sexta-feira, 25 de abril de 2014

ENSINO SUPERIOR




Universidade de Coimbra vai usar Enem para selecionar alunos


Instituição de Portugal é a 1ª estrangeira a usar prova com essa finalidade

 

Universidade de Coimbra, em Portugal
Universidade de Coimbra, em Portugal (Getty Images/iStockphoto)
 
A Universidade de Coimbra, uma das mais tradicionais de Portugal, anunciou que aceitará a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para selecionar brasileiros para os cursos de graduação. Os estudantes com ensino médio completo que buscam uma vaga na instituição portuguesa podem fazer a inscrição no site da universidade utilizando as notas do Enem de 2011, 2012 ou 2013. As notas da avaliação federal substituirão os exames portugueses de seleção.
A mudança obedece a uma alteração na legislação de Portugal, que agora permite às instituições de ensino superior criarem sistemas de ingresso próprios para alunos estrangeiros. Para estudar em Coimbra, o estudante deverá escolher um curso e conferir se a nota obtida no Enem é suficiente para a admissão. Para a carreira de direito, por exemplo, é preciso ter obtido o mínimo de 960 pontos na redação, 760 pontos em ciências humanas, 500 em matemática, 630 em linguagens e 450 em ciências da natureza.

As mensalidades cobradas na instituição são padronizadas: 700 euros. O aluno ainda precisará pagar cerca de 150 euros em taxas de inscrição, além de arcar com os custos de moradia e alimentação.
O ano letivo na Europa começa no segundo semestre e a seleção para alunos brasileiros ficará aberta até o mês de agosto. A instituição portuguesa recomenda aos estudantes que procurem a Embaixada de Portugal no Brasil para tirar dúvidas sobre a obtenção de visto temporário. Só poderão concorrer às vagas brasileiros que não possuam passaporte europeu.
Portugal é o principal destino dos brasileiros que estudam na Europa. Apenas pelo programa Ciência sem Fronteiras, do governo federal, cerca de 2.300 brasileiros estão estudando em Portugal. Em 2013, a Universidade de Coimbra foi classificada pela Unesco como Patrimônio Mundial.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/universidade-de-coimbra-vai-usar-enem-para-selecionar-alunos

segunda-feira, 21 de abril de 2014

SUSTENTABILIDADE



Telhas solares





Converter a energia do sol em energia elétrica está mais prático e mais fácil. Mais uma inovação sustentável no mercado da construção civil está se popularizando na Europa e Estados Unidos. São as telhas solares ou telhas fotovoltaicas. Se você ainda não teve a oportunidade de vê-las, não se preocupe, pois muito em breve elas serão bastante comuns nos telhados da sua cidade.
Essas telhas são constituídas de pequenos painéis solares integrados na sua parte lisa. Com isso, o aspecto visual do telhado não fica tão comprometido como ficaria no caso da instalação dos painéis fotovoltaicos, julgados como esteticamente feios e por isso muitas vezes rejeitado.
Além da eficiência energética de alguns modelos dessas telhas ser maior do que dos painéis solares tradicionais, aquelas podem gerar uma média de 860 kWh ao ano por 10 m2 de telhado, em localidades onde o sol bate em torno de 6 horas por dia, segundo a fabricante SRS Energy. Esses números mostram a funcionalidade do sistema, já que uma família de 04 pessoas consome uma média de 2240 kWh por ano, de acordo com o Ministério de Minas e Energia, então um telhado com 26 m² de telhas solares já atende à demanda da casa.
O Brasil ainda não dispõe desta tecnologia, mas, como empresas especializadas nos Estados Unidos e em países da Europa estão trabalhando para desenvolver diversos modelos adaptáveis em qualquer telhado (nesses países, o uso de energia solar e outras fontes alternativas é estimulado), quando esta novidade chegar por aqui, teremos mais opções de compra.
O custo das telhas fotovoltaicas é alto, até mesmo mais alto que o dos painéis solares. Mas a economia na conta de luz e o fato de se estar usando uma fonte de energia que contribui para a sustentabilidade do nosso planeta são bons motivos para que esta inovação seja abraçada pelos brasileiros.
Vamos torcer para que as autoridades governamentais em nosso país “acordem” para a importância de se ampliar a nossa matriz energética e nos dê espaço e incentivo para o uso de fontes de energia limpa, como esta.


