domingo, 30 de julho de 2017

VILA MINIMALISTA




Holanda cria vila minimalista, colorida e repleta de verde para moradores em situação de rua



Para quem vive muito tempo na rua, adaptar-se novamente a viver numa casa, junto com outras pessoas, dividindo espaço e compartilhando regras, nem sempre é uma tarefa fácil. Para ajudar essas pessoas no processo de adaptação, a iniciativa Trudo Housingcorporation, em parceria com o estúdio de arquitetura Elmo Vermijs, projetou uma vila minimalista para abrigar aqueles que saem das ruas.
O espaço é composto por diversas casas coloridas, com grandes janelas que propiciam a entrada de luz natural e muito verde no entorno. No chão, ainda há caminhos que levam de uma moradia para outra. Tudo para despertar nessas pessoas que viviam em situação de ruao senso de pertencimento em comunidade, mas sem que sintam que estão abrindo mão de sua individualidade e/ou liberdade. Bacana, não?
O inquilino que ganha uma casa na vila não tem prazo para sair – pode ficar até se sentir pronto para mudar para uma residência “mais convencional”. Mas precisa ajudar a comunidade com os gastos. Para barateá-los ao máximo, as casas foram construídas em modelo minimalista e equipadas com sistema de geração de energia fotovoltaica, a fim de eliminar os gastos com eletricidade.
Rodeado de tanto cuidado e humanidade, fica muito mais fácil vencer essa etapa tão difícil que é a saída das ruas!
Foto: Divulgação/Estúdio Elmo Vermijs
Fonte: http://thegreenestpost.bol.uol.com.br/holanda-cria-vila-minimalista-colorida-e-repleta-de-verde-para-moradores-em-situacao-de-rua/

quarta-feira, 26 de julho de 2017

A VIDA OCULTA DAS ÁRVORES




Árvores conversam entre si, detectam perigos ao redor e ajudam as plantas mais velhas a se alimentar, garante estudo





As árvores têm amigos, sentem-se solitárias, gritam de dor e se comunicam por debaixo da terra via woodwide web. É o que afirma o engenheiro florestal Peter Wohlleben, no livro recém-lançado The Hidden Life of Trees (A Vida Oculta das Árvores, em português).
Segundo Wohlleben, algumas árvores agem como pais das outras e como boas vizinhas. Outras fazem mais do que projetar sombras: elas são verdadeiras defensoras contra espécies rivais. As mais novas correm riscos na ingestão de líquidos e na queda das folhas – e então mais tarde se lembram dos erros cometidos.
Certamente, sua próxima caminhada no parque será diferente, se você imaginar que embaixo dos seus pés as raízes das árvores estão crepitando com um bate-papo cheio de energia! O autor acredita que nós não sabemos nem metade do que está acontecendo debaixo da terra e das cascas das árvores: “Nós estamos olhando para a natureza há mais de 100 anos como se ela fosse uma máquina”, argumenta.
Wohlleben – sobrenome que, coincidentemente, quer dizer “viver bem” – desenvolveu seu pensamento ao longo da última década, enquanto observava o poderoso, e interessante sistema de sobrevivência da floresta de faia antiga, que ele gerencia nas montanhas Eifel, na Alemanha. “A coisa que mais me surpreendeu é quão sociais as árvores são. Eu tropecei em um velho toco um dia e vi que ainda estava vivo, embora tivesse 400 ou 500 anos, sem qualquer folha verde. Todo ser vivo precisa de nutrição. A única explicação é que ele foi mantido com uma solução de açúcar dada pelas árvores vizinhas, a partir de suas raízes. Como engenheiro florestal, eu aprendi que as árvores são concorrentes que lutam umas contra as outras, pela luz, pelo espaço, e ali eu vi que acontece o contrário. As árvores são muito interessadas em manter todos os membros de sua comunidade vivos”.
A chave para isso, ele acredita, é a chamada woodwide web (numa alusão à rede mundial de computadores, a worldwide web). Quando estão sob ataque, as árvores comunicam sua angústia para as outras a seu redor emitindo sinais elétricos a partir de suas raízes e de redes formadas por fungos (algo que se assemelha ao nosso sistema nervoso). Pelos mesmos meios, elas alimentam árvores atingidas, alimentam algumas mudas (seus “filhos mais amados”) e restringem outras para manter a comunidade forte.
“As árvores podem reconhecer com suas raízes quem são suas amigas, quem são seus familiares e onde estão seus filhos. Elas também podem reconhecer árvores que não são tão bem-vindas”, ele explica. Na análise de Wohlleben, é quase como se as árvores tivessem sentimentos e caráter. “Nós pensamos que as plantas são robóticas, seguindo um código genético. Plantas e árvores sempre têm uma escolha sobre o que fazer. As árvores são capazes de decidir, ter memórias e até mesmo personas diferentes. É possível que existam os mocinhos do bem e os do mau”, completa.
livro The Hidden Life of Trees, What They Feel, How They Communicate, de Peter Wohlleben, foi publicado pela editora Greystone Books e está disponível em alemão e inglês.
Imagem: Peter Wohlleben

