domingo, 26 de fevereiro de 2017

CASA SUSTENTÁVEL




Casa sustentável construída em Campo Grande é 25% mais barata, resistente ao fogo e fica pronta em 6 dias


ECLIPSE SOLAR*



O Eclipse Solar de 26 de fevereiro de 2017

eclipse solar anular de 26 de fevereiro de 2017
O eclipse de fevereiro poderá ser visto no Brasil? O que podemos esperar? Qual horário?

Neste dia 26 de fevereiro de 2017, um Eclipse Solar Anular chamará a atenção do mundo, e poderá ser visto parcialmente na maior parte da América do Sul, incluindo o Brasil!

Para que você fique por dentro de todos os detalhes sobre o tão esperado Eclipse Solar de 26 de fevereiro de 2017, preparamos uma matéria especial com perguntas e respostas, para que você tire todas as suas dúvidas, e assim, aproveite o máximo desse belíssimo evento.


O Eclipse do dia 26 de fevereiro poderá ser visto do Brasil?

Para a felicidade de muita gente, esse eclipse que acontece agora no dia 26 poderá ser visto parcialmente na maior parte do Brasil. Infelizmente, sua totalidade não poderá ser presenciada em nosso país. Para entender melhor, confira a animação abaixo:

trajetoria e visibilidade do eclipse solar de 26 de fevereiro de 2017
Trajetória do Eclipse Solar em 26 de fevereiro de 2017.
Créditos: A.T. Sinclair / NASA

Como vocês podem ver, todas as regiões compreendidas pelo grande circulo escuro poderão observar o eclipse parcialmente. Só poderá observar a totalidade do eclipse quem estiver em uma das regiões que será atravessada pelo pequeno ponto vermelho, bem no centro do círculo maior.




Outra notícia não muito boa é que uma parte da região norte e nordeste do Brasil não terá a oportunidade de apreciar o eclipse solar do dia 26 de fevereiro. Mas calma! Em agosto desse ano chega a vez de vocês, e aí, será o sul, centro-oeste e sudeste do Brasil que não poderá observar. É quase uma revanche!


Mas tem uma notícia bem legal, seja pra quem estiver no norte/nordeste do Brasil, ou para quem estiver em outros países. Confira:


Transmissão ao vivo - Eclipse Solar Anular de 26 de fevereiro de 2017

Como de costume, teremos uma transmissão ao vivo com imagens em tempo real do Eclipse Solar do dia 26 de fevereiro! O nosso parceiro, Observatório Slooh, fará a cobertura completa desse fantástico evento, e você poderá assistir tudo ao vivo, aqui em nosso site! Fiquem ligados!



Países que poderão observar o Eclipse Solar no dia 26 de fevereiro

Parcialmente, a maior parte da América do Sul, a Antártica e o leste da África. Já a totalidade, ou seja, o famoso Anel de Fogo, aparecerá apenas no Sul do Chile, sul da Argentina, oeste da Angola, do Congo e da Zâmbia. E claro, entre a América do Sul e a África, temos o gigantesco Oceano Atlântico que será cortado pelo eclipse. Isso significa que se você estiver em um navio, ou perdido em um barco, e claro, no ponto ideal, poderá ver o belíssimo Anel de Fogo.

Eclipse Solar de 2012, registrado no Texas, EUA
Eclipse Solar Anular de maio de 2012, registrado no Texas, EUA.
Créditos: AP


Qual será o horário do Eclipse Solar de 26 de fevereiro?

O evento ocorre no dia 26 de fevereiro (domingo), e terá início logo pela amanhã na região sudoeste do Chile, por volta da 12h00 (UTC), e terminando na parte oeste da África, por volta das 17h30 (UTC). Lembrando que os horários informados aqui estão em UTC, que é o horário internacional.




Para saber exatamente quando começa e quando termina o eclipse em cada região, e se o eclipse será ou não visível em sua localidade, confira o mapa interativo criado pela NASA. Basta clicar na imagem abaixo. Depois que você já estiver no mapa, ao clicar, você criará um marcador de local, que informará se você poderá ou não ver o eclipse, e quais serão os horários na sua região. Lembrando que os horários informados estão em UTC (horário internacional), então você deve fazer a conversão para sua o seu horário local. O horário na maior parte do Brasil é de -3 UTC, ou seja, se o horário informado for 16:00 UTC, significa que na maior parte do Brasil será 13:00.

