quarta-feira, 29 de maio de 2013

CONFERÊNCIA MUNICIPAL DA CIDADE






5ª Edição acontece nesta quarta-feira, 29, em Marechal Rondon

Evento está sendo realizado no auditório da Unioeste e objetiva debater propostas para a melhoria do setor urbano do município nos mais variados segmentos que envolvem a Administração Pública.
É a oportunidade da população discutir o futuro de Marechal Cândido Rondon em diversos aspectos.


 A secretaria municipal de Planejamento de Marechal Cândido Rondon agendou para esta quarta-feira (29) a realização da 5ª Conferência Municipal da Cidade. Sob o tema “Quem muda a cidade somos nós: Reforma Urbana já”, o evento será realizado no Auditório da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste – campus de Marechal Rondon, a partir das 08h30.
Após o credenciamento dos convidados haverá a abertura oficial do evento com o pronunciamento do prefeito Moacir Froehlich, e em seguida o início dos trabalhos com uma palestra com o engenheiro civil e ex-prefeito de Toledo José Carlos Schiavinato.
Uma segunda palestra está marcada ainda para o período da manhã com o professor Wilson João Zonin, da Unioeste.
A Conferência Municipal da Cidade é preparatória para a Conferência Estadual das Cidades que acontece em agosto na cidade de Foz do Iguaçu, e para a Conferência Nacional, agendada para novembro em Brasília.

Fórum de debates

O secretário de Planejamento de Marechal Cândido Rondon Mauro Donha, destaca a importância da realização da Conferência, afirmando que a mesma será um grande Fórum de Debates aberto à população. Ele observa que este é o momento ideal para que a sociedade opine, leve e discuta as suas propostas para a melhoria do setor urbano do município nos mais variados segmentos que envolvem a Administração Pública.
Para tanto, o secretário lembra que a Conferencia da Cidade um momento em que todos estão em igualdade de condições para discutir o futuro do município.

Principais eixos

São cinco os eixos principais que serão tratados na Conferência do dia 29 e que interessam diretamente a população: habitação, saneamento, mobilidade urbana, planejamento urbano e ordenamento territorial, e trânsito.
Além das duas palestras programadas serão formados grupos temáticos que irão discutir em plenárias durante todo o dia as propostas apresentadas e ao final serão votadas as propostas que irão compor um documento final da Conferência.
Ao final será feita a indicação dos delegados do município para a Conferência Estadual.

Fonte: ACS/PM/MCR/PR/BR
Crédito da Foto: Billy


quinta-feira, 23 de maio de 2013

SOLUÇÃO PARA O LIXO URBANO





Assunto volta a ser debatido pelos prefeitos da região

Na tarde desta quarta-feira (22), prefeitos e representantes dos municípios participantes do Consórcio Intermunicipal para Gerenciamento de Resíduos Sólidos participaram de um encontro realizado na Prefeitura de Toledo. O Consórcio é presidido pelo prefeito de Marechal Cândido Rondon, Moacir Froehlich, que conduziu a reunião.
Com a obrigatoriedade por lei que os municípios criem aterros sanitários em substituição dos “lixões” até 2014, outros municípios da região foram convidados a se juntarem ao Consórcio. A intenção é criar um único aterro sanitário que atenda todos os municípios da região. A localização ainda não foi definida. Entre os principais fatores para a estruturação do projeto está a viabilidade técnica, econômica e a logística.
Durante o encontro, cinco empresas demonstraram suas propostas, para que os municípios possam decidir sobre qual a melhor opção para atender à necessidade do conjunto.
Após as apresentações, os participantes, entre prefeitos, funcionários públicos e representantes da iniciativa privada debateram amplamente o tema e a melhor forma de solução para o problema. Os representantes das empresas responderam os questionamentos dos participantes com relação aos diversos fatores implícitos no projeto.
No próximo dia 14 de junho os prefeitos da região voltarão a se reunir para continuar o debate e partir para a tomada de decisões. A reunião está agendada para acontecer em Marechal Cândido Rondon a partir das 14 horas, em local ainda a ser definido.


Fonte: ACS/PM/MCR/PR/BR

CONFERÊNCIA DA EDUCAÇÃO






Conferências livres nas escolas discutem os temas para a Conferência Municipal da Educação 

Em cada encontro estão sendo debatidos os eixos que irão nortear as ações da Educação para os próximos 10 anos


 As Conferências Livres já estão acontecendo desde o último final de semana. É a oportunidade da comunidade debater o futuro da educação no município.








A Secretaria Municipal de Educação de Marechal Cândido Rondon está desenvolvendo durante este mês de maio uma série de atividades que antecedem a realização da I Conferência Municipal de Educação, prevista para acontecer no dia 14 de junho. Uma palestra no dia 3 abriu estas atividades, oportunidade em que foram apresentados os sete eixos que norteiam a CONAE (Conferência Nacional de Educação), movimento este que tem por finalidade mobilizar a sociedade para articular a Educação Nacional.
Agora, quase que diariamente, acontecem as Conferências Livres nas instituições educacionais do município. Nestes encontros são convocados a participar todos os setores da sociedade como estudantes, professores, pais, entidades da sociedade civil organizada, instituições religiosas, associações de moradores, enfim, todos aqueles que de uma forma tenham vínculo ou queiram colaborar com sugestões para a Educação.
Conforme a secretária de Educação do município, Marta Salete Bendo, nas Conferências Livres é o momento em que é realizado o estudo dos eixos, elencadas as propostas e escolhidos os representantes por instituições para defenderem as mesmas na Conferência Municipal. “É o momento em que a comunidade participa das discussões e apontar sugestões que irão nortear os rumos da educação nos próximos anos”, destaca a professora Marta, que convida as pessoas interessadas a participar dos encontros, conforme o cronograma divulgado.


