sexta-feira, 27 de maio de 2016

MEIO AMBIENTE

Como a poluição luminosa afeta o ciclo de vida dos animais?


Publicado em 14 de abril de 2016http://www.fragmaq.com.br/
O termo “Poluição luminosa” diz respeito ao excesso de luz artificial, emitida especialmente pelos grandes centros urbanos. Este tipo de poluição causa diversos impactos aos ciclos de vida, trazendo também diversas consequências ecológicas.
iStock.com / MeinzahnA poluição luminosa está associada ao excesso de luz artificial, observado especialmente em grandes cidades.

Efeitos da poluição luminosa na vida dos animais

A variação na iluminação determina diversos processos biológicos dos seres vivos, tais como: comportamentos migratórios, hábitos alimentares, ciclo reprodutivo e metabolismo.
No ciclo migratório das aves, por exemplo, as áreas muito iluminadas causam confusão e mortes — sobretudo em espécies noturnas, que ficam desorientadas ao atravessar grandes cidades ou encontrar faróis em alto mar. A alteração na luz faz com que os pássaros se percam no caminho e acabem se chocando com prédios e montanhas.
O ciclo reprodutivo das aves também é afetado pela poluição luminosa, uma vez que ele é controlado pelo fotoperíodo. O aumento artificial do dia pode induzir alterações hormonais, fisiológicas e comportamentais, interferindo até nos horários de canto das aves.
As tartarugas são outro exemplo de espécie que tem o processo reprodutivo afetado pela poluição luminosa: quando os ovos eclodem, os filhotes são guiados para o mar graças à claridade do horizonte em contraste com as áreas escuras de solo. Com a poluição luminosa, porém, as pequenas tartarugas podem percorrer uma rota oposta, em direção à rua.
A reprodução dos vagalumes também é prejudicada pelo excesso de luz, uma vez que as fêmeas atraem os machos por meio da bioluminescência (emissão de luz por seres vivos) e a presença de iluminação artificial reduz a visibilidade e prejudica a comunicação entre os exemplares da espécie.
Vale destacar que a espécie humana também é afetada pela poluição luminosa. Sendo um animal diurno, nosso sistema endócrino depende da presença de luz para funcionar corretamente, e o excesso dela causa distúrbios comportamentais e epidemiológicos, além de perturbar o sono.

Fonte: http://www.fragmaq.com.br/blog/poluicao-luminosa-afeta-ciclo-vida-animais/?utm_source=facebook.com&utm_medium=timeline&utm_campaign=parceriafragmaq&utm_content=poluicaoluminosa

quinta-feira, 26 de maio de 2016

AGROTÓXICOS



Brasil permite consumo de 14 agrotóxicos proibidos mundialmente

O Brasil é o maior importador de agrotóxicos do planeta e permite o consumo de pelo menos 14 tipos de substâncias que já são proibidas no mundo, por oferecerem comprovados riscos à saúde humana. Só em 2013 foram consumidos um bilhão de litros de veneno pela população, o que representa um mercado ascendente de R$ 8 bilhões.
Na lista de “proibidos no exterior e ainda em uso no Brasil” estão Tricolfon, Cihexatina, Abamectina, Acefato, Carbofuran, Forato, Fosmete, Lactofen, Parationa Metílica e Thiram. Sem contar as substâncias que já foram proibidas por Lei – por estarem ligadas ao desenvolvimento de câncer e outras doenças de fundo neurológico, hepático, respiratório, renal ou genético -, mas que continuam em uso nas fazendas brasileiras por falta de fiscalização. 
“São lixos tóxicos na União Europeia e nos Estados Unidos. O Brasil lamentavelmente os aceita”, disse a toxicologista Márcia Sarpa de Campos Mello, da Unidade técnica de Exposição Ocupacional e Ambiental doInstituto Nacional do Câncer, em entrevista ao portal de notícias IG.
Ela explica que o perigo de contaminação está na ingestão desses alimentos, mas também no ar, na água e na terra, o que torna o problema ainda mais grave. Produtos primários e secundários que fazem parte de nossa cadeia alimentar representam grande risco de contaminação.
Pesquisadores da Universidade Federal do Mato Grosso analisaram 62 amostras de leite materno e encontraram, em 44% delas, vestígios de um agrotóxico já banido, chamado Endosulfan, conhecido por prejudicar os sistemas reprodutivo e endócrino. Além disso, também foram identificados outros venenos, ainda não banidos — é o caso do DDE, versão modificada do potente DDT, presente em 100% dos casos.
Nesta mesma pesquisa, conduzida pelo professor Wanderlei Pignati, concluiu-se que em um espaço de dez anos os casos de câncer por 10 mil habitantes saltaram de 3 para 40. Além disso, os problemas de malformação por mil recém nascidos saltaram de 5 para 20. Assustador, para dizer o mínimo! 
Foto: Flávio Costa/Creative Commons