Fonte: http://www.universojatoba.com.br/sustentabilidade/consumo-consciente/telhas-solares
por Ivana Jatoba 10-04-2014 

Ivana Jatobá é Engenheira Civil graduada na Universidade Católica do Salvador, especializada em Gerenciamento da Construção Civil pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia e Mestre em Gerenciamento de Engenharia Ambiental pela University of Technology, Sydney, Austrália. Atua como consultora em implantação de sistema de qualidade ISO 9001 e Meio Ambiente ISO 14000 em canteiros de obras.
Ivana Jatobá escreve às quintas aqui no Universo Jatobá.
 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

ENTREVISTA






“A Copa só serve mesmo pra quem tem dinheiro” – Entrevista com José Araújo


Logo que me encontrou, seu Zé perguntou, desconfiado: “Tu não és P2, né?”. A desconfiança não é por acaso. Em um momento de confrontação política como o que vivemos, quem luta deve manter um pé atrás. E José Araújo, 74 anos, luta. Morador da Grande Cruzeiro, um dos maiores conjuntos de vilas de Porto Alegre, desde que nasceu, José foi voluntário na Campanha da Legalidade, defendendo a democracia contra a tentativa de golpe em 1961. Agora, mais de 50 anos depois, integra o Comitê Popular da Copa de Porto Alegre e a Articulação Nacional dos Comitês Populares. Sua casa está entre as 1600 marcadas para demolição total ou parcial graças ao alargamento da Avenida Tronco, obra que pretende escoar o trânsito de carros que não poderão passar por perto do estádio Beira-Rio durante a Copa. José concedeu ao Jornalismo B a entrevista abaixo:

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4 - Alexandre Haubrich

Como está sendo o processo da organização da Copa na Vila Cruzeiro?

Desde o início desse processo na verdade a Prefeitura não apresentou nenhum projeto, ela simplesmente marcou uma reunião na comunidade, o prefeito foi pra lá, disse que as famílias tinha que colaborar com a Prefeitura por causa da Copa do Mundo, e que 1600 famílias teriam que ser removidas da região. E as remoções teriam que ser feitas para a Pitinga, 20 km longe daqui, que é lá depois da Restinga, e que não tinha outro lugar. E a gente questionou, que sair 20 km longe da região não estava dentro da lei, que a própria lei diz que as famílias poderão ser reassentadas até 2 km longe do seu local original. Ele disse que isso não era possível, disse “nós não temos espaço na região pra fazer casa pra todas essas pessoas”. Eu disse assim: “se tu quiseres, eu conheço toda a geografia dessa região, eu posso elencar quantos terrenos estão vazios todo esse tempo e que a Prefeitura pode desapropriar, e então fazer a instalação dessas habitações. Entregamos tudo de mão beijada pra eles, eles foram pra cima, desapropriaram, e os terrenos estão lá para serem construídos com o “Minha Casa, Minha Vida”. No início eram 39 metros quadrados. E eu disse assim, “39 metros quadrados, são poucas famílias que moram em um espaço assim”, “é, mas não tem outra maneira”. “E quanto ao pagamento?”. “O pagamento vai ter que pagar à Caixa Econômica 10%. Se ganha 500 vai ter que pagar 50 por mês”. Eu disse assim: “eu fiz a minha casa, nós fizemos nossas casas, com nosso suor, nosso trabalho, não pedimos dinheiro pra ninguém, e hoje vocês querem nos tirar dali pra outra casa e nós vamos ter que pagar pela outra casa? Não vai acontecer isso aí, ninguém vai aceitar isso aí”. Tinha certeza que ia dar um movimento muito forte. No fim veio com uma história depois que mudou, que não ia ser paga, e não ia ser mais 39, foi pra quarenta e pouco, agora parece que está em 52 metros quadrados – mas eu também não sei se é verdade, porque desse governo, desse prefeito, a gente pode esperar tudo. A palavra dele não vale um tostão pra nós. Não tem ética, não tem transparência. E a gente fez vários movimentos lá com a comunidade, fizemos assembleia. Fizemos uma assembleia muito grande lá e saímos pra rua, fechamos a avenida, e aí deu aquela confusão toda. E aí ele foi pra Zero Hora dizendo que “não, eu já estou acertado com a comunidade, isso aí é um bando de baderneiros que não querem progresso, não querem a Copa”, e a imprensa marrom não dá um espaço pra ninguém, nem um líder, nem ninguém, ir lá se defender e dizer “não, nós não somos contra a Copa, não somos contra a avenida, acho que tem uma necessidade mesmo, desde 1959 tá prevista essa avenida, mas não assim de uma hora para a outra e dizer que está dentro do pacote da Copa”. Não está. O entorno do Beira-Rio, as outras mobilidades…mas essa aqui, avenida que não tá dentro do perímetro, não tá. Quer aproveitar pra ver se ganha o dinheiro, e foi justamente o que aconteceu. Então ele começou o alargamento da avenida em um lugar onde não precisava tirar ninguém, gastou bastante dinheiro ali, agora parou a obra porque não tinha mais dinheiro. A primeira coisa de errado que ele fez foi que não trouxe nenhum projeto de habitação para as famílias, trouxe simplesmente um mapa dizendo assim, ó: “as casas já marcadas tinham que sair”. Não trouxe um projeto pra discutir com a comunidade, isso é uma falta de respeito.