Conferência Municipal

A Conferência Municipal da Educação propriamente dita será realizada no dia 14 de junho, no auditório do Isepe/Rondon. A programação será desenvolvida das 8 às 11h30 e das 13h30 às 17h30.
Segundo Marta Bendo, é quando se reúnem os representantes dos segmentos e setores do município em plenária propondo as emendas que, após detalhadas passam por aprovação do grupo, votando-as ao final de cada debate. Estas propostas aprovadas representarão o município na Conferência Estadual no mês de setembro em Curitiba. Para tanto serão eleitos os delegados durante a Conferência Municipal, os quais representarão o município na Estadual, objetivando da mesma forma, na sequência a CONAE 2014 em Brasília.


 

                      CRONOGRAMA CONFERÊNCIAS LIVRES
DATA
HORÁRIO
LOCAL
ENTIDADES
23/05/13
19 horas
Esc. Almirante Barroso (Curvado)
Esc. Mul. Almirante Barroso
23/05/13
19 horas
CMEI 24 de Maio
CMEI 24 de Maio e CMEI Pequeno Líder
23/05/13
19 horas
Esc. 25 de Março
Esc. Mul. 25 de Março/
CMEI Vila Gaúcha e CMEI Zilda Arns
23/05/13
19 horas
À definir (CEMIC)
Esc. Mul. Antonio Rockenbach/ CEMIC/ CMEI Pequeno Polegar e Esc. Mul. Osvino Weirich
25/05/13
8 horas
Esc. Est. Marechal Rondon (Bairro São Lucas)
Esc. Est. Marechal Rondon

28/05/13
19 horas
Esc. 25 de Julho (Jardim Primavera)
Esc. Mul. 25 de Julho
29/05/13
19 horas
Esc. Jean Piaget
Esc. Mul. Jean Piaget
05/06/13
19 horas
Esc. Ana Paula (Jardim Ana Paula)
Esc. Ana Paula



FONTE: ACS/PM/MCR/PR/BR
CRÉDITO DA FOTO: Divulgação

quarta-feira, 22 de maio de 2013

DESERTO VERDE




Comissão Regional dos Atingidos pelo Deserto Verde realiza Seminário sobre Violação de Direitos Humanos e as Plantações Industriais de Eucaliptos em Imbaú - PR

No próximo dia 06 de junho ocorrerá em Imbaú, PR,  um seminário para tratar da violação de direitos humanos fundamentais provocados pelas plantações industriais de eucaliptos e pinus. O evento é organizado pela Comissão Regional dos Atingidos pelo Deserto Verde - CRADE, articulação formada por sindicatos, pastorais e movimentos sociais da região de Telêmaco Borba. O objetivo do Seminário é denunciar os impactos econômicos, sociais, ambientais e culturais que pesam sobre comunidades rurais no município de Imbaú e região. A preocupação central dos organizadores é garantir a justiça social e a equidade ambiental e econômica de comunidades locais na região, uma vez que o modelo de desenvolvimento gestado pelo setor de papel e celulose, baseado em plantações monocultoras de pinus e eucaliptos, tem aprofundado cada vez mais as desigualdades sociais e econômicas em toda a região, além da injustiça ambiental. Este modelo econômico dominante também tem levado os gestores municipais a questionarem seu poder de decisão e autodeterminação, na medida em que o setor de papel e celulose exerce forte influência sobre o planejamento regional, dificultando a implementação de políticas territoriais alternativas, considerando que o cenário dos municípios está em transformação, com o desaparecimento/enfraquecimento das comunidades locais, o que reflete diretamente nos mais baixos IDHs do Paraná.
Na programação do evento, que inicia as 09h00 da manhã e encerra as 18h00, haverá apresentação dos conflitos socioambientais mediante depoimento dos atingidos pelo deserto verde, momento em que será realizado o lançamento oficial do Boletim Informativo: Deserto Verde no Município de Imbaú de autoria da CRADE. Em seguida o Prof. Dr. Roberto Martins de Souza - IFPR irá apresentar a pesquisa que originou o referido Boletim. Na parte da tarde, o espaço está reservado para exposição do Dr. Winfridus Overbeek do Movimento Mundial das Florestas Tropicais/Rede Alerta contra o Deserto Verde, seguido da palestra do Dr. Wagner de La Torre, Defensor Público do Estado de São Paulo, pelo Ministério Publico Estadual do Paraná e Ministério Público Federal.
 