Fonte: http://www.thegreenestpost.com/brasil-permite-consumo-de-14-agrotoxicos-proibidos-mundialmente/

CRÔNICA LUCIANO D'MIGUEL




Bisonhos nus na boite deverão

O limitado horizonte que provavelmente lhes proporcionarão até o fim de seus dias se restringe à fresta, tal e qual porcos tristes entre as grades de uma carreta a caminho do abate.
 

HABITAÇÃO




Boliviana constrói casas de garrafas PET 


Autossustentável: Casa de Botellas - Ingrid Vaca- Diez - garrafas PET

A cada dia descobrimos uma nova utilidade para os resíduos que produzimos. Prova disso é o reuso da garrafas. São inúmeras coisas que podemos fazer através da reciclagem deste produto. A artesã boliviana Ingrid Vaca Diez desenvolveu uma técnica para construir casas com as garrafas. Algo improvável, que pode ser a solução para a moradia de famílias de baixa renda.

Casas de Botellas é o nome da iniciativa criada pela boliviana Ingrid Vaca Diez. Envolvida com trabalho voluntário desde pequena e apaixonada por artesanato, a advogada de Santa Cruz de La Sierra teve a ideia de construir casas de garrafas PET para famílias em situação de extrema pobreza após uma briga com o marido, que não aguentava mais a quantidade de ‘entulho’ que Ingrid guardava em casa para trabalhos manuais. “Dá para construir uma casa com esse monte de PET”, reclamou o parceiro em tom de ironia – o que bastou para acender uma luz na cabeça da boliviana.

Para construir uma "Casas de Botellas" (casas de garrafas) é necessário, garrafas PET, garrafas de vidro, cimento, cal, areia, cola, sedimentos, resíduos orgânicos, aros e glicose. A primeira casa edificada por Ingrid teve 170m² e nela foram utilizadas 36 mil garrafas plásticas de dois litros. 

As garrafas, recheadas de resíduos e sedimentos diversos formam as paredes, que após amarradas, são fixadas com cal e cimento. Como a casa criada por Ingrid se tornou um projeto social, os outros materiais necessários para o acabamento, inclusive os móveis, são doados por empresas ou instituições regionais. 

Autossustentável: Casa de Botellas - Ingrid Vaca- Diez - garrafas PET

Autossustentável: Casa de Botellas - Ingrid Vaca- Diez - garrafas PET

Autossustentável: Casa de Botellas - Ingrid Vaca- Diez - garrafas PET

Autossustentável: Casa de Botellas - Ingrid Vaca- Diez - garrafas PET

14 anos depois de começar o projeto, a boliviana já tem no currículo mais de 300 moradias construídas para famílias em situação de extrema pobreza – não só na Bolívia, mas em outros países da América Latina, como Argentina, México, Panamá e Uruguai.
Autossustentável: Casa de Botellas - Ingrid Vaca- Diez - garrafas PET

Autossustentável: Casa de Botellas - Ingrid Vaca- Diez - garrafas PET

Ingrid garante que é possível construir uma casa em 20 dias, com a ajuda de cerca de 10 voluntários – contando os futuros moradores, que ela faz questão de que participem do processo para dar mais valor à moradia. O problema é que falta matéria-prima e mão de obra disposta a trabalhar “apenas” para ajudar o próximo.

Autossustentável: Casa de Botellas - Ingrid Vaca- Diez - garrafas PET

Construir no Brasil está nos planos da boliviana, que está bem animada. Para ela, o povo brasileiro é mais receptivo ao trabalho voluntário e também tem a cultura da reciclagem mais sedimentada, em relação aos outros países da América Latina, o que facilita a coleta das garrafas PET. Com tanto entusiasmo, certamente a advogada vai conquistar o coração de muita gente boa por aqui. Vem logo, Ingrid!