Não houve diálogo?

Não houve. E aí vem dizer que a gente é baderneiro. A gente não é baderneiro, a gente quer que aconteça tudo isso, mas que os nossos direitos sejam respeitados.

Como a comunidade conseguiu se mobilizar em torno disso?

Quando aconteceu tudo isso as lideranças se mobilizaram e começaram a chamar o povo pra fazer assembleias, reuniões, pra discutir tudo isso aí. E de fato no início teve bastante…mas aí existem preocupações. Se tu passar por lá vai ver que tá parecendo o Iraque, o Afeganistão, tudo demolido. E as pessoas ficam impressionadas, “se eu não sair vão derrubar a casa comigo em cima”. É uma pressão psicológica, é um horror o que está acontecendo lá”.

E o processo de construção do “Chave por Chave”, como foi?

Justamente foi em uma assembleia que a gente teve antes do Prefeito. Eles marcaram uma reunião com a comunidade pra apresentar a empresa que ia fazer o cadastro socioeconômico das famílias. Fazer o levantamento, quantas pessoas moram, o tamanho da casa, essa coisa toda. Marcaram lá e a gente disse que não ia fazer cadastramento nenhum se o prefeito não fosse lá para dar explicações sobre o que estava acontecendo. Eles marcaram, chamaram a comunidade e a comunidade foi, mas quando chegaram já disse “olha, não vai ter reunião”, eu disse pro pessoal, “deixa eles abrirem, quando eles terminarem deixa comigo”. Aí o DEMHAB, começaram a falar, e assistente social. E eu disse “em primeiro lugar, pode parar com isso. Hoje não vai sair nenhum encaminhamento pra que o cadastro se inicie, nós dissemos que não ia começar se o prefeito não estivesse aqui, então vocês podem embrulhar todos os pacotinhos de vocês e irem embora”. E o povo começou, ninguém aceitou, e dissemos que nós não queríamos nem o aluguel social, nem o bônus moradia. Que quando a Prefeitura entregasse a chave da casa nova, a gente entregaria a chave da casa velha. E a gente fez um movimento grande, tem camiseta, tem adesivo. Tentamos de todas as maneiras. Está um pouco parado agora que as obras estão paradas. As obras estão paradas, não há dinheiro pra nada. Se tu passa dentro da cidade tu vês que o negócio tá muito devagar.

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Com essa mobilização já foram alcançadas conquistas?

Uma das conquistas foi essa, de a gente não sair da região, que quem quiser ficar na região, fica ali. Mas ele já fez errado que a primeira coisa que ele tinha que ter feito era contratar a empresa pra fazer as moradias. Mas iniciou primeiro a obra, achou que todo mundo ia sair.

Participas de organizações dentro da Cruzeiro?

