A seca do Mar de Aral
Quando um dos berços da civilização virou um deserto*
*Publicado em http://caroldaemon.blogspot.com.br/2014/12/a-seca-do-mar-de-aral-quando-um-dos.html - Título editado
Há alguns anos, divulguei algumas imagens da seca do Amazonas e hoje a perda de volume em rios como o São Francisco, já é um problema real.
Contudo, as imagens do Mar de Aral desertificado em tão pouco tempo são chocantes pelo volume e extensão de uma fonte de água perene desde a Antiguidade.
Vou deixar que os artigos e imagens abaixo falem por si. Mas o que você pode começar a fazer é economizar a maior quantidade possível de água, reduzir o consumo de carne, apoiar áreas reflorestadas, não consumir de forma alguma madeira não certificada e, se for o caso, adotar as formas de irrigação por gotejamento no lugar da aspersão tradicional.
Imagens mostram desaparecimento do Mar de Aral e outros desastres
Imagens registradas entre 1973 e 2009, por exemplo, registram o desaparecimento quase total do mar de Aral - que na verdade era um gigantesco lago de água salgada -, na Ásia Central, que tinha o tamanho da Irlanda e virou um grupo de lagos. Em abril, o secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, disse que o Aral passava por "um dos maiores desastres ambientais do planeta".O Aral, que fica entre o Uzbequistão e o Cazaquistão, já foi o quarto maior lago do planeta. Contudo, desde os anos 60, ele perdeu mais da metade de seu volume. Os rios que alimenta o mar foram sobrecarregados por irrigações nas plantações de campos de algodão, ainda na época da União Soviética.
Além da falta de água, Aral sofre com poluição, que chegou a níveis perigosos. A destruição do lago também dizimou a indústria pesqueira local, causando desemprego e problemas econômicos para os moradores da região.
O berço da civilização vira um deserto
No Iraque, a histórica região entre os rios Tigre e Eufrates também sofre com a exploração do homem. Na metade do século XX os pântanos da Mesopotâmia começaram a ser drenados para a agricultura e para atingir a região onde viviam contrários ao partido que dominava o país. Imagens registradas da região em 1990 e 2000 mostram em um pequeno espaço de tempo drásticas mudanças na região (confira mais detalhes na aba "fotos" acima.
"Ultimamente, os desastres vistos no mar de Aral e nos pântanos são uma combinação dos efeitos do homem e do aumento da temperatura nessas regiões. (...) Não há uma grande mudança no volume de chuva nessas áreas, mas desde os anos 70 a temperatura subiu 1°C, o que aumenta as perdas devido à evaporação. (...) A poluição na área está ficando pior porque, enquanto a água evapora, poluentes na água ficam mais concentrados e menos diluídos", diz Benjamin Lloyd-Hughes, do Instituto Walker - instituição que pesquisa o sistema climático - e da Universidade de Reading, no Reino Unido, à reportagem.
Imagens de satélite mostram bacia do Mar de Aral drasticamente seca
Acredita-se que os atuais níveis de água representam menos de 10% do que existia há cinco décadas.
Imagens feitas por satélites da Nasa mostram que o Mar de Aral teve sua extensão drasticamente reduzida nos últimos anos. O lago de água salgada que se estendia entre o Cazaquistão e o Uzbequistão já foi o quarto maior do mundo. Atualmente, acredita-se que os atuais níveis de água representam menos de 10% do que existia há cinco décadas.
"Esta é a primeira vez que a bacia oriental esta completamente seca nos tempos modernos", disse o geógrafo da Western Michigan University, Philip Micklin, à Nasa. "E é provável que esta seja a primeira vez que esteja completamente seca em 600 anos."
Na década de 1950, dois dos principais rios da região - o Amu Darya e O Syr Darya - foram desviados pelo governo soviético para fornecer irrigação para a produção de algodão no Uzbequistão e no Turcomenistão, privando o Aral. Ele vem diminuindo desde então, com a queda do nível do mar de 16 metros entre 1960 e 1996, segundo o Banco Mundial.
A falta de chuva e neve na Cordilheira Pamir também tem contribuído para os níveis particularmente baixos de água neste verão, disse Micklin.
Um dos maiores lagos do mundo desapareceu deixando uma paisagem assustadora
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