Quem
não foi às manifestações e acompanhou tudo pela mídia deve estar com
vontade de se esconder debaixo da cama. Afinal, vândalos vindo de todos
os lados estão quebrando tudo indiscriminadamente. Esse é o recado que a
mídia quer passar. Não vá a manifestações, é perigoso. Você pode se
machucar. Foi bonito se manifestar, mas já deu.
A
relação da mídia com os últimos protestos teve três momentos. No início
das mobilizações, os canais de televisão e os jornais defendiam a
repressão. Um editorial do Estado de São Paulo pedia atitudes enérgicas
contra os manifestantes.
Depois
que a população começou a aderir, a mídia mudou de rumo. A repressão a
jornalistas e a chance de desgastar o governo Dilma foram fatores que
contribuíram para que os jornais e a TV passassem a “apoiar” as
manifestações. Desde que, é claro, elas fossem despolitizadas e se
limitassem ao combate a corrupção.
Agora
a mídia espalha o pânico e quer que as pessoas voltem para casa com
medo. Afinal, o grande problema do país são os vândalos que acabam com
as manifestações. Não é a inércia do Poder Público em atender as
reivindicações do povo. Não é polícia que reprime.
As
depredações não fazem sentido. De fato, desgastam a manifestação. Mas
porque pautar as reportagens nisso? A mídia não poderia pautar as
reportagens na postura dos governos, que até agora não ouviu a voz das
ruas? As manifestações não interessam mais os grupos de mídia, pois a
própria mídia começou a ser questionada.
Mitos sobre o “vandalismo”
Nem
todo ato mais radicalizado é vandalismo. Na segunda-feira, um grupo
ocupou a parte de cima do Congresso Nacional em Brasília e foi lindo.
Ninguém se machucou, nada foi depredado. Fechar faixas de trânsito é
algo natural em manifestações. Mas para um setor dos manifestantes, tudo
é “vandalismo”. Só não é vandalismo agredir uma pessoa por estar
exercendo seu direito democrático de levantar a bandeira de seu partido.
Aí pode descer o pau.
Quem
não quer participar dos atos violentos sofre riscos, mas não da forma
que a mídia coloca. Pode ir para rua, gente! Na maioria das vezes,o
maior perigo é inalar um pouco de gás lacrimogênio. Nada que o já famoso
vinagre não resolva. Quando tem confusão, o “bloco” de quem quer o pau e
o resto da manifestação se separam. A maioria senta no chão e grita
“sem violência”.
Ademar Lourenço
Posted: 21 Jun 2013 09:48 PM PDT
Fonte: http://agencianota.blogspot.com.br/
de Brasília
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