O Condomínio de Agroenergia para Agricultura Familiar de Linha Ajuricaba, interior de Marechal Cândido Rondon, recebeu a visita, na manhã de hoje (03), de jornalistas de vários países. Com a finalidade de divulgar o projeto piloto em todo o mundo, o grupo esteve formado por seis jornalistas. Trata-se de representantes dos jornais Le Figaro Economie e Le Monde de Paris, na França; do jornal Süddeutsche Zeitung de Munik, Alemanha; do jornal Farm Futures de Chicago IL, Estados Unidos; do jornal China Business News de Beijing, China, além da Agência Reuters do Brasil.
Na oportunidade, também se fizeram presentes o representante do Ministério da Agricultura, Derli Dossa, da Emater, Sérgio Schuch, da Itaipu Binacional, Cícero Bley, presidente da Cooperbiogás, Gedson Vargas, prefeito de Marechal Rondon, Moacir Froehlich, secretários municipais, vereadores e produtores rurais.
A comitiva internacional iniciou a visitação técnica em duas propriedades: uma de Delcia Osterkamp, acompanhada do engenheiro Ansberto Neto (CEB-FPTI) e de Francisco Borzatto (Emater); e outra de Ursula Fritsch na companhia de Pedro Köhler (da Empresa Bioköhler) e de Sérgio Schuch (Emater). Posteriormente, aconteceu a visita à Microcentral Termelétrica quando os visitantes receberam explicações gerais do assessor de Energias Renováveis da Itaipu Binacional, Cícero Bley. Logo após, a comitiva também teve a oportunidade de conhecer a estação geradora de energia elétrica/tratamento de biogás, por intermédio da explanação do engenheiro Maycon Vendrame, sendo que em seguida foram ver o secador de grãos.
Nova Fonte de renda
Durante breve ato solene, parceiros do projeto explanaram sobre a elaboração e implantação do Condomínio de Agroenergia. Segundo eles, tal ação trará diversas mudanças na vida dos produtores rurais e que em um futuro muito próximo o projeto será reconhecido no Brasil inteiro ou até mesmo no mundo. Sérgio Schuch, da Emater, expõe que “em virtude da Emater ser um órgão de assistência técnica para a agricultura familiar, ela está devidamente inserida neste projeto. O motivo principal de se envolver é devido ao grande volume de dejetos de animais que hoje é um grande problema ambiental. Além disso, com enfoque nessa matéria-prima, ela será uma nova fonte de renda para os produtores rurais”.
O mandatário de Marechal Rondon, Moacir Froehlich, ressaltou que há 3.500 mil produtores rurais no município e que estes têm vontade de permanecer na agricultura. “Como poder público, entendemos que é preciso viabilizar alternativas e buscamos criar ações para continuar produzindo alimento, pois precisamos exportar. Além disso, 70% da economia de Marechal Rondon é baseada em produção de alimentos e agora o condomínio será uma nova forma de renda a estes 34 produtores”, frisa.
Reconhecimento
O assessor de Energias Renováveis da Itaipu Binacional, Cícero Bley, destacou o esforço da Itaipu no projeto, juntamente com toda a sua equipe, a fim de colocar em prática esse trabalho. “A Itaipu Binacional se sente orgulhosa de se colocar à disposição para difundir o projeto por intermédio da comitiva internacional de jornalistas que estiveram visitando e conhecendo o Condomínio de Agroenergia. Essa unidade é uma pequena e profunda contribuição e, por isso, expressamos confiança e não vamos medir esforços para que o projeto chegue a todos”, diz.
Para o representante do Ministério da Agricultura, Derli Dossa, o projeto é de grande importância para o Paraná. “Os jornalistas internacionais que vieram conhecer o condomínio vão mostrar ao mundo que o Brasil está desenvolvendo uma ótima tecnologia. O Ministério da Agricultura dará todo o apoio a este projeto”, frisa.
Condomínio de Agroenergia
O projeto do Condomínio de Agroenergia para Agricultura Familiar da Microbacia do Rio Ajuricaba é desenvolvido pela Itaipu desde agosto de 2009, em parceria com o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-PR), Prefeitura de Marechal Cândido Rondon, Companhia Paranaense de Energia (Copel), Embrapa, Movimento Nacional dos Pequenos Agricultores (MPA), Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação (ITAI) e a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI).
O objetivo é implantar uma referência concreta para a agroenergia na agricultura familiar e desenvolver os critérios para sua sustentação econômica, ambiental, social e energética. Para tanto, o projeto contempla a instalação de 34 biodigestores e 25,5 km de gasodutos ligados a uma microcentral termelétrica que devem garantir uma renda de cerca de R$ 270 mil anuais aos produtores rurais com a produção de energia térmica, elétrica e veicular, além de biofertilizantes. Das 34 propriedades que fazem parte do projeto, 12 já vem transformando os dejetos de sua produção agropecuária em biogás e o sistema elétrico encontra-se em processo de licitação. Dos 25,5 Km previstos para o gasoduto, 15km já estão concluídos.
O projeto consiste basicamente em aproveitar o biogás resultante da decomposição da matéria orgânica em um biodigestor (processo chamado de biodigestão anaeróbica). O biogás, por sua vez, é canalizado para um motogerador capaz de prover energia para as propriedades rurais ou alimentar a rede pública de eletricidade. Após passar pelo processo de biodigestão, a matéria orgânica é transformada em biofertilizante de alta qualidade que pode ser aplicado em pastagens ou outras culturas, incrementando ainda mais o grau de sustentabilidade do sistema produtivo.
Fonte: Assessoria de Imprensa PMMCR/ Vanderleia Kochepka
Fotos: Ademir Herrmann
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