Não somos peças da engrenagem
Ah! A maldade humana,
que faz homens e mulheres se esquivarem da vida
e das muitas coisas e pessoas boas
que ela pode nos conceder viver e encontrar;
pelo medo de que alguém possa estar querendo
o que consideramos nosso tirar
Pura avareza!
Que leva as pessoas a enxergarem o mundo pela ótica da posse.
Quem nada tem, nada vale.
Nestes tempos de falta de causas
interessantes para se defender,
quando meio ambiente e sustentabilidade
são lugar comum na retórica de todos,
a maldade se sobressai;
na precaução contra o outro,
na falta de interesse de se conhecer as razões desse outro;
no dia a dia das pessoas, no contato direto com outros seres humanos
que não são não, peças da grande engrenagem;
mas sim pessoas, sem as quais não haveria engrenagem, nem sistema.
Quem não se abre para as imensas possibilidades que as relações
entre as pessoas podem oferecer, perde.
E perde muito do que nossa
breve existência pode nos proporcionar,
se vivenciarmos as emoções
com mais autenticidade e realismo,
libertos dos dogmas e preconceitos,
próprios da maldade humana e da sua gana de dominar.
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Agora meu
Sou dona agora de um amor delicado,
Silencioso, mas presente;
Impetuoso, mas calmo; forte, mas afetuoso
Não sou dona no sentido de posse,
Mas, no sentido dele, neste momento, ser destinado a mim.
Em duas palavras: agora meu.
Um amor que se encaixa perfeitamente.
No tamanho e na forma certa.
Na palavra fácil e no pensamento consensual.
Na certeza de que o bem existe.
E na tristeza de ver, por vezes, o mal triunfar.
Como presente dos deuses;
Veio povoar meu céu de estrelas brilhantes;
Ao prenunciar o êxtase ;
Cheio e carregado;
Da endorfina liberada pelo cérebro;
Como as descargas elétricas de uma tempestade.
Num irracional ofegante, de deleite puro;
Num racional agradecido;
De um amor tão bom!
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