Mapa do Eclipse Solar - 26 de fevereiro de 2017


Qual será a visibilidade desse eclipse? O que podemos esperar?

Se você for uma das pessoas sortudas que estiver exatamente em uma das regiões onde a totalidade poderá ser observada, você poderá presenciar o máximo do eclipse Solar Anular, o que significa que poderá ver o Sol todo encoberto, exceto suas bordas, o que faz lembrar um verdadeiro Anel de Fogo, que é outro nome dado a esse tipo de eclipse.

eclipse solar anular e parcial
Na imagem acima, podemos ter uma ideia de como é visto um Eclipse Solar Anular (esquerda)
e um Eclipse Solar Parcial (direita).         Créditos: divulgação

Aqueles que poderão observar parcialmente (ou seja, a grande maioria), verão uma parte do disco solar encoberta pela Lua. Para ter uma melhor visualização desse espetáculo astronômico e ao mesmo tempo, não arriscar sua visão, utilize equipamentos especializados. Ao utilizar um óculos de soldador, por exemplo, você conseguirá observar o disco solar com perfeição, e poderá ver a Lua na frente do Sol com bastante clareza.

ATENÇÃO: Nunca aponte um telescópio ou binóculos para o Sol. Essa prática, além de danificar seu equipamento pode levar a cegueira permanente. Não brinque com a sorte. A melhor forma de observar um Eclipse Solar é através de projeções, ou usando um filtro de soldador.
como observar o Sol com telescópio - forma correta

Caso você queira observar o eclipse solar utilizando um telescópio, você deve primeiramente acoplar um filtro especializado para observação solar, que deve ser instalado na parte dianteira de seu equipamento, e nunca na parte traseira. Desconfie de filtros que são acoplados na ocular, pois toda a radiação solar deve ser bloqueada ANTES de entrar no equipamento, e não depois, como mostra a imagem acima.


Qual a diferença entre um Eclipse Solar Total e um Eclipse Solar Anular?

Primeiramente, em ambos os casos, algumas regiões do globo poderão observar apenas um eclipse parcial, que é quando uma parte do disco solar é escurecida pela Lua. Mas se você estiver em uma das regiões em que a totalidade poderá ser observada, você poderá presenciar um Eclipse Solar Total comum ou um Eclipse Solar Anular. Isso depende de cada evento.

DIFERENÇA ENTRE ECLIPSE SOLAR TOTAL E ECLIPSE SOLAR ANULAR
Diferença entre Eclipse Solar Total e Eclipse Solar Anular.
Créditos: Galeria do Meteorito / divulgação

No Eclipse Solar Total, podemos ver a Corona (ou Coroa) Solar através de telescópios (devidamente equipados com filtros), e também os famosos Grãos de Baily, que são criados por conta da topografia irregular da Lua. Além disso, no Eclipse Solar Total, alguns segundos antes do ápice, temos o efeito Anel de Diamante, e quando a Lua encobre todo o disco solar, a Coroa brilha ainda mais forte. Já no Eclipse Solar Anular, não vemos esses efeitos, mas em compensação, temos o tão amado Anel de Fogo. O Eclipse Solar Anular é mais raro do que o Eclipse Solar Total.

No dia 26 de fevereiro, será um Eclipse Solar do tipo Anular, que acontece quando a Lua está mais distante da Terra. Nesse caso, ela não consegue bloquear todo o disco solar, e a borda do Sol fica exposta. Já no Eclipse Solar Total, a Lua está mais próxima da Terra, e com isso ela é capaz de bloquear todo o disco solar.

Os dois eventos são magníficos, e cada um tem sua peculiaridade. Depende do gosto de cada um. Mas tem uma coisa que todo mundo concorda: não importa se é um Eclipse Solar Total ou um Eclipse Solar Anular, pois os dois são magníficos e igualmente imperdíveis!

* Editado
Imagens: (capa-divulgação) / A.T. Sinclair / NASA / AP / Google Maps / divulgação / Galeria do Meteorito / divulgação
17/02/17
Fonte: http://www.galeriadometeorito.com/2017/02/tudo-sobre-eclipse-solar-de-26-de-fevereiro-2017.html

FLORESTA VERTICAL



China terá sua primeira floresta vertical com 
1.100 árvores

As Torres Nanjing devem fornecer cerca de 132 quilos de oxigênio diariamente.