sexta-feira, 21 de julho de 2017

DEPUTADO ESTADUAL ELIO LINO RUSCH HOMENAGEM MARECHAL CÂNDIDO RONDON 57 ANOS




FESTA JULINA DO CAF



Festa Julina do CAF foi um sucesso

A Festa Julina do CAF, de Marechal Cândido Rondon foi realizada na última semana com muita diversão para as cerca de 350 crianças e adolescentes usuárias do serviço. O evento foi preparado pela direção do CAF, com atrações variadas, brincadeiras e apresentações.




“Fizemos, em parceria com a Secretaria Assistência Social, um evento diversificado e divertido, com lanches e guloseimas típicas, desta que é uma das mais importantes e reconhecidas festas folclóricas do país. Mas, o mais importante é que foi tudo gratuito para as crianças e adolescentes usuários do nosso serviço”, ressaltou a diretora do CAF, Beatriz Petry.
Beatriz destacou também a parceria e o apoio da secretária de Assistência Social, Josiane Laborde Rauber, e a participação da equipe, orientadores, facilitadores, zeladoras e cozinheiras, no preparo dos doces e salgados, assim como na decoração do ambiente e diversidade das brincadeiras.
Entre as atrações, houve pau de sebo, corrida do ovo na colher, cabo de guerra, tampa na farinha, etc.
Na parte gastronômica, itens que não podiam faltar, como maçã do amor, pastel, cachorro quente, espetinho e sucos deixaram todos muito satisfeitos. “Foi um evento emblemático para nós todos, dado o nível de satisfação das crianças e adolescentes que participaram”, disse a diretora do CAF.







Fonte: https://www.facebook.com/search/top/?q=caf%20marechal

CONDOMÍNIO AJURICABA NA EXPO RONDON 2017



Rui Barbosa e CIBiogás terão estande sobre Condomínio Ajuricaba na 
Expo Rondon 2017

O Colégio Luterano Rui Barbosa, de Marechal Cândido Rondon, em parceria com o Centro Internacional de Energias Renováveis–Biogás(CIBiogás), de Foz do Iguaçu, abordam o tema energias renováveis no estande disponível. O estande estará localizado junto a 37ª Expomar, a Feira da Indústria, Comércio, Prestação de Serviços e Máquinas Agrícolas, que é organizada pela Acimacar.

Conforme a coordenadora do Ensino Fundamental II e Médio, Mônica Abboud Gerke, a ideia desta parceria surgiu com a necessidade de levar ao conhecimento da comunidade o projeto piloto do Condomínio Ajuricaba que é um empreendimento científico onde as tecnologias em bioenergia são colocadas em prática. “O projeto é de suma importância com expressão internacional, visto as muitas multiplicações desta tecnologia que ocorrem atualmente na região e no mundo”, informa.