Dentro da Cruzeiro agora não, agora só estou no Comitê. Existia, uns anos atrás, a União de Vilas da Grande Cruzeiro, antes eram umas 30 associações de bairro ali lutando sozinhas contra o governo. E aí numa reunião que a gente fez em uma das comunidades, a gente achou que o melhor seria ter uma entidade que congregasse todas essas associações pra ter mais força pra lutar contra o governo. Aí foi fundada a União de Vilas da Grande Cruzeiro, que reunia todas as associações, no espaço que era do IPE, na Cruzeiro mesmo, um espaço que eu conhecia também fazia muitos anos, um espaço grande, enorme. E a gente ocupou aquele espaço lá com umas barracas pretas. Ficamos ali, veio a Brigada, a gente resistia. Fogo no meio, fazendo a comida, vinha a gurizada…contratamos umas professoras…não tinha escola ali, elas davam aula embaixo da lona pra esse pessoal. Depois a gente conseguiu montar uma sede e a escola foi feita lá. Era na época de 1988, que o Olívio era candidato. Aí convidamos todos os candidatos pra ir pra lá, pra discutir que a gente queria que eles desapropriassem, fizessem alguma coisa ali pra gente fazer as casas das pessoas, desafogar um pouco das vilas. E o Olívio chegou lá pra subir o barranco de barro, chovendo, os brigadianos tiveram que ajudar ele. E então ele tomou conta do barraco. Pra início de conversa, eu nunca fui filiado a partido nenhum, eu não torço pra partido nenhum. E a gente conversou e depois que ele foi eleito ele fez uma negociação com a Prefeitura e o IPE. Eles tinham uma área na frente da Zero Hora que era ali a Imperadores do Samba, a escola. Ali era da Prefeitura e aquela era do IPE. Aí fizeram uma permuta ali, aquela área pela do IPE, pra fazer as casas. Foi tudo feito como mutirão, as famílias trabalhavam fim de semana, ajudando pedreiros que são de profissão…e foi indo e era uma atividade boa, e ali tinha bastante força. Aí eu fiquei cinco anos na coordenação e cansei, aí passei pra outros, eu andava meio ruim de saúde também.

A tua participação em mobilizações, em militância, é de longa data, então?

Sim, eu sempre fui muito…na época que não podia, não tinha a não ser apelar em abaixo-assinado pra vereador, pra deputado. Naquela época não tinha como chegar neles a não ser com isso aí. O Morro Santa Tereza não tinha água, não tinha luz, não tinha ônibus, não tinha nada. E todos os equipamentos que tem lá hoje foram conquistados através disso aí. Ou depois que já passou esse tempo de abaixo-assinado teve o Orçamento Participativo, que hoje é negativo, no início se conseguiu muitas coisas, mas agora não. A luta tem sido muito árdua. Desde 73 mais ou menos que eu estou na luta sempre diária. Agora estou mais ativo, a minha casa vai ser atingida também…

E tu pretendes sair?

Não, eu não pretendo sair de maneira nenhuma. Até eu fiz algumas convocações de uns parceiros, o Fernandão que é dos Amigos da Terra, a Claudia que é arquiteta, e um advogado. Aí eu entrei ano passado com o processo de uso-capião daquela área. Mesmo eu já sabendo que lá no fundo do terreno sai metade de casa, eu entrei com uso capião, porque aí fica mais difícil me tirarem dali. Até agora eles não me procuraram, porque sabem que eu sou osso duro de roer.

A comunidade, especialmente os que estão sendo atingidos, queriam a Copa antes? Querem agora? Como é essa relação com a Copa do Mundo?

O problema da Copa tu sabes que é tudo euforia do momento, né. Quando se vê Copa do Mundo, o Brasil campeão não sei quantas vezes, todo mundo ama o futebol…todo mundo não, mas a maioria. Então que bom, né, que vai vir a Copa. Só que não sabiam de todo esse processo que ia vir. Muitos que estavam apoiando já não apoiam mais. Vejo muito na rua que “não vai ter Copa”, e coisas assim.

E os atingidos por essas remoções?

Ah, esses não querem mais, né. Esses se pudessem implodir o Beira-Rio lá eles implodiam.

A comunidade da Cruzeiro vai ganhar alguma coisa com a Copa? De alguma forma a Copa do Mundo vai ser benéfica pra essas pessoas?