A vegetação cobrirá 6.000 metros quadrados dos edifícios. | Fotos: Stefano Boeri Architetti

O escritório de arquitetura Stefano Boeri Architetti está trazendo o conceito de floresta vertical popularizado em Milão (veja aqui) para Nanjing, na China, com as Torres Nanjing. As duas torres verdes terão 1.100 árvores de 23 espécies locais, além de 2.500 arbustos e plantas pendentes em cascata cobrindo 6.000 metros quadrados dos edifícios.


Além de fornecer diariamente cerca de 132 quilos de oxigênio pela absorção do dióxido de carbono, o empreendimento deve ajudar a desenvolver uma zona econômica do rio Yangtze, no sul da província chinesa de Jiangsu.
Com 119 metros de altura, a torre mais alta terá escritórios, um museu, uma escola de arquitetura verde e um clube no último piso. Já a segunda torre, que possui 107 metros, irá acolher um hotel de 247 quartos e piscina no último piso. A base das torres irá abrigar lojas, restaurantes e uma sala de conferências. As varandas dos edifícios permitirão que os habitantes contemplem e se conectem com a natureza das fachadas dos edifícios.


O escritório irá utilizar apenas espécies nativas, sendo 600 árvores altas, 500 médias e plantas pendentes, que juntas, ajudarão a regenerar a biodiversidade local.
As torres verdes estão programadas para serem concluídas em 2018 e serão as primeiras do tipo na China. Stefano Boeri ainda promete replicar outras florestas verticais nas cidades chinesas de Xangai, Guizhou, Shijiazhuang, Liuzhou e Chongqing.

Redação CicloVivo
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Mais informações: http://ciclovivo.com.br/noticia/maior-floresta-vertical-do-mundo-sera-concluida-em-2014/


https://www.facebook.com/expoarquiteturasustentavel/?rc=p
Colaboração: José Euclides Rambo



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

TERRAS BRASILEIRAS À VENDA*



VENDA DE TERRAS BRASILEIRAS A ESTRANGEIROS É PRIORIDADE GOVERNAMENTAL



Por Renan Truffi






Na contramão da opinião de parte das Forças Armadas, o governo Michel Temer estuda publicar uma Medida Provisória para regulamentar a venda de terras para estrangeiros.
O objetivo da gestão peemedebista é abrir o mercado rural a investidores de outros países, numa tentativa de reverter a crise econômica.
A pedido da Casa Civil, a Advocacia-Geral da União elaborou nos últimos dias o texto dessa MP, que pode ganhar força imediata de lei se for publicada pelo presidente da República, o que tornaria a medida válida em todo território nacional na mesma data.
O Palácio do Planalto só não bateu o martelo quanto à publicação do texto por conta das pressões exercidas por militares e de negociações com parlamentares da base aliada, que têm sugerido alternativas.
A reportagem de CartaCapital teve acesso ao texto da MP, encomendado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. O braço direito de Temer é o principal entusiasta da ideia de “tratorar” por Medida Provisória, para atrair capital externo o mais breve possível.
Um dos pontos que mais chama atenção no texto é o que indica a possibilidade do  presidente da República, por decreto, estabelecer os “limites quantitativos globais” das propriedades que poderiam ser adquiridas por estrangeiros.
“A aquisição de direito real e o arrendamento de imóvel por pessoa natural residente ou jurídica estrangeiras autorizada a funcionar no País não poderá exceder os limites quantitativos globais e por operação dispostos em regulamento”, diz o trecho.
O texto preparado pela AGU também não impõe limites à soma de áreas rurais que uma empresa brasileira controlada por estrangeiros, direta ou indiretamente, pode adquirir em uma mesma cidade.
Com isso, as empresas controladas por capital externo ficariam sujeitas apenas ao limite estabelecido por decreto presidencial. Isso porque, para cidadãos estrangeiros, a área máxima não poderia ser superior à quarta parte de um território municipal.
As reuniões para tratar do assunto se intensificaram no Palácio do Planalto nos últimos dias. Foram ao menos três encontros para discutir o tema desde sexta-feira 10, e envolveram principalmente integrantes da Casa Civil e do Ministério da Defesa.
Um dos principais focos de resistência ao projeto é dos militares lotados na Defesa. Ainda assim, a publicação via MP era dada como certa até terça-feira 13, tanto que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, chegou a afirmar que o assunto seria “liberado em 30 dias”, sem explicar como. “Foi tomada essa decisão porque o Brasil precisa de investimento”, disse.
A possibilidade de o governo recuar em relação à publicação do projeto via MP se deu, na quarta-feira 15, com o auxílio do deputado Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG), relator do PL 4059/2012 na Câmara.
O parlamentar sugeriu à cúpula da Casa Civil que poderia utilizar parte do texto elaborado pela AGU para a Medida Provisória em um substitutivo de sua autoria, o que evitaria o atropelo do Congresso. Para isso, o deputado submeteu minutas de sua autoria à AGU para serem incorporadas à redação final.
“Eu acredito que a conversa foi de muito bom acordo, a AGU está muito engajada nesse processo. Uma MP seria contraproducente. Estamos conversando com o governo para isso. A palavra de ordem é segurança jurídica, os investidores não podem ficar à mercê [de uma medida provisória]”, afirma.



