sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

PARANAENSES DÃO LIÇÃO DE CIDADANIA AO BRASIL



Em mobilização histórica, professores e servidores estaduais conseguem adiar votação de "pacotaço" do governo. 

Mas greve continua pelo pagamento das férias e manutenção da previdência.

Lição de cidadania: Praça Nossa Senhora da Salete na manha da sexta-feira, 13/02/2015, depois de quatro dias abrigando mais de 20 mil professores e servidores. 

 Classificados pelo governador Beto Richa de baderneiros, depois de acampar e abrigar-se por 4 dias na Praça Nossa Senhora da Salete, defronte ao Centro Cívico, os professores e servidores da educação do Estado do Paraná proporcionaram ao Brasil um belo exemplo e uma magnífica imagem de cidadania e responsabilidade social, para acrescer àquelas que mostraram o seu poder de mobilização.  

Foto: Bruno Covello




noticia/2015/02/manifestantes-invadem-patio-da-alep-e-governo-pede-retirada-de-pacotaco.html









































Nesta sexta-feira, 13, depois de todos os confrontos de ontem, 12/02, que vem sendo identificados como “a Batalha da Assembleia”, a praça amanheceu limpa e em completa normalidade para o uso dos cidadãos curitibanos, embora professores ainda continuem acampados no local. Situação, aliás, que deve permanecer inalterada durante os feriados de carnaval, segundo disse em rede estadual, Hermes Silva Leão, diretor presidente da APP Sindicato. Ou, até que o governador os chame para negociar a pauta de reivindicações do movimento.


Plenário da Assembleia também resultou intacto. Não será preciso reconstruir...




O plenário da Alep, igualmente ocupado pelos professores e servidores, também ficou impecável, visto que não houve “quebra-quebra” e, assim, nada tendo que ser “reconstruído”, como sugeriu um blogueiro político paranaense, que também anunciou em primeira mão a colocação de vidros entre o plenário e as galerias. Veja em: http://www.fabiocampana.com.br/page/2/





















Ao final então, do que se pode considerar o primeiro tempo do jogo de braço que se estabeleceu entre os servidores e o governador do Estado do Paraná por 4 dias, fragorosamente perdido pelo governo, o líder deste na Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Luiz Claudio Romanelli, dizia que o governador havia decidido retirar os famigerados projetos do “pacotaço” paranaense. Ao mesmo tempo, o governador dizia que a decisão havia sido tomada pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano, embora circulasse até pelas redes sociais um documento do secretário chefe da Casa Civil endereçado à presidência da Casa, solicitando a retirada do projeto, mas sem assinatura.

Com uma base parlamentar de mais de 80% dos 54 deputados da Alep, o governo paranaense subestimou o poder de mobilização dos seus servidores contra as medidas que ele deseja adotar para sanear as finanças do Estado. As aulas nem chegaram a começar na rede estadual de ensino do Estado Paraná. E, o que ele conseguiu com a tentativa da manobra parlamentar de transformar o plenário em comissão geral, foi a real perspectiva e a iminência de uma greve geral no funcionalismo do Estado, envolvendo educação, saúde, e segurança talvez, já que as mulheres dos policiais militares se juntaram aos professores, na mobilização desta semana na Alep.

Deputados reunidos no restaurante da Assembleia Legislativa, em sessão plenária...

...e dentro do camburão da Polícia Militar, antes de cortarem a cerca. Vandalismo de quem?

O governador conseguiu muito mais. Conseguiu colocar quase todos os deputados da casa num camburão blindado, danificou o patrimônio público, cortando cercas, no intuito de fazer adentrar os deputados nas dependências da Alep, cujos acesso estavam bloqueados pelos manifestantes, e fazer acontecer a sessão plenária que votaria seus projetos, a revelia das mais de 20 mil pessoas que lá fora se encontravam se posicionando contra ele. E a maioria dos deputados paranaenses se dispuseram a protagonizar uma imagem emblemática, correndo pelos jardins da casa, fugindo de professores, que ficará na história do Estado. Algo como a cavalaria de Álvaro Dias em 1988.



Servidores do MPU em protesto na ponte Ayrton Senna, entre os estados Paraná e Mato Grosso do Sul. A manifestação foi organizada pelo Núcleo de Assis Chateubriand, com o apoio de Terra Roxa, Jesuitas, Nova Aurora, Formosa d'oeste, Tupâssi, Palorina, Toledo, MCrondon, Mercedes e Guaíra. Mais de 300 pessoas participaram da manifestação na manhã desta sexta-feira,13. Para amanhã estão previstas novas manifestações em Toledo. E, para a próxima quarta-feira, em Guaíra, defronte a Câmara de Vereadores.



Esvaziada a Alep, a greve continua e com indicativos de se transformar num movimento geral do funcionalismo público paranaense, que se soma a outros nacionais (108 núcleos do Ministério Público da União estão em greve há 9 dias). Universidades Estaduais, Hospitais Universitários e outros órgãos também decretaram greve nesta semana, até porque, o governo parece não ter desistido de buscar a aprovação dos projetos.







As manifestações continuam por todo Estado. Pontes são fechadas, ruas nas cidades do interior são ocupadas por professores e servidores no intuito de informar e esclarecer a população sobre os objetivos e motivos da greve e do movimento. 











Fontes Diversas
Com a colaboração de Luciano Palagano e Nino Willemann

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