HORTO MUNICIPAL






Secretaria da Agricultura de Marechal Rondon reformula o horto para ampliar produção de mudas 

  
Objetivo é garantir a produção de mudas de árvores nativas para áreas de reflorestamento bem como plantas para a arborização urbana



  
A Secretaria Municipal de Agricultura e Política Ambiental da prefeitura de Marechal Cândido Rondon está realizando obras de ampliação e melhorias junto ao horto municipal, localizado nas proximidades do aeroporto. Segundo o secretário Hilário Gauer, o objetivo do município é ampliar a produção de mudas para atender a demanda da população.
O horto municipal existe há muitos anos, porém com uma produção pequena, até em função da estrutura limitada. Agora, várias intervenções estão sendo realizadas visando melhorar a estrutura do local e garantir a produção de mais plantas, que poderão ser distribuídas gratuitamente à população, conforme a necessidade de cada munícipe.
A reformulação do horto municipal faz parte de um projeto elaborado pelo engenheiro agrônomo Urbano Mertz, diretor da Secretaria. O projeto conta inclusive com o apoio da Itaipu Binacional.
Entre os serviços que estão sendo executados no horto estão a limpeza e organização da área, bem como a instalação de mais canteiros, sistema de irrigação e aproximadamente 800 metros quadrados de sombrite. O secretário Gauer também vai disponibilizar de mais pessoas para trabalhar e atender no horto, uma vez que até agora, todo o serviço era executado por apenas um casal.

Capacidade de produção
A previsão da Secretaria é de que, a partir de concluída a ampliação da estrutura do horto, este passe a ter a capacidade de produzir cerca de 50 mil mudas/ano de árvores nativas, 10 mil mudas/ano de arborização urbana, além de cerca de 20 mil mudas/ano de flores e folhagens, usados nos canteiros públicos.
Conforme o projeto da Secretaria de Agricultura, a intenção é garantir o fornecimento gratuito destas mudas aos munícipes que necessitarem. “Nossa intenção é atender os agricultores que precisam de árvores nativas para áreas de reflorestamento, como as matas ciliares, bem como garantir o fornecimento de mudas para a arborização na cidade. O agricultor, pra se beneficiar terá que apresentar o bloco de produtor, enquanto que o cidadão da cidade poderá requisitar as mudas através de um comprovante de residência”, explica o secretário.

O engenheiro agrônomo Urbano Mertz e o secretário Hilário Gauer acompanhando as intervenções junto ao horto.


 FONTE: ACS/PM/MCR
CRÉDITOS: Jadir Zimmermann

PAPO COM VALDECK A. DE JESUS



"Não acredito que qualquer leitura é melhor que nenhuma leitura"

Julio Daio Borges








 


1. Quer dizer que a leitura — além de todos os benefícios intelectuais conhecidos — pode salvar também vidas, como a sua?

Exatamente. Nós vivemos numa sociedade capitalista. As regras do jogo são determinadas por quem está no poder, na tentativa de manter o controle nas mãos da elite pensante. Esta mesma elite que "combate" a corrupção, a discriminação e a pobreza nada faz para facilitar a distribuição de renda e para capacitar os indivíduos a se tornarem cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres.

É muito fácil manter o poder quando se tem uma população desinformada, desestruturada socialmente, marginalizada e segregada. Informação é poder.

Eu era um "boi" no meio da manada, e levava, literalmente, uma "vida de gado". A leitura de bons textos me fez refletir e descobrir que eu podia mudar meu próprio destino. Ainda sou uma peça na grande engrenagem do sistema, porém tenho plena consciência de meu papel como cidadão. Atuo sempre de forma a modificar, para melhor, a minha vida e a vida daqueles que me cercam, não me esquecendo da comunidade da qual faço parte.

2. Você diz que uma das suas missões é disseminar o hábito da leitura entre pessoas próximas. Com toda a experiência acumulada ao longo dos anos, o que você sugeriria para termos melhores programas, justamente, de "incentivo à leitura"?

A leitura é passada para as pessoas como um castigo. Desde a escola primária até a faculdade, são poucos os profissionais que se dão ao trabalho de incentivar a leitura.

E leitura para mim não é apenas um decodificar de signos e significados; não é apenas juntar palavras. É algo mais amplo. É a leitura da vida, a compreensão do mundo; é saber se posicionar perante os problemas que assolam um País, propondo soluções.

O que precisa ser feito é despertar nas pessoas a consciência de que o futuro depende de cada um de nós.

Os programas de incentivo à leitura devem incorporar o ser humano no processo. Não basta apenas sentar numa roda de analfabetos funcionais e começar a ler e reler textos.

Desenvolvo, por exemplo, um projeto de publicação de autores inéditos há três anos. Chama-se Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia. Visa selecionar poemas de autores anônimos e publicá-los num livro. Todos os custos de divulgação, edição, correção ortográfica e gramatical, custos gráficos e editoriais, são bancados por mim. Não é muita coisa, mas é algo em que acredito. Prefiro não esperar por ajuda ou incentivos externos. O que posso fazer com meus próprios recursos eu vou fazendo.

3. Você tinha pais analfabetos, mas aprendeu a ler, está fazendo faculdade de jornalismo e tornou-se escritor. O que diria para alguns dos nossos homens públicos que justificam sua ignorância com desculpa esfarrapada de que não tiveram "tempo" para estudar?

Eu ensinei minha mãe a ler e escrever. Meu pai faleceu antes que eu pudesse fazer o mesmo com ele. Fiquei órfão de pai aos dezessete anos de idade. A partir de então, coube a mim chefiar a família, cuidar de sete irmãos menores. Trabalhava durante o dia e estudava à noite. Muitas vezes eu chegava em casa tarde da noite e não encontrava nada para comer.