Um dos temores manifestados pelos servidores da Defesa, nas reuniões no Planalto, é justamente esse: o imbróglio gerado no período de 120 dias no qual a MP ficaria em vigor, até que o Congresso tomasse uma decisão definitiva sobre a pauta.
Para generais envolvidos na discussão, se a possível MP fosse rejeitada pelos parlamentares ao fim do prazo de tramitação, isso provocaria um cenário de insegurança jurídica, por conta dos negócios que possivelmente seriam feitos no período de vigência da medida.
Além disso, os militares têm defendido que o projeto, por MP ou não, coloca em risco a soberania nacional ao abrir a possibilidade de empresas e cidadãos estrangeiros controlarem parcelas do território consideradas estratégicas para a defesa de um País.
Esse ponto de visto havia sido manifestado publicamente no ano passado, em audiência pública na Câmara que tratava de projeto de lei 4059/2012, sobre o mesmo assunto.
“Dentre todas as orientações constantes na Política Nacional de Defesa, sobressaem aquelas que regem a necessidade de o País dispor de meios, com capacidade de exercer o controle do seu território”, disse na ocasião o capitão de mar e guerra e assessor no Ministério da Defesa, Paulo Cezar Garcia Brandão.
Para o deputado federal Patrus Ananias (PT-MG), ex-ministro do Desenvolvimento Agrário da gestão Dilma Rousseff, a proposta marca um período de entrega de patrimônios e riquezas sem precedentes.
“Historicamente, o Brasil nunca foi plenamente zeloso com a sua soberania, embora o governo Lula tenha avançado bastante nesse sentido nos últimos anos”, explica. “Isso está sintonizado com outra questões postas hoje: a entrega do pré-sal, da Base de Alcântara…é um processo de entreguismo. Eu penso que nesse nível de entrega não existe precedentes [na história brasileira]”.
A edição 940 de CartaCapital trará mais informações sobre as consequências dessa medida para a reforma agrária, as riquezas naturais do País e as disputas entre a bancada ruralista por conta das mudanças no texto.
Carta Capital [http://bit.ly/2lqzXnS]:16/02/2017.


* Título editado

Fonte: http://rogeriocerqueiraleite.com.br/venda-de-terras-brasileiras-a-estrangeiros-e-prioridade-governamental/

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

ANTROPOCENO

Desafios da conservação da biodiversidade*


 

