Brasil tem uma das tarifas de energia mais caras
O levantamento aponta que a tarifa paga pelo consumidor brasileiro - seja residencial ou industrial - é mais alta do que as do Canadá, Estados Unidos, Noruega, França e México. O estudo usa dados de 2007, por causa da defasagem nos sistemas internacionais de consulta, como a Agência Internacional de Energia (AIE). Mas, segundo especialistas, a relação não mudou substancialmente.
Na época, a tarifa residencial média no Brasil era de US$ 184 por megawatt-hora (MWh) e a industrial, de US$ 138 por MWh. O valor mais baixo para residências era encontrado na Noruega, de US$ 48 por MWh. No segmento industrial, o Canadá tinha a melhor tarifa: US$ 68 por MWh. Na Alemanha, que tinha as maiores tarifas, os consumidores residenciais pagavam US$ 212 por MWh e os industriais, US$ 84 por MWh.
"Deveria haver alguma relação entre custo de energia e qualidade até porque boa parte da tarifa brasileira é referente a encargos, incluindo o sistema de transmissão, que está falhando" comenta o presidente da Abrace, Ricardo Lima. Ele cita ainda os Encargos sobre Serviços do Sistema, outra taxa paga para manter a confiabilidade no fornecimento. Ao todo, os encargos e impostos representaram metade do custo da energia comprada pelas indústrias brasileiras em 2007.
A área energética do governo cita justamente a carga tributária como fator preponderante no alto preço da eletricidade, pois o custo da produção de energia está entre os mais baixos do mundo.
A sucessão de falhas, seja em linhas de transmissão ou redes de distribuição, indica que a relação entre custo e qualidade, indicada por Lima, está desproporcional.
Os dados de 2009 ainda não foram fechados, mas especialistas avaliam que os últimos meses foram muito ruins. Esta semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou uma multa de R$ 9,5 milhões à distribuidora Light por interrupções no fornecimento nos meses de novembro e dezembro. Nesta semana, o governo de São Paulo voltou a cobrar explicações da Eletropaulo pelo mesmo motivo.
O levantamento da Advisia indica ainda que, entre os países pesquisados, o Brasil teve o maior aumento de tarifas industriais no período, de 21,6% ao ano, ante 12,7% no México e 1,2% na Alemanha.
Fonte: Rádio Difusora/Gazeta do Povo
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