A coordenadora Mônica destaca que esta parceria é uma oportunidade enriquecedora para os estudantes. “Nossos alunos do 2ªº, durante as aulas da disciplina de geografia, orientados pela professora Eliane Liecheski Artigas, têm desenvolvido vários projetos na área de energias renováveis, aprendendo sobre essas tecnologias, formando o conhecimento e a consciência para sua vida profissional”, expõe. 

No espaço, localizado ao lado do estande do Sesc, será possível conhecer os processos de geração de energia elétrica, térmica ou veicular a partir do biogás. O acompanhamento será feito por técnicos do CIBiogás, professores e estudantes do Rui Barbosa, que participaram de uma visita técnica ao Condomínio Ajuricaba durante as aulas de geografia da instituição de ensino. Serão apresentados ainda vídeos sobre unidades que utilizam o biogás na região Oeste do Paraná.

Para o gerente do Núcleo de Relações institucionais do CIBiogás, Marcelo Alves de Sousa, a cooperação com a comunidade é fundamental para disseminar o conhecimento. “O uso do biogás no Brasil já é uma realidade e os projetos desenvolvidos na região Oeste comprovam isso”, acrescenta.

Expo Rondon

A Expo Rondon 2017 inicia nesta sexta-feira (21) e segue até a próxima terça-feira (25), no Parque de Exposições Álvaro Dias. Dentre as atrações do evento estão a 37º Expomar com a Feira da Indústria, Comércio, Prestação de Serviços e Máquinas Agrícolas, a 38º Festa Nacional do Boi no Rolete, o Comércio Popular, Praça de Alimentação, Exposição de Orquídeas, Shows, apresentações na Casa Cultural e rodeios.

Estudantes do Rui Barbosa realizam uma visita técnica ao Condomínio Ajuricaba.


Fonte: Assessoria de Comunicação Colégio e Faculdade Luterana Rui Barbosa

segunda-feira, 17 de julho de 2017

FRIO INTENSO NO SUL DA AMÉRICA




Frio de -25,4°C é o mais intenso dos últimos 54 anos e congela até estação meteorológica em San Carlos de Bariloche, Rio Negro, Argentina




“O mar não está para peixe, assim como a cordilheira (dos Andes) não está para esqui.” Assim resumiu o observador da estação meteorológica do município de San Carlos de Bariloche, localizado no sudoeste da província de Rio Negro, no oeste da Argentina neste domingo (16).
A comparação do observador ocorreu após a intensa nevasca que atingiu toda a região nas últimas 24 horas, cujo acumulado superou 40 centímetros de espessura em áreas mais baixas e próximas à costa andina.
Rodovias foram fechadas, telhados de casas desabaram com o peso da neve e árvores caíram deixando moradores sem energia elétrica. O principal aeroporto ficou fechado para pousos e decolagens devido à total falta de visibilidade, ao acúmulo de neve e aos ventos fortes.
O frio desta vez veio com muito mais violência, superando, inclusive, as previsões iniciais divulgadas pelo órgão oficial de meteorologia argentina.
O agravante ocorreu após a nevasca, onde o frio congelante manteve blocos de gelo e neve nas principais vias e que precisaram ser bloqueadas. Acidentes de trânsito foram registrados na manhã deste domingo, segundo a polícia local, com veículos que escorregaram com o excesso de gelo acumulado em superfície. Uma casa pegou fogo após o excesso de energia utilizada com aquecedores.
A combinação entre neve, sincelo (congelamento do nevoeiro) e frio intenso permitiu o que objetos, inclusive da estação meteorológica instalada no município, ficassem completamente congelados.


Dados meteorológicos
O Serviço Meteorológico Nacional (SMN) registrou neste domingo, temperatura mínima de apenas -25,4°C, com 40 centímetros de neve acumulada. O recorde anterior era de -21,1°C em 30 de junho de 1963.
No Aeroporto Internacional “Teniente Luis Candelaria”, dados de Meteorological Aerodrome Report (METAR) reportaram temperatura mínima de -19°C e máxima de -4°C, com nevoeiro e sincelo. O mesmo continuava lotado de passageiros em virtude de pousos e decolagens que foram suspensos por conta da nevasca do dia anterior.