Não existe atualmente a menor dúvida de que a biodiversidade está desaparecendo em virtude da ação do ser humano. Aliás, toda a paisagem natural de nosso planeta está sendo modificada para dar lugar ao que os cientistas recentemente têm se referido como a era do Antropoceno.
Ruas arborizadas conectando fragmentos de áreas verdes urbanas em Belo Horizonte (Brasil)
Belo Horizonte (Brasil). Foto: Thiago Chaves.
Ao avançarmos nesse século, fica claro que o mundo está cada vez mais sendo afetado pelas ações humanas. O resultado é a urbanização crescente da superfície do planeta. E as consequências são graves sobre a diversidade da vida, que garante as condições necessárias à nossa existência. Assistimos a uma grande onda de crescimento populacionale de modificações planejadas e não planejadas das nossas paisagens. Na metade de nosso século, praticamente dois terços da população humana habitará as cidades. Algumas delas vão se tornar verdadeiras megalópoles que tendem a se juntar, como São Paulo e Rio de Janeiro.
No Antropoceno, o crescimento não escolhe onde vai acontecer, sendo impulsionado pelos mais diversos fatores sociaisecológicos e econômicos. Todo esse processo certamente tem um forte impacto sobre as áreas onde atualmente residem os grandes bolsões de biodiversidade. Tais mudanças vão nos obrigar a tomar medidas sérias de reorganização do planejamento urbano e dos processos dinâmicos que compõem as cidades.
Precisaremos de estratégias para manter e trazer de volta para dentro das cidades a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos. Ambos são necessários para sustentar nosso futuro. Para tal, temos que incorporar na cidade de hoje muito do conhecimento que adquirimos nas zonas rurais. Temos que juntar isso com a ciência da conservação contemporânea e com os avanços que ocorrerão nos próximos anos. Princípios como biogeografia de ilhasecologia da paisagembiologia da conservação e outros ramos da ciência que tratam do tema devem fazer parte do planejamento urbano.
Áreas protegidas urbanas têm importância crescente no Antropoceno. Na imagem, um exemplo de área verde poligonal: o Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo, localizado na zona leste de São Paulo. Fonte: Arquivo SVMA.
Áreas protegidas urbanas têm importância crescente no Antropoceno. Na imagem, um exemplo de área verde poligonal: Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo, zona leste de São Paulo. Fonte: Arquivo SVMA.
Serão necessárias cada vez mais áreas protegidas urbanas no formato de polígonos e lineares, principalmente nas bordas dos rios. Quanto maiores essas áreas, melhor. Elas devem estar interligadas por ruas arborizadas e áreas verdes lineares, compondo corredores de fauna. Eles devem chegar até as áreas naturais da zona rural dos arredores da cidade. Tudo isso combinado com a proteção dos mananciais e bacias, com o devido respeito aos cursos d’água que as cortam. Enfim, precisamos de cidades que combinem o bem-estar humano com a conservação da biodiversidade. Ela depende da minimização dos fatores que levam a mudanças climáticas. Isso aumentará sua resiliência aos possíveis problemas resultantes da falta de planejamento urbano e do uso inapropriado do solo.
Unidades de Conservação nas zonas urbanas
O livro “Biodivercidade: desafios e oportunidades na gestão de áreas protegidas urbanas”  de autoria das biólogas Angela Pellin e Erika Guimarães (publicado pela Editora Matrix em parceria com o IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas) apresenta uma abordagem bastante ampla sobre o tema áreas protegidas urbanas, com ênfase nas unidades de conservação das categorias parque e reserva biológica. Combina o conhecimento teórico das autoras com sua experiência resultante da realização de inúmeros planos de manejo de áreas protegidas em áreas rurais e urbanas. Traduz, também, um ponto importante na visão estratégica do IPÊ para os próximos anos.
BiodiverCidade: Desafios e oportunidades na gestão de áreas protegidas urbanas. Erika Guimarães e Angela Pellin, 2016 (Ed. Matrix).
O intuito dessa publicação é que possa ser utilizada não só pelo mundo acadêmico, mas também por profissionais de diversos campos que hoje não contam com publicações específicas que sirvam de referência para suas ações cotidianas. Discussões como essas são importantes para nos auxiliar na busca por cidades mais apropriadas à saúde e ao bem-estar de seus moradores, e que sejam ao mesmo tempo mais amistosas à diversidade da vida em nosso tempo e no futuro da humanidade, nessa era do Antropoceno que vivemos em nosso planeta Terra.


* Título editado
FONTE: http://blog.ipe.org.br/conservacao-no-antropoceno/
Sobre o autor: Reitor da ESCAS - Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade, co-fundador e Vice-Presidente do IPÊ. Mestre em Estudos Latino-americanos e Doutor em Ecologia pela Universidade da Flórida (EUA). Professor aposentado da Universidade de Brasília. Pesquisador associado sênior do Centro de Estudos Ambientais e de Conservação da Columbia University e diretor internacional de conservação do Wildlife Trust Alliance, ambos em Nova York (EUA). Atualmente ocupa o cargo de conselheiro do Fundo Brasileiro para Biodiversidade – FunBIO e do WWF Brasil. Recebeu mais de 10 prêmios nacionais e internacionais, como “Empreendedor Social da América Latina” (2010) e “Empreendedor Social do Brasil” (2009).
Colaboração:  Angela Pellin

sábado, 18 de fevereiro de 2017

ÍNDIOS DO BRASIL




Indígenas Ava-Guarani retomam parte de antiga terra tradicional, no Paraná


Terra ocupada está entre as aldeias que desapareceram após a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu

Brasil de Fato, Curitiba (PR) , 
Com a criação do Parque Nacional do Iguaçu e o alagamento para formação do lago, entre 1940 e 1982, cerca de 32 aldeias desapareceram / Júlio Carignano
Há duas semanas, indígenas Ava-Guarani ocupam parte de um antigo tekoha – terra indígena tradicional –, localizado às margens do lago de Itaipu, no município de Santa Helena, no Oeste do Paraná. O território é chamado por eles de Tekoha Dois Irmãos e foi uma aldeia até os anos 1980, quando foi alagado pelo represamento do Rio Paraná com construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional.
São 10 famílias que ocupam perto de 400 hectares de um refúgio biológico da Itaipu, que totaliza cerca 1,4 mil hectares. A retomada deste território é um ato simbólico diante da dívida histórica que a Itaipu Binacional tem com os povos Ava-Guarani. Também simboliza a resistência à atual conjuntura nacional de precarização de políticas indigenistas.
Estima-se que na região de usina existiam ao menos 32 aldeias, conforme estudos da antropóloga Malu Brant. Elas desapareceram entre 1940 e 1982, período entre a criação do Parque Nacional do Iguaçu e o alagamento para formação do lago de Itaipu. Pelo menos nove dessas aldeias foram alagadas com a construção, de acordo com levantamento feito pela estudiosa a pedido da Justiça Federal de Foz do Iguaçu.
Durante a construção de Itaipu, na época da ditadura militar, não havia qualquer diálogo entre a usina e o antigo SPI (Serviço de Proteção ao Índio) – hoje Funai – Fundação Nacional do Índio - com as comunidades tradicionais. Essa população foi desconsiderada na época e posteriormente passaram a retomar seus territórios. “O rio Paraná (que divide Brasil e Paraguai) nunca foi fronteira para os Guarani, ao contrário, era nosso caminho”, relata a liderança Julio Martinez.
Pende rekó
Segundo o cacique Claudio Vogado, a ocupação é uma recuperação de um espaço onde viveram seus antepassados. “Nossos parentes moraram nessas terras e devido ao alagamento tiveram que sair. Nossos antepassados já moraram aqui e hoje esse é um dos poucos locais de fauna que sobrou para vivermos no nosso sistema”, comenta.
Para a kuña (senhora) Elza Romero, que nasceu ali, o retorno para sua antiga terra é a concretização de um sonho, de ter uma terra para poder vier o pende rekó, a cultura Guarani, própria e autêntica de seus pais e avós. “Estávamos vivendo num local que era pouca terra pra muita gente, onde nem arvore existia”, afirma Elza, destacando que a terra retomada é o espaço ideal para se transmitir aos seus filhos e netos a cultura que recebeu de seus pais.
A terra ocupada é coberta de mata nativa e própria para a agricultura. Segundo o cacique, em breve será iniciada a limpeza para plantação de sementes tradicionais como o Awati etei (milho verdadeiro).
Desde a entrada na área, os Guarani estão recebendo acompanhamento de entidades como o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) – Regional Sul – e também o apoio de movimentos sociais como o Movimento de Mulheres Camponesas que fez a doação de mantimentos e prestou solidariedade à luta indígena.
As famílias já iniciaram contatos com a Prefeitura de Santa Helena no intuito do auxilio para assistência social e encaminharam uma carta à promotora Daniela Caselani Sitta, do Ministério Público Federal em Foz do Iguaçu.
Resistência
O historiador Paulo Porto, vereador do PCdoB em Cascavel e que acompanha a luta deste povo desde 2000, afirma que as retomadas de antigas terras tradicionais são formas das comunidades resistirem diante da morosidade do governo em dar andamento nas demarcações.
“Estamos tratando da retomada de uma terra que hoje existe somente na memória dos velhos Guarani. É uma retomada de um povo que foi desterrado por uma ação deliberada do Estado, via antigo SPI que fez o papel de ‘limpa-trilho’ para a expansão capitalista no caso do Oeste do Paraná e que posteriormente sofreu grande impacto da construção da usina”, comenta.
Retrocessos
Segundo o professor Clovis Brighenti, membro do Cimi Regional Sul, a atual conjuntura da política indigenista é de retrocessos e ofensiva contra os territórios indígenas, cada vez mais subjugados aos interesses do agronegócio. Esse retrocesso pode ser simbolizado na publicação da Portaria 80/2017 do Governo Federal.
Publicada pelo Ministério da Justiça em janeiro, a portaria criou um GTE – Grupo Técnico Especializado - para analisar os relatórios de identificação e delimitação de terras indígenas produzidos pela Funai. Na prática, segundo Cimi, criou-se uma instância política que servirá para rever relatório já apresentados e retardar ou inviabilizar os procedimentos demarcatórios.
Várias etnias indígenas já se manifestaram diante da publicação e passaram a cobrar do presidente Michel Temer uma resposta, especialmente, sobre as áreas que estão em processo de identificação por Grupos de Trabalho (GTs) e sobre terras com relatórios já publicados que estão com seu processo administrativo emperrado pela negligência da Funai.
Edição: Ednubia Ghisi

Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2017/02/17/indigenas-ava-guarani-retomam-parte-de-antiga-terra-tradicional-no-parana/?utm_source=bdf&utm_medium=referral&utm_campaign=facebook_share

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

PAPEL RECICLADO


Aprenda como fazer papel reciclado

O processo de reciclagem é dividido em três etapas: controle de qualidade, mistura do papel com água e triturador. © Depositphotos.com / moreno.soppelsa
Amplamente utilizado no dia a dia, o papel é um material utilizado para a produção de embalagens, cadernos, livros, envelopes, caixas e muitos outros produtos. Uma vez que o papel é extraído da madeira, a fabricação desses artigos está associada ao corte de árvores e à poluição do meio ambiente — causada especialmente pelo uso de produtos químicos para branqueamento das folhas.
Uma solução muito eficiente para inimizar esses impactos negativos é a reciclagem, um processo que consiste no reaproveitamento de papel usado para a produção de novas folhas, que poderão ser novamente utilizadas na cadeia produtiva. A reciclagem do papel é dividida em etapas: após passar por um controle de qualidade, o papel é misturado com água e triturado, formando uma massa que será peneirada e aperfeiçoada com aditivos orgânicos.
Embora o processo de reciclagem de papel geralmente seja feito por empresas especializadas em reciclagem, você pode fazer papel reciclado em sua casa. Descubra como a seguir:

Como fazer papel reciclado

Materiais necessários

  • Papeis usados e limpos (sem matéria orgânica como comida ou fezes);
  • Água;
  • Bacia (de preferência funda);
  • Liquidificador ou triturador de papel;
  • Tela ou peneira.

Como fazer

O primeiro passo é picar os papeis em pequenos pedaços e colocá-los na bacia, cobertos por água. Deixe descansar por 24 horas.
No dia seguinte, coloque a mistura no liquidificador e adicione mais água se necessário — o ideal é que haja 3 partes de água para uma parte de papel. Espalhe uma fina camada da mistura sobre uma tela e coloque um peso por cima para que a água seja drenada.
Depois de mais 24 horas, retire o peso e deixe o papel secar em temperatura ambiente e seu papel reciclado estará pronto!

Aplicações

Por ser mais rústico, o papel reciclado vai muito bem em embalagens de produtos e presentes, além de convites de casamento e cartões. Para obter um efeito personalizado, acrescente pigmento no momento de bater a mistura de papel e tenha um papel com a coloração que desejar.

FONTE: http://www.fragmaq.com.br/blog/aprenda-como-fazer-papel-reciclado/?utm_source=facebook.com&utm_medium=timeline&utm_campaign=parceriafragmaq&utm_content=

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017



ARTIGO

Transporte  público para pessoas ou para pessoas pobres?