Fonte: Planeta Sustentavel e Época Negócios


Read more: http://www.autossustentavel.com/2014/05/boliviana-constroi-casas-de-pet-para-familias-carentes-em-20-dias.html#ixzz49mszTbVK

quarta-feira, 25 de maio de 2016

LEGALIZAÇÃO DA MACONHA



Uso de maconha cresce entre idosos nos Estados Unidos






Os proibicionistas adoram justificar a guerra às drogas dizendo que a legalização da maconha aumentaria o consumo entre os jovens. Pois parece que não é bem isso que está acontecendo nos locais onde a planta já é regulamentada, a exemplo de boa parte dos Estados Unidos.
Ao que tudo indica, não foi necessariamente entre os adolescentes que o uso da erva aumentou no país. Pelo contrário, é justamente entre os idosos que o consumo de maconha tem crescido nos últimos anos.
Segundo reportagem da CBS Newso crescimento demográfico dos usuários de maconha nos Estados Unidos foi mais rápido entre a faixa etária acima dos 55 anos.
Estima-se que, entre 2013 e 2014, o número de idosos canabistas saltou de 2,8 milhões para 4,3 milhões no país.
Mas por que será que os idosos estão cada vez mais recorrendo à erva? A resposta está nas múltiplas propriedades terapêuticas da cannabis, que ajudam a lidar justamente com alguns dos problemas mais comuns em idade avançada, incluindo dores crônicasdiabetes, AlzheimerParkinson, entre outros.
idosos
Nos dispensários da Califórnia, por exemplo, é cada vez mais comum o número de pessoas mais velhas buscando por alívio para as mais diversas condições médicas.
E não é de hoje. No vídeo a seguir, datado de 2011, nosso colaborador Brian Walkingstick Burgess – gerente do Harborside Health Center, maior dispensário de maconha medicinal da Califórnia – apresenta algumas especiarias para um paciente idoso de primeira viagem:
*Foto de abertura: IBTimes
 Fonte:https://maryjuana.com.br/2016/05/idosos-maconheiros-estados-unidos/

domingo, 22 de maio de 2016

MESTRADO EM ASTRONOMIA



Mestrado Profissional em Ensino de Astronomia recebe inscrições




(Jornal da USP) O Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP recebe inscrições para o Mestrado Profissional em Ensino de Astronomia (MPEA) até o dia 3 de junho. São 10 vagas, com início no segundo semestre deste ano.

programa é destinado aos portadores de diploma de graduação, desde que obedecidas as condições gerais estabelecidas no artigo 40 do Regimento da Pós-Graduação da USP.

O curso pretende contribuir na formação de professores multiplicadores e difusores dos conhecimentos envolvendo a área de Astronomia. O objetivo central é influenciar mais decisivamente nos ensinos fundamental, médio e superior, com ênfase na divulgação científica continuada, na elaboração de material didático e na própria modernização da estrutura curricular.

O edital do processo está disponível no site.

Mais informações: sitehttp://www.iag.usp.br/pos/node/8155


Fonte: http://gaea-astronomia.blogspot.com.br/2016/05/mestrado-profissional-em-ensino-de.html

ASTRONOMIA VOLUNTÁRIOS

21 de mai de 2016





O CAsB está precisando de voluntários da área de comunicação e afins, como jornalistas, publicitários e designers. Se você é estudante ou profissional dessas áreas, gostaria de contribuir com algumas horas de trabalho por ano e com seu talento, entre em contato. 
Sua colaboração vai impulsionar as atividades do clube e ajudar a botar em prática antigos projetos. Vamos contribuir para o crescimento do CAsB e para trazer a ciência cada vez mais perto de nossa população!

Fonte: http://gaea-astronomia.blogspot.com.br/2016/05/clube-de-astronomia-de-brasilia-esta.html

sábado, 21 de maio de 2016

LUCIANO D'MIGUEL CRÔNICA

Bolo dálmata – O dono da voz

Afinal, quem nunca passou úmidas e nubladas manhãs da infância em frente aos chuviscos do televisor, tentando adivinhar quem era o autor da melodia que embalava as perseguições ambientadas num outro velho oeste das animações da produtora dos irmãos Warner?



Comimmm. Comimmm. Até ficarrr com dorrr no rimmm. Comi prrra me cerrtificarrr de que uma nuca a maish vai cherrarrr, vai cherrarrr, vai cherrarrr... Cherreeeeeiiiii, cherreeeeiiii! Como foi crrruel cherrar atchim!

Comimmm. Comimmm. Até ficarrr com dorrr no rimmm. Comi prrra me cerrtificarrr de que uma nuca a maish vai cherrarrr, vai cherrarrr, vai cherrarrr... Cherreeeeeiiiii, cherreeeeiiii! Como foi crrruel cherrar atchim!