Veja mais: 

Neve mais intensa desde 1971 deixa bairros intransitáveis e provoca desabamentos em Santiago, Chile



A passagem de um sistema frontal pelo Chile nas últimas 24 horas e atrelado à sistemas de baixa pressão e frios em níveis mais altos (baixas segregadas) provocou significativa precipitação de neve em diferentes municípios entre a noite de sexta-feira (14) e durante este sábado (15).
A região da capital Santiago, onde o fenômeno é mais raro de cair em grande quantidade, foi uma das mais afetadas, de acordo com a Direção Meteorológica do Chile (Meteo Chile)
Pela manhã, autoridades informaram que vários bairros tiveram avenidas e ruas tomadas pela neve, com acumulado de até 15 centímetros. Devido às pistas escorregadias, malhas viárias importantes da região metropolitana foram fechadas e mesmo assim, acidentes de trânsito foram registrados.
Parte da cobertura do estacionamento do Corpo de Bombeiros desabou com o peso da neve sobre viaturas, mas ninguém ficou ferido.
Outra área afetada pela neve foi um colégio no município de Maipú, na área metropolitana de Santiago, onde a estrutura da cobertura da quadra poliesportiva também não suportou o peso e desabou na madrugada.
Árvores e postes também caíram com o peso da neve e quase 300 mil unidades consumidoras ficaram sem energia elétrica em toda a Região Metropolitana de Santiago.






Dados meteorológicos
A carta sinótica de superfície preparada pela Marinha do Brasil à 0 hora (UTC) deste sábado, 21 horas (Brasília) de sexta-feira, explanou a atuação do sistema frontal sobre a região de Santiago, com baixa de 1004 hPa, além de um segundo sistema frontal, ainda em situação de frontogênese (formação de frente fria), logo mais acima.
De acordo com o Meteo Chile, através da imprensa local, desde 1971 não nevava tanto e em tão pouco tempo na capital chilena. Municípios de províncias ao sul e localizadas no alto da Cordilheira dos Andes registraram nos últimos dois dias, até um metro de neve.
Observação: Não houve registro de “nevasca” em Santiago, apesar do acumulado e conforme disseminado por redes sociais, tanto que o próprio METAR do aeroporto, sequer informou o fenômeno como “forte queda de neve”.
Na meteorologia, uma nevasca, tecnicamente, depende de ventos acima de 56 km/h, visibilidade mínima inferior a 400 metros, além de acumulado. Já uma “tempestade de neve” precisa conter ventos acima de 72 km/h, visibilidade nula e farta precipitação.
(Crédito das imagens: Reprodução/Google – Reprodução/Marinha do Brasil – Reprodução/Weather Underground – Reprodução/CNN Chile – Divulgação/Carabineros de Chile - Caterine Rodriguez – Juan Garcia - Juan Pablo Senior – Manoel Foucella – Maurício Figueroa - Miguel Yquiedes – Nícolas Pérez Ávila - Paula Infante Cea - Pedro Tapia – Thomaz Zipfel)


Fontes: http://deolhonotempo.com.br/index.php/internacional/8074-frio-de-22-4-c-e-o-mais-intenso-dos-ultimos-54-anos-e-congela-ate-estacao-meteorologica-em-san-carlos-de-bariloche-rio-negro-argentina; http://deolhonotempo.com.br/index.php/internacional/8070-neve-mais-intensa-desde-1971-deixa-bairros-intransitaveis-e-provoca-desabamentos-em-santiago-chile
(Crédito das imagens: Reprodução/Google – Divulgação/SMN – Reprodução/Bariloche 2000)
(Fonte da informação: De Olho No Tempo Meteorologia)