Minha mãe costumava me consolar dizendo: "Amanhã Jesus vai trazer comida". Eu confiava nela e ficava esperando. No dia seguinte, partia para o trabalho e para a rotina de estudar à noite. Foram muitos anos de peleja, mas nunca desisti.

Sempre estudei em escola pública, onde nem sempre havia professores para todas as matérias e onde o ensino era, geralmente, muito fraco. Nos finais de semana, eu tentava estudar sozinho ou com colegas, para não ficar restrito ao assunto que o professor abordava em aula. Usava o tempo de descanso ou de diversão para aprender um pouco mais.

A gente arranja tempo pra tudo, quando quer. A ignorância mata qualquer ser humano. O remédio é estudar, com tempo ou sem tempo. Nos dias de hoje, é possível estudar até mesmo via internet. Várias faculdades estão oferecendo cursos à distância, com aval do MEC. Não há desculpas para o país continuar com baixos índices na educação.

4. Você concorda com a máxima de Monteiro Lobato, segundo a qual "um país se faz com homens e livros"? Será que no Brasil ainda tem alguém com poder (de fazer alguma coisa) que concorda com isso?

Vários países do mundo investem na educação, pois percebem que é a única saída. Concordo com Monteiro Lobato, sim. Homens e livros fazem uma nação. Mas não basta ter homens. Nem basta ter livros nas estantes. É necessário que os livros estejam nas mãos, nas cabeças.

No Brasil de hoje, infelizmente não consigo ver um quadro muito positivo. As pessoas estão cada vez mais individualistas e egoístas. Mas ainda tem muita gente boa produzindo boas coisas. Há trabalhos alternativos e independentes de ONGs e de pessoas seriamente comprometidas com a causa social. Acredito que ainda há tempo de encher este país de livros, de homens-leitores e de homens pensantes. A filosofia já faz parte do currículo da escola pública, e isso é um ótimo sinal de mudanças. Os frutos virão em alguns anos.

5. O seu livro é a prova maior de que você venceu. Por que será que, no nosso País, uma vitória intelectual, como a sua, não é tão valorizada quanto uma vitória, digamos, material?

Vivemos a era do "parecer". Houve a era do "ser" (década de 60), do "ter" (70), e agora vivemos a era do "parecer". As pessoas valorizam muito a aparência. E não somente a aparência física, um corpo sarado, um cabelo tingido, busto siliconado etc. As pessoas priorizam a estética em detrimento do conteúdo. O que está visível — mesmo que aparentemente — é muito valorizado. Houve uma desvalorização do ser humano como pessoa, devido ao capitalismo, ao individualismo. Somos átomos dispersos na multidão, sem cara, sem identidade. Não somos mais um país ou um mundo com rosto. Somos apenas corpos e aparências.

Uma vitória intelectual não é medida, não é vista. Não se valoriza o "saber". Se você tiver como fazer uma exposição de sua imagem na mídia, bombardear o público com sua figura, você não precisa fazer mais nada. As pessoas preferem viver de aparências. Saber não enche barriga, não leva ninguém a aparecer no mundo do espetáculo midiático. Daí porque estudar é algo tão desvalorizado, tão menosprezado.

6. Nas discussões sobre como fazer do Brasil um "País de Leitores", sempre surge a lista de autores (ou de leituras) que poderiam auxiliar nesse processo. No seu caso, quais foram os escritores que, com seus livros, mais te incentivaram a ler?

Eu tive contato com a literatura muito cedo. Estudei em uma escola pública do interior da Bahia, onde recebi muito incentivo para ler. A poesia foi a primeira forma de leitura que conheci e gostei. Depois veio a literatura de cordel, falando de situações corriqueiras e que tinham muito a ver com a minha realidade. Tomei gosto e comecei a escrever poemas. Em seguida, veio a militância política e a luta estudantil, que me despertou o senso crítico e a visão mais politizada.

Eu lia de tudo. De jornais do PCdoB a bula de remédio, rótulos de xampus... Quando descobri a biblioteca pública da cidade, me tornei um leitor inveterado de Carlos Drummond, Castro Alves, Graciliano Ramos, Augusto dos Anjos e muitos outros.

As revistas em quadrinhos, companheiras de meus recreios juvenis, também ajudaram muito no gosto pela leitura. Os desenhos, a linguagem coloquial, os textos curtos e instrutivos, tudo aquilo fez de mim um leitor ávido. Na adolescência, morei numa fazenda onde havia muitas revistas em quadrinhos na biblioteca da patroa. Quando a patroa viajava, eu entrava na casa por uma janela defeituosa e pegava dezenas delas. Depois de ler cada uma, eu voltava, devolvia-as ao local de origem e pegava mais.

7. E quais escritores te incentivaram — mais além — a escrever? Por quê?

A escrita flui à medida que você lê mais. Acredito que um bom escritor sempre foi um bom leitor. É um processo intrínseco. Um depende do outro. Meus primeiros escritos foram poesias e cordéis, numa tentativa de imitar os textos que eu lia. Sempre fui uma pessoa comprometida com a vida, sempre busquei atuar, nunca esperar que a vida me realizasse os sonhos. Construo meus próprios sonhos no dia-a-dia.