Quem é que vai ganhar com a Copa do Mundo? Provavelmente a Fifa, secretários, ministros, governo, que vão ganhar um bom dinheiro em cima disso aí, vão embolsar vários milhões de reais pra eles…porque eles não estão fazendo graça para o diabo rir. Eles vão ser beneficiados. A população em todo o Brasil não vai ser beneficiada com nada. O que vai ficar de bom pra população? Beira-Rio, bom, particular, vai ficar talvez bonito, o entorno tá virado numa mixorda. Nas outras capitais a mesma coisa. Não tem nada de benéfico. O legado da Copa vai ser bom pra quem tem dinheiro. Pra quem tem carro, vai ficar bonito pra eles andarem, o transporte coletivo vai continuar a mesma porcaria. Se fosse pra melhorar tudo isso e fizesse um processo de que o transporte ia ser bom…eu até não sou muito de ser gratuito, tem muitos que estão defendendo. Mas pelo menos que fosse decente, com um preço que coubesse dentro do salário das pessoas, e não acontece isso aí. Em todo o Brasil. Na África do Sul, 12 mil famílias estão até hoje morando em casas de lata, em contêineres. Famílias que foram removidas com a promessa de voltar, e não vão, vão morrer ali. Em todos os lugares onde a Fifa passa com esses mega eventos, não fica nada para a população, principalmente para os mais pobres. Porque esses não têm vez mesmo. A avenida é boa pra quem tem carro, que vai se deslocar. Mas as pessoas que não vão sair porque não estão dentro do traçado e vão ficar na volta. E essas famílias que ficaram, amanhã ou depois vão começar a chegar as empreiteiras pra tentar comprar a casa das pessoas. Ali é uma área nobre, então eles vão começar a pressionar as pessoas pra sair.

A maioria dessas pessoas que estão sendo removidas mora ali há bastante tempo?

Sim. Ninguém mora há menos de dez anos. Eu moro ali onde estou agora há 40 anos. Nasci na região, lá no Morro Santa Tereza, 74 anos eu faço agora, nunca saí da região, e só ali faz 40 anos. E assim é. Meus vizinhos também…

Com todo esse histórico e tendo em vista como está sendo feito aqui, a Copa poderia ter sido feita de uma forma que beneficiasse a maioria da população?

Com certeza até um leigo sabe disso aí, e eu sou bem leigo. Se em 2007, quando foi decidido que a Copa seria no Brasil…não precisa ser nem em 2007. Se em 2009 o governo tivesse se movimentado, feito todos os projetos, encaminhado tudo pra licitação, pra obra disso, pra obra daquilo, pras casas que tinham que sair…daria tempo tranquilo pra que chegasse agora…agora já estaria tudo pronto pra Copa do Mundo, se tivessem um projeto viável pra isso aí. E não sei nem se o Beira-Rio vai ficar pronto pra receber a Copa. Tomara que não. Aliás, eu até quero que termine porque é um clube de futebol, cento e tantos anos…mas pelo governo eu preferia que não saísse em lugar nenhum a Copa. Porque é um desespero, é um horror o que eles estão fazendo com a população. E não foi por falta de encaminhamentos. Nós fizemos vários encaminhamentos, fizemos relatórios, fizemos dossiês. A gente fez vários encaminhamentos aqui desde o início, pra Procuradoria, para o Ministério Público Federal, fizemos uma assembleia com o Ministério Público Federal, Estadual, Prefeitura e as comunidades. Alguns encaminhamentos foram tirados lá, não foram respeitados. Tudo isso foi encaminhado, toda essa documentação a gente fez, tem tudo protocolado, mandamos pra Maria do Rosário, também, dos Direitos Humanos, toda essa documentação e não resolveu nada, não tem nada. Não tem nem “o, seus abostados, vocês vão ter que sair daí mesmo”. Não teve nem resposta. É isso que o governo tem de transparência com a população? O povo tá sofrendo todas as amarguras porque o governo não tem uma boa gestão, não vai ter nunca uma gestão decente, que pense no povo. Eles pensam neles, “eu to ganhando, botando no meu bolsinho uma propina daqui, outra dali, das empreiteiras, da Fifa, e os outros que vão pro raio que o parta, isso é que é o importante”.
  
Como tu vês a forma como a mídia retrata a questão da Copa e as lutas contra as remoções?