NOVOS NEURÔNIOS*




PLANTA AMAZÔNICA PODE AJUDAR DOENTES DE ALZHEIMER A CRIAR NOVOS NEURÔNIOS







Chamada de camapu, a planta amazônica tem o poder de produzir novos neurônios no hipocampo, sendo útil no tratamento de doentes de Alzheimer.
O caminho para um tratamento eficaz de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, pode estar bem mais perto do que você pensava. Uma substância encontrada no caule de uma planta amazônica poderá ser usada em medicamentos fitoterápicos para o combate ao Alzheimer.
A planta chamada camapu, encontrada nas regiões do interior do Pará e na periferia de Belém, é muito conhecida por sua atividade antiprotozoária e anti-inflamatória. Pesquisadores da Universidade Federal do Pará descobriram que uma substância encontrada nessa planta tem o poder de estimular a produção de novos neurônios no hipocampo, região do cérebro associada à memória.
Com a produção de novos neurônios, estimulados pela substância, é provável que haja novas conexões entre as células do cérebro, revertendo à perda da memória recente, característica comum em doentes de Alzheimer.
Os cientistas também apostam que, ao usar o medicamento à base do camapu, também seja possível uma reversão da morte neural, muito comum em pacientes que apresentam depressão.
“Estamos falando da criação de novos neurônios, algo que não era possível a um tempo atrás”, diz Milton Nascimento dos Santos, do Grupo de Pesquisas Bioprospecção de Moléculas Ativas da Flora Amazônicada da Universidade Federal do Pará.
Os testes já estão sendo feitos em ratos de laboratório; o próximo passo serão os testes clínicos e a viabilidade de produzir essa substância em larga escala. Hoje, sabe-se que uma das possibilidades de criar novos neurônios se dá através de exercícios para o cérebro.
* Título editado
Fonte: http://alzheimer360.com/planta-amazonica-criar-neuronios/

terça-feira, 11 de julho de 2017

CASA ECOLÓGICA




Earthship: casas ecológicas à prova de catástrofes.

O arquitecto norte-americano Michael Reynolds constrói casas feitas de garrafas, latas e pneus com terra. Estas moradias prometem ser auto-suficientes e capazes de resistir a crises






Esqueça as contas de luz, água ou condomínio: nas casas mais sustentáveis do mundo. Vives de forma autônoma, sem depender de energia ou fontes externas de água."Earthship", criado com material reciclável, é ideia do arquiteto Michael Reynolds. https://www.youtube.com/watch?v=8YL3A5OGIjQ

Na década de 70, Reynolds imaginou casa que teria 3 características: auto-sustentabilidade, construção utilizando materiais reciclados e acessibilidade para o homem médio. Têm como base de construção PNEUS preenchidos com terra - para manter a residência a constantes 22 °C, faça sol ou neve, sem depender de climatizadores. Podem ser montadas por dupla de leigos em poucas semanas. https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/…/30eba77b31508d00abe6…


O arquitecto Michael Reynolds tem construído casas auto-suficientes edificadas com material reciclado. Garrafas, latas e, sobretudo, pneus velhos cheios de terra. Assim se constroem as “Earthship”, moradias que prometem garantir a sobrevivência dos seus ocupantes mesmo nos piores cenários.

Antes de serem construídas, Earthships são muito bem pensadas dentro do terreno disponível, de forma a que as janelas da fachada consigam absorver o calor e a luminosidade do sol, otimizando a forma com que a construção lida com a temperatura. Isolante térmico consiste nos pneus com terra, capaz de fazer a troca térmica natural, mantendo o ambiente a uma temperatura agradável. Construção envolve paredes internas feitas com estrutura de garrafas e, além disso, muitas das Earthships são construídas em forma de ferradura, proporcionando a iluminação natural de todos os quartos.

Earthship Biotecture comercializa casas sustentáveis que custam cerca de R$17.000,00 a R$170.000,00 - e que, ao contrário do que muitos imaginam, oferecem o mesmo conforto de uma casa moderna comum.
















