venda de bombas elétricas a diesel para extrair água disparou nos últimos anos (calcula-se que na China existam 20 milhões em funcionamento, e na Índia, 19 milhões), o que eleva o consumo de energia. Em algumas regiões, representa entre 35% e 45% do total.
Taithe relaciona esse fenômeno com “os gigantescos cortes de eletricidade que, em julho de 2012, deixaram sem energia 670 milhões de pessoas no nordeste da Índia”. Assinala que esse ano as monções foram menos chuvosas e as autoridades cederam à pressão dos irrigantes para ampliar as cotas para áreas mais profundas de água, onde se encontram os bolsões de água fóssil, que são camadas geológicas não renováveis, como aquelas onde está o petróleo”. De acordo com o relatório da ONU, 20% dos aquíferos da Terra estão sendo superexplorados. “Estamos consumindo hoje a água de amanhã”, previne Postel.
Ao aumento da população e à pressão que exercem os países emergentes sobre as reservas de água soma-se o aquecimento global do planeta. “Em períodos de grandes inundações os recursos hídricos parecem não ter fim, mas depois vêm grandes secas, e a escassez volta a ser o grande motivo de preocupação. Essa bipolaridade está se acentuando na região mediterrânea. Essa é a mudança climática, descreve Maitê Guardiola, engenheira geóloga especializada em aproveitamento da água com ampla experiência em projetos humanitários.
No Brasil – que possui a maior bacia hídrica do mundo, Amazônica – a falta de água tem obrigado a racionar o fornecimento em São Paulo, cidade que ilustra o problema causado pelo crescimento descontrolado das periferias. Segundo o informe da ONU, “o aumento das pessoas sem acesso à água e ao saneamento nas áreas urbanas está diretamente relacionado ao rápido crescimento dos bairros marginais nos países em vias de desenvolvimento. Essa população, que se aproximará de 900 milhões de pessoas em 2020, é mais vulnerável ao impacto dos fenômenos climáticos extremos”.
É preciso agir, mas como? Enquanto cientistas do porte de Stephen Hawking apostam em “colonizar” outros planetas – ele afirma que dentro de cem anos a espécie humana enfrentará a extinção devido ao “envelhecimento de um mundo ameaçado pelo aumento de habitantes e limitação de recursos –“, os menos catastrofistas optam por racionalizar o consumo.
“Há água suficiente para satisfazer as crescentes necessidades do mundo, mas não sem mudar a forma de geri-la”, sustenta o informe da ONU, que, entre outras medidas, reclama um marco legal universal para administrar este recurso de forma mais equitativa e respeitando os fluxos ecológicos.
Para Connor e Fereres, a chave está em poupar por meio de sistemas de irrigação inteligentes e culturas adequadas a cada região. Em sua opinião, para considerar soluções inovadoras, tais como a remoção de água do ar ou a obtenção de sementes que precisem apenas de rega, faltam “entre 20 e 30 anos de pesquisa”. Maitê Guardiola, por sua vez, enfatiza a reutilização de águas residuais tratadas. De acordo com essa especialista, se destinadas à irrigação, isso “significaria uma redução de 30% da água para a agricultura” na Espanha.
O catedrático Fereres defende também uma “mudança de dieta”, com menos proteínas – um quilo de carne de porco representa um consumo de três quilos de grãos – como uma forma “de reduzir a demanda hídrica”. E promove uma atitude militante contra a água engarrafada. “A sociedade gasta muito dinheiro purificando a água para que chegue às casas de forma potável. Quando vou a um restaurante peço um copo da torneira”. Para Guardiola, “é triste que a Espanha seja um dos maiores consumidores. Seu preço é de 500 a mil vezes superior ao da torneira, sem contar o impacto ambiental do plástico e do transporte.
O ator Matt Damon trata de sensibilizar a opinião pública com ações tipo derrubar um balde de água do vaso sanitário, enquanto se dirige à câmera e diz: “Para aqueles que, como minha esposa, acreditam que isso é nojento, lembre-se de que a água nos banheiros do Ocidente é mais limpa do que aquela à qual tem acesso a maioria das pessoas nos países em desenvolvimento. “Por meio de sua ONG Water.org , é uma das poucas celebridades a combater a crise da água e profundas desigualdades que acarreta.
No Sudão, uma menina de 12 anos dedica entre duas e quatro horas diárias para recolher e transportar sobre a cabeça apenas cinco litros de água doce para sua subsistência, uma quarta parte da quantidade (20 litros por pessoa/dia) que tanto a Organização Mundial de Saúde como a Unicef julgam suficientes para cobrir as necessidades básicas. Enquanto no Canadá uma adolescente da mesma idade consome entre 300 e 400 litros diários…
“A água não é cara o suficiente. Purificá-la e canalizá-la tem um custo muito mais alto do que o que pagamos na conta de consumo, por isso as pessoas não lhe dão valor”, censura Connor. Na Espanha, o consumo médio é de 142 litros por pessoa/dia, mas segundo Guardiola, estima-se que, devido ao mau estado das redes de abastecimento, perde-se uma média de 17,5% da água distribuída. Na Alemanha, esse percentual é de 5%.
Se implementadas, não está claro que todas essas medidas compensariam o aumento da demanda. Um futuro sem água, no qual os humanos se vejam obrigados a abandonar a Terra, como o que prediz o filme de animação Wall.E, não está longe do que vislumbra Hawking. “Devemos nos antecipar às ameaças e ter um plano B”, insiste o famoso astrofísico. E por que não mudar o planeta azul pelo planeta vermelho? Segundo um estudo da Universidade do Novo México, Marte poderia ter grandes reservas de água em seu interior.
*Texto publicado originalmente no site Outras Palavras
**Tradução: Inês Castilho
***Título editado
Fonte: http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/41080/a+caminho+de+uma+terra+sem+agua+guerra+ja+comecou.shtml