É difícil, né. Se tu pegares todos os jornais da época, tu vais ver que nenhum deles se interessou em procurar as comunidades pra saber o que achavam do que estava acontecendo. Alguns até fizeram, o Correio do Povo fez alguma reportagem, alguma coisa interessante a favor da comunidade. Mas o resto dos jornais, Zero Hora, então…esses outros jornais que tem por aí afora, esse O Sul…isso aí é tudo uma panela só, eles não têm como chegar na consciência e dizer: “eu to dizendo pra vocês que as violações estão acontecendo, que o povo está sendo pisoteado”. Não. Estão dizendo “ah, é uma obra necessária, então tem que ser feita, só vamos ter que amenizar a maneira de fazer esse processo”. Mas eles não se empenham a fundo em dizer que está tudo errado.

O que os movimentos sociais e as organizações podem fazer ainda nesses últimos meses?

Bem, não tem muito o que se possa fazer pela via judicial, porque até agora a Justiça não fez nada por nós, nem promotoria, nem defensoria, nem ministério, nem presidência, nem governador, então a única maneira de a gente fazer alguma coisa e pressionar, é o povo na rua. Todas as conquistas, desde que eu me conheço por gente, foi com bastante povo na rua, pressionando. Naquela época não faziam muita quebração, mas hoje os jovens estão mais dispostos a enfrentar a polícia. Naquela época a gente também apanhava bastante, naquela época da Legalidade eu fui um dos voluntários, a gente também era pressionado. Mas hoje a garotada e mais os coroas que estão se misturando estão fazendo uma pressão mais forte, e uma maneira de mostrar que o povo não tá satisfeito é essa, é quebrar a Zero Hora, quebrar os bancos que financiam toda essa sem-vergonhisse que está por aí. O povo na rua tem que fazer um movimento grande pelo menos pra pressionar pra mostrar para o mundo que a Copa do Mundo não é toda essa beleza que a Fifa mostra em vídeos, em cartazes, e que é benéfica para o país que recebe a Copa do Mundo. A Copa do Mundo só serve mesmo pra quem tem dinheiro.

Por:
Alexandre Haubrich
Fotos: Alexandre Haubrich / Jornalismo B
Fonte: http://jornalismob.com/2014/04/13/a-copa-so-serve-mesmo-pra-quem-tem-dinheiro-entrevista-com-jose-araujo/ Acessado em 18/04/2014

segunda-feira, 14 de abril de 2014

VIDA ALTERNATIVA



Fujam para as colinas: homens e mulheres que abandonaram a cidade para viverem como eremitas

 

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Um tema bastante procurado e debatido no Jardim do Mundo e reconhecidamente um ótimo assunto para uma segunda-feira de manhã, o estilo de vida contemporâneo tem sido cada vez mais rediscutido e reconsiderado em favor de uma vida mais saudável e sustentável, mas existem pessoas que casaram de esperar e mostram isso em uma mudança radical de ambiente.Captura de Tela 2014-04-14 às 14.39.54
Por 3 anos, o fotógrafo russo Danila Tkachenko registrou a vida de pessoas que decidiram viver longe do restante da civilização ao migrar para locais inabitados do interior da Rússia e da Ucrânia. Longe de ser somente mais um passeio a trabalho, a viagem proporcionou ao fotógrafo uma incrível experiência ao conhecer pessoas que decidiram viver em completa solidão, morando em casas no meio da floresta.
“Você pode descrever suas condições de vida?
Danila: Você pode ver que tipo de personalidade a pessoa tem só de olhar para a sua casa. Há aqueles que constroem palácios inteiros usando materiais disponíveis na floresta. Algumas cavernas ocas, outros constroem cercas e até pontes. O trabalho é uma parte muito importante de suas vidas.”
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Para encontrar estas pessoas, Danila teve de fazer uma pequisa profunda, já que esses nômades deixavam poucas pistas de seu paradeiro. Ao consultar prefeituras, jornais locais e fazendeiros das regiões, o fotógrafo conseguiu alcançá-los e mostrar o seu interessante estilo de vida através de um ensaio fotográfico.
“O que eles comem?
Danila: Algumas pessoas caçam, outros cultivar seu próprio alimento. Comem bagas e cogumelos. Se você conhece a floresta bem o suficiente, ela vai te dar muita comida. Mas eles também têm a opção de viajar para as aldeias vizinhas para fazer trocas com os habitantes.” 
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Neste ensaio, o fotógrafo também registrou suas casas. Confeccionadas com barro, palha, dentro de cavernas ou com madeira da floresta, todas foram construídas com as próprias mãos e são agora a residências destas pessoas que vivem imersas em meio a natureza. 
Em entrevista para a revista Vocativ, o russo contou um pouco sobre como teve a ideia de fotografar os eremitas.
“Meu pai viveu na floresta como um eremita por cerca de três anos, mas depois voltou à viver na cidade. Eu estava interessado em ver como uma pessoa escolhe cortar relações com o mundo exterior para tentar se aproximar mais de si mesmo. É uma questão de olhar para a sua identidade real. Quando conheci essas pessoas, eu estava interessado em ver como eles se comparam a mim como um morador da cidade. Cerca de cinco anos atrás, estava caminhando pelas montanhas de Altai , quando me perdi e tive que passar cerca de um mês sozinho. Foi uma experiência muito difícil e importante para mim, e é por isso que decidi explorá-la ainda mais.”
O projeto resultou em um prêmio no concurso World Press Photo de 2014.
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“São essas as pessoas mais felizes do que aquelas que vivem na cidade?
A felicidade é algo muito pessoal. Mas eles parecem viver em harmonia consigo mesmos e com o mundo ao seu redor. Eles são muito parecidos com crianças. Se eles estão tristes ou felizes, eles vão compartilhar isso com você, porque eles não têm o habito de usar máscaras sociais que as pessoas que vivem em um ambiente civilizado usam. Eles não têm padrões sociais para seguir e são pessoas muito sinceras e abertas.” 
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Fonte: By 14 Abril, 2014 Entretenimento - 
Entrevista: Vocativ


