ANITA PRESTES VEM A FOZ
A historiadora Anita Leocádia Prestes, filha do revolucionário Luiz
Carlos Prestes e da militante comunista alemã Olga Benário Prestes,
estará em Foz do Iguaçu para debater as contradições dos sistemas
políticos e quebrar o silêncio em torno de temas ligados à cidade. A
professora participará de uma agenda de debates e palestras em espaços
públicos nos dias 20 e 21 de junho.
Historiadora estará na cidade para o lançamento de livro sobre Luiz Carlos Prestes
A historiadora Anita Leocádia Prestes, filha do revolucionário Luiz
Carlos Prestes e da militante comunista alemã Olga Benário Prestes,
estará em Foz do Iguaçu para debater as contradições dos sistemas
políticos e quebrar o silêncio em torno de temas ligados à cidade. A
professora participará de uma agenda de debates e palestras em espaços
públicos nos dias 20 e 21 de junho.
A sua vinda trará ao cenário iguaçuense capítulos entrelaçados da
história nacional e internacional, como a Coluna Prestes e a sua
passagem por Foz do Iguaçu, a deportação de sua mãe para a Alemanha, a
sua própria militância comunista, e a perseguição pelo regime militar
brasileiro. Tudo isso acompanhado do lançamento de seu último livro:
“Luiz Carlos Prestes: O combate por um partido revolucionário (1958 –
1990)”.
Para aprofundar a discussão sobre esses temas, Anita Prestes
participará de três atividades na cidade: um debate aberto ao público em
geral no Teatro Barracão no dia 20. Na manhã do dia seguinte, será
promovida uma palestra no Colégio Estadual Barão do Rio Branco. À noite
será realizado um debate na UNILA (Universidade Federal da Integração
Latino-Americana).
Esses assuntos serão debatidos antes mesmo da chegada da professora à
fronteira. Na quarta-feira, dia 19, na UNILA Centro, haverá a exibição
de documentários seguida de debate com a presença de professores da
universidade. O evento servirá de preparação para o encontro com a Anita
Prestes. A entrada será gratuita.
Anita Prestes em Sarandi (PR).
A militante – Anita Leocádia Prestes é professora do
Programa de Pós-Graduação em História Comparada da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ). Hoje concentra suas atividades em pesquisas
sobre a influência do pai na história do Brasil, sobre os comunistas no
país e o PCB (Partido Comunista Brasileiro) – organização partidária
mais antiga do país, com 91 anos de trajetória.
Relacionado a esses temas escreveu cerca de dez livros. Também
preside o Instituto Luiz Carlos Prestes, cuja missão é preservar a
memória do revolucionário que marcou profundamente a história do país no
século passado. É reconhecida ainda por uma constante e polêmica
produção intelectual, denunciando políticos e governos oportunistas.
A série de encontros com Anita Prestes em Foz do Iguaçu é uma
realização da Casa da América Latina, com apoio da Guatá, Centro de
Direitos Humanos, Casa do Teatro, Fundação Cultural, projetos de
extensão Webrádio UNILA, CineDebate História e CineLatino, cursos de
História e de Ciência Política e Sociologia da UNILA, bem como do
Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Barão do Rio Branco.
Para o presidente da Casa da América Latina em Foz do Iguaçu,
jornalista Alexandre Palmar, os encontros com Anita Prestes buscam
contribuir com o debate sobre o “nosso município quase centenário”, bem
como promover o internacionalismo entre os povos. “A historiadora tem
posições firmes sobre temas polêmicos. A sua presença na cidade é uma
oportunidade para entrar em contato direto com uma personagem que faz a
ponte da história local com a nacional e a mundial.”
Prestes e seus comandados da Coluna, em 1927, na Bolívia. Foto: acervo Anita
A marcha – Na década de 20, a Coluna Prestes reuniu
um exército guerrilheiro de 1,5 mil homens e mulheres, comandados por
uma dúzia de oficiais do Exército e da Força Pública de São Paulo, entre
os quais se destacava Luiz Carlos Prestes. O movimento defendia o voto
secreto e a moralização dos costumes políticos, corrompidos pelo domínio
oligárquico em vigor durante a República Velha.
Alguns historiadores defendem que a coluna nasceu em Foz do Iguaçu.
Outra linha de pesquisa aponta que a Coluna Prestes nasceu no Noroeste
do Rio Grande do Sul no final de 1924 e que em abril de 1925, em Foz da
Iguaçu, deu-se a incorporação dos rebeldes paulistas – derrotados em
Catanduvas – ao movimento, que chegava vitorioso do Sul. A coluna
percorreu 25 mil quilômetros através de 13 estados do Brasil, derrotando
18 generais governistas, sem jamais ter sido desbaratada.
Livro será lançado em Foz do Iguaçu
O livro – “Luiz Carlos Prestes: O combate por um
partido revolucionário (1958 – 1990)” dá prosseguimento às pesquisas
sobre o papel do líder comunista na elaboração e na aplicação das
políticas do PCB. Anita Leocádia Prestes apresenta os resultados da
investigação histórica da atuação política de Prestes, a partir da
aprovação da Declaração de Março de 1958, pelo Comitê Central do PCB,
até o falecimento de seu pai, em 1990.
O leitor poderá acompanhar as vicissitudes enfrentadas pelo PCB, a
partir da superação dos reflexos da crise desencadeada pela denúncia do
chamado “stalinismo” no XX Congresso do Partido Comunista da União
Soviética, crise que abalou o movimento comunista internacional nos anos
1956/1957. Com Prestes ocupando o cargo de secretário-geral do PCB, a
Declaração de Março de 1958 representou uma virada na política dos
comunistas brasileiros.
Morta na câmara de gás de um campo de concentração
Deportada grávida – Na década de 30, a judia Olga
Benário Prestes foi deportada grávida para a Alemanha nazista durante o
governo Getúlio Vargas. Anita nasceu em Berlim, numa prisão da Gestapo,
em novembro de 1936. Na época, seu pai, o líder comunista Luiz Carlos
Prestes, também estava preso numa cela solitária no Brasil.
A avó, Leocádia Prestes, iniciou então uma campanha internacional
pela libertação dos presos políticos no Brasil, assim como da nora e da
neta. Percorreu a Europa numa luta desesperada para salvar o filho, a
nora e a neta. O resultado foi um movimento mundial de solidariedade.
Pressionado, o regime nazista entregou Anita à avó em janeiro de 1938.
A menina nunca mais veria a mãe, morta quatro anos depois na câmara
de gás de um campo de concentração. Em 1945, após o fim do Estado Novo,
então aos nove anos, Anita chegou ao Brasil e pode, finalmente, conhecer
o pai, libertado após nove anos de prisão. Mesma oportunidade não teve a
avó Leocádia, que em 1943 faleceu no exílio.
ATIVIDADE PRÉVIA NA UNILA CENTRO
Dia 19/6 (quarta-feira)
Horário: 18h30
Entrada: gratuita
Exibição de documentários seguida de debate com a presença dos
professores André Kaysel (Ciência Política e Sociologia), Rodrigo
Bonciani (História), Luciano Wexell Severo (Ciências Econômicas) e Félix
Pablo Friggeri (Relações Internacionais). Moderação: Gimena Machado
(Webrádio Unila).
ENCONTROS COM ANITA PRESTES
Teatro Barracão, na Praça da Bíblia
Dia 20/6 (quinta-feira)
Horário: 19h30min
Entrada: gratuita
Colégio Barão do Rio Branco
Dia 21/6 (sexta-feira)
Horário: 8h20 às 10 horas
Atividade voltada aos alunos da escola
UNILA Centro
Dia 21/6 (sexta-feira)
Horário: 18h30
Entrada: gratuita
Abertura da mesa: reitor Helgio Trindade. Moderação: professores Ana Silvia Andreu da Fonseca e André Kaysel
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Guatá/Casa da América Latina
Fonte: http://pcbparana.com.br/noticias/anita-prestes-vem-a-foz-a-historia-em-tempo-real/ acessado em 19/06/2013