URBANO THEOBALDO MERTZ MARECHAL RONDON 55 ANOS




sexta-feira, 24 de julho de 2015

ADEMIR BIER MARECHAL RONDON 55 ANOS




EXPO RONDON 2015



Projeto “Fazendo Arte na Expo” é aplicado no parque de exposições rondonense

Crianças coloriram os tapumes que cercam as obras da nova 
caixa d´água do SAAE



A prefeitura, através da Secretaria Municipal de Educação, juntamente com as escolas municipais Érico Veríssimo, Bento Munhoz da Rocha Neto e Criança Feliz estão alegrando ainda mais a Expo Rondon 2015, através do projeto “Fazendo Arte na Expo”.
Alunos dos educandários participaram de atividades na manhã desta sexta-feira, 24, a convite do SAAE, Secretaria de Segurança e Trânsito e da CCO da festa. Na oportunidade, com o objetivo de desenvolver a criatividade e botar em prática os ensinamentos que as crianças têm dentro da sala de aula com os professores de arte, foram pintados os tapumes que estão cercando a obra do Reservatório de Água do SAAE, dentro do parque de exposições.
A Secretaria de Educação, Marta Salete Bendo, ressaltou que esse projeto vem ao encontro a proposta de aguçar ainda mais a criatividade das crianças, além de dar um aspecto visual mais bonito para a Expo Rondon 2015, que comemora os festejos dos 55 anos de Marechal Cândido Rondon.


Fotos: Ademir Herrmann/Hellygton Webber
Fonte: ACS/PM/MCR?PR/BR

MARTA SALETE BENDO MARECHAL RONDON 55 ANOS




EXPO RONDON 2015



Produtores recebem reconhecimento 
como destaques 

Diversos critérios foram levados em conta para que a 
premiação fosse concedida



Na sexta-feira, dia 17 de julho, na AABB, aconteceu a entrega da premiação da 26ª Edição do Prêmio Produtor Destaque 2015, integrando a programação dos 55 anos de Marechal Cândido Rondon.
O evento é coordenado pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário (CDA) com o apoio da prefeitura, através da Secretaria de Agricultura e Política Ambiental.
O prêmio é entregue deste 1990 e busca valorizar as boas iniciativas dos agricultores. Foram conferidos prêmios a 11 família de agricultores que mais se destacaram, escolhidos a partir de uma entrevista e preenchimento de um formulário com pontuações. Estes produtores se inscreveram para concorrer, ou foram indicados por entidades e empresas.
Na bovinocultura de leite o premiado foi Luis Henrique Sturm; produção de grãos, Márcio José Rempel e família; horticultura, Sadi Maldaner e família; suinocultura, categoria iniciador, Cristian e Clayton Haab; suinocultura, categoria terminador, Adriano e Cleonice Besen; diversificação de atividades agropecuárias, Cláudio e Iara Bickel; avicultura de corte, Adelar Osmar Borth; piscicultura, Hilário Schöninger e família; mandiocultura, André Afonço Bach e família; e inovação tecnológica na propriedade rural, Ademir Weirich, da Pescados Vitória.
O Conselho também definiu a premiação para uma Personalidade Destaque “Mérito Agropecuário” 2015. Esta premiação é definida em votação realizada entre os membros do Conselho, a partir de uma relação de personalidades, órgãos e empresas que colaboraram de forma exemplar para o desenvolvimento agropecuário do município. Neste ano o indicado foi Alcino Biesdorf, presidente da Cercar, através do projeto de geração e distribuição de energia elétrica com a Usina inaugurada nesta ano de 2015.
Durante o evento também aconteceu a entrega dos prêmios a 10 produtores sorteados na Campanha Produtor Nota 10, realizado pela Secretaria Municipal de Agricultura. Estes produtores foram definidos a partir de um sorteio entre cerca de 2.000 produtores que estão adimplente com a Nota de Produtor Rural.  O sorteio aconteceu nesta semana, sendo sorteado os produtores rurais Alcides Heinzen, Herberto Ohse, Ilautero Behling, Arno Miguel Steffens, Artemio Griep, Isabel Maria de Godois, Lautair Antonio Vogel, Lili Kurtz Kasper, Marcia Engster e Wanderlei Andre Gregory.
Estiveram presentes o prefeito Moacir Froehlich, vice-prefeito Silvestre Cottica, deputado estadual Ademir Bier, vereador-presidente João Marcos Gomes, demais vereadores, secretários municipais, presidente da Acimacar, Paulo Rodrigo Copetti, representantes de Sindicatos, entre outras lideranças e autoridades.


Foto: Ademir Herrmann
Fonte: ACS/PM/MCR/Pr/br