Fontes: Spiritual Ecology & Anarchy; https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/30/eb/a7/30eba77b31508d00abe6d262542cd88d--earthship-home-plans-earthship-biotecture.jpg; https://www.youtube.com/watch?v=8YL3A5OGIjQ

Colaboração: Mariana Eliz de Carvalho

domingo, 2 de julho de 2017

NARCOTRÁFICO NO BRASIL*



Misha Glenny: “Os grandes traficantes brasileiros não moram nas favelas”

Escritor autor de livro sobre o Nem da Rocinha critica política de guerra às drogas


Publicado  em São Paulo  em 

O escritor Misha Glenny. 

Os caminhos da cocaína desde que a folha da coca é colhida por camponeses latino-americanos até chegar às narinas dos exigentes consumidores da Europa ou dos Estados Unidos deixam um rastro de morte no terceiro mundo. E o Brasil, com seus 50.000 homicídios anuais, não é exceção. Não se trata, no entanto, de óbitos provocados pela overdose da droga. São uma consequência direta das infinitas batalhas por rotas e mercados, embates travados em nome da chamada "guerra às drogas". Crítico da política proibicionista liderada por Washington e Europa e imposta aos países produtores e distribuidores, o jornalista inglês Misha Glenny, que já mergulhou na rede do crime organizado transnacional em McMáfia (Companhia das Letras), agora aborda o impacto do "fracasso da guerra às drogas" na vida de um indivíduo em particular: o traficante de drogas Nem da Rocinha. Sua história é contada no livro O Dono do Morro: Um homem e a batalha pelo Rio (Companhia das Letras). O autor, que estará na Feira Literária Internacional de Paraty (Flip) este ano, conversou com o EL PAÍS no final de junho.