Graciliano Ramos tem uma escrita dura, crua, verdadeira, que demonstra o cotidiano do nordestino, do sertanejo. Como bom nordestino que sou, orgulhoso disso, fiquei encantado pelo romance Vidas Secas. Graciliano soube, como ninguém, fazer a denúncia, expor o sofrimento do sertanejo ao mundo. Certamente, este romance me inspirou a escrever, ao denunciar também as mazelas da vida.

Não acredito que o Nordeste seja pobre por causa da seca. O problema do Nordeste é o abandono, é a falta de políticas públicas de inclusão, é falta de seriedade do governo federal e dos governos locais. É a falta de investimento em educação. Como eu disse, é muito mais fácil manipular alguém que não tenha conhecimento, que não seja cidadão pleno. É a política do clientelismo e do coronelismo, que felizmente está sendo dizimada, muito lentamente, mas está.

8. Sua trajetória pessoal não tem uma ligação direta com a internet, mas, mesmo assim, gostaria de perguntar: como vê a atual explosão de autores na Web?

Não podemos ignorar a existência de novas mídias. Eu vejo o surgimento de autores na Web como uma alternativa para quem não consegue chegar às editoras. O mercado editorial é capitalista. Não importa se você é um bom escritor. Importa, sim, se você consegue vender. Como não há muitos projetos sérios que estimulem o novo autor, a maioria acaba partindo para a publicação em site pessoais, blogs etc.

É uma boa saída para a literatura, já que os jovens e adultos que não lêem no papel, podem ser seduzidos pela mágica da telinha de um computador. Além do mais, muitas crianças têm acesso à internet e já podem ser atingidas através desse canal de comunicação.

Eu já ouvi sobre casos de escritores que começaram na internet e acabaram publicando em papel, e também sobre casos inversos.

Não acredito que qualquer leitura é melhor que nenhuma leitura. Por isso eu penso que é necessário os pais terem um controle do que seus filhos vêem na internet. O perigo ronda a todos e em todos os lugares.

9. O livro eletrônico e o acesso amplo à Rede, na sua opinião, podem ajudar a formar mais leitores?

Creio que, enquanto houver um só cidadão analfabeto no país, não podemos respirar aliviados. A democratização da informação se dá de forma muito mais rápida e eficiente através da internet, que consegue alcançar pessoas em todos os cantos do planeta, independente de fronteiras e idiomas. Há tradutores on-line eficientes, que praticamente conectam culturas e povos de qualquer lugar.

O livro eletrônico tem seus atrativos, mas não acredito que somente ele, isolado, mesmo com ampla disponibilidade na internet, seja a solução. Deve-se investir em livros impressos, em internet e livro eletrônico, em programas sobre literatura na TV e no rádio, enfim, temos que cercar o País inteiro com uma ampla rede de incentivadores à leitura. E o ser humano, o contador de histórias, o cantador, o repentista, o cordelista, todas as culturas populares precisam ser incentivadas também. Tem que haver livro de todas as formas, para todos os gostos.

10. Qual a sua mensagem para quem sabe que deveria ler mais, mas que, ao mesmo tempo, não consegue encaixar a leitura entre suas tarefas diárias?

Começar a ler textos curtos. Procurar autores e assuntos que lhe chamem a atenção, ler jornais diariamente, acessar sites culturais na internet, assistir a programas educativos, documentários e entrevistas na TV e no rádio. Enfim, não deixar o corpo mole tomar conta.



Fonte: http://www.digestivocultural.com/blog/post.asp?codigo=1786&titulo=Papo_com_Valdeck_A._de_Jesus
Acessado em 22/05/2013 

INTERNET



Internet avança, mas segue limitada

Por Alexandre Haubrich, em Jornalismo B
   Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2011, divulgados no último dia 15, mostram avanços e limitações da internet no Brasil e, como consequência, dão indícios do potencial e da limitação do ativismo político via web e do uso da internet como espaço de comunicação alternativo. Em 2011 menos de 50% da população brasileira acessava a internet. Porém, o crescimento de pessoas conectadas entre 2005 e 2011 foi assombroso e animador.

   Em 2005, 20,9% dos brasileiros usavam a internet. Em 2011 já eram 46,5%. Um crescimento de 45,8 milhões de pessoas, média de 21 mil por dia, como mostrou matéria do site do Estadão. O crescimento é consistente, mas os dados não mostram como se dá, se através de computadores pessoais, lan houses ou acesso nas escolas. Nas escolas públicas há também um aumento importante (24,1% para 65,8%).

   O que os dados mostram é que, por um lado, o ritmo de crescimento é muito alto, e a penetração da internet e, consequentemente, a influência e a capacidade de inserção de seu conteúdo têm se expandido com força. Por outro lado, menos de metade da população está conectada, o que mostra que ainda estamos muito limitados, especialmente se considerarmos que certamente a grande maioria dos que acessam a internet não passam perto de conteúdos políticos críticos. Ou seja, nossa capacidade de transformação política em ações que se limitam à internet é muito pequena.

   Ficam demonstradas, assim, as possibilidades que vão se abrindo com a expansão da internet, mas, ao mesmo tempo, a necessidade de que o online seja entendido como mais uma plataforma, com suas especificidades, para formas de luta e pautas que a transbordem.
 
