terça-feira, 3 de agosto de 2010

Pseudo-poesias

Não somos peças da engrenagem


Ah! A maldade humana,
que faz homens e mulheres se esquivarem da vida
e das muitas coisas e pessoas boas
que ela pode nos conceder viver e encontrar;
pelo medo de que alguém possa estar querendo
o que consideramos nosso tirar
Pura avareza!
Que leva as pessoas a enxergarem o mundo pela ótica da posse.
Quem nada tem, nada vale.
Nestes tempos de falta de causas
interessantes para se defender,
quando meio ambiente e sustentabilidade
são lugar comum na retórica de todos,
a maldade se sobressai;
na precaução contra o outro,
na falta de interesse de se conhecer as razões desse outro;
no dia a dia das pessoas, no contato direto com outros seres humanos
que não são não, peças da grande engrenagem;
mas sim pessoas, sem as quais não haveria engrenagem, nem sistema.
Quem não se abre para as imensas possibilidades que as relações
entre as pessoas podem oferecer, perde.
E perde muito do que nossa
breve existência pode nos proporcionar,
se vivenciarmos as emoções
com mais autenticidade e realismo,
libertos dos dogmas e preconceitos,
próprios da maldade humana e da sua gana de dominar.
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Agora meu




Sou dona agora de um amor delicado,

Silencioso, mas presente;

Impetuoso, mas calmo; forte, mas afetuoso

Não sou dona no sentido de posse,

Mas, no sentido dele, neste momento, ser destinado a mim.

Em duas palavras: agora meu.

Um amor que se encaixa perfeitamente.

No tamanho e na forma certa.

Na palavra fácil e no pensamento consensual.

Na certeza de que o bem existe.

E na tristeza de ver, por vezes, o mal triunfar.

Como presente dos deuses;

Veio povoar meu céu de estrelas brilhantes;

Ao prenunciar o êxtase ;

Cheio e carregado;

Da endorfina liberada pelo cérebro;

Como as descargas elétricas de uma tempestade.

Num irracional ofegante, de deleite puro;

Num racional agradecido;

De um amor tão bom!

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