Pergunta. Qual a diferença entre o traficante que atua na favela, como o Nem, e o grande traficante, como o mexicano El Chapo Guzmán?
Resposta. Existem dois tipos básicos de traficantes no Brasil. O primeiro são os traficantes como o Nem, que atuam na ponta do varejo e distribuem a droga nas áreas urbanas ao longo da costa brasileira. A cocaína vem da Bolívia, Peru ou Colômbia, e parte dela é entregue nas cidades, levada pelos matutos. Eles se encarregam de levar a droga na mochila, de ônibus ou carro, e são parte fundamental do abastecimento das cidades. Cerca de 50% da droga vendida no varejo é entregue para as facções criminosas pelos matutos, que são pessoas de diversas nacionalidades, e não são especialmente ricos.
O Nem, no contexto doméstico do tráfico de drogas do Rio de Janeiro, era uma figura muito importante. Mas o papel do Nem não tem nada a ver com o papel do El Chapo Guzmán no México, por exemplo. O Chapo faz parte do segundo tipo de traficante, que atua no atacado, que abastece os mercados mais ricos. Esse segundo perfil também existe no Brasil, só que os Chapos do Brasil não têm a mesma origem social que o mexicano, que nasceu em um bairro pobre. Quem faz esse serviço no Brasil costuma ser pessoas de classe média e classe alta que têm negócios legítimos operando, geralmente nas áreas de transporte e agricultura. Acontece que os lucros desses negócios são multiplicados quando eles utilizam essa rede de logística para transportar toneladas de cocaína através do país. Já descobriram carregamentos de cocaína dentro de carne bovina brasileira que seria exportada pra Espanha, por exemplo.
As drogas atravessam o Brasil e deixam o país principalmente pelos portos de Santos e do Rio de Janeiro, e são vendidas no atacado para uma variedade de destinos como países do oeste da África, Espanha, os Balcãs, Holanda e Irlanda. Essa é a função primária do Brasil no mercado global da cocaína: entregar a droga das áreas de produção em grandes quantidades para outros países.
P. São perfis completamente distintos de traficantes no atacado e no varejo...
R. Esses dois perfis de traficantes tem muito pouco a ver entre si. Os lucros do negócio doméstico do tráfico de cocaína que abastece o Brasil - o país é o segundo maior consumidor de cocaína do mundo – não chegam nem perto do negócio de exportar a cocaína para a Europa. As margens de lucro crescem exponencialmente com a exportação.
"O perfil social dos envolvidos no tráfico do atacado no Brasil não tem nada a ver com a figura do bandido morador de favela que existe no imaginário da população."
O perfil social dos envolvidos no tráfico do atacado no Brasil não tem nada a ver com a figura do bandido morador de favela que existe no imaginário da população. A única pessoa que circulou pelos dois mercados, atacado e varejo, foi o Fernandinho Beira-Mar, do Comando Vermelho [o traficante foi preso em 2002 na Colômbia, e havia construído uma rede de contatos com guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia para comprar e exportar a droga pelo Brasil].
P. Qual a marca da gestão do Nem na Rocinha?
R. A Rocinha é uma favela muito fácil de defender, ela tem praticamente duas entradas, uma na parte alta e outra na baixa. Isso significa que o Nem não precisou investir tantos recursos na defesa da favela, em armas. Ele pode simplesmente investir mais recursos no negócio da cocaína, e ele aliou isso a uma redução da violência e do uso ostensivo de armas na comunidade. Isso fez com que as pessoas se sentissem seguras para comprar a droga lá, ele atraiu muitos consumidores de classe média que se abasteciam lá por saber que a favela era pacífica.
Logo o faturamento bruto do tráfico subiu muito sob sua gestão. E ele investia parte desses recursos em duas outras coisas: primeiro na comunidade. Para que ela se sinta cuidada, feliz, próspera, ele injetava dinheiro na favela e fez com que a economia local florescesse. E, em segundo lugar, usava o dinheiro para corromper a polícia. Investigadores me disseram que ele tinha informantes na Polícia Civil e na Militar, gente de médio escalão, que o alertava sobre batidas e operações na Rocinha. Tudo isso para garantir seu poder político na comunidade.
P. A impressão que se tem ao ler o livro era de que o Nem era um traficante que evitava a violência. Isso não é romantizar um criminoso?
R. Eu não falei somente com o Nem para escrever o livro. Falei muito com os investigadores e delegados da Polícia Civil que monitoravam ele e a Rocinha. E também com o José Mariano Beltrame, secretário de Segurança Pública do Rio. Todos foram claros: Nem evitou violência sempre que pôde. O pilar de sustentação dele era a corrupção. Esse era seu mais importante instrumento para consolidar o poder na Rocinha e seus negócios. Isso quem diz é o Beltrame e os policiais, não os moradores.
"O pilar de sustentação dele era a corrupção, esse era seu mais importante instrumento para consolidar o poder na Rocinha e seus negócios."
P. No livro você fala sobre a diferença entre a imagem construída pela imprensa sobre o Nem e a visão que os moradores da Rocinha tinham dele. Por que essa diferença?
