quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

COMUNICAÇÃO



Democracia na comunicação e necessidades revolucionárias – parte III


Conforme afirmamos nos dois artigos recém publicados neste espaço (AQUI e AQUI), a democratização da comunicação possui grande potencial revolucionário, na medida em que o aparelho ideológico é um dos sustentáculos básicos da estrutura capitalista (os outros são o Estado burguês e as grandes empresas privadas). Nas transformações – dialéticas – necessárias para a mudança de sistema, então, o desmonte do sustentáculo ideológico – mídia, igrejas, educação formal, etc – é condição sine qua non, e, já que a comunicação é uma necessidade humana – e um direito usurpado – é preciso reconstruir o aparato midiático a partir de uma orientação popular, democrática, horizontal e plural.
A inversão do modelo midiático e as ações que convergem em sua direção (como explicitadas no artigo mais recente) faz-se necessária não apenas enquanto instrumento de transformações mais profundas no âmbito nacional, mas também como pressuposto de qualquer luta internacionalista séria.

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Temos visto recentemente na América Latina a ascensão de governos de esquerda e centro-esquerda. Estes – em cada uma de suas ações progressistas –, e aqueles – em todos os seus movimentos – são atacados de forma visceral pela mídia dominante. Falo especificamente do Brasil, mas o conceito pode ser generalizado sem grande prejuízo de exatidão. O capitalismo moderno é fundamentalmente internacional, determinados padrões são seguidos globalmente, e a orientação da mídia burguesa hegemônica pouco difere de um lugar para o outro. Sua função é a mesma: a conservação do poder oligárquico através da alienação, do afastamento do povo em relação à realidade objetiva que o cerca.
Os exemplos dos governos de Hugo Chávez, na Venezuela, Evo Morales, na Bolívia, e Rafael Correa, no Equador, são os mais recentes, mas Cuba, assolada pelo criminoso bloqueio econômico estadunidense desde 1962, sofre também desde lá com um bloqueio igualmente agressivo, venenoso e danoso: o bloqueio midiático. Agressivo, venenoso e danoso não só a Cuba, mas a todas as nações do mundo, a todos os povos do planeta, atingidos em seu direito à informação, ao conhecimento e à realidade – e à ação sobre ela.
Revoluções não podem ser exportadas, mas o exemplo internacional de transformações ajuda a desnaturalizar a realidade, ajuda a entendê-la como cultural, histórica, e passível das mudanças que a humanidade desejar, sejam elas quais forem. O conhecimento sobre realidades diferentes, sobre lutas populares travadas em todo o mundo, servem diretamente às causas nacionais, como estímulo, como demonstração de que utopias são diferentes de ilusões. Utopias são situações ainda não alcançadas, mas alcançáveis, que podem vir a ter lugar na História. Em alguns lugares, certas utopias já foram alcançadas, e outras estão mais próximas de realizarem-se por conta do entendimento de que podem efetivar-se desde que atuemos de forma organizada nessa direção. É essa possibilidade de mudança que a mídia oligárquica quer esconder quando mente, distorce ou omite informações sobre o que se passa à nossa volta.
Em momento algum Cuba desrespeitou a soberania estadunidense ou as escolhas de qualquer povo do mundo. É atacada – inclusive pela mídia hegemônica – não por ser uma ameaça direta, mas por configurar uma ameaça simbólica enquanto exemplo de que tudo pode ser diferente, especialmente nos países subdesenvolvidos. A trajetória da Revolução Cubana e mesmo de Cuba pré-59 deixa à mostra os males causados pelo capitalismo nas relações internas e por sua expressão internacional, o imperialismo, ao mesmo tempo em que explicita as soluções e os avanços decorrentes da soberania nacional e popular, as transformações possíveis quando o povo toma em suas mãos os rumos de seu país. Algo semelhante acontece na Venezuela, na Bolívia e no Equador, e, em menor grau, na Argentina – por exemplo com a Ley de Medios.
No mesmo sentido mas com direção oposta caminha costumeiramente a cobertura relacionado ao aparato estatal capitalista. Nas Ditaduras Militares que se espalharam pela América Latina nos anos 1960 e 70, por exemplo, a mídia dominante foi importante instrumento de sustentação de regimes políticos que sequestraram, torturaram e assassinaram enquanto suas práticas econômicas contribuíam para o quadro de pobreza que veio a ter seu auge no período neoliberal dos anos 1990. Também novos golpes das oligárquicas incomodadas por avanços populares, golpes abertos ou “brancos”, como em Honduras e no Paraguai, a mídia corporativa local e internacional cumpre o papel de referendar os governos golpistas e omitir os interesses estrangeiros constantemente envolvidos nessas situações. O mesmo aconteceu no golpe sofrido por Hugo Chávez na Venezuela em 2002, prontamente derrotado pela mobilização popular apesar da participação direta da mídia privada venezuelana na tentativa de derrubada do presidente.
A sensação – real – de pertencimento confere aos oprimidos um maior potencial de luta na medida em que a revolta latente ganha consistência e, com a identificação com o coletivo – os trabalhadores – rompe o isolamento e enterra o constrangimento de se sentir sozinho, isolado na indignação.
Ao mesmo tempo em que bloqueia as informações sobre os avanços populares pelo mundo, a mídia oligárquica procura criar falsas rivalidades e fortalecer as já existentes, escondendo o fato de que a mesma opressão sofrida pelos trabalhadores aqui também é vivida logo ali, dividindo a humanidade entre países “distantes” quando, na realidade, a maior distância está entre opressores e oprimidos de todo o mundo.
A partir de todas essas observações, fica clara mais uma situação que torna tão urgente a democratização da comunicação onde esta puder acontecer e o enorme potencial revolucionário desse tipo de transformação. A construção de revoluções nacionais passa pela consciência do internacionalismo revolucionário e pela noção de que o isolamento reduz a possibilidade de aprofundamento de mudanças em qualquer país, enquanto a multiplicação de revolucionários e revoluções leva a um efeito cascata, desde que as informações sobre os avanços consigam circular.

 Fonte: http://jornalismob.com/2013/01/09/democracia-na-comunicacao-e-necessidades-revolucionarias-parte-iii/

EXPO RONDON 2013




Intenção é realizar a festa no período de 24 a 28 de julho

Leia na página de MCRondon
Registro da reunião realizada na prefeitura para iniciar as 
tratativas para a organização da Expo Rondon 2013.
 (Jadir Zimmermann)


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

VIADUTOS EM MCRONDON/PR


29/01/2013 editado

Dnit aprova construção de dois viadutos em Marechal Cândido Rondon/Pr

Também estão previstas a construção de três passarelas e de uma rua marginal

Foto: Maria Cristina Kunzler (Jornal O Presente)
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Brasília aprovou o anteprojeto para a construção de dois viadutos, rua marginal e a implantação de três passarelas em Marechal Cândido Rondon, mais precisamente no perímetro urbano da BR-163. Os dois viadutos serão implantados num trecho curto, de aproximadamente cinco quilômetros, para os quais estavam previstos, inicialmente, e talvez, devido ao custo, apenas uma ou no máximo duas intersseções em desnível (túneis por baixo da rodovia), segundo entrevista concedida ao O Presente em março de 2011, pelo engenheiro civil do órgão, Max Canzian, que acompanhava a obra quando o assunto da acessibilidade passou a ser discutido. Ele dizia, na época, que o investimento na rodovia, com sua recuperação e duplicação naquele trecho, tinha como prioridade o escoamento da produção, o desenvolvimento...
Diz a imprensa local que a implantação de viadutos e passarelas no trecho onde a BR cruza ou dá acesso aos mais populosos bairros da cidade está atendendo uma reivindicação das lideranças de Marechal Cândido Rondon e que, por se tratar de uma obra federal, o município não pode fazer qualquer intervenção, nem mesmo a colocação de lombadas ou semáforos. "Diante disso, restou para as lideranças, especialmente para o prefeito Moacir Froehlich, vereadores e deputados, reivindicar as melhorias que vão garantir mais segurança aos moradores", diz a imprensa.
A assessoria de imprensa do DNIT informa que as obras, iniciadas em setembro de 2011, foram licitadas ao valor de R$ 114 milhões, para uma extensão de 63 quilômetros e devem ser concluídas em 2013. Além da restauração do pavimento ao longo de todo trecho, o projeto prevê a implantação de 45 quilômetros de acostamentos, cerca de 12 quilômetros de terceira faixa e a duplicação de 5,4 quilômetros no perímetro urbano de Marechal Cândido Rondon, além da adequação de três das principais interseções no segmento. 
Entretanto, o projeto de readequação original da estrada, incluída no PAC foi cedido pelo governo estadaul e não previa nenhuma obra de adequação da recuperação da estrada  à realidade urbana que se configurou com o passar dos anos. Até porque, o projeto estadual de recuperação também é antigo.
A aprovação do Dnit para a construção dos dois viadutos mostra que o órgão acabou por optar por esta alternativa (viadutos e passarelas) e não pelas intesesseções em desnível, para atender as características locais de tráfego e acesso aos bairros para as pessoas e veículos que transitam ou transpõem diariamente a pista naquele trecho da rodovia. Em 2011, o superintendente do Dnit, José da Silva Tiago, dizia que esta era uma alternativa descartada devido também ao alto custo.
O investimento nas adequações do projeto deve passar de 30 milhões de reais. Os viadutos devem ser construídos no Trevo da AACC, onde acontecem muitos acidentes e no trevo de acesso ao aeroporto de Marechal Cândido Rondon.
As passarelas devem ser instaladas na Rua das Flores, no Bairro Jardim Higienópolis; na Rua Campo Grande, no acesso ao Jardim Primavera, e na rua Presidente Epitácio, imediações da estrada de acesso ao clube São Remo da Linha Guará. 
No Dnit Paraná, a obra considerada emergencial é a recuperação da BR-163 entre Cascavel e Marmelândia, incluindo a implantação de 17 quilômetros de terceiras-faixas. Em seguida, a prioridade seria a obra no perímetro urbano rondonense, tendo em vista que o contrato de duplicação com a construtora Delta já está em andamento e o órgão federal visa concluir todo o trabalho de uma vez. 
De acordo com as informações do site do PAC II do Ministério do Planejamento, o trecho da BR 163 envolvendo os  municípios de Cascavel - Toledo - Marechal Cândido Rondon e Guaíra tem um investimento previsto entre 2011 e 2014 de R$ 115 milhões, com um aporte de R$ 45 milhões após 2014.

 Fontes:  

http://www.opresente.com.br/geral/dnit-aprova-construcao-de-dois-viadutos-em-rondon-32756/    

http://www.radioeducadora.com/educadora/ver_noticia.php?not=42214 

http://www.opresente.com.br/media/frontpage/12-03-2011.pdf 

http://www.dnit.gov.br/noticias/iniciada-restauracao-da-br-163-no-parana 

http://www.dnit.gov.br/noticias/terceira-faixa-melhora-fluxo-na-br-163-no-parana 

http://www.pac.gov.br/obra/7960

MUSEU DO ÍNDIO - RJ



Governo do Rio desiste de demolir museu, mas quer retirar Aldeia Maracanã

Sérgio Cabral e Eduardo Paes falam em tombamento e restauração, mas indígenas afirmam que não pretendem desocupar o local 
 
Publicado em 28/01/2013, 19:43
Última atualização às 19:43

Governo do Rio desiste de demolir museu, mas quer retirar Aldeia Maracanã
José Guajajara, líder indígena da Aldeia Maracanã: “A aldeia é um patrimônio imaterial, e nisso não se mexe". (Foto: Divulgação/Percurso da Cultura) 

 
Rio de Janeiro – O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes decidiram hoje (28) recuar da decisão de derrubar o antigo Museu do Índio, prevista pelo plano de reforma do estádio do Maracanã e seu entorno para a Copa do Mundo de 2014. Os governantes garantiram tombar e restaurar o prédio assim que for desocupado pelos cerca de 80 índios de diversas etnias que vivem ali, que compõem a chamada Aldeia Maracanã.
O valor histórico do museu é o principal argumento usado pelos defensores da sua preservação. Em nota, o governo afirma que “o Estado ouviu as considerações da sociedade a respeito do prédio histórico, datado de 1862, analisou estudos de dispersão do estádio e concluiu que é possível manter o prédio no local”. Segundo o documento, “o governador e o prefeito vão agora tomar a iniciativa de fazer o tombamento do imóvel”.
Já a restauração do prédio do antigo Museu do Índio, segundo a nota divulgada pelo governo, ficará a cargo do concessionário vencedor da licitação do Complexo do Maracanã, “cujo edital sairá em fevereiro”. Além disso, diz o documento, “o destino do prédio, após o tombamento, será discutido conjuntamente entre o Governo do Estado e a Prefeitura do Rio de Janeiro”.
A nota, no entanto, deixa clara a intenção de preservar o prédio, mas retirar dali a Aldeia Maracanã: “O governo está tomando as devidas providências para que o local seja desocupado dos seus invasores. O Governo do Estado comprou o imóvel da Conab em 2012, composto por esse e outros prédios, pelo preço de R$ 60 milhões. O Ministério da Agricultura já está desocupando os demais prédios existentes no local, que serão demolidos para garantir o fluxo de pessoas no entorno do estádio”.

Patrimônio imaterial

Apesar de ter se esgotado hoje o prazo determinado pela Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro para a desocupação do local, os indígenas afirmaram que não pretendem sair. Os líderes da Aldeia Maracanã estiveram reunidos com representantes da Defensoria Pública Estadual durante toda a tarde de hoje. Logo após a reunião, indagado pela reportagem da Rede Brasil Atual sobre o recuo do governo em relação à demolição, José Guajajara, um dos líderes da ocupação ao lado do cacique Carlos Tukano e de Afonso Apurinã, deixou claro que os índios não pretendem deixar facilmente o local: “A aldeia é um patrimônio imaterial, e nisso não se mexe”, diz.
Guajajara diz que nenhuma autoridade do governo ou da prefeitura procurou os índios, e que estes somente souberam da nova posição de Paes e Cabral em relação à demolição após a divulgação da nota oficial: “Vamos nos reunir ainda hoje para conversar e decidir o que fazer. Mas, a tendência é mesmo pela permanência no terreno”, diz o indígena, acrescentando que não interessa aos habitantes da Aldeia Maracanã uma transferência para a Quinta da Boa Vista, como chegou a ser especulado pelo governo.

Nova liminar

Três dias depois de a ministra da Cultura, Marta Suplicy, ter manifestado seu apoio à preservação do prédio do Museu do Índio e recomendado seu tombamento ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), outra novidade tornou ainda mais difícil a posição de Paes e Cabral. Uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em favor da Defensoria Pública Estadual e expedida anteontem (26) impede a demolição do prédio e estipula uma multa de R$ 60 milhões diários à prefeitura em caso de descumprimento da decisão.
O texto da liminar, assinada pelo juiz André Felipe Tredinnick, diz que o prédio do antigo Museu do Índio “tem valor não apenas por suas características arquitetônicas, mas também como espaço de preservação da memória e da identidade dos povos indígenas”. O juiz lembra também que a Fifa afirmou oficialmente jamais ter solicitado a remoção do museu, o que tornaria a demolição do prédio uma “ação injustificável” que provocaria um “dano irreparável” à memória indígena nacional.

Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/esportes/2013/01/governo-do-rio-desiste-de-demolir-museu-mas-quer-retirar-aldeia-maracana

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

OS "HEROIS" DO GRANDE IRMÃO




Ilustração: Leandro Kemp

" Esse cenário de condicionamento, fórmulas decadentes que se repetem ano após ano coincide com a ausência total de uma regulação mínima no setor das concessões públicas das telecomunicações , cada vez mais distante da democratização e da pluralidade; cada vez mais necessitada de multidões anestesiadas que adotam celebridades instantâneas como "heróis" num país onde, infelizmente, contrariando Bertold Bretch, ainda se necessitam heróis, sejam eles de togas ou de sungas." Júlio Carignano em 


http://sitiocoletivo.blogspot.com.br/2013/01/os-herois-do-grande-irmao.html

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

COMUNICAÇÃO



Democracia na comunicação e necessidades revolucionárias – parte II

 


Destacamos, no artigo anterior, a possibilidade de utilizar a democratização da mídia como um caminho revolucionário. Entendemos que este eixo – o aparato ideológico e, mais especificamente, a comunicação – dialoga com outros dois (o Estado burguês e as grandes empresas privadas), enquanto sustentáculo de um sistema que precisa ser derrubado, e é por isso que precisa ser atacado e radicalmente modificado. É a desconstrução dialógica destes três eixos e sua reconstrução sob outros paradigmas – Estado, empresas e comunicação controlados pelo povo – a mais profunda motivação das lutas pela democratização da mídia.
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Dito isso, como, então, atacar a esse eixo comunicacional / ideológico / discursivo? E como reconstruí-lo? Trata-se, novamente, de movimentos dialógicos, dinâmicos e dialéticos, entre o trabalho de produção informativa nas bases e a crítica ao discurso alienante – afastado da realidade – da mídia dominante; entre a organização da mídia contra-hegemônica e seu fortalecimento, e a pressão sobre o governo federal no sentido de atuação estatal nos aspectos legais e institucionais – incluindo a redistribuição total das verbas de publicidade; e, finalmente, entre a destruição do modelo midiático atual, oligárquico, autoritário e excludente, e a construção de um novo modelo, popular, democrático e plural.
Em relação à dinâmica trabalho de produção informativa nas bases x crítica ao discurso alienante da mídia dominante, é uma questão de orientação ética e de percepção de mundo que deve nortear o trabalho da mídia contra-hegemônica. Comunicadores independentes ou veículos alternativos que trabalham apenas por seu próprio fortalecimento nada têm de contra-hegemônicos, na medida em que apenas reproduzem, em um grau menor e com menos potencial, as práticas da mídia oligárquica. Mesmo que as informações prestadas dialoguem com a realidade de forma mais próxima, e mesmo que o discurso esteja coberto por uma capa alternativa ou de esquerda, não se pode ser efetivamente contra-hegemônico – e, por conseguinte, de esquerda – sem ir além do próprio umbigo, sem pensar a comunicação de forma solidária e sem perceber que não adianta produzirmos nossas próprias informações se todos não têm o mesmo direito.
O segundo diálogo que apresentamos aqui como fundamental se dá na dualidade organização da mídia contra-hegemônica x pressão sobre o governo federal. Ao mesmo tempo em que é preciso construir linhas de unidade em direção ao fortalecimento da mídia alternativa, não se pode perder de vista a necessidade de exercer constante pressão sobre as entidades e os personagens políticos responsáveis por agir diretamente sobre o modelo midiático.
A unidade na diversidade é fundamental, pois algumas pautas e objetivos são comuns, incluindo a “questão da mídia”, o que desemboca na construção de debates a respeito dessa temática e na atuação conjunta de pressão e exigência, por todos os meios, de absorção dessa pauta pelo governo federal e pelas demais instâncias dos poderes representativos – Executivo e Legislativo – e de entendimento, pelo Judiciário, da necessidade de mudanças profundas para que a democracia possa avançar. Essas pressões serão melhor exercidas se conseguirmos construir unidade, sem perder a rica diversidade que os vários meios de comunicação alternativos podem e devem apresentar – construindo pontes entre as realidades específicas com o sentido de enxergar e jogar luz sobre a realidade geral da mídia contra-hegemônica, da conjuntura midiática, e da sociedade como um todo.
O último ponto que levantamos foi a dialética destruição do modelo midiático atual, oligárquico, autoritário e excludente x construção de um novo modelo, popular, democrático e plural. Conforme afirmamos na descrição do último ponto, é preciso também aqui lembrar a importância de unir o específico ao geral, quer dizer, construir a percepção de que, concomitantemente à tarefa de informação e produção de conteúdo factual ou de reportagem, deve-se manter viva a visualização de que o problema do jornalismo e da comunicação atual não é apenas de conteúdo, mas de orientação geral, ou seja, não é específica e casual, mas fundamentalmente estrutural. É a prática geral, o modus operandi, o habitus o que acaba por formular o discurso elitista, alienante, omisso e mentiroso da velha mídia. E esse modus operandi não tem outra origem que não o modelo vertical e autoritário em que está organizada a comunicação. O discurso é apenas a ponta do iceberg, para usar uma imagem óbvia, mas eloquente.
Então, ao mesmo tempo em que se busca formas de destruição do atual modelo, é impreterível construir um novo paradigma para tornar-se a base sobre a qual se assente a nova mídia. E esse novo paradigma tem de ser oposto ao velho, ou seja, popular, democrático e plural, passando por uma mídia comunitária forte, assim como por uma mídia sindical atuante e unitária e outros setores de mídia popular igualmente representativos.
Para construir caminhos – e caminhar – em direção à democratização da comunicação como práxis revolucionária, são basilares os três pontos de diálogo referidos acima, como também é fundamental o diálogo imediatamente superior, entre os três pontos. São, todos eles, condições para que a substituição do velho modelo midiático não seja interrompida ou corrompida em favor de uma mudança parcializada e incompleta, e, como tal, insuficiente para as necessidades revolucionárias que se apresentam.

FONTE: http://jornalismob.com/2013/01/08/democracia-na-comunicacao-e-necessidades-revolucionarias-parte-ii/

MUJICA. PRESIDENTE SEM POMPA NEM CIRCUNSTÂNCIA


HISTÓRIAS REAIS




Conhecido como "Pepe" Mujica, é Presidente do Uruguai, recebe 12.500 dólares mensais por seu trabalho à frente do país, mas doa 90% de seu salário, ou seja, vive com 1.250 dólares ou 2.538 reais ou ainda 25.824 pesos uruguaios. O restante do dinheiro é distribuído entre pequenas empresas e ONGs que trabalham com habitação.
-“Este dinheiro me basta, e tem que bastar porque há outros uruguaios que vivem com menos”, diz o presidente.
Aos 77 anos, Mujica vive de forma simples, usando as mesmas roupas e desfrutando a companhia dos mesmos amigos de antes de chegar ao poder.
Além de sua casa, seu único patrimônio é um velho Volkswagen cor celeste avaliado em pouco mais de mil dólares. Como transporte oficial, usa apenas um Chevrolet Corsa. Sua esposa, a senadora Lucía Topolansky também doa a maior parte de seus rendimentos.
Poucos quilômetros fora da capital Montevidéu, já saindo do asfalto. Na curva, se avista um campo de acelga. Mais à frente, um carro da polícia e dois guardinhas: o único sinal de que alguém importante vive na região.
O morador ilustre é José Alberto Mujica Cordano, conhecido como Pepe Mujica, presidente do Uruguai.
Perguntado sobre quem é esse Pepe Mujica, ele responde: “Um velho lutador social, da década de 50, pelo menos, com muitas derrotas nas costas, que queria consertar o mundo e que, com o passar dos anos, ficou mais humilde, e agora tenta consertar um pouquinho alguma coisa”.
Ainda jovem, Mujica se envolveu no MLN - Movimento de Libertação Nacional - e ajudou a organizar os tupamaros, grupo guerrilheiro que lutou contra a repressão.
Foi preso pela ditadura militar e torturado.
“Primeiro, eu ficava feliz se me davam um colchão. Depois, vivi muito tempo em uma salinha estreita, e aprendi a caminhar por ela de ponta a ponta”, lembra o presidente uruguaio.
Dos 13 anos de cadeia, Mujica passou algum tempo em um prédio no qual o antigo cárcere virou shopping. A área também abriga um hotel cinco estrelas. Ironia para um homem avesso ao consumo e ao luxo.
No bairro Prado, a paisagem é de casarões antigos, da velha aristocracia uruguaia. É onde está a residência Suarez y Reyes, destinada aos presidentes da República. Esse deveria ser o endereço de Pepe Mujica, mas ele nunca passou sequer uma noite no local. O palácio de arquitetura francesa, de 1908, só é usado em reuniões de trabalho.
Mujica tem horror ao cerimonial e aos privilégios do cargo. Acha que presidente não tem que ter mais que os outros.
“A casinha de teto de zinco é suficiente”, diz ele. -“Que tipo de intimidade eu teria em casa, com três ou quatro empregadas que andam por aí o tempo todo? Você acha que isso é vida?”, questiona Mujica.
Gosta de animais, te vários no sítio e Pepe Mujica conta que a cadela Manoela perdeu uma pata por acompanhá-lo no campo, que está com ele há 18 anos.

O Uruguai ocupa o 36ª posição do ranking de EDUCAÇÃO da Unesco.
Enquanto o Brasil ocupa a 88ª posição.
Já no ranking de DESENVOLVIMENTO HUMANO, o Uruguai ocupa
o 48º lugar, em quanto o Brasil ocupa o 84º lugar.

Enquanto isso no Brasil, políticos reclamam que recebem um salário baixo para o cargo que exerce. VERGONHA!

Compartilhe essa história, compartilhem mesmo!
Os brasileiros tem que saber como é um político de verdade, trabalha a favor do povo, e não da sua conta bancária!

Atualizando. Estas são algumas fontes que usei para escrever essa postagem, algumas acabei perdendo, mas essas são as principais.
http://www.bbc.co.uk/news/magazine-20243493
http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Vida/noticia/2012/11/presidente-mais-pobre-do-mundo-dirige-um-fusca-e-doa-90-do-salario.html
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2012/06/presidente-mais-pobre-do-mundo-ainda-anda-de-fusca-e-doa-90-do-salario.html
http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?id=1102033&tit=Brasil-e-88-colocado-em-educacao
http://www.infoescola.com/geografia/idh-2011/
— em Uruguai.


fonte:  https://www.facebook.com/photo.php?fbid=426149347457677&set=a.414889371917008.98049.413762928696319&type=1 - Acessado em 10/01/2013

CFC DINÂMICA & NACIONAL


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

COMUNICAÇÃO


Democracia na comunicação e necessidades revolucionárias

 


Podemos identificar três eixos básicos de sustentação da hegemonia das classes dominantes, hegemonia esta que mantém os trabalhadores alienados do produto de seu trabalho e da realidade mais profunda das causas históricas e atuais da opressão que sofre. E é na transformação dialética – concomitante e dialógica – desses três eixos que reside a possibilidade de mudança nas injustas e violentas estruturas da sociedade atual.
Revoluçao
O primeiro desses eixos é o Estado tal como se apresenta – assim foi construído – neste momento histórico. Um Estado controlado pelos especuladores e por conglomerados internacionais, imediatamente seguidos pelas grandes empresas nacionais; um Estado que, ao invés de atuar como um contrabalanço que reduza a situação de exploração, em defesa dos trabalhadores e das inevitáveis vítimas do sistema, posiciona-se ao lado dos opressores, e usa de suas instituições – a polícia, em especial – não para atacar a pobreza, mas para atacar os pobres.
O segundo eixo é a “empresa”, o que na situação atual quer dizer basicamente empresa privada, voltada apenas ao lucro, obtido através da exploração feroz da mão de obra trabalhadora. A “empresa” não é o pequeno negócio, que luta para sobreviver, mas justamente seus grandes inimigos: os conglomerados, as grandes corporações, representadas fundamentalmente por empreiteiras, fábricas de automóveis, indústria farmacêutica, indústria armamentícia, etc.
O terceiro eixo, e é este o que aqui, de acordo com as propostas deste artigo, mais nos interessa, é o aparelho ideológico: as igrejas, a indústria cultural, a educação formal e os grandes meios de comunicação – grandes enquanto empresas, não enquanto meios de comunicação, e aqui cabe destacar que é também a partir de seu caráter de “empresa”, mas de empresas especiais, que se organizam alguns dos instrumentos do aparelho ideológico da dominação.
A modernização do capitalismo tem levado à constante adaptação do Estado às novas necessidades exigidas dele como aparelho de sustentação. A social democracia é o exemplo mais bem acabado, e talvez ainda mais o seja a social democracia brasileira representada pelos três primeiros governos do PT no nível federal. Fenômeno semelhante acontece com as empresas, que respondem com perspicácia às novas necessidades e às novas exigências dos trabalhadores: a “qualidade no trabalho” é algo cada vez mais constante nos discursos e nas cartilhas, ainda que a precarização esteja presente em diversos setores da economia de forma extremamente agressiva e de forma menos aparente quando se fala, por exemplo, em contratos de pessoas jurídicas para contratação de pessoas físicas.
Ainda assim, esses obstáculos à transformação estrutural – o Estado tal como hoje se apresenta e as grandes empresas privadas – poderiam ser mais facilmente atacados através da apropriação, pela maioria da população, da realidade objetiva que a cerca, sem liberdade, sem autonomia, sem direito ao produto do próprio trabalho, sem poder de decisão e de expressão. E isso só pode acontecer a partir da refundação dos espaços de comunicação. Daí a importância de democratizar-se a comunicação, de destruir o atual modelo excludente para construir um novo modelo inclusivo, democrático, horizontal e popular.
O aparelho ideológico dominante foi o que mais modernizou-se com a modernização do capitalismo, foi o que mais aperfeiçoou-se para continuar oferecendo doses diárias de alienação – de afastamento do conhecimento da realidade e, como consequência obvia, da intervenção sobre ela. A mídia oligárquica constrói consensos, transforma conceitos forjados por ela própria em obviedades, traveste de natural o que é cultural e histórico e, como tal, transformável pela ação dos homens. E não faz isso sob a égide de um jornalista, de um editor, mas de um modelo que, tal como foi formado e do modo como está distribuído, só pode atuar dessa forma e com essa consequência: a manutenção da divisão e da apatia nos setores sociais potencialmente transformadores.
Uma revolução – entendida como mudança nas estruturas políticas, sociais e econômicas – não se faz de uma hora para outra, mas com a tomada de consciência da existência de condições objetivas – exploração econômica, opressão política – e, assim, com a criação paulatina de condições subjetivas – noção de classe e vontade de modificar as condições objetivas identificadas. Um dos avanços fundamentais, nesse sentido, é a mudança do modelo de mídia.
Com uma mídia democrática, horizontal e plural, mais e mais informações passam imediatamente a circular e a realidade aproxima-se das pessoas e aproxima uma das outras. Ao mesmo tempo, a participação do povo organizado em espaços midiáticos constrói cidadania, pois trabalhando coletivamente e formulando informações sobre sua própria realidade os indivíduos também se veem obrigados a refletirem sobre ela e, consequência da união entre reflexão e formulação, também atuam sobre essa realidade, transformando-a e abrindo a possibilidade de novas transformações em outras estruturas. É por tudo isso que a mídia dominante e as oligarquias que ela representa temem tanto uma mudança no modelo de comunicação. E é exatamente por isso que precisamos construí-la.




FONTE: http://jornalismob.com/2013/01/07/a-democracia-na-comunicacao-e-as-necessidades-revolucionarias/#comment-15878

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

REVOLUÇÃO FEMINISTA NO SERTÃO



O Bolsa Família e a revolução feminista no sertão

A antropóloga Walquiria Domingues Leão Rêgo testemunhou, nos últimos cinco anos, a uma mudança de comportamento nas áreas mais pobres e, talvez, machistas do Brasil. O dinheiro do Bolsa Família trouxe poder de escolha às mulheres. Elas agora decidem desde a lista do supermercado até o pedido de divórcio

 

O dinheiro do Bolsa-Família trouxe poder de escolha às mulheres do sertão (Foto: Editora Globo)


Uma revolução está em curso. Silencioso e lento - 52 anos depois da criação da pílula anticoncepcional - o feminismo começa a tomar forma nos rincões mais pobres e, possivelmente, mais machistas do Brasil. O interior do Piauí, o litoral de Alagoas, o Vale do Jequitinhonha, em Minas, o interior do Maranhão e a periferia de São Luís são o cenário desse movimento. Quem o descreve é a antropóloga Walquiria Domingues Leão Rêgo, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Nos últimos cinco anos, Walquiria acompanhou, ano a ano, as mudanças na vida de mais de cem mulheres, todas beneficiárias do Bolsa Família. Foi às áreas mais isoladas, contando apenas com os próprios recursos, para fazer um exercício raro: ouvir da boca dessas mulheres como a vida delas havia (ou não) mudado depois da criação do programa. Adiantamos parte das conclusões de Walquiria. A pesquisa completa será contada em um livro, a ser lançado ainda este ano.

MULHERES SEM DIREITOS

As áreas visitadas por Walquiria são aquelas onde, às vezes, as famílias não conseguem obter renda alguma ao longo de um mês inteiro. Acabam por viver de trocas. O mercado de trabalho é exíguo para os homens. O que esperar, então, de vagas para mulheres. Há pouco acesso à educação e saúde. Filhos costumam ser muitos. A estrutura é patriarcal e religiosa. A mulher está sempre sob o jugo do pai, do marido ou do padre/pastor. “Muitas dessas mulheres passaram pela experiência humilhante de ser obrigada a, literalmente, ‘caçar a comida’”, afirma Walquiria. “É gente que vive aos beliscões, sem direito a ter direitos”. Walquiria queria saber se, para essas pessoas, o Bolsa Família havia se transformado numa bengala assistencialista ou resgatara algum senso de cidadania.

BATOM E DANONE

“Há mais liberdade no dinheiro”, resume Edineide, uma das entrevistadas de Walquiria, residente em Pasmadinho, no Vale do Jequitinhonha. As mulheres são mais de 90% das titulares do Bolsa Família: são elas que, mês a mês, sacam o dinheiro na boca do caixa. Edineide traduz o significado dessa opção do governo por dar o cartão do benefício para a mulher: “Quando o marido vai comprar, ele compra o que ele quer. E se eu for, eu compro o que eu quero.” Elas passaram a comprar Danone para as crianças. E, a ter direito à vaidade. Walquiria testemunhou mulheres comprarem batons para si mesmas pela primeira vez na vida. Finalmente, tiveram o poder de escolha. E isso muda muitas coisas.

O DINHEIRO LEVA AO DIVÓRCIO E À DIMINUIÇÃO DO NÚMERO DE FILHOS?

“Boa parte delas têm uma renda fixa pela primeira vez. E várias passaram a ter mais dinheiro do que os maridos”, diz Walquiria. Mais do que escolher entre comprar macarrão ou arroz, o Bolsa-Família permitiu a elas decidir também se querem ou não continuar com o marido. Nessas regiões, ainda é raro que a mulher tome a iniciativa da separação. Mas isso começa a acontecer, como relata Walquiria: “Na primeira entrevista feita, em abril de 2006, com Quitéria Ferreira da Silva, de 34 anos, casada e mãe de três filhos pequenos,em Inhapi, perguntei-lhe sobre as questões dos maus tratos. Ela chorou e me disse que não queria falar sobre isso. No ano seguinte, quando retornei, encontrei-a separada do marido, ostentando uma aparência muito mais tranqüila.”
A despeito do assédio dos maridos, nenhuma das mulheres ouvidas por Walquiria admitiu ceder aos apelos deles e dar na mão dos homens o dinheiro do Bolsa. “Este dinheiro é meu, o Lula deu pra mim (sic) cuidar dos meus filhos e netos. Pra que eu vou dar pra marido agora? Dou não!”, disse Maria das Mercês Pinheiro Dias, de 60 anos, mãe de seis filhos, moradora de São Luís, em entrevista em 2009.
Walquiria relata ainda que aumentou o número de mulheres que procuram por métodos anticoncepcionais. Elas passaram a se sentir mais à vontade para tomar decisões sobre o próprio corpo, sobre a sua vida. É claro que as mudanças ainda são tênues. Ninguém que visite essas áreas vai encontrar mulheres queimando sutiãs e citando Betty Friedan. Mas elas estão começando a romper com uma dinâmica perversa, descrita pela primeira vez em 1911, pelo filósofo inglês John Stuart Mill. De acordo com Mill, as mulheres são treinadas desde crianças não apenas para servir aos homens, maridos e pais, mas para desejar servi-los. Aparentemente, as mulheres mais pobres do Brasil estão descobrindo que podem desejar mais do que isso.


FONTE: http://revistamarieclaire.globo.com/Mulheres-do-Mundo/noticia/2012/11/o-bolsa-familia-e-revolucao-feminista-no-sertao.html

 

COMETA ISON



Cometa Ison descoberto por astrônomos da Rússia e Bielorrússia, será visto da Terra


 


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cometa

EPA

A notícia foi dada hoje pelo serviço informativo do jornal britânico The Independent.

No fim do verão do ano que vem, o cometa poderá ser observado através de pequenos telescópios e binóculos. Em outubro, o corpo celeste passará perto de Marte. À medida de sua aproximação do Sol, formar-se-á a chamada “cauda” do cometa, composta por gás e poeira. Na opinião dos astrônomos, o Ison poderá ser observado também no território da Rússia.
 
O cometa Ison, o C/2012 S1, se tornará visível a olho nu ao final de novembro deste ano e promete ter um brilho comparável a uma Lua cheia ou até mais, na avaliação de astrônomos, entre os quais David Whitehouse, que escreveu um artigo sobre o assunto para o jornal britânico The Independent. “Poderá ser o mais brilhante cometa visto em muitas gerações”, disse.

A maior aproximação com a Terra ocorrerá entre os dias 25 e 28 de dezembro, a uma distância de 60 milhões de quilômetros. A partir de agosto, o cometa poderá ser acompanhado por telescópio amador.

O cometa foi descoberto no Observatório Kislovodsk em 21 de setembro de 2012 pelo bielorusso Vitaly Nevsky e russo Artem Novichonok. Mas há registro de que ele já tinha sido detectado no dia 28 de dezembro de 2011 e 28 de janeiro de 2012 por observadores amadores.
O espetáculo da luminosidade do Ison poderá se frustrar se sua cauda composta de gás e poeira se diluir ao passar próximo do Sol, o que ocorrerá em novembro. Antes, em outubro, ele “visitará” Marte.

Ison nasceu na Nuvem de Oort (ou Opik-Oort), que é um berçário hipótese (não pode ser observado diretamente) de cometas e asteroides. Fica nos limites gravitacionais do sistema solar, é esférica e pode conter até cem bilhões de cometas. O percurso do Ison até a proximidade da Terra está se dando em milhões de anos. Após passar por aqui, ele voltará para o espaço profundo.

Um porta-voz da Nasa disse que os astrônomos de todo o mundo estão “acompanhando esta grande bola de neve suja” para entender a sua evolução. Provavelmente será a única aparição por aqui do Ison.
A Agência Espacial Europa informou estar analisando os prováveis perigos que o cometa poderá representar para a Terra.
 
Ele será melhor observado no hemisfério norte, mas no melhor dos casos poderá ser visto também aqui no hemisfério sul.

O vice-presidente da Sociedade de Astronomia Popular, Robin Scagell, está animado com a possibilidade de assistir ao espetáculo. “É uma descoberta excitante. O cometa poderá oferecer uma visão muito espetacular no céu à noite entre o final de novembro e o início de dezembro.”
O cometa foi batizado Ison porque seus descobridores foram os astrônomos Vitali Nevski e Artyom Novichonok, do telescópio óptico da Rede Científica Internacional (Ison, na sigla em inglês)

Antigos visitantes

Os cometas são bolas de poeira de gelo, que geralmente se originam do cinto Kuipler – uma região de pequenos corpos gelados além de Netuno. Ocasionalmente, um cometa fica desalojado de sua órbita e mergulha para o interior do sistema solar.
Esses corpos celestes diferem de asteroides, que são feitas de metal ou rocha, e são formados de restos de planetas ou luas.
Halley é o cometa mais conhecido, mesmo nome de seu descobridor, Edmond Halley, que previu que sua aparição ocorreria a cada 76 anos. Ele previu que o cometa voltaria em 1758, mas o astrônomo morreu 16 anos antes.
O cometa Halley passou próximo à Terra em 1910. Porém, infelizmente, a aparição seguinte, em 1986, foi a pior em dois mil anos, pois nosso planeta e o astro estavam em lados opostos do sol. ::

Em 2013, em março e abril, outro cometa, o 2014 L4 (PanSTARRS), passará perto da Terra, mas não será tão espetacular como o Ison.

 
 
FONTES: 
 
http://www.paulopes.com.br/2013/01/ison-sera-o-cometa-mais-brilhante-de-varias-geracoes.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+blogspot%2FLHEA+%28Paulopes+Weblog%29#.UOa8xneG7Tp
Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2013/01/ison-sera-o-cometa-mais-brilhante-de-varias-geracoes.html#ixzz2H0Ok6PY7.  Paulopes informa que reprodução deste texto só poderá ser feita com o CRÉDITO e LINK da origem. 27.12.2012, 17:57, hora de Moscou

http://blogs.estadao.com.br/jt-radar/cometa-dominara-o-ceu-em-2013/

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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

POESIA - BERTOLT BRECHT




Canção do Remendo e do Casaco


Sempre que o nosso casaco se rasga
vocês vêm correndo dizer: assim não pode ser;
isso vai acabar, custe o que custar!
Cheios de fé vão aos senhores
enquanto nós, cheios de frio, aguardamos.
E ao voltar, sempre triunfantes,
nos mostram o que por nós conquistam:
Um pequeno remendo.
Ótimo, eis o remendo.
Mas onde está
o nosso casaco?
Sempre que nós gritamos de fome
vocês vêm correndo dizer: Isso não vai continuar,
é preciso ajudá-los, custe o que custar!
E cheios de ardor vão aos senhores
enquanto nós, com ardor no estômago, esperamos.
E ao voltar, sempre triunfantes,
exibem a grande conquista:
um pedacinho de pão.
Que bom, este é o pedaço de pão,
mas onde está
o pão?
Não precisamos só do remendo,
precisamos o casaco inteiro.
Não precisamos de pedaços de pão,
precisamos de pão verdadeiro.
Não precisamos só do emprego,
toda a fábrica precisamos.
E mais o carvão.
E mais as minas.
O povo no poder.
É disso que precisamos.
Que tem vocês
a nos dar?


FONTE: http://mepr.org.br/cultura-popular/poesias/96-coletanea-de-poemas-de-bertolt-brecht.html

RÁDIOS EDUCADORA/ATLÂNTIDA






TRABALHO ESCRAVO

 

 Setor pecuário concentra mais de um terço de trabalho escravo na Amazônia 

 



Mais de um terço das libertações de escravos realizadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de janeiro a outubro de 2012, aconteceram em fazendas de gado dentro dos limites da Amazônia Legal.


Os dados divulgados pela Repórter Brasil são da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Dos 150 flagrantes registrados até agora em 2012, 54 envolveram pecuária na região. Estatísticas gerais sobre o assunto foram divulgadas na semana passada e reforçam a associação entre desmatamento para abertura de pastos e trabalho escravo.

Segundo Xavier Plassat, da CPT, o número de ocorrências de trabalho escravo é alto porque a pecuária reúne tarefas que não exigem especialização e que empregam mão de obra de maneira apenas esporádica. Esses fatores estariam relacionados a baixos salários, ausência de carteira assinada e condições degradantes.

Além da pecuária, outras atividades relacionadas ao desmatamento também têm utilizado escravos na Amazônia. Ao todo, foram 91 casos na região em 2012, incluindo os 54 da pecuária, o que representa 60,7% de todos os casos do país.

Xavier ressalta que os dados são baseados nas fiscalizações do MTE e que o número de flagrantes depende das áreas em que as ações acontecem. Por isso, como explica o frei, os dados são um indicativo de onde ocorrem os principais casos de escravidão no Brasil e não um retrato exato.

No Brasil, entre os principais estados que lideram esta atividade econômica estão o Pará e o Mato Grosso, com respectivamente 18 milhões e 29 milhões de cabeças de gado bovino. Esses dados são da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) de 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expansão da pecuária está ligada ao avanço do desmatamento sobre a Amazônia, no chamado "Arco de Fogo do Desmatamento", que se concentra nos dois estados.

Ocorrências na construção civil e em confecções têxteis representam 11,3% do total de flagrantes levantados pela CPT. Neste ano, o MTE chegou a libertar, em três fiscalizações diferentes, 167 vítimas do trabalho análogo ao de escravo em empreendimentos da construção civil. No ramo têxtil, este ano em São Paulo, 23 migrantes foram resgatados de condições de trabalho degradante, enquanto costuravam para a grife de roupas Gregory.
FONTE:  http://agencianota.blogspot.com.br/2012/11/setor-pecuario-concentra-mais-de-um.html



ÓTICA DA VISÃO





quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

MEMÓRIA

 

 

Memórias do Chumbo: O Futebol nos Tempos do Condor 

 

Médici cumprimenta delegação brasileira em 1970
Recuperar a memória, não com o objetivo de saudar o passado, mas para evitar que ele retorne. Essa frase foi dita pelo escritor Eduardo Galeano em entrevista ao documentário Memórias do Chumbo: O Futebol nos Tempos do Condor. O material é resultado de uma grande reportagem produzida pelo jornalista Lúcio de Castro exibida pela primeira vez entre os dias 18 e 21 de dezembro na ESPN Brasil. 

A série mostra como as ditaduras militares na América do Sul que integraram a Operação Condor - a 'multinacional do terror' criada para exterminar a oposição de esquerda aos governos ditatoriais - estiveram presentes no futebol. Muito já tinha se falado sobre o envolvimento do futebol e política e como o esporte foi usado como propaganda por esses regimes autoritários, porém, particularmente, acredito que esse deva ser o material mais aprofundado sobre essa relação. 

O esporte bretão e a pátria, o futebol e o povo, dois elementos que sempre estiveram unidos e com frequência políticos e ditadores especularam com esses vínculos de identidade. Mussolini usou as vitórias da seleção italiana para fortalecer o regime fascista na 'Velha Bota', assim como para os nazistas o futebol era uma "Questão de Estado" e para os franquistas espanhóis o Real Madri era um modelo de legitimação, uma espécie de "embaixada ambulante".

General Videla na Copa de 78
A grande reportagem de Lúcio de Castro passa por quatro países de nossa América: Argentina, Chile, Uruguai e Brasil – países que tem em comum a paixão pelo futebol e a política. São várias passagens marcantes nas quatro partes do programa; na Argentina onde há algumas quadras do Monumental de Nuñes – estádio do River Plate e principal palco dos jogos da Copa do Mundo de 1978 – funcionava um dos maiores centros de tortura da ditadura argentina.

Fatos marcantes da ditadura de Pinochet, a derrubada de Salvador Allende, a partida "kafkaniana" disputada por somente uma equipe e histórias do Estádio Nacional que serviu como campo de concentração das vítimas do regime. Histórias em terras charruas, do Mundialito de 1981 no Uruguai, a "subversão" do ex-zagueiro Hugo De Leon (que vestiu a camisa do Grêmio) e a primeira vez que o povo gritou: "Se va a acabar, se va a acabar la dictadura militar!".

Documentos e passagens reveladoras dos Anos de Chumbo no Brasil e da seleção que foi mais utilizada pelos militares: o excrete canarinho de 1970. Com um arquivo vasto de pesquisa, Lúcio esmiuçou o que foi esse período onde os setores conservadores e elitistas temiam a "ameaça vermelha", preocupavam-se com os ventos que sopravam do Caribe, com o charme dos barbudos de Sierra Maestra e com a possibilidade de "novos Vietnans" em pleno Cone Sul.

O "João Sem Medo"
Ditaduras tem o poder de confiscar símbolos nacionais e por aqui isso foi muito bem feito - como mostra o documentário. "Ame ou deixe-o" e "Pra Frente Brasil" que o digam. O programa detalha a perseguição implacável a João Saldanha, o "João Sem Medo". Comunista convicto, foi derrubado do cargo de técnico da Seleção pela ditadura e sofreu uma perseguição voraz dos militares, sendo inclusive proibido de fazer a cobertura esportiva da delegação brasileira no México. Então contratado pela BBC para fazer artigos sobre a copa, Saldanha teve credenciais negadas pela então CBD [Confederação Brasileira de Desportos] em virtude de seus comentários considerados "incendiários".

Memórias do Chumbo traz "furos jornalísticos" como o caso do major Roberto Câmara Guaranys – torturador do regime – que foi o chefe de segurança da delegação brasileira na Copa do México; uma entrevista com o jornalista Luis Claudio Cunha, autor do livro Operação Condor: o sequestro dos uruguaios, com detalhes do sequestro que teve participação do ex-jogador Didi Pedalada, que após passagens por vários clubes - entre eles o Internacional - foi prestar "serviços" ao DOPS gaúcho.

Revelações sobre o "Rei" que, após voltar campeão de terras astecas, foi ao DOPS dedurar "comunistas" que haviam lhe procurado no exterior para assinalar um documento contra a ditadura no Brasil e pedindo a anistia de presos políticos. A informação consta em documento oficial do 21 de outubro de 1970 que só agora aparece. Procurado pelo programa, Pelé e sua assessoria não se manifestaram sobre o assunto.

Memórias do Chumbo: O Futebol nos Tempos de Condor é uma ótima sugestão para aqueles que são apaixonados por história, por futebol e por política. Fundamental para pesquisadores destes tempos de censura, suspensão do direito de votar, intervenção em sindicatos, cassação de direitos políticos, proibição de atividades ou manifestações de natureza política e fim do Estado de Direito.

Agraciado pela participação especial de Eduardo Galeano – outro pesquisador sobre o tema – Lúcio de Castro foi autor de um trabalho jornalístico único. Um documento histórico primordial no momento em que se discute a recuperação da memória e se cobra punição àqueles que cassaram direitos dos trabalhadores, torturaram, assassinaram com garras do Condor e seguem impunes. 

"(...)a impunidade estimula o delinquente, seja um delinquente militar, civil, seja individual, seja coletivo, a impunidade é o motor maior para a repetição dos crimes". 
Eduardo Galeano


terça-feira, 1 de janeiro de 2013

RETRATO DO CAPITALISMO

  • O material a seguir retrata uma faceta da busca da maioria das pessoas pelo "seu lugar ao sol" e suas consequências, tendo como variante a maneira que elas escolheram para chegar ao tal lugar.  (Créditos: Lorenzo Balen)

     

     

     

     O DESCASO DE ALFREDO KAEFER (PSDB) E A SITUAÇÃO DRAMÁTICA DOS TRABALHADORES DA DIPLOMATA (CAPANEMA-PR) E DA GLOBOAVES (CASCAVEL-PR)‏

     

01/01/2013
Relato-manifesto que produzimos depois de acompanhar de perto a situação dos trabalhadores da Diplomata em Capanema-PR. A situação é completamente caótica e exige resolução imediata! Há indícios que o Deputado Federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR) esteja aplicando um golpe econômico com manobra jurídica. Isso está sendo investigado. Um duro golpe na economia regional (sudoeste) e acabando com milhares de empregos. Capanema retrocederá por anos. Diversos trabalhadores já tiveram que ir embora da cidade. Quem quiser se solidarizar de alguma forma, entre em contato. Importante divulgarmos ao máximo essas informações para que sirvam como pressão para que a prefeitura de Capanema e o Governo do Estado façam alguma coisa.

Saudações socialistas,
Lorenzo Gabriel Balen, militante do PSOL de Toledo.

TODO APOIO AOS TRABALHADORES DA DIPLOMATA EM CAPANEMA!


RELATO-MANIFESTO SOBRE A SITUAÇÃO DOS TRABALHADORES DA DIPLOMATA

Milhares de trabalhadores da empresa Diplomata de Capanema-PR, controlada pelo Deputado Federal Alfredo Kaefer (PSDB), estão sendo vítimas de diversos ataques da empresa contra seus direitos. Desde 2008 a empresa não deposita o FGTS, há três meses não fornece cesta-básica, há dois não paga os salários e, neste final de ano, não pagou o 13º e nem outros benefícios. A empresa, assim como outras da família Kaefer, já vem sendo motivo de protestos em diversos municípios do Paraná e de outros estados.

A EMPRESA PODE TER ADIADO A "FALÊNCIA" PARA APLICAR UM GOLPE ECONÔMICO?
A suspeita foi levantada pelos credores na ação de recuperação judicial que tramita na 1ª Vara Cível de Cascavel-PR

A Diplomata buscou em agosto a recuperação judicial, para evitar a falência, em função das dívidas milionárias e irresponsáveis que fizeram. Porém, desde então, não se apresentou informações necessárias para a justiça. Uma dessas informações referente a real riqueza de Alfredo Kaefer. A justiça decidiu investigar mais a fundo e constatou que, às vésperas do pedido de recuperação judicial, Kaefer transferiu diversos bens para terceiros e, após isso, se afastou da direção da empresa, a fim de evitar que suas propriedades fossem executadas devido às dívidas. Há fortes indícios de que o empresário e político tucano ainda controla a empresa, direta ou indiretamente. Em outubro foi entregue o plano de recuperação, porém, quase nada vem sendo cumprido. A justiça determinou o bloqueio das contas bancárias. A dívida ultrapassa R$600 milhões e aumenta a cada dia. Somente com folha de pagamento, são mais de R$3 milhões.

Em função destas circunstâncias, os trabalhadores, ao perceberem que não tinham suporte por parte do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Francisco Beltrão e Região – que se eximiu quase que inteiramente nesse processo, decidiram pela greve no dia 15 de dezembro. Dias após, dezenas de famílias resolveram cercar a empresa e acampar em frente aos portões, devido não terem mais condições sequer de pagarem o aluguel, as contas de água e luz e mesmo garantir sua alimentação diária. Fizeram isso como forma de não deixar que as mais de 150 toneladas de frango que se encontram no interior do frigorífico deixem o local sem garantia de que essa mercadoria possa se converter no pagamento de seus salários. Mesmo a situação estando tão complicada, pouca coisa está sendo feita para resolver a questão.

Situação similar ocorreu em Cascavel, na empresa Globoaves - também da família Kaefer, em que os trabalhadores tiveram o 13º salário atrasado e ameaçam greve. Em Xaxim-SC, a justiça determinou a suspensão das atividades da Diplomata, devido à falta de pagamento dos trabalhadores e o endividamento de pequenos agricultores.

A SITUAÇÃO DOS TRABALHADORES ESTÁ DRAMÁTICA
Diante dessa grave situação, membros de organizações de luta política da região oeste e sudoeste deslocaram-se para o local onde os trabalhadores estão acampados para acompanhar de perto, tomar o relato dos próprios trabalhadores e verificar possibilidades de apoio. Chegando lá, observaram-se as condições subumanas de sobrevivência a que foram submetidos os trabalhadores.

Sem contar com qualquer apoio por parte da Prefeitura ou do Governo do Estado, improvisaram uma cozinha coletiva e revezam-se diariamente para recolher doações nas ruas da cidade e no comércio, a fim de conseguirem comprar alimentos. Um dia garantindo o próximo. Alguns já perderam a moradia e grande parte deles corre risco de despejo por falta de pagamento de aluguel. Os pagamentos de prestações de casa própria também estão em atraso. Passaram a comemoração do natal na rua, o que deve se repetir na virada do ano. E, ainda, estariam sendo chantageados e ameaçados para que deixem o local. Além disso, a empresa demitiu os trabalhadores da segurança, que estavam também com os salários atrasados, e contratou uma grande equipe de segurança privada armada de Cascavel para fazerem ronda.

Confira o vídeo da passeata que os trabalhadores organizaram autonomamente no centro de Capanema exigindo os seus direitos e os salários:
http://www.facebook.com/photo.php?v=313092078809344


Mesmo a empresa não depositando o FGTS há cinco anos, nas eleições de 2010 a Diplomata doou aproximadamente R$2 milhões para a campanha de Alfredo Kaefer, este político irresponsável que levou a empresa para a falência. Já a Globoaves repassou quase R$1 milhão para a campanha dele. As mesmas empresas que alegam não terem recursos para pagar os trabalhadores, esbanjam no financiamento político daquele que coloca em risco as condições de vida dos trabalhadores e, segundo a justiça, pode estar aplicando golpes econômicos com manobras jurídicas.

A omissão por parte da prefeitura de Capanema, a ineficiência e o silêncio do sindicato, a truculência da empresa e a tentativa de fuga de responsabilidades de Alfredo Kaefer, tudo isso recai sobre os próprios trabalhadores que tem somente seu corpo e seu espírito para garantir o seu sustento, que lhes está sendo negado. Sem contar que também está prejudicando os fornecedores de aves e trabalhadores das granjas e do transporte de cargas, que também passam por privações devido à falta de pagamentos. E isso tudo traz também um grave impacto na economia regional.

Não se pode deixar que uma crise dos patrões seja utilizada como motivo para descontar todo ônus nos trabalhadores! Destacamos a necessidade de ampla solidariedade das pessoas e organizações para com a causa e de que o município auxilie essas famílias. É urgente que a empresa acerte com os trabalhadores todas as pendências e que sejam punidos os responsáveis por esses crimes. Repudiamos publicamente o Dep. Fed. Alfredo Kaefer (PSDB) por não respeitar nem a dignidade tampouco o direito dos trabalhadores.
-PELA ATENÇÃO IMEDIATA DA PREFEITURA DE CAPANEMA E DO GOVERNO DO ESTADO AOS TRABALHADORES!
-PELO PAGAMENTO IMEDIATO DOS SALÁRIOS!
-PELA PUNIÇÃO DE ALFREDO KAEFER!
-PARA SALVAR A ECONOMIA LOCAL E OS EMPREGOS: ESTATIZAÇÃO DA EMPRESA SOB O CONTROLE DOS TRABALHADORES!
Capanema, 29 de dezembro de 2012.
Representações presentes na ocupação dos trabalhadores
ADVT – Associação de Defesa dos Vitimados pelo Trabalho/Francisco Beltrão
Partido Socialismo e Liberdade – PSOL | Núcleos de Francisco Beltrão e Toledo
Diretório Central dos Estudantes da UNIOESTE/Marechal Cândido Rondon
Centro Acadêmico de Historia da UNIOESTE/Marechal Cândido Rondon
Representações que se somam à luta dos trabalhadores
APP de Luta e Pela Base – Oposição APP Sindicato/Região Oeste
Assembléia Nacional dos Estudantes Livre – ANEL Paraná
Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural  - ASSESSOAR
Associação dos Estudantes de São Pedro do Iguaçu – AESPI
Associação dos Geógrafos Brasileiros - AGB Seção Marechal Cândido Rondon
Associação dos Pós-Graduandos da Unioeste – APG
Casa da América Latina - Foz do Iguaçu
Centro Acadêmico de Ciências Sociais "Florestan Fernandes"  - UEM
Centro Acadêmico de Ciências Sociais da Unioeste/Toledo
Centro Acadêmico de Direito “XVIII de Novembro” da Unioeste/Marechal Cândido Rondon
Centro Acadêmico de História "Nadir Aparecida Cancian" – UEM
Centro Acadêmico de Serviço Social "Divanir Munhoz" – UEPG
Centro de Direitos Humanos - CDH Foz do Iguaçu
Centro de Direitos Humanos – CDH Londrina
Centro de Estudos Políticos e Culturais de Londrina
ASSIBGE - Sindicato Nacional IBGE - Núcleo Sindical Paraná
Coletivo Barricadas Abrem Caminhos
Diretório Acadêmico de Biologia Erasmus Darwin - UEPG
Diretório Acadêmico de Geografia Luis André Sartori - UEPG
Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Maringá – DCE UEM
Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Ponta Grossa – DCE UEPG
Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual do Centro Oeste – DCE UNICENTRO (Irati)
Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – DCEs UNIOESTE (Francisco Beltrão/Toledo)
Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Ceretta - Marechal Cândido Rondon
Partido Comunista Brasileiro - PCB Foz do Iguaçu
Partido Socialismo e Liberdade – PSOL Paraná | DIREÇÃO ESTADUAL
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado - PSTU Região Oeste
Pastoral Operária de Marechal Cândido Rondon
Rompendo Amarras – Campo de Juventude e Movimento Estudantil

Sindicato Docente da Unioeste - ADUNIOESTE/Seção Sindial do ANDES-SN
União da Juventude Comunista - UJC Foz do Iguaçu
Unidade Classista - Foz do Iguaçu


Confira mais informações:
Frangos são abatidos fora do peso ideal por falta de ração no PR
Diplomata paga conta de luz e Copel restabelece energia elétrica no frigorífico
Funcionários do Frigorífico Diplomata protestam contra falta de pagamento
Funcionários impedem a entrada de caminhões com frangos no frigorífico Diplomata
Funcionários cercam Diplomata por salários atrasados
Funcionários do frigorífico em Capanema fizeram um pedágio hoje pra comprar comida

APOIO AOS FUNCIONÁRIOS DA DIPLOMATA - CAPANEMA

Apoio aos funcionários da Diplomata - Capanema Mais informações na página do Facebook

Fotos: Lorenzo Gabriel Balen