ASTRONOMIA


Eclipse Lunar Total



Eclipse Lunar Total de 15 de abril de 2014


Na madrugada (00h00min às 06h00min) do dia 15 de Abril de 2014, o CDA estará aberto ao público a partir das 02h00min para aqueles que desejarem observar a evolução do eclipse lunar total. Nossas atividades irão até às 06h00min. Apesar desse horário de término, a trajetória de Lua terá a sua visibilidade obstruída antes desse horário pelo prédio da Caixa Econômica Federal. A Lua terá a seguinte declinação no máximo do eclipse: -10° 03'.
Etapas do eclipse para o Observatório Dietrich Schiel. São Carlos - SP.
Latitude: 22° 00' 39,5" Sul ou 22.01097222 Sul
Longitude: 47° 53' 47,5" Oeste ou 47.99652778 Oeste
015337.jpg Instante: 01:53:37
Azimute da Lua= 291°
Altura da Lua = 60°
025819.jpg Instante: 02:58:19
Azimute da Lua= 279°
Altura da Lua = 46°
040647.jpg Instante: 04:06:47
Azimute da Lua= 271°
Altura da Lua = 31°
044647.jpg Instante: 04:46:47
Azimute da Lua= 268°
Altura da Lua = 22°
052435.jpg Instante: 05:24:35
Azimute da Lua= 264°
Altura da Lua = 13°
Observação:
Crepúsculo Astronômico: 05:05, a partir desse momento, nós estamos com o fundo do céu cada vez mais claro devido ao alvorecer do Sol.
062909.jpg Instante: 06:29:09
Azimute da Lua= 259°
Altura da Lua = 0°

Observação:
Nascer do Sol: 06:19, antes da Lua ter o seu ocaso, o Sol já tera nascido.
Esquema da Evolução da Lua ao Longo da Penumbra e Umbra da Terra, adaptado para a Hora Legal de Brasília (Fuso de -3h).
 

Fonte: http://www.cdcc.sc.usp.br/cda/eventos/2014/2014-04-15/index.html
Colaboração: Luciano E. Palagano

domingo, 13 de abril de 2014

MÍDIA



Política de incentivo a mídias locais, regionais e comunitárias é aprovada no RS


A partilha das verbas publicitárias dos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo é um dos pontos por que passa o debate da democratização da comunicação. Na última terça-feira (8/4), a Assembleia Legislativa aprovou projeto de lei que dá um passo nesta direção. De autoria do deputado Aldacir Oliboni (PT), o PL 159/2012 institui a Política Estadual de Incentivo às Mídias Locais, Regionais e Comunitárias, mediante a indicação de um percentual mínimo dos recursos a serem destinados para esses veículos de comunicação.