R. Foi muito interessante. Eu estava no Rio em 2011 quando o Nem foi preso. Foi um evento público, um acontecimento. E foi impressionante como ele foi considerado herói por metade da cidade e um demônio pela outra. Para mim isso refletiu não apenas a divisão da sociedade carioca, mas também da sociedade brasileira como um todo. Dentro da Rocinha o apoio a ele é enorme. Eu morei lá por três meses, falei com muita gente sobre os tempos do Nem. Eles dizem "sim, ele fez algumas coisas erradas, mas a violência era muito menor, a economia prosperava e todos tinham acesso a ele". Hoje em dia os moradores têm muito mais medo...
P. A Rocinha está pior agora com a Unidade Policial Pacificadora (UPP) do que nos tempos do Nem?
R. A situação lá agora é pior. A UPP está entrando em colapso no Rio. A monumental crise política, econômica e constitucional pela qual o país passa complica muito a situação da segurança pública. O impacto disso no Rio é enorme. Semanas atrás houve tiroteio na Rocinha. O Complexo do Alemão é uma catástrofe. Assim como outras favelas com UPP. No final de junho houve o resgate do Fat Family [apelido do traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus] de um hospital do centro do Rio... Tudo pode acontecer a qualquer momento. E no Rio ninguém sabe o que vai acontecer durante os Jogos. Ninguém arrisca fazer uma previsão. Acho que o Governo do Estado vai alocar recursos suficientes para a segurança até o fim dos Jogos Olímpicos, mas depois disso...
P. Por que o Primeiro Comando da Capital  (PCC), facção criminosa baseada em São Paulo mas com presença nacional, não se consolidou no Rio de Janeiro?
R. O PCC olha para o Rio e diz “obrigado, mas não obrigado”. A situação lá é um caos. E é uma consequência da geografia do Rio, as facções são muito ligadas ao território. E a hostilidade entre elas é profunda. Aparentemente o PCC decidiu manter relações comerciais com as três: Comando Vermelho, Terceiro Comando Puro e Amigos dos Amigos. Acho que o PCC gostaria de ter uma posição mais forte no Rio, mas devem ter avaliado que não vale a pena, a violência e a hostilidade são muito grandes.
P. Qual o efeito da política proibicionista com relação às drogas nos países produtores de cocaína e maconha?
R. Você tem três zonas do negócio da cocaína. As áreas produtoras, que são Colômbia, Peru e Bolívia; as zonas de distribuição, que são Brasil e México; e você tem os polos de consumo, que geralmente são países desenvolvidos do mundo ocidental. Como os Estados Unidos, que têm 5% da população mundial e responde por 40% do consumo global de cocaína. E Europa. Sempre que você se torna parte da rota da droga e entra para a zona de distribuição, você desenvolve seu mercado interno. E invariavelmente a situação sai do controle, porque há muita droga entrando no país, lucros astronômicos a serem obtidos e as forças policiais não têm a estrutura e os recursos para reagir. Na prática o Estado não tem condições de vencer a chamada guerra contra as drogas.
"No Brasil ocorrem mais de 50.000 homicídios por ano, é o mais violento em números absolutos. E de acordo com pesquisas, mais de 50% dessas mortes são consequência direta da guerra às drogas."
E aí essa guerra se torna uma parte muito importante, mas ilegal da economia. E por ser ilegal, as armas acabam fazendo parte fundamental do negócio. No Brasil ocorrem mais de 50.000 homicídios por ano, é o mais violento em números absolutos. E de acordo com pesquisas, mais de 50% dessas mortes são consequência direta da guerra às drogas. E não é gente que morreu de overdose: é gente que teve a garganta cortada, foi assassinada. E isso é responsabilidade de quem formula essa política ocidental de combate às drogas. Precisamos desesperadamente de reformas nas leis de droga.
P. Você vislumbra uma reforma nessa política de drogas num futuro próximo?
R. Sim. Uma das razões pelas quais estamos vendo apoio a essas reformas vindo do México e da Colômbia, por exemplo, e também em menor escala no Brasil, é porque são mexicanos, colombianos e brasileiros que estão pagando o preço em vidas humanas por uma política falida implementada por Washington. Mas à medida em que os Estados Unidos, Canadá e partes da Europa começam a fazer parte da zona produtora, num processo lento mas constante, com grandes plantações de maconha no Canadá e nos EUA, por exemplo, eles não querem a violência associada à guerra às drogas em suas ruas. Por isso nestes países cresce o apoio às reformas na legislação.
P. As experiências do Uruguai e do Colorado, que legalizaram a maconha para uso recreativo, são positivas?
R. O Colorado, no seu primeiro ano da legalização da maconha, coletou 76 milhões de dólares em impostos, valor duas vezes maior do que o arrecadado com impostos sobre bebidas alcoólicas. Eles perceberam que há muito dinheiro a ser feito aqui.
Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/06/24/politica/1466791253_323836.html?id_externo_rsoc=FB_CM
Colaboração: Rafhael Fumagali
* Título editado