 Edésio Reichert *

Não é preciso ser instruído e nem muito inteligente, para chegar em qualquer cidade, com população de 100 mil habitantes ou mais, e perceber como são excludentes e prejudiciais as decisões de nossos administradores e legisladores municipais, a respeito do que significa transporte público para pessoas.
Pouquíssimas cidades fogem dessa situação. Estas não são objeto deste artigo, assim como não é o metrô, por ser transporte que se aplica a poucas cidades.
Toda pessoa maior de idade tem direito a ter um veículo? Sim. Toda pessoa maior de idade, que tem um carro, tem direito de ir trabalhar ou estudar com ele? Sim. Se toda pessoa que possui veículo, utilizá-lo como meio de transporte para ir trabalhar ou estudar, as ruas comportam? Não!
Então o que leva uma pessoa a decidir ir trabalhar ou estudar com o próprio carro? Seguramente, a sua condição financeira, aliada à praticidade que gera.
Logo, aquele que vai de transporte público, principalmente de rodoviário, só o faz por não ter condições de bancar as despesas de um veículo e por não ter outra opção, pois se tivesse não iria de ônibus.
Como é possível considerar um serviço bom e atraente, se o sonho de quem o utiliza, é não usá-lo mais? Assim acontece com a maioria das pessoas que utilizam o sistema de transporte analisado neste artigo.
Quer humilhação maior ou mais desprezível, do que deixar explícito a uma pessoa que ela é pobre? Não bastam as dificuldades que ela tem na vida, não importando aqui as razões, o sistema de transporte que está à sua disposição, precisa confirmar que ela não tem condições financeiras para usar outro meio.
Em sua maioria, ônibus e trens urbanos são sujos, cheiram mal, não têm ar-condicionado, são superlotados, por demais demorados, barulhentos, com pontos de embarque e desembarque sem proteção adequada, com poucos terminais de transbordo e sem preferência de vias e em semáforos (especialmente ônibus), etc.
Resumindo: em sua maioria, o transporte público no Brasil é para pessoas pobres, não para pessoas. E grande número dos usuários desse sistema, por sua pouca instrução, jamais poderão conquistar a condição de ir com seu próprio carro trabalhar.
Sob esta perspectiva, o mal maior é o que vai se desenvolvendo no coração dessas pessoas, como o ressentimento. Pessoa ressentida não trabalha direito, pode ter mais problemas de saúde, problemas psicológicos, de relacionamentos, dificuldade de colaboração, etc.
Carro e cidade jamais se harmonizarão, pois não foram feitos um para o outro. Cidade combina com transporte público e sempre pensando em maior número possível, mas para pessoas, não para pessoas pobres.
Aqui reside o principal desafio: mudar a cultura do veículo como meio de transporte dentro das cidades, incluindo as motos, pelos riscos que apresentam.
Esta é uma daquelas brigas necessárias, que deveriam ser enfrentadas por administradores e legisladores corajosos; não importando os entraves legais, burocráticos e daqueles que têm mais condições financeiras.
Todos os esforços dos homens públicos deveriam concentrar-se nesta direção: preferência absoluta para o transporte público, para atrair todo tipo de pessoa. E quem desejar ouprecisar do veículo próprio para trabalhar? Sem problemas, desde que saiba que a preferência será para o transporte público.
Temos muitas cidades bem organizadas, limpas, com harmonia entre os elementos naturais e os edificados pelo homem, mas quando olhamos o seu sistema de mobilidade, número de veículos, motos, os estacionamentos nos espaços públicos, se tornam uma verdadeira tragédia.
A vida das pessoas sendo sugada pelo tempo no trânsito dentro de um carro, seja em saúde, em convivência familiar, em produtividade no trabalho, etc.
Todos sentem esse desconforto da mobilidade, uns mais, outros menos. Quem vai de carro ou moto próprios, em ruas lotadas e riscos de acidentes, quem vai de ônibus ou trem, todo desconforto já descrito, além do número de veículos que lotam as ruas dificultando o fluxo.
E como mudar esta realidade? Certamente não será fácil a solução. Porém o princípio de tudo é ter vontade e coragem de mudar. Segundo, os poucos exemplos de cidades do Brasil e as soluções já encontradas mundo afora, deveriam servir de inspiração, tanto para mudar leis como para criar políticas públicas direcionadas para esta prioridade, como é transporte público para pessoas.
É surpreendente o número de autoridades que viajam ao exterior e retornam elogiando os sistemas de transporte que lá fora viram. E aqui quase tudo continua como está. As nossas cidades, cada vez mais populosas, sob o ponto de vista aqui analisado, vão tornando a vida das pessoas cada vez mais num pedacinho do inferno.

*O autor é pequeno empresário no Paraná, ex-presidente da  Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit) e idealizador do Movimento Pessoas Melhores


COLABORAÇÃO: Luiz Alberto Costa