Em conformidade ao disposto pelos Departamentos de Ordem Pública e Social, de Imprensa e Propaganda, bem como pelo Serviço Nacional de Informação, digo, atendendo a pedidos, segue aqui uma das receitas mais festejadas entre os leitores: a do bolo dálmata.
Primeiramente, para não despertar suspeitas, ligue o aparelho de som num volume alto, tão alto que não se possa escutar o vizinho enfurecido bater à porta e de maneira que o faça pensar que você tem costas quentes com a polícia, ou ainda, que em caso de ronda ostensiva, os policiais pensem que sua influência é grande a ponto de colocar em risco seus ainda estáveis cargos no serviço público.
O que ouvir? Rock? Siga nessa linha e muito em breve há de descobrir que coercitiva é muito mais que uma palavra da moda para qualificar um tipo de condução. Samba? Onde é que já se viu chamar a atenção para a cultura afro-brasileira numa hora dessas, ahn?! Sertanejo universitário? Volte 13 linhas. Sugestão do chef? Vá de som erudito, que provavelmente precisará ser chamado de música clássica toda vez que alguém perguntar o que é que você está ouvindo.
Dentre mil e tantos autores possíveis e os menos que poucos mais conhecidos, nada de apelar para Stravinsky e sua “Sagração da Primavera”. Seria um ultraje ao clima atual, tanto no termômetro de mercúrio quanto no de sangue. Alemães e austríacos, todavia geniais, também não pegam bem. Vai que erroneamente te convidam pra espancar um haitiano por aí, usando uma suástica no braço, ahn?!
Por que não Franz von Suppé? Embora se trate de um croata descendente de belgas criado na Itália e falecido em Viena, desbaratina para o francês sem maiores problemas, mesmo tendo este início de alcunha germânico, que talvez não soe tão familiar. Porém, a abertura “Cavalaria Ligeira” certamente soará.
Afinal, quem nunca passou úmidas e nubladas manhãs da infância em frente aos chuviscos do televisor, tentando adivinhar quem era o autor da melodia que embalava as perseguições ambientadas num outro velho oeste das animações da produtora dos irmãos Warner? “Muito prazer, fui eu quem fiz”, diria aquele compositor filho do ainda mais velho Leste… Europeu.
O conjunto da obra, faça-se justiça à memória de sua morte (que hoje completa 121 outonos), não se resume a isto. Além de sete óperas e vinte e sete operetas, ele, que não era o boto e muito menos o último romântico, compôs incontáveis marchas, polcas, valsas, peças sacras, comédias e farsas. Uma lástima que, quando muito, se reduza tudo a um único tema pros desenhos de Walter Lantz.
E por falar em pica-pau, ave de inimaginável sonoridade, esta semana o Brasil e o mundo dos ouvintes perderam um colossal cantante. Cauby é palavra particularmente exótica que não remete à Dalmácia, terra famosa pelos seus cachorrinhos que mais parecem pintados à mão. O dono de tal nome, ainda mais diferenciado por sua indumentária, cabelos e maquiagem sensacionais, foi também O Dono d’A Voz, ao menos durante os 85 anos de sua vida terrestre.
Conceição o fazia lembrar muito bem de que um dia vivera no morro a sonhar com coisas que o morro não tinha (e provavelmente ainda não tenha), a aludir às dificuldades passadas na infância niteroiense após a morte do pai, sendo ele caçula de seis irmãos. Considerado vistoso demais para um menino de sua época, muito em função da natação que o ajudaria a desenvolver uma privilegiada caixa torácica, teve questionada desde sempre a sua sexualidade, a qual gerava perguntas indiscretas de jornalistas e afins, sempre respondidas à maneira do Leão da Montanha.
Ano passado, enfim, aquilo que nunca havia sido mistério oficialmente deixou de ser. A história desse genial intérprete, ao qual tive a chance de prestigiar em 2013 durante impagável show integrante da programação da Virada Cultural de Curitiba, foi levada às telonas pelas mãos do cineasta Nelson Hoineff em seu “Começaria Tudo Outra Vez”. Entre particularidades exploradas no documentário, há referência aos seus casos tórridos com garotos do morro, por meio de histórias narradas pelo próprio retratado em tal fita.
Ah, ok, dirão que fita não é mais usada para definir filme, pois parece que já lançaram o CD. Mas o tempo aqui não é importante, pois parecia não castigar o veludo do barítono em questão, o qual lançou mais de cem discos em 65 anos, sempre com a mesma qualidade emprestada à sugestiva “Ninguém é de ninguém”, à singela “Laura”, à ousada versão do tema de “New York, New York”, jamais constrangendo qualquer Sinatra, e à incomparável “Bastidores”, obra de Buarque vitalizada por Peixoto que a esta hora já substituiu Suppé na vitrola.
E se, por conta disso, algum desconhecido de sobrenome Saldanha bater à tua porta mesmo assim, saiba que isto não é Impulse! Espero que para você a palavra xadrez continue sendo só o nome de um jogo ou um tipo de estampa como a da camisa da Croácia
Mas e a receita? Quantas porções rende, quais os ingredientes, qual o tempo e o modo de preparo? Ora, esta coluna não nasceu com tal finalidade. Digite na barra de endereços do oráculo mais conhecido da rede mundial de computadores as seguintestags: “bolo dálmata telefone”, acompanhado do nome da tua cidade. Muitos contatos aparecerão certamente. Clique no terceiro, por motivos numerológicos. Bom apetite!
Luciano d’Miguel é só um latido a ecoar entre mais de cem na multidão.
Fonte: http://zogg.com.br/2016/05/21/bolo-dalmata-o-dono-da-voz/