 voz

O objetivo do Projeto é fortalecer os pequenos veículos de comunicação, ampliar a transparência na Administração Pública e democratizar o fluxo das informações direcionadas à população. Neste sentido, a legislação contempla periódicos, jornais e revistas impressas, com tiragem entre dois mil e 20 mil exemplares editados sob responsabilidade de empresário individual, micro e pequenas empresas e veículos de radiofusão local, devidamente habilitados em conformidade com a legislação brasileira.
“Os recursos dos poderes Judiciário, Executivo e Legislativo para publicidade têm reconhecido peso no orçamento dos veículos de comunicação e entendemos que a democratização da comunicação perpassa também por este fator”, pontua o parlamentar que promoveu amplo debate sobre o Projeto de Lei, com todos os setores da comunicação, desde 2012.
Para o deputado, a aprovação do PL precisa ser vista como um passo inicial. “Entendemos essa aprovação como uma vitória, mas sabermos que há muito o que avançar. A partir da sanção, o setor da comunicação terá em mãos um argumento relevante para batalhar por mais recursos e maior reconhecimento. A etapa de regulamentação da lei será determinante para isto”, analisa Oliboni.
De acordo com dados obtidos pelo deputado e disponíveis através da Lei de Acesso à Informação, em 2013, o Executivo Estadual investiu, em média, por tipo de mídia, entre 5% e 10% em veículos locais, regionais e comunitários. O restante (em torno de 95% a 80%), foi destinado aos veículos pertencentes aos quatro grandes grupos de comunicação do Rio Grande do Sul.
No caso das emissoras de televisão de Porto Alegre, foram investidos R$ 20.270.857,99. Destes, R$ 19.120.011,21 foram destinados a canais da grande mídia (majoritariamente Grupo RBS) e apenas R$ 1.149.847,78 dividido entre canais comunitários e educativos da Capital.
Para os veículos sediados no Interior do Estado, a proporção é mantida: de R$ 1.695.458,33, as grandes empresas receberam R$ 1.304.012,66 e as educativas e comunitárias R$ 167.187,37. Também foram investidos R$ 267.249,23 em canais de televisão por assinatura, dentre os quais, Multishow, Universal Chanel e GloboNews.
“As verbas e o espaço de informação e comunicação são públicos não devem ser privilégio ou estar sob domínio de alguns poucos. O artigo 222 da Constituição Federal versa sobre o caráter regionalizado e diversificado que a estrutura de comunicação deve ter no Brasil e infelizmente ainda não está regulamentado. O Rio Grande do Sul contribui para este movimento de democratização com esta iniciativa”, argumenta o deputado.
EMENDAS AO PROJETO – Durante a votação também foram aprovadas quatro emendas ao Projeto, oriundas de reuniões e audiência pública. As adequações contemplaram a inclusão dos veículos de caráter comunitário no texto da lei; a ampliação do percentual mínimo indicado – de 10% para 20%; a obrigatoriedade de um jornalista que seja responsável pela programação veiculada; e, a exceção às rádios e TVs comunitárias para essa obrigatoriedade.

Mais informações sobre o projeto em:
http://www.al.rs.gov.br/legislativo/ExibeProposicao/tabid/325/SiglaTipo/PL/NroProposicao/159/AnoProposicao/2012/Origem/Px/Default.aspx


Fonte: Do site do deputado Aldacir Oliboni: Publicado em: http://jornalismob.com/2014/04/10/politica-de-incentivo-a-midias-locais-regionais-e-comunitarias-e-aprovada-no-rs/ Acessado em: 13/0/2014

quinta-feira, 10 de abril de 2014

CHARGE



No traço de Rafael Balbueno, como os outros veem os jornalistas e como estes realmente são.


 DIA DO JORNALISTA FINAL (640x502) 


Fonte: http://jornalismob.com/2014/04/10/charge-dia-do-jornalista/

domingo, 6 de abril de 2014

POLÍTICA



Charge: Ditadura e Zero Hora completam 50 anos juntas


Em 1º de abril de 1964, o golpe militar encerrava o governo do presidente João Goulart. Um mês e três dias depois, nascia o jornal Zero Hora, ocupando o lugar da antiga Última Hora, apoiadora de Jango. No traço de Rafael Balbueno, o registro da festa de aniversário de 50 anos de dois velhos conhecidos.MILITARES E ZH FINAL (451x640)