quarta-feira, 13 de junho de 2012

PECUÁRIA LEITEIRA



Projeto propicia maior produtividade e mais 
qualidade de vida ao produtor de leite


Um projeto solicitado pela Divisão de Produção Animal e desenvolvido de forma conjunta pelo Centro Mesorregional de Tecnologia do Leite do campus da Unioeste de Marechal Cândido Rondon está proporcionando mais qualidade de vida e vai garantir maior lucratividade aos produtores de leite da Copacol. 
Desenvolvido pelo médico veterinário e consultor do CMETL/Oeste, Loreno Taffarel e equipe técnica, o projeto, que está sendo implementado pelo setor de leite e conta, por enquanto, com a participação de 25 associados de seis municípios diferentes da área de abrangência da Copacol, consiste basicamente no manejo e nutrição de bezerras e novilhas com aptidão leiteira fora da propriedade, numa parceria com a cooperativa. O objetivo final é reduzir os custos de produção e minimizar as consequências de um dos maiores gargalos da atividade que é a falta de mão de obra nas pequenas propriedades, uma realidade vivida pela maioria dos cooperados produtores de leite da Copacol e também da região Oeste do Paraná.
Para implementar o projeto, a cooperativa está investindo cerca de R$ 500 mil na construção da Unidade de Produção de Bezerras e Novilhas, cujas instalações já edificadas abrigam cerca de uma centena delas. Segundo o zootecnista Amauri Bernardi, responsável pela UPBN, por ora, a unidade é composta de um berçário e três barracões com capacidade total para 308 animais. “Mas já há a intenção de ampliar as instalações em função da demanda existente e da expectativa de bons resultados que o projeto está trazendo para o produtor especificamente, que pode utilizar o tempo antes gasto com as novilhas num manejo mais adequado com as vacas, podendo até mesmo ampliar o número delas”, destaca o zootecnista.


Ampliação do plantel

É o que pretende fazer Rosinei Alves, que junto com o sogro Valério Locks (ao lado), atua na atividade no sistema Free Stall, numa propriedade localizada na Comunidade São José, interior do município de Nova Aurora. Ele conta com 50 vacas holandesas confinadas, número que pretende, em breve, ampliar para 75. “Essa possibilidade só passou a existir porque tiramos as novilhas da propriedade. Não havia mesmo espaço adequado para elas”, explica Rosinei, que encaminhou 20 bezerras para a UPBN. A meta dos dois é, a longo prazo, ter uma centena de vacas no plantel. “Se vamos produzir leite, temos que nos profissionalizar e a realidade é que, com o tempo, a mão de obra vai encolhendo e o trabalho aumentando”, explica Valério, que vive uma situação típica do meio rural brasileiro: todo o trabalho na propriedade era realizado pelo casal e pelas três filhas, mas apenas uma permaneceu na propriedade. 
Taffarel e Amauri Bernardi em visita à propriedade de Rosinei e Valério
 "É é nesse sentido, de viabilizar a permanência no campo, otimizando a atividade, que o projeto foi desenvolvido”, salienta Loreno Taffarel. Com isso, as bezerras são retiradas da propriedade e chegam à unidade com cerca 15 dias, livrando o produtor e sua família do trabalho de manejo neste período crucial da vida do animal. Na UPBN elas recebem alimentação adequada e programada para sua faixa etária, tendo todo o seu desenvolvimento monitorado diariamente através de fichas individuais com planilhas de consumo alimentar e curvas de crescimento e peso.

Ganhando uma lactação



Por volta dos dez meses elas passam a ser preparadas para a inseminação, que acontecerá por volta dos 15 meses. Aos 22 meses, já prenhes de 6 ou 7 meses, voltam para a propriedade  para se aclimatar e sociabilizar até a hora do parto. “Neste processo – explica Amauri – o produtor ganha uma lactação a mais, pois na propriedade a novilha pariria somente entre o trigésimo e o trigésimo sexto mês de vida.” O primeiro lote de 14 bezerras que chegou à unidade está hoje com nove meses. A cada mês, até que a capacidade seja atingida, um novo lote de 14 bezerras dá entrada na unidade.
Para o médico veterinário Edilberto José Barbosa (foto à esq.), responsável pela parte de fomento deste setor da Copacol, os resultados do projeto já se fazem sentir e se traduzem nas manifestações dos produtores cujas bezerras estão na UPBN. “Na unidade as novilhas são criadas. Aqui na propriedade elas praticamente se criam sozinhas”, diz Adenir Pezenti, que em sociedade com o irmão Alberto (foto abaixo|), produz leite numa propriedade localizada na Comunidade Alto Alegre, também no interior de Nova Aurora. Segundo ele, o custo de manter a novilha na unidade, cerca de R$ 100,00 por mês, é menor do
que se ela estivesse na propriedade, sem contar a questão do tempo dispendido neste caso.
 O supervisor de Suínos e Leite da Copacol, Émerson Paulo De Bastiani, diz que a implantação da UPBN é apenas um passo na trajetória que a cooperativa prevê para o setor do leite. “Estamos plantando uma ideia cujo objetivo é estreitar a integração com o produtor, visando a fidelização do mesmo e garantindo um produto de qualidade e a satisfação e rentabilidade do associado”, garante ele.
Para o consultor do CMETL/Oeste, Loreno Taffarel, o sucesso da iniciativa da Copacol mostra que o objetivo do Centro Mesorregional de Tecnologia do Leite, que é de transferir tecnologias e tornar viáveis projetos relacionados com a cadeia do leite, está sendo bem aceito tanto pelos produtores como pelas indústrias, que se beneficiam com as pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias no setor. “Este projeto foi concebido com uma característica de gestão diferenciada. Não é apenas um criatório de terneiras e novilhas. Com ele, a Copacol caminha para uma maior coordenação da atividade leiteira com seus associados e acreditamos que a maturidade do projeto, possa ser o embrião da integração da bovinocultura de leite”, diz Taffarel.

Taffarel e Irineu Dantes Peron, gerente da Divisão de Produção Animal 
da Copacol: "Apoio integral ao projeto".

Já a coordenadora do projeto, professora doutora Patrícia Barcellos Costa,  enfatiza que ações conjuntas entre universidades e empresas auxiliam no desenvolvimento da região, pois garante o repasse das tecnologias e do conhecimento produzido em pesquisas para a sociedade.






 Registro da visita à UPBN, tendo os barracões ao fundo. O mais próximo deve receber o primeiro lote de novilhas em breve visando a inseminação.






Fonte: Assessoria de Comunicação Social
UNIOESTE - Campus de MCRondon
Texto e fotos: Ana Maria de Carvalho

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