sexta-feira, 20 de maio de 2016

ROTULAGEM DE TRANSGÊNICOS



Idec | Vitória: STF garante rotulagem de qualquer teor de transgênicos, fruto de ação do Idec


Ministro rejeita recurso e mantém decisão obtida pelo Idec que exige informação no rótulo sobre uso de ingredientes geneticamente modificados, independentemente da quantidade.
Fonte:  Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec)
rotulo_milho_transgenico
O direito dos consumidores brasileiros à informação sobre transgênicos volta a prevalecer. Em decisão proferida no último dia 12, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin manteve a decisão obtida pelo Idec e voltou a garantir a indicação no rótulo de alimentos que utilizam ingredientes geneticamente modificados, independentemente da quantidade presente.
A exigência estava suspensa desde 2012, por uma decisão liminar (provisória) do ministro Ricardo Lewandovski, do STF, que atendeu ao pedido da União e da Associação Brasileira de Indústria de Alimentos (Abia) contra a decisão do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), que foi favorável à ação do Idec.
A União e Abia alegavam que a decisão do TRF-1 “usurpava a competência” do STF de decidir sobre o tema. Mas, ao julgar o recurso, Fachin não concordou. Em decisão monocrática (analisada apenas por um julgador), o ministro relator do processo validou a decisão do Tribunal.
Código do Consumidor x Decreto
A decisão do TRF-1 que voltou a valer acolhe o pedido do Idec de rotulagem de qualquer teor de transgênicos e afasta a aplicação do Decreto n° 4.680/03, que flexibiliza a exigência de rotulagem apenas para produtos que contêm mais de 1% de ingredientes geneticamente modificados.
O Tribunal considerou que o direito à informação previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDC) se sobrepõe ao decreto.
“A decisão do STF é muito importante neste momento, pois  enfraquece o PL que quer acabar com a rotulagem de transgênicos. Ela mantém a decisão fruto de uma Ação Civil Pública que garante que todos os alimentos genetimente modificados devem ser rotulados, fortalecendo o direito à informação e o CDC”, destaca Claudia Pontes Almeida, advogada do Instituto.
A União e a Abia ainda podem entrar com novo recurso para que o tema seja analisado pelo plenário do STF. Mas, por hora, o direito à informação venceu mais uma vez.
Histórico da ação
Relembre os principais fatos envolvendo a ação do Idec para garantir a rotulagem de transgênicos:
2001: Idec entra com Ação Civil Pública contra a União para exigir informação clara no rótulo de alimentos sobre o uso de transgênicos, independentemente do teor de ingredientes geneticamente modificados presentes
2003: publicado o Decreto 4.680/03, que exige rotulagem apenas para produtos com mais de 1% de transgênicos
2007: sentença acolhe o pedido do Idec e obriga rotulagem de transgênicos, independentemente do teor. União e Abia entram com recurso
2009:  TRF-1 rejeita recurso e mantém sentença favorável aos consumidores, fruto da ACP do Idec. Abia e União recorrem ao STF.
2012: ministro do STF Ricardo Lewandovski acolhe pedido da União e Abia e concede liminar suspendendo decisão do TRF-1 até que o recurso seja julgado.
maio de 2016: ministro Edson Fachin, do STF, julga e rejeita o recurso, validando decisão do TRF-1 que garante a rotulagem de qualquer teor de transgênicos, como pediu o Idec em 2001.
ARQUIVADO EM NOTÍCIAS

Fonte: