segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Agroecológicos e transgênicos foram debatidos por especialistas

O Brasil precisa preparar-se para ser inserido no cenário mundial, que vem exigindo cada vez mais a inclusão de elementos sociais e ambientais no modelo econômico de agricultura. A afirmação é do professor Altair Toledo Machado, PhD em genética e pesquisador da agrobiodiversidade da Embrapa. Ele é um dos especialistas que participaram, nesta quarta-feira, na sede da Conab, em Brasília, do encerramento do encontro sobre a produção nacional de alimentos.

Machado falou das políticas da agrobiodiversidade, agroecologia e sustentabilidade, a partir de um panorama histórico da agricultura no mundo, onde foram identificados pontos favoráveis e contrários à evolução tecnológica no agronegócio. As conseqüências do uso dos fertilizantes químicos e da engenharia genética, por exemplo, foram citados por ele como questões emblemáticas.
No caso das Filipinas, grande produtora de arroz, a modernização causou, de certa forma, perdas não apenas na biodiversidade do produto, mas também dos valores sociais e culturais. “Além da redução nessa diversidade, houve também a contaminação da prática agrícola nos arrozais, com a introdução dos insumos químicos”, explicou.
Outros exemplos são a Etiópia, Quênia e Tansânia, todos na África, produtores de sorgo, trigo e cevada. “Atualmente, esses países estão sofrendo de estresse ambiental em conseqüência da contaminação química do solo. Isso acarreta a perda de variedade dos produtos”.
Já o pesquisador da Embrapa, Elíbio Rech, defende o uso dos transgênicos na agricultura. Ele enfatizou os resultados obtidos pelo Brasil nesta área e disse que as possibilidades da genética vão além da questão agrícola. “Os estudos feitos até agora mostram que não há riscos para a saúde, em relação ao uso desta tecnologia”, destacou. Para ele, esse tipo de produto pode até contribuir para a expansão da agricultura familiar.
O coordenador da Fetraf-Sul, Altemir Antônio Tortelli, discorda da idéia. “Não acreditamos que o caminho para a agricultura familiar seja os transgênicos. A base para o projeto de desenvolvimento sustentável do país passa pela pesquisa e pela assistência técnica voltadas à agroecologia”, defende.


Fonte: Conab

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