Fonte: http://agencianota.blogspot.com.br/

FAMÍLIAS REMOVIDAS




 

Trator derruba casas no Largo do
Tanque, uma das comunidades afetadas
(Foto: Liane Milton/ RioOnWatch)
  
 
 
 
 
   De acordo com o Dossiê Megaeventos e Violações dos Direitos Humanos no Rio de Janeiro, lançado nesta quarta-feira (15) pelo Comitê Popular da Copa e Olimpíadas, cerca de três mil famílias já foram removidas de seus locais de moradia em função dos megaeventos esportivos.

   Há um ano, quando o grupo publicou a primeira versão do documento, estavam registradas mil famílias deslocadas. Orlando Júnior, professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur-UFRJ), ressalta que outras 7 mil estão ameaçadas de remoção. No total, são cerca de 10 mil famílias impactadas.

   Ele avalia que a situação de violação ao direito à moradia pode ser ainda pior, explicando que esses dados são subestimados diante “de uma completa falta de informações oficiais”. Segundo Orlando, está em curso uma “ política de relocalização dos pobres na cidade” do Rio.

   Ravel Mendonça, presente ao lançamento do Dossiê, é jogador de vôlei de praia da seleção brasileira sub-19 e treina diariamente por pelo menos seis horas para participar das Olimpíadas de 2016. Porém, este objetivo se tornou mais difícil depois que sua família foi expulsa do Largo do Tanque, na Zona Oeste da cidade. A comunidade foi cortada pela construção da Transcarioca, via expressa que irá da Barra da Tijuca, polo empresarial do Rio, até os arredores do Aeroporto Galeão.

   O atleta conta que ele, seus pais e seus dois irmãos foram “pegos de surpresa” e que a indenização pela casa foi tão baixa que forçou a família a se mudar para “um local improvisado”, sem serviços públicos básicos. Desde então, o adolescente abandona o último horário de aula na escola para conseguir chegar aos treinos. Além disso, um dos irmãos de Ravel é portador de autismo e enfrenta problemas para prosseguir com seus tratamentos.

Arte do chargista Latuff
   O Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio aponta que situações como essa refletem um processo de “elitização e mercantilização da cidade” que avança em um “sentido oposto ao da integração e promoção da dignidade humana”. O Dossiê traça um quadro de violações que envolvem questões relacionadas à moradia, segurança pública, meio ambiente, mobilidade, esporte, trabalho e acesso à informação. (pulsar)
Ouça e baixe os áudios no link de origem da matéria aqui
 
 
 
Posted: 16 May 2013 05:24 PM PDT
Fonte: http://agencianota.blogspot.com.br/

quarta-feira, 8 de maio de 2013

ACADEMIAS DE LETRAS DO PARANÁ



Toledo sedia o 8º Encontro de Academias de Letras do Paraná em outubro


A Academia de Letras de Toledo (ALT), com o apoio de instituições, entidades e empresas locais e regionais, promove o 8º Encontro Estadual das Academias de Letras do Paraná, nos dias 12 e 13 de outubro próximo, no Salão de Inverno do Olinda Park Hotel, reunindo delegações de instituições similares de todo o Estado.
Entre os objetivos do evento estarão a promoção da escrita e da leitura, a difusão da literatura e da cultura, a valorização de autores locais e regionais, o intercâmbio de experiências bem sucedidas, o encaminhamento de reivindicações às autoridades municipais e estaduais, a integração, organização e motivação das instituições inscritas e a confraternização entre os acadêmicos presentes.
Para o encontro, que está entre os principais eventos literários com finalidades culturais e educativas do Paraná, são esperados uma centena de escritores, poetas, jornalistas, intelectuais, professores e agentes culturais de, pelo menos, 20 das 36 academias e outras entidades convidadas.
Comprovando a repercussão positiva da iniciativa, a seis meses de sua realização, sete academias de letras, de artes e de poesia, de diversas regiões do Estado, já confirmaram presença e inscreveram mais de duas dezenas de representantes.
Na programação, estarão palestras e debates sobre os desafios de escrever, editar e comercializar livros nas pequenas, médias e grandes cidades, a apresentação de ações inovadoras das instituições presentes, criação de associação estadual das academias de letras e a inserção na Carta de Toledo de aspirações e proposições das academias participantes.
Conforme o presidente da ALT, acadêmico e escritor Bruno Marcos Radunz, a oportunidade de sediar o encontro é um grande desafio para a instituição e entidades e empresas parceiras, mas também representa conquista importante e promoção relevante da cultura local e regional, em nível estadual.
“Realizar em Toledo evento com tamanha repercussão nos meios culturais paranaenses envolve enorme responsabilidade, mas sua organização bem sucedida compensará todo o esforço e orgulhará a instituição, seus acadêmicos, as entidades culturais, os meios e profissionais da comunicação e a própria população, da cidade e região”, afirma o dirigente.
“Estarão em Toledo algumas das academias de letras mais tradicionais Estado, fundadas há décadas, representando grandes cidades do Paraná e trazendo em suas delegações autores famosos, intelectuais respeitados e críticos renomados, todos promotores das artes de escrever, ler e multiplicar conhecimentos, agregando valor à atividade cultural e incentivando a produção artística do município e Oeste do Paraná”, acrescenta Radunz.
Conforme ele, a capacidade da ALT para organizar o encontro está na formação, experiência profissional e produção cultural de seus membros, pois entre os 20 acadêmicos estão docentes experientes, inclusive universitários, administradores bem sucedidos, jornalistas, poetas e escritores consagrados, com o total de 80 livros publicados.
Essa credibilidade vem sendo consolidada desde a sessão solene de instalação da instituição, com posse dos acadêmicos fundadores e 1ºs dirigentes, em 29 de outubro de 2011, reunindo o secretário de Estado da Cultura, Paulino Viapiana, prefeitos, deputados, vereadores, lideranças regionais e delegações visitantes de todo o Paraná, totalizando 200 pessoas.
Como resultado dessa largada exitosa, a ALT teve sua candidatura para sediar o 8º encontro aprovada pela unanimidade das 15 delegações participantes do 7º encontro, em junho de 2012, em Umuarama. Em Toledo o evento ainda é inédito, mas o Oeste já o sediou em maio de 2008, quando a Academia Cascavelense de Letras (ACL), organizou a 3ª edição, com participação de delegações de 15 instituições de diversas regiões do Paraná.
 
 
 

AULAS DE FRANCÊS GRÁTIS



MEC lança site para ensinar francês gratuitamente


Parceria entre os governos do Brasil e da França coloca no ar site com o objetivo de ensinar o idioma francês gratuitamente. As aulas podem ser utilizadas por quem nunca teve contato com a língua ou por estudantes iniciados


MEC lança site para ensinar francês gratuitamente
Crédito: Shutterstock.com
No portal são oferecidas lições em texto, vídeos didáticos e exercícios, além de informações sobre a cultura francesa
 
MEC (Ministério da Educação) lança, em parceria com o governo francês, o site FrancoClic, que tem como objetivo ensinar francês gratuitamente aos estudantes. No portal são oferecidas lições em texto, vídeos didáticos e exercícios, além de informações sobre a cultura francesa.
 
 
De acordo com o jornal O Globo, o site é dividido em cinco módulos voltados para os diferentes tipos de aprendizado. O primeiro módulo, “Reflets-Brésil”, tem como objetivo a autoaprendizagem; o segundo, “Br@nché”, pode ser utilizado em sala de aula; o terceiro, “Agriscola”, tem como tema principal as especialidades agrícolas; e os dois últimos, “Le Monde Francophone d’un Clic” e “Images de France”, têm como objetivo levar o estudante a descobrir a cultura francesa.
 
No módulo do curso voltado para a autoaprendizagem, o “Reflets-Brésil”, estão disponíveis 24 lições que incluem aulas de gramática e vocabulário. Cada aula apresenta cinco vídeos com situações cotidianas em francês e comentários em português.
 
Segundo o jornal, o MEC garante que o material pode ser utilizado tanto por quem nunca teve contato com o idioma quanto por estudantes iniciados no francês, independente do nível em que estejam.
 
Contudo, a assessoria de imprensa do ministério não confirma a parceria entre os governos ou mesmo o lançamento do portal. Segundo o órgão, "nenhuma informação foi divulgada a respeito dessa parceria".
 
 
 
 


ART' VIDA




CAMPANHA DO AGASALHO




Presidente do Provopar de Marechal Rondon pede atenção da população com a Campanha do Agasalho 


Primeira-dama Maria Cleonice Froehlich, presidente do Provopar Municipal.


Com a queda das temperaturas registrada neste início de semana, a presidente do Provopar Municipal de Marechal Cândido Rondon e primeira dama Maria Cleonice Froehlich, está pedindo ainda mais atenção da população com a Campanha do Agasalho 2013.
Lançada no dia 22 de abril, a campanha mantém o tema de anos anteriores: “Aqueça um irmão”, e terá a arrecadação de donativos até o dia 18 de maio.
Durante este período o Provopar também estará realizando o cadastro das famílias a serem beneficiadas com as doações.
Podem ser doadas roupas de uso pessoal, roupas de cama, cobertores, colchões.
Os produtos podem ser entregues nos diversos pontos de arrecadação instalados em empresa parceiras da campanha, e também no saguão da prefeitura e na própria sede do Provopar, localizada no prédio da prefeitura velha.
Os demais pontos de  arrecadação são: Banco do Brasil, Supermercados Rimava e Ruzza, Supermercado Cercar, e Caixa Econômica Federal.

Boas parcerias

Maria Cleonice Froehlich reforça o convite para que mais pessoas participem da campanha fazendo suas doações. A presidente destaca a importância das parcerias com entidades, empresas e clubes de serviços como: o Rotaract Club, Cojem, e Grupo de Escoteiros 25 de Julho também a adesão de novos parceiros à campanha.
Ela observa que a solidariedade é uma das marcas fortes da população rondonense e isso tem sido demonstrado em várias ações do Provopar. “Tenho certeza que será assim nesta campanha. Por isso peço mais uma vez o empenho de todos. Sem dúvida algo que não serve mais para algumas pessoas ou famílias, poderá ser de muita utilidade para outras neste inverno”, observa Maria Cleonice Froehlich.
Mais informações sobre a campanha podem ser obtidas através do telefone: 3254-7703.

Fonte: ACS/PM/MCR - Foto: Ademir Herrmann

sábado, 4 de maio de 2013

PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL




Dilma aprova política nacional de estímulo à sustentabilidade e à inovação agropecuária 
Dilma aprova política nacional de estímulo à sustentabilidade e à inovação agropecuária 
A presidente Dilma Roussef sancionou na última terça-feira (30/4) a lei que institui a política nacional de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF). Os objetivos da legislação incluem:

1)melhorar de forma sustentável a produtividade, a qualidade dos produtos e a renda das atividades agropecuárias, por meio da aplicação de sistemas integrados de exploração de lavoura, pecuária e floresta em áreas já desmatadas, como alternativa aos monocultivos tradicionais;

2) mitigar o desmatamento e contribuir para a manutenção das áreas de preservação permanente e reserva legal;

3) fomentar novos modelos de uso da terra, conjugando a sustentabilidade do agronegócio com a preservação ambiental.

A iLPF, de acordo com a proposta, estabelece novas atribuições ao poder público. A partir de agora, cabe ao governo definir planos de ação regional e nacional para a expansão e o aperfeiçoamento dos sistemas de iLPF, com a participação das comunidades locais, além de estimular a adoção da certificação dos produtos pecuários agrícolas e florestais.

O analista técnico e econômico da Organização das Cooperativas Brasileiras, Marco Olívio Morato, destaca que o normativo leva em conta o conceito de sustentabilidade e também valoriza o cooperativismo. “No artigo 3º, a nova lei determina que compete ao poder público, no âmbito da Política Nacional de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, dentre outros, estimular a produção integrada, o associativismo, o cooperativismo e a agricultura familiar”, ressaltou Morato.

Rede iLPF

A instituição da nova política nacional é um impulso à Rede de Fomento da integração Lavoura-Pecuária-Floresta (Rede de Fomento iLPF), uma iniciativa coordenada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com o Banco do Brasil, a cooperativa Cocamar e as empresas do ramo Syngenta, Bunge e John Deere.

A Rede iLPF visa a fortalecer a adoção de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta em todas as regiões do Brasil, com um investimento de R$ 2,5 milhões ao longo de cinco anos para o fomento da tecnologia junto aos produtores.A proposta da iLPF é reunir, em uma única propriedade, a produção de grãos, carne ou leite, além de produtos madeireiros e não madeireiros, ao longo de todo ano. E tudo isso com total respeito ao meio ambiente.

Os resultados dessa combinação de culturas agropecuárias são: aumento da renda do produtor rural; redução na pressão por desmatamento de novas áreas com florestas nativas e a diminuição das emissões de gases de efeito estufa (GEE) da propriedade. Estima-se que, com a adoção dessa técnica, seja possível duplicar a produção de grãos e de produtos florestais, além de triplicar a produção pecuária nos próximos 20 anos.

De acordo com o coordenador da Rede, o pesquisador Luiz Carlos Balbino, a estratégia para difundir a iLPF será criar unidades de referência tecnológica em todas as regiões do Brasil. “A transferência de tecnologia se dará em todos os biomas brasileiros. Teremos unidades de referência no Nordeste, no Cerrado, no Sul do Brasil e até a Amazônia.”

Benefícios

Em relação aos aspectos ambientais, a iLPF possibilita melhorias físicas, químicas e biológicas do solo devido ao aumento da matéria orgânica. Ela também permite a minimização da ocorrência de doenças e plantas daninhas, melhoria na utilização dos recursos naturais, da qualidade da água, menor emissão de metano por quilo de carne produzido e reconstituição do paisagismo, entre outros benefícios.

Os produtores podem contar também com melhorias econômicas e sociais, como incremento da produção anual de alimentos a menor custo; aumento na produção de fibras, biocombustíveis e biomassa; maior inserção social pela geração de emprego e renda no campo; aumento da oferta de alimentos seguros; estímulo à qualificação profissional; dinamização de vários setores da economia, principalmente em nível regional, entre outros.

Para obter resultados ainda melhores, a iLPF pode estar combinada também a outras tecnologias como o Sistema de Plantio Direto, o que pode reduzir ainda mais os custos de implantação. A fixação biológica de nitrogênio, recuperação de pastagens degradadas, o uso de cultivares melhoradas e boas práticas agropecuárias também são exemplos de tecnologias bem sucedidas quando aliadas à iLPF.

Saiba mais sobre a integração Lavoura-Pecuária-Floresta

A iLPF faz parte dos compromissos ratificados pelo governo brasileiro ao assinar a Política Nacional sobre Mudanças do Clima, que engloba ações como o Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Segundo os especialistas, a iLPF possui grande potencial de sequestro de carbono pelos elevados acúmulos de biomassa forrageira e florestal e acúmulo de matéria orgânica no solo, o que reduz a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera. O sistema tem sido adotado em todo o Brasil, com maior representatividade nas regiões Centro-Oeste e Sul. Atualmente, aproximadamente 1,6 a 2 milhões de hectares utilizam os diferentes formatos da estratégia iLPF. Para os próximos 20 anos, a estimativa é de que a iLPF possa ser adotada em mais de 20 milhões de hectares.

Fonte: OCB/ES em 02/05/2013, Acessado em 04/05/2013 através de http://www.cooperativismo.org.br/cooperativismo/noticias/noticia.asp?id=21057