sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ademir Bier

 Deputado comenta sobre sua experiência como prefeito rondonense

Seis anos após o fim da ditadura e o recomeço das eleições diretas, Marechal Cândido Rondon se reestruturava politicamente. O ano de 1991 foi marcado por uma novidade. Neste mesmo ano, além do processo eleitoral para escolha do novo prefeito rondonense, os ex-distritos recém emancipados também escolheriam seus gestores: Quatro Pontes, Mercedes, Pato Bragado e Entre Rios do Oeste.

Em Marechal Rondon foi uma eleição acirrada, tendo como eleito Ademir Bier, hoje deputado estadual. Tão logo saiu vitorioso das urnas, o rondonense já precisou se preocupar com as “divisões” que precisariam ser feitas, pois os novos municípios precisariam do auxílio do novo governo para conseguirem “andar com as próprias pernas”.
“Contamos naquele momento com o apoio dos prefeitos eleitos, sendo assim uma transição normal. O que nos deu mais trabalho foi a questão do pessoal, mas tivemos habilidade neste sentido. Fizemos isso com toda tranqüilidade porque os prefeitos da época entenderam aquele momento”, declara Bier.
Ainda para ajudar aos novos municípios, a prefeitura rondonense firmou um termo de concessão de uso de alguns maquinários pelo período de um ano. “O patrimônio era de Marechal Cândido Rondon e fizemos esse termo de uso de um ano para que, neste período, os novos prefeitos pudessem fazer os trabalhos e adquirir novas máquinas. Não tinha muito o que se emprestar naquele momento porque o nosso parque de máquinas também era pequeno, mas fizemos um grande esforço para atender aos municípios”, afirma.
Hoje deputado estadual, Ademir diz que a emancipação dos ex-distritos rondonenses foi um processo muito importante para a região. “São municípios extremamente fortes e foi a melhor coisa que poderia ter acontecido, inclusive para Marechal Rondon. Nunca tivemos dúvida disso. A nossa região ganhou muito com as emancipações”, aponta.

Choque de gestão

Ao assumir o mandato, o ex-prefeito promoveu inicialmente uma grande reforma administrativa. “Entendíamos, na ocasião, que era preciso um choque de gestão efetiva da coisa pública, no caso da prefeitura. Fizemos isso, contando com essa reestruturação completa. Criamos novas secretarias, novos departamentos, chefes de divisão, para que pudéssemos instrumentalizar o governo que imaginávamos. Contamos com apoio de uma equipe muito importante, que esteve conosco durante quatro anos”, ressalta.

De acordo com o deputado, seu governo lhe deu a oportunidade de encerrar o mandato com 93% de aprovação da população. “Todos os anos que se passaram e até hoje ainda temos o respeito dos rondonenses pelo nosso governo. Não foi um trabalho que fizemos sozinhos, mas com todos os colaboradores, que ajudaram a executar esse plano de transformar Marechal Rondon em um município que queríamos. Avançamos muito”, destaca.

Obras

Além da reforma administrativa, Ademir Bier conta que foi possível, em sua gestão, avançar na Secretaria Municipal de Educação, com o plano de cargos e salários. Já na questão de obras, ele menciona dentre as construídas o portal de entrada da cidade, que se tornou hoje um dos principais cartões-postais do município; aquisição do prédio que abriga a Unidade de Saúde 24 Horas; construção do Estádio Municipal Valdir Schneider; remodelação das praças na sede municipal; remodelação do centro da cidade com a construção do calçadão; manutenção dos asfaltos urbanos e nova pavimentação; e no interior foi colocado em prática um programa de recuperação e adequação de estradas, atendendo praticamente todo o município. Na habitação, foram construídas em torno de mil casas.

“Fizemos um esforço muito grande de investimentos naquela ocasião. Podemos destacar ainda os investimentos em saneamento básico, em que a prefeitura entrou com contrapartida de 25% e o restante conseguimos através de um trabalho do Werner Wanderer (na época deputado federal). Agora o prefeito Moacir (Froehlich) está centrado nisso e acreditamos que já nos próximos anos tenhamos condições de ter no município o nosso saneamento básico”, menciona.

Germanização

Segundo o ex-prefeito, em sua gestão foi investido na germanização, tanto que todas as obras públicas, de acordo com ele, foram construídas em estilo enxaimel. “Incentivamos isso, mas lamentavelmente o projeto foi abandonado. Esta é outra questão que está sendo retomada pelo prefeito Moacir. Foi algo que eu gostaria de ter avançado mais, mas o tempo foi curto, foram apenas quatro anos”, salienta.

Recursos

Naquele tempo, diz Ademir, não existia tanto repasse de recursos do governo federal como ocorre hoje, com emendas que reforçam de maneira considerável o orçamento do município. “Passamos por planos econômicos e a cada momento precisávamos nos readequar. Durante dois anos tive a oportunidade de ter como governador o Roberto Requião. Nos dois anos seguintes, lamentavelmente, com a entrada do governo Jaime Lerner, praticamente não fizemos convênios. Ficamos limitados, não foi o que Marechal Rondon merecia no retorno por parte do Governo do Estado”, afirma.

Pacto federativo

Por conta disso, o deputado estadual, que é candidato à reeleição nas eleições de 03 de outubro, diz que espera que nesta campanha se fale mais no pacto federativo. “A partir do pacto federativo, os recursos poderiam ser descentralizados e ficar nos municípios, que são os geradores dos recursos. Hoje, infelizmente, o governo federal retém grande parte desta arrecadação, passando para os municípios apenas as atribuições. Isso diminui muito a condição de investimento, o que precisa ser revisto e rediscutido”, conclui.

Fonte: http://www.ademirbier.com.br/site/conteudo.asp?cod=820227&age=Jornal O Presente / MCR - Maria